sexta-feira, 25 de setembro de 2009

DESEJOS




Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mal humor
Sábado com amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom
Com letra de Chico
Frango caipira em
Pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa
Agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir
A palavra não
Nem nunca.
Nem jamais e adeus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever
Um poema de Amor
Que nunca sera rasgado
Formar par ideal
Tomar banho
De cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PRECE INDÍGENA

PRECE INDÍGENA


(Prece Indígena - Tradução e adaptação do Livro By San Etioy)

Um homem sussurou: Deus fale comigo.
E um rouxinol começou a cantar
Mas o homem não ouviu.

Então o homem repetiu:
Deus fale comigo!
E um trovão ecoou nos céus
Mas o homem foi incapaz de ouvir.

O Homem olhou em volta e disse:
Deus deixe-me vê-lo
E uma estrela brilhou no céu
Mas o homem não a notou.

O homem começou a gritar:
Deus mostre-me um milagre
E uma criança nasceu
Mas o homem não sentiu o pulsar da vida.

Então o homem começou a chorar e a se desesperar:
Deus toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo…
E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro
O homem espantou a borboleta com a mão e desiludido
Continuou o seu caminho triste, sozinho e com medo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hino Nacional Brasileiro no Idioma Tupi

Índio Tupi Guarani


Nheengarissáua Retamauára

Embeyba Ypiranga sui, pitúua,
Ocendu kirimbáua sacemossú
Cuaracy picirungára, cendyua,
Retama yuakaupé, berabussú.

Cepy quá iauessáua sui ramé,
Itayiuá irumo, iraporepy,
Mumutara sáua, ne pyá upé,
I manossáua oiko iané cepy.

Iassalssú ndê,
Oh moetéua
Auê, Auê !

Brasil ker pi upé, cuaracyáua,
Caissú í saarússáua sui ouié,
Marecê, ne yuakaupé, poranga.
Ocenipuca Curussa iepé !

Turussú reikô, ara rupí, teen,
Ndê poranga, i santáua, ticikyié
Ndê cury quá mbaé-ussú omeen.

Yby moetéua,
Ndê remundú,
Reikô Brasil,
Ndê, iyaissú !

Mira quá yuy sui sy catú,
Ndê, ixaissú, Brasil!

Ienotyua catú pupé reicô,
Memê, paráteapú, quá ara upé,
Ndê recendy, potyr America sui.
I Cuaracy omucendy iané !

Inti orecó purangáua pyré
Ndê nhu soryssára omeen potyra pyré,
ìCicué pyré orecó iané caaussúî.
Iané cicué, ìndê pyá upé, saissú pyréî.

Iassalsú ndê,
Oh moetéua
Auê, Auê !

Brasil, ndê pana iacy-tatá-uára
Toicô rangáua quá caissú retê,
I quá-pana iakyra-tauá tonhee
Cuire catuana, ieorobiára kuecê.

Supí tacape repuama remé
Ne mira apgáua omaramunhã,
Iamoetê ndê, inti iacekyé.

Yby moetéua,
Ndê remundú,
Reicô Brasil,
Ndê, iyaissú !

Mira quá yuy sui sy catú,
Ndê, ixaissú,
Brasil!

blog do netuno

domingo, 20 de setembro de 2009

Índios isolados no Acre correm risco de desaparecer, alerta indigenista

Devastação no Peru empurra tribos para o Brasil, diz José Carlos Meirelles.
Invasão de território pode causar confronto entre comunidades.


Iberê ThenórioDo Globo Amazônia, em São Paulo


As últimas comunidades indígenas brasileiras que nunca tiveram
contato com o homem branco correm risco de desaparecer. Elas
vivem no Acre, na divisa com o Peru, e suas terras estão sendo
invadidas por tribos peruanas também isoladas, que fogem da ação
de madeireiros em seu país.
Segundo o sertanista José Carlos Meirelles, que há
20 anos monitora as três tribos brasileiras que vivem sem
contato, a invasão dos territórios pode causar conflitos entre
os povos. “O pau pode estar comendo dentro do mato e a gente não
vai nem ficar sabendo”, afirma.

Foto: Gleylson Miranda/Funai

 

Tribo isolada que foge para o Brasil tem cerca de
80 pessoas. (Foto: Gleylson Miranda/Funai)

Meirelles, que vive na região e sobrevoa essas tribos pelo menos
uma vez por ano, conta que os índios peruanos começaram a
aparecer no território brasileiro há cerca de dois anos. Ele diz
que é muito difícil de ver as pessoas durante os vôos, mas pelo
número de malocas avistadas calcula que a tribo estrangeira
tenha cerca de 80 indivíduos. “Quando o avião chega perto deles,
eles desaparecem. Alguém de avião já deve ter dado tiro, soltado
bomba”, avalia.

Foto: Gleylson Miranda/Funai

Como nunca tiveram contato com brancos ou mesmo índios de outras
etnias, os povos isolados do Peru encaram todos que encontram
como inimigos. “Eles chegam aqui, vêem os brancos e pensam que
são os madeireiros, iguais aos de lá. Aí eles atacam a gente,
com toda razão”, relata o sertanista, que já foi alvo de flechas
dos indígenas.
Além dos índios brasileiros isolados, outras
tribos que vivem na região também correm perigo. Em entrevista
ao Globo Amazônia, os líderes indígenas Moisés
e Bekni Ashaninka, que também moram no Acre, relataram que temem
conflitos com os isolados, já que eles os confundem com índios
da mesma etnia que trabalham no desmatamento no Peru.
Segundo Meirelles, que trabalha para a Fundação
Nacional do Índio (Funai), o governo brasileiro pouco pode fazer
além de pressionar o Peru para fiscalizar a retirada ilegal de
madeira em seu território. Ele diz que o lado brasileiro já está
todo demarcado com terras indígenas, e não há ameaças deste
lado. “Os índios estão vindo de lá para cá porque aqui está
tranqüilo”, afirma.Para o sertanista, a melhor forma de os
brasileiros ajudarem a evitar o conflito entre as tribos é
pararem de comprar mogno, desestimulando a atividade madeireira
na região. Essa madeira é o principal produto retirado das
florestas peruanas. No Brasil, o corte da espécie já é proibido.


fonte:globo.com

 


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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Expedição faz novas fotos dos índios isolados da floresta amazônica.



Índios isolados  que vivem em terras indígenas no Paralelo de 10°S e suas imediações, no Acre, voltaram a ser fotografados em julho durante sobrevôo de avião organizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e o governo do Acre. Os índios isolados ocupam três conjuntos de malocas, situados nas cabeceiras do rio Humaitá, no alto Riozinho e no alto igarapé Xinane.


Dois desses povos têm presença permanente constatada em território brasileiro há décadas, enquanto o terceiro se assentou há menos de dois anos no alto Xinane, oriundos do lado peruano da fronteira. Um quarto povo, os Mashco-Piro, passa temporadas, geralmente durante o verão, em território brasileiro, nos rios Envira, Iaco e Chandless (os últimos dois afluentes do rio Purus).


A divulgação de fotos das malocas dos isolados nas mídias nacional e internacional, após sobrevôo realizado em abril do ano passado, alertou sobre a necessidade de ações continuadas para a proteção desses povos e de seus territórios. Esse é o principal objetivo de um componente do Termo de Cooperação Técnica assinado em outubro último entre a presidência da Funai e o governo do Acre.


Existem no Estado três terras indígenas (Kampa e Isolados do Rio Envira, Riozinho do Alto Envira e Alto Tarauacá), com extensão de 636,3 mil hectares, destinadas à proteção de três povos “isolados”.


Também situadas na fronteira com o Peru, outras seis terras indígenas e o Parque Estadual Chandless constituem territórios utilizados pelos isolados em seus deslocamentos e em suas atividades de coleta, caça e pesca.


As dez terras e o parque têm extensão agregada de pouco mais de 2 milhões de hectares, integrando um mosaico contínuo de 28 terras indígenas e 15 unidades de conservação (de uso sustentável e proteção integral), de 7,7 milhões de hectares, que ocupa 46% da superfície total do Acre.


Participaram da expedição o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Jr., coordenador da Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Envira e assessor Especial dos Povos Indígenas do governo do Acre,  Francisco Pinhanta, além do fotógrafo Gleilson Miranda, da Secretaria de Comunicação.


Fotos: Gleilson Miranda/Secom