domingo, 31 de janeiro de 2010

Conheça os peixes ornamentais da Amazônia

PA e AM são os estados que mais exportam peixes de aquário no país.

Captura é feita com autorização e movimenta milhões de reais.

Um pedacinho da Amazônia pode estar vivendo dentro da sua casa, sem você saber. A região de Barcelos, no Amazonas, é uma das mais ricas do planeta em peixes ornamentais, que são capturadas lá e vivem em aquários espalhados por todo o mundo.

Segundo as últimas estatísticas do Ibama, o Brasil exportou, em 2007, R$ 5,9 milhões em pequenos peixes de água doce, sendo que 90% desse valor veio de espécies capturadas no Pará e no Amazonas. O animal mais popular é foi o tetra cardinal (Paracheirodon axelrodi), da Região Norte, que alcançou a marca de 18,3 milhões de unidades exportadas.

Foto: Henrique Lazzarotto-Instituto Mamiraúa/Divulgação

Acará-disco é uma das 'estrelas' da Amazônia. Na reserva de Amanã, a coleta é acompanhada de estudos científicos para causar pouco impacto sobre a natureza. (Foto: Henrique Lazzarotto-Instituto Mamiraúa/Divulgação)

A maior parte da atividade é feita de forma legal, e o Ibama tem uma lista de 379 espécies que podem ser coletadas. Na reserva de Amanã, no Amazonas, a captura é feita com o acompanhamento de cientistas, que estudam a melhor forma de tirar os peixinhos da natureza com o mínimo impacto.


Confira alguns dos peixes amazônicos mais populares

(Foto: Wikimedia Commons)

Tetra Cardinal, Neon Cardinal, Neon
Paracheirodon axelrodi

É, de longe, o mais popular. Por ser pequeno, bonito e fácil de criar, ganhou a preferência de aquaristas ao redor do planeta. Tem um parente muito parecido com ele, o neon verde (Paracheirodon simulans) que também está entre os mais populares da Amazônia.

(Foto: Wikimedia Commons)

Limpa-vidros
Otocinclus affinis e Otocinclus vittatus


Pequenos, são muito procurados por seus serviços de “higienização” nos aquários.

(Foto: Wikimedia Commons)

Rodóstomus, rodóstomus falso
Hemigrammus bleheri

Chamam a anteção pela cabeça vermelha e pelo rabo listrado.

(Foto: Wikimedia Commons)

Coridora, limpa-fundo
Corydoras sp


Simpáticas e pacíficas, adoram comer uma minhoca.

(Foto: Wikimedia Commons)

Peixe-borboleta
Carnegiella strigata

Faz jus ao nome, e literalmente voa para fora do aquário se uma tampa não for colocada.

Veja a lista do Ibama com as espécies permitidas para coleta

Ribeirinhos fazem pesca sustentável de peixes ornamentais no AM

Coleta é realizada na reserva de Amanã, no norte do estado.

Depois de muitas pesquisas, moradores da Reserva de Amanã, no norte do Amazonas, conseguiram fazer sua primeira coleta sustentável de peixes ornamentais. Com todo o cuidado para não depredar o ambiente ou causar impacto na vida dos animais aquáticos, os ribeirinhos coletaram 750 exemplares de acará-disco, peixe muito procurado por apaixonados por aquários.

(Fotos meramente ilustrativa)

Na primeira coleta, 750 acarás-disco foram capturadas por ribeirinhos com a ajuda de pequenas redes.

Os estudos para capturar peixes coloridos sem causar danos à reserva começou em 2003. Segundo o biólogo Alexandre Hercos, que realizou as pesquisas com o apoio do Instituto Mamirauá, cientistas conseguiram selecionar 13 espécies de peixes ornamentais para a pesca dentro da reserva.

Para fazer a escolha, foi feito um levantamento de quais eram os animais mais abundantes, as espécies que tinham maior valor comercial e as que estavam autorizadas para comercialização pelo Ibama. “Estabelecemos algumas cotas para a coleta, para que a captura seja sustentável”, explica Hercos.


Predador
A captura experimental foi realizada em outubro de 2008. Com pequenas redes, parecidas com um grande coador de café, os ribeirinhos coletaram os peixes em igarapés. Enquanto eram negociados, os animais ficaram alojados por um tempo em criadouros instalados em córregos.

Foram coletadas cinco espécies diferentes, mas apenas o acará-disco permaneceu nos viveiros. “Algum peixe rasgou a rede e os bichos fugiram”, conta o biólogo do Mamirauá.

As espécies foram negociadas no final do ano, em Manaus. Pelos 750 peixes, o comprador desembolsou R$ 2.750. Para provar que os animais foram coletados de forma cuidadosa, o Instituto Mamirauá permite ao comprador rastrear a origem dos peixes por meio de seu site na internet. Lá, pode-se ver o local exato onde os peixes foram capturados.
fonte:Globo Amazônia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ALGUMAS PALAVRAS DO DICIONÁRIO GUARANI - TUPI - TUPI ANTIGO - PORTUGUÊS



Foto ilustração
Ao contrário das consoantes, as vogais tupis são riquíssimas: a, e, i, o, u, y, vogais orais e outras tantas nasais, com til, além dos sons diferentes que representam quando devidamente acentuadas: â, á, ê, é, î, í, ô, ó, ú.


Não existem no tupi os sons de F, J, L, V e Z, nem é compatível com a língua os grupos bla, bra, pla, pra, cla, tra, gra e outros, isto é, grupos com duas consoantes juntas. Por influência do português algumas daquelas letras entraram na grafia tupi e, assim, as palavras escritas com J, hoje, que se pronuncia como "dj", deveriam ser com "i".

A: cabeça, coisa arredondada; também, semente, raiz
AARU: espécie de bolo preparado com tatu moqueado, triturado em pilão e misturado com farinha de mandioca.
ABABÁ: tribo tupi-guarani que habitava as cabeceiras do rio Corumbiara (MT)
ABAÇAÍ: a pessoa que espreita, persegue, gênio perseguidor de índios, espírito maligno que perseguia os índios, enlouquecendo-os.
ABAETETUBA: lugar cheio de gente boa; abá (homem) + eté (muito bom, verdadeiro) + tuba (abundância)
ABAÍBA: noivo, namorado
ABANÃ: (gente de) cabelo forte ou cabelo duro
-ABÁ NHE'ENGA, ABANHEÉM, ABANHEENGA, AVANHEENGA, AWAÑENE: língua dos índios, língua de gente, a língua que as pessoas falam
ABARÉ, AVARÉ, AWA'RÉ: padre
ABAREBÊBÊ: de homem distinto que voa, o padre voador
ABAPY: pé de homem, aba (homem, índio, pessoa) + py (pé)
ABAPORU: aba-poru homem-comer (homem que come gente, antropófago)
ABATI, ABATÍ: milho, plantação de milho / abatiy vinho de milho / auati, avati gente loura, que tem cabelos louros (como o milho)
ABEQUAR: homem que voa
ABIRÚ: cheio, repleto, farto, gordo, cheio de comida
ABOÇÁPECAÚ: nome de uma taba encontrada na ilha pelos primeiros conquistadores. Aboçá é corrupção de imbiaçá que vem de mbé - açaba - a saída do caminho, o porto; peca significa pato e U significa, água, rio. Donde temos aboçá-peca-u ou mbê-açaba-peca-u que se transformou no "massiambú" de nossos dias e que interpretamos caminho do rio do pato.
ABÓI: minhoca
ABUNÃ: comida com ovos de tartaruga-da-amazônia
AÇÃ: gritar
ACAMIM: uma das espécies de pássaros; uma das espécies de vegetais
ACANGATARA: cocar, enfeite de cabeça, espécie de coroa de penas de cores vistosas, usada nas festas das tribos.
ACARÁ: denominação da garça branca, garça, ave branca
AÇARAI: de rio do acará ou cará
ACARAI, ACARAÚ: rio das garças
ACAUÃ: língua tupi; ave que mata as cobras e sustenta com elas seus filhotes.
ACEMIRA: o que faz doer, o que é doloroso
ACUTI, ACUTIA, COTIA: nome de uma taba indígena que existia onde é, hoje, a capital de Santa Catarina no lado continental; nome dado pelos guaranis ao animal roedor, conhecido vulgarmente por cutia.
ADJULONÁ: assobios de folhas de buriti, entre os índios Carajás
AÊ: amigo
AÊTÉ, ANÊTE: elevado, elevadíssimo
AGUANIRANGA: bracelete com penas
AGUAPÉ, AWAPÉ: redondo e chato, a vitória-régia, plantas que flutuam em águas calmas
AGUARACHAIM, GRACHARIM: de o devorador ágil
ÃÎA (T-, R-, S-): t-ãîa ou anha dente; xe r-ãîa - meu dente; s-ãîa - seu dente
AICÓ OU ECÓ OU ICÓ: ser, estar, viver / muitos casos não precisa empregar o verbo, exemplo "xe catu" (eu bom), está implícito "eu sou bom".
AIMARA: árvore, araçá-do-brejo
AIMARÁ: túnica de algodão e plumas usada principalmente pelos guaranis.
AIMIRI, AIMIRIM: formiguinha
AIPIM: de raiz enxuta, mandioca mansa
AIRUMÃ: estrela-d'alva
AIRY: uma variedade de palmeira
AISÓ: formosa
AÎTATAKA: bater o queixo de frio
AÎUBA: maduro (fruto amarelo)
AÎUBYKA: enforcar
AIYRA: filha
AJUÁ: fruta com espinho
AJUCÁ: Festa de Jurema, entre os indígenas
AKÃÍ: gravetos
AKAÎU: caju, ano (os índios contavam anos, tomando como base o aparecimento do cajú)
AKAÎUI: vinho de cajú
AKAÎUTI: castanha de cajú
AKANGATU: memória, lucidez, inteligência
AKITÃI, AKIITÃI, IRAKITÃ OU MUIRAKITÃ: baixo, baixa estatura
AKUB (R-S-): quente xe r-akub - eu estou quente; s-akub - ele está quente; itá-akub - a pedra quente
AMANA OU AMANDA: chuva
AMANACI OU AMANACY: a mãe da chuva
AMANAIARA: a senhora da chuva ou deusa da chuva; de amana (chuva) + iara
AMANAJÉ: mensageiro
AMANARA: dia chuvoso
AMANDY: dia de chuva
AMAO: personagem divina que ensinou aos indígenas camanaos, do Rio Negro, Amazonas, o processo de fazer beiju, tapioca e farinha de mandioca.
AMARY: uma espécie de árvore
AMATIRÍ OU AMÃTITI: raio, corisco
AMBERÉ: lagartixa
AMBÛÁ: centopéia
AMERÊ: fumaça
AMI: aranha que não tece teia, espremer
AMÓ RUPI: ao contrário, às avessas
ÁMO: algum
AMONGÛY: emplumar o corpo de
AMOPIRA: precipício
AMOSOBAINDABA: o outro lado do rio, a outra margem
AMUARA: algum dia
AMUNDABA: aldeia vizinha, arrebalde
AMYIPAGÛANA: antepassado
AMYNIÎU: algodão
AMYRI: finado, defunto (forma afetiva)
ANACÊ: parente
ANAJÉ: gavião de rapina
ANAMA: família, parente, raça, nação / anama grosso, espesso
ANAMÍ: uma espécie de árvore
ANÃMIRI: anão, duende
AÑARETÁ: inferno
ANAUÊ: salve, olá
ANDUBA: (verbo) perceber, sentir
ANEQUIM: de espécie de tubarão
ANGÁ: expressão de surpresa agradável bom!, que bom!
ANGABA: exprime compaixão (coitado!)?
ANGATU: alma boa, bem estar, felicidade
ANGU: de papa de farinha
ANGÛERASO: espantar, atemorizar, aquilo que apavora
ANHÃI: na ponta, no cabo
ANHANA: expelido, empurrado
ANHAPOÃ: presas, dente canino
ANHIMA: de a ave preta
ANHÓ: só, somente
ANHUBANA: abraçar
ANHURI: colo, estreito no meio
ANINGA: arrepio, arrepiar-se
ANOMATÍ: além, distante
ANONGA: agourar, prognosticar
ANTÃ: forte, ágil, esperto
ANU: de o aparentado
AOBA: roupa
AONDÊ: coruja
APAMONAMA: misturar, remexer
APATUIÁ: secar
APEARÕ: entocaiar, esperar escondido
APEASABA: pontilhão, passarela
APECATU: o bom caminho
APECU, APECUM, APE'KU (APICU, APICUM): mangue, brejo de água salgada (à borda do mar), croa de areia feita pelo mar
APEÎARA: guia (conhecedor dos caminhos)
APEK (S): sapecar, chamuscar, queimar ligeiramente
APENUNGA: onda
APEOKA: descascar, desentortar
APEPU: som de coisa oca
APEPÛERA: casca de concha
APERERÁ: raso, igual, tosado
APETEREI: de rio do meio
APIÇÁ: atenção
APICHAI: crespo, enrugado
APÓ (S-R-S): s-apó raiz; xe r-apó - minha raiz; s-apó - raiz dele
APOENA: aquele que enxerga longe
APUAMA: que não para em casa, veloz, que tem correnteza
APUAVA, PUAVA: de o saltador
APUÉ: longe, distante
APYRYTÁ: armação de cumeeira
APYTAMA: feixe, molho, ramalhete
AQUÍRI: perna
'AR: cair
ARA: dia, luz, tempo, clima, nuvem, hora, nascer
ARÁ: papagaio / aracema bando de araras, papagaios (periquitos, jandaias)
ARABÉ: barata, besouro
ARACATU: bom tempo; de ara (dia, tempo) + catu ou katu (bom)
ARACÊ: aurora, o nascer do dia, o canto dos pássaros (pela manhã)
ARAÇÓIA: saia de plumas de ema que os índios usavam ao redor da cintura em certas cerimônias.
ARACU: na astronômia indígena do Amazonas é o grupo de estrelas que forma a empunhadura da espada do Orion na constelação de mesmo nome.
ARACUAM, ARAQUAN: de o papagaio esguio
ARAGUARI: este nome aparece assim grafado em antigos mapas Lecori, Ancori, Lencori, Araracari, Aracori, Araquari, penso que a grafia mais exata é a última. Temos então ara (papagaio), quara (buraco, esconderijo) e Y (água, rio), rio do esconderijo dos papagaios.
ARANI: tempo furioso
ARAPARI: o Cruzeiro do Sul, para as tribos indígenas do Rio Solimões
ARAPONGA: do papagaio que soa estridente
ARAPUÃ: abelha redonda
ARAPUCA: de colher aves, armadilha para aves, construindo numa pirâmide de gravetos de pauzinhos ou lasca de bambu.
ARARÁ: variedade de formiga
ARARAMA, ARARUAMA, ARATAMA: terra dos papagaios
ARARANGUÁ: este nome aparece pela primeira vez no mapa de Clemente Jough (1640) grafado Aremangar e depois, em outros, Ararariga, Aranga, Areronger, auronga, Araranga, Jerongoa, etc. Vem, pois, de Arara espécie de papagaio e gua ou goá, vale baixada, bacia. Logo vale dos papagaios.
ARARAPARI: é a enxó indígena
ARARÊ: amigo dos papagaios
ARASY: estrela d'alva, madrugada
ARATACA: de armadilha de papagaio
ARATINGAÚBA: de árvore do papagaio branco
ARATINGUÁ: de papagaio de bico redondo
ARAÚNA OU ARARÚNA: ave preta
ARÉ: o Noé dos indígenas Tupi-Guarani
AREBÁ: demora
AREBO: cada dia
ARETÉ: dia festivo
ARI, 'ÁRY: em cima, acima
ARIOCA: de casa, ninho de sapo
ARIRIU, ARIU, IRIRIU: de rio da ostra
AROEIRA: de árvore velha
AROUI: de rio do sapo
ARU-APUCUITÁ: remo de aru, assim chamavam os indígenas do Rio Negro.
ARUÇA: de caranguejo
ARURU: tristonho
ASAB (S): atravessar, cruzar
ASEMA: grito, gritar, gritador
ASSURINI: tribo pertencente a família lingüística tupi-guarani, localizadas em Trocará, no rio Tocantins, logo abaixo de Tucuruí (PA).
ATAENDY: chama
ATAENDYURU: castiçal, lamparina
ATAGÛASU: fogueira
ATAÎRU: companheiro de viagem
ATAUÚBA: flecha incendiária, foguete
ATI: gaivota pequena
ATIAÎA: raio de luz, que reflete luminosidade
ATIATI: gaivota grande
ATURASÁ: branco que casava com índia
AUAIÚ-AIAPÉ: bate-pé
AUÇÁ: de caranguejo
AUPABA: terra de origem
AÛSUB (S): amar / saiçú, uaçaiçú amar / moraussuba amar os outros, amor, afeto; do tupi poro ou moro (prefixo) + aussuba (amar) / joaussuba amarem-se (uns aos outros); do tupi "jo" (prefixo) + aussuba (amar)
AWA: redondo
AYMBERÊ: lagartixa
AYTY: ninho

A letra "b" tem sempre o som nasal, próximo a "mb", principalmente no meio das palavras. as consoantes são bastantes dúbias e confusas, principalmente o p, o b e o m. exemplos: Burity, Murity, Maranã, Paranã, Biri, Piri (de peri o junco), são palavras que se confundem, geralmente.

BÁ: pleno, cheio
BABACUTAIA: vida aracanguira
BABAKA: virar, voltar-se, revirar; retorcido, a vulva
BABAQUARA: tolo, aquele que não sabe de nada, também morador do refúgio
BABITONGA: este nome vem escrito, Bapitanga pela primeira vez no mapa de Pere Coronelli em 1648. Nos seguintes Bepitanga, Pepitanga, Babytonga, etc. Teceram sobre ele histórias e lendas mas na minha opinião este nome provém da ilhota Itapitanga. De ita pedra e pitanga vermelho. Logo pedra vermelha.
BABUI: de palavra híbrida be bambu e Y rio do bambu.
BACOPARI: de depósito d'água
BACUCU: de espécie de marisco
BACUPARI OU BACURI: de "'ybá ou yba" (fruta de árvore) + "cury", fruto apressado, amadurece rápido...
BAGUAÇU: de fruto grande
BAGUAL: do que é mortal
BAIACU: do bicho quente
BAÍRA: entidade civilizadora dos indígenas parintintins ou cauaiuas, do rio Madeira, no Amazonas, de raça tupi. Ensinou a pesca com sangab (visco).
BAMBAE: o que é torcido
BANGA: torto, virado
BAPO OU MBARAKA, MARACÁ, MARAKÁ, MARACAXÁ, XUATÊ: cascavel; chocalho usado em solenidade; que imita o maraká, barulhento
BAQUARA, BIQUARA OU MBAEKWARA, NHAMBIQUARA: sabedor de coisas, esperto, sabido, vivo
BARAUNA: de madeira preta
BATARRA: grande, forte
BATINGA: de madeira branca
BATOQUE: pedra de beiço, ou cilindro de pau, pedra resina, que os indígenas colocavam no lábio inferior.
BATOVI OU BATUI: de rio da cana verde
BAU, EMBAU, MBAU: de oco, vazio; de rio oco
BEBÉ: voar
BECUIVA: de árvore de fruto quente
BEIJÚ: de bolo de mandioca torrada, o enroscado
BEÎU: pão, bolo.
BERAB OU BERABA: brilhar, resplandecer; brilhante; resplandecente
BERIMBAU: de morro furado
BIAÇA: lê-se este nome pela primeira ver em Hans Staden, no mapa de Clemente de Jonghe (1640), designa o porto da Laguma. Nos seguintes lemos Ibuasup, biassa Ibiaçá e Birasuera vem de Mbê ou pê caminho, trilho, Açaba ou Aça atravessar, cruzar. O passo, o porto.
BIBOCA: de lugar, casa acanhada, casa de barro, moradia humilde
BIRAQUERA, IBIRAQUERA, VIVAQUERA: de dormida do peixe
BITUVA, EMBETUBA, IMBITUBA: lugar de muita planta, trepadeira
BÔCA: de um buraco no chão, para jogar bolinha de gude, furo
BOCAINA: de entrada do mato
BOIPATIBA: deve ser o atual Mampituba que nos mapas antigos vemos assim escrito Iboipitinni, Ibepetuba, Iboipitinhi, Iboypetinhi vem de Mboi cobra, peti casca, escama, tin ou tinga branco e y agua, rio. Logo rio da cobra de escama branca.
BORA: particípio; indica contrariedade
BORÉ: flauta de osso / teró flauta de taquara / mimby, toré flauta
BOTIÁ: de variedade de coco muito comum no litoral catarinense
BOTIÁTUBA: de lugar de muito coco botiá
BOTUCA, MUTUCA: de a mosca que perfura, ou aguilhoa, mosca que ataca os animais
BRACATINGA: de árvore de folha branca
BREJAUVA: de árvore cujo o fruto abre
BRUACA: de saco de couro, cesto de erva (mulher velha?)
BUCARAIM: de rio da cobra escamosa
BUCICA: de cão pequeno
BUCUI: de rio da areia fina
BUGRE: denominaçao dada pelo povo aos selvicolas. Julga o Ilustrado P. Teschaner que este vocábulo provém da antiga palavra francesa Bougre que significava sodomita.
BUIAGU: de terra quente
BUPEBA: de terra plana, planície
BYR: levantar-se, erguer-se

CAA, CAÁ, KA'A, KAÁ: mata, mato, folha, planta / ka'agwy mata, bosque, floresta
CAAPII, CAPIM: de folha miúda, mato fino, folha delgada
CAATY: pasto / caatinga ou catinga mato branco
CABA: marimbondo, vespa
CABIRU: de rio da coruja
CABOCLO, CABURÉ, CAFUZO, KABU'RÉ, TAPUIO: de tirado do mato, sertanejo; procedente do branco, mestiço de branco com índio. Atualmente, designação genérica dos moradores das margens dos rios da Amazônia.
CABORE: ave noturna, de pio ululado, tida como agourenta pelos indígenas cariris.
CABREUVA: de fruto da coruja
CABRIUNA: de mato de casca preta
CABRUÉ: da coruja
CACHUMBA: de inflamação das glândulas salivais
CACI: dor
CACIRA: vespa de ferroada dolorosa
ÇAÇUENA: sacuena
CAÇULA: de filho mais novo
CACUPÉ: costa do mato, atrás do mato; de caá (folha de árvore, o mato) e cupê, cupe, kupe (atrás, apoio, costa)
CAETÉ, CAETÊ, CAITÉ: de mato virgem ou verdadeiro
CAFUNDÓ: de sítio escuso
CAFUNÉ: de estalido que se dá com as unhas na cabeça de alguém que se cata...
CAIACANGA: de cabeça de bugio (espécie de macaco)
CAIACANGA-AÇU: de cabeça de bugio grande / caiacanga-mirim de cabeça de bugio pequena
CAIANA: de variedade de cana de açúcar
CAIÇARA: cerca feita pelos indígenas em torno da taba (vila indígena)
CAINGANGUE: grupo indígena da região sul do Brasil, já integrado na sociedade nacional, cuja língua era outrora considerada como jê e que, hoje, representa uma família própria, coroado, camé, xoclengues.
CAIPIRA: de vergonhoso, roceiro, aldeão... O termo caipira em língua tupi significa "cortador de mato", nome que os índios do interior de São Paulo deram aos homens brancos e caboclos. É, por extensão, uma designação genérica dada aos habitantes do interior do Estado de São Paulo... (José Henrique)
ÇAIRA: de olhos pequenos
CAJURU: de entrada do mato
CALINDÉ OU CANINDÉ:
CALUNDÚ: de mau humor, cabeça esquentada
CALUNGA: de boneca, negro, cabeça preta
CAMB, KAMBY: leite, líquido do seio, peito, teta, mamica
CAMBACICA: de peito liso
CAMBAJURA: de matagal rijo
CAMBIRELA OU CAMBIRERA: de cambir-reya, muitos seios ou dorsos empolados, em alusão talvez ao grande número de picos da serra do mar.
CAMBOATA, CAMBOATÁ, CUMBATA: de mato que serpenteia
CAMBOI: de rio das vespas
CAMBOIM, CAMBUI: de folha, mato
CAMBORIM: de rio do robalo
CAMBORIU: de rio onde corre o leite
CAMBUCÁ: de vem de folha mato e que estoura
CAMBUQUIRA: broto de abóbora
CAMBURÉ: de coruja
CAMÉ: subtribo do grupo caingangue
CAMUÁ: palmeira de caule flexível, cheia de espinhosos
CANEMA: de folha fedida
CANGICA, CANJICA: de papas de milho branco, dentes, de grão mole ou cozido / cangicassu de grão grande cozido
CANGUA: de cabeça redonda
CANGUARI: de rio do extremo
CANGUÉ: osso
CANGUEIRO: de cabeça velha, caveira
CANHANHA: de roncador
CANHEMBORA: fujão; de canhema (fugir) + "bora" (sufixo do tupi)
CANHENHA: de mato que rumoreja (resmunga)
CANINANA: de seco e riscado
CANITAR: cocar
CANOA (UBÁ): embarcação a remo esculpida no tronco de uma árvore; uma das primeiras palavras indígenas registradas pelos descobridores espanhóis; montaria (designação atual usada pelos caboclos da Amazônia); (ubá).
CAPANEMA: de mato ruim, imprestável
CAPÃO: de ilha de mato
CAPENGA: pessoa coxa, manca
CAPINAR: de pelar o mato, despir de folhas (carpir)
CAPITINGA: de folha miúda branca
CAPIVARI: de rio da capivara
CAPOEIRA: de mato velho, extinto
CAPOROROCA: de mato que faz barulho; veja "pororok" (explodir)
CAPORORORA: de variedade de anta
CARAÁ: da semente do cará
CARACÚ: de medula óssea; raça de gado
CARACUVA: de piolho de galinha
CARAMONA: de arbusto
CARAPIÁ: de cara pintado
CARAPINHA: de cabelo crespo de negro
CARAÚ: de rio do acará
CARAUNA, CAUNA: de folha preta
CARI: o homem branco, a raça branca
CARIJÓ, CARIÓ, CÁRIO, CARIBOCA, CARIOCA (NOME DE QUEM NASCE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO), CURIBOCA, KARIÎÓ, KARIBOKA, KARIOKA: de kariîó (carijó) e oka (casa), casa de carijós, casa de branco; procedente do branco, mestiço; como o galináceo de penas salpicadas de branco e preto. Carijó também é a antiga denominação da tribo indígena guarani, habitante da região situada entre a lagoa dos Patos (RS) e Cananéia (SP).
CARIMAN: de massa de mandioca
CARIRU, CARIRÚ, CÁRURU: de folha grossa
CAROBA: de folha amarga
CAROCEIRA: de raspas de mandioca
CARRANCHO: de o que arranha
CARRAPICHO: de espinho comprido
CATAGUA, CATIÁ, CATIGUA, CATIGUÁ: de folha riscada
CATAPORA: de fogo que irrompe (espécie de varicela)
CATERETÊ: de estalar (dança)
CATETA: de variedade de anchova
CATURRITA: de pequeno, anão
CAVERÁ: de folha brilhante, luzidia
CÊ: canta
CECI: mãe
CÉIA: gente
CENDIRA: irmã
CERIU: de rio do siri
CHA-Í-QUÍ: tia
CHACHARRA: de variedade de gaturamo
CHANCHERE, XANXERE, XANXERÊ: da campina da cascavel
CHAPECÓ: de donde se avista o caminho da roça
CHECÚ-CÚ: língua
CHERAMAY: avô / cherayi-tayra filho
CHIMBÉ: diz-se do boi cujas aspas encurvadas quase tocam a testa
CHIPA: guloseima feita de polvilho e queijo, também usada no Paraguai.
CHIRIPÁ: de espécie de cinto
CHIÚ: choro
CHOPIM: de conhecido também por vira-bosta
CICA: de resinoso
CIPÓ: de fibra que se apega / cipoai de cipó áspero
COANDU: de o que corre na roça; espécie de ouriço
COBA: a cara, rosto
COEMA: já é dia, manhã, amanhecer
COIVARA: de limpa de roça (queimada para roçar)
CONGONHA: de erva que sustenta (Congonhas?)
COPAIBA OU COPIUBA: de árvore da formiga
CORCOROCA: do que ronca
COTEGIPE: de rio torto ou sinuoso; "akuti îy-pe" no rio das cotias
COTUBA: de muita carne (forte nutrido)
CRICRI: de pequeno gavião
CRIOULO: a etimologia do nome crioulo vem de criar, que foi criado...
CUANGUERI: de rio da careira
CUI: farinha bem fina
CUIA: de a farinha, o pó (vaso feito de catuto)
CUITÉ: de vaso verdadeiro
CUMACAHY: trepadeira de raiz tuberosa; as folhas são tônicas do couro cabeludo e atuam contra a caspa. O aroma das flores é delicioso.
CUÑÁ, KUNHÃ: mulher / cunhã linguarudo / kunhã-muku-'im mocinha / "kunhã i katu" a mulher, ela (é) bondosa / "kunhã i porang" a mulher, ela (é) bonita / Para se distinguir sexos utiliza-se as palavras macho (mena) e fêmea (cunhã).
CUNHADUVA: de canoa da mulher
CUORE: já, agora
CUPENDIPE: indígenas de asas que os apinajés diziam existir no Alto Tocantins
CUPIM: de cupi a formiga
CUPIÚBA: árvore grande, uma das mais altas da Amazônia, casca e folhas amargas, mas úteis contra as oftalmias.
CURUMI OU CURUMIM, TAMBÉM KURUMÍ, KUNUMI, KUNUMIM: menino (palavras utilizadas no Amazônas); plural curumins / kunumim-gûasu moço

A letra "d" inicial nunca é pura, é um d nasal, isto é, "nd" e mesmo no meio da palavra o som é nasal.:
DAMACURI: tribo indígena da Amazônia
DAMANIVÁ: tribo indígena de RR, da região do Caracaraí, Serra Grande e serra do Urubu.
DENI: tribo indígena aruaque que vive pelos igarapés do vale do rio Cunhuã, entre as desembocaduras dos rios Xiruã e Pauini (AM).


EÇÁ, ESSÁ, TEÇÁ: o olho do homem, olhar, os olhos / aeca, eca, echar (verbo) ver, avistar / epîak (s) ou epiaca ver / espiar de ver, olhar
EÇABARA: o campeador
EÇAÍ: olho pequeno
EÇARAIA: o esquecimento
E'EM (R-S-): doce
EÍRA: mel
EMBA: de oco vazio
EMBARÉ: de oco, diferente
EMBAUBA, IMBAUVÃO: de árvore oca
EMBIRA: de casca de árvore
EMBIRAÇA: de casca grossa
EMBURUIANA: de o umbu falso
EMIMOTARA (T-R-S-): t-emimotara vontade; xe r-emimotara - minha vontade; s-emimotara - vontade dele
ENCOIVARAR: de fazer queimada
ENDY (T-, R-S-): t-endy luz; xe r-endy - minha luz; s-endy - luz dele
ENDUAPES: mantos de penas
ERA (T-, R-, S): t-era nome; xe r-era - meu nome; s-era - nome dele (veja cuera)
ERÊ: de campo?
ESGARABATABA: a zarabatana, um tubo geralmente feito de taquara, com o qual assopravam setas envenenadas.
ESPÔCAR: de saltar, arrebentar
ESSÁUNA: essá-una (olhos-negros)
ESSOMERIE: de chefe pequeno
ETAMA (T-, R-,S-): t-etama região, terra; xe r-etama - minha terra; s-etama - terra dele

GALIBI: tribo indígena da margem esquerda do alto rio Uaçá (AP).
GARAPA: caldo de cana
GARATÉA: nome de um busca-vidas
GATURAMO: de bom presságio
GAÚCHO: de cavaleiro
GÊ, IÊ, JÊ, JE, NHE: (prefixo) / jemoúba acomodar-se; do tupi "je" (prefixo) + moúba (acomodar)
GENIPAPO: de que serve para pintar
GEREVA: de chato ou manchada
GERIBÁ: nome de um coqueiro
GERIVA OU JERIVA: do que tem fruto em cacho
GERIVATUBA: de o que tem fruto de cacho, palmeira
GI: de machado
GIGUAÇU: de machado grande
GIRAO: de armação de paus
GITIRANA-BOIA: de cigarra cobra
GOIA, GUAIÁ: de gente semelhante
GOIO-COIÓ: que vem de água do rio
GOIO-EN: de que vem de rio fundo
GOITACÁ: nômade, errante, aquele que não se fixa em nenhum lugar
GRANDIUVA: de árvore de talo farpado
GRAPICICA, GUARAPICICA: de madeira de casca lisa
GRAVATÁ, GUARAGUATÁ: de o escamoso ou palmeira rija, dura
GUA: de vale
GUABIROBA, GUABIRUVA: de fruto de comer amargo
GUACÁ: de folha redonda
GUAIACA: de cinto de couro
GUAYBY: velha / gûaîbim velha
GUAMAMBACA: do vale que cerca o céu
GUAMIRIM: de vale pequeno
GUAMPA: aspas de boi
GUANANDI: de árvore oleosa
GUANDÚ: da que corre ligeira
GUAPARI: de árvore torta
GUAPEVA: de folha chata
GUAPUAN: de pau redondo
GUARACIABA: cuaracy-aba sol-cabeça/cabelos ou (raios de sol, cabelos louros)
GUARACICA: de pau resinoso
GUARAETÁ: de árvore verdadeira, madeira legítima
GUARÁIPU: de refúgio que surge; variedade de abelha
GUARAJUBA OU GUARAJUVA: de pau amarelo
GUARAPERE: de pau traçado
GUARAPURUMA: de árvore cujo fruto rumoreja
GUARAPUVU: de canoa que brota do chão
GUARITÁ: de pedra do guará
GUARUPIÚ: de mosquito escarninho
GUASCA: de tira de couro, correia
GUATAMBU: de pau sonoro
GU-Ê-CRIG: é um herói popular indígena guaiacuru
GÛEÎYB: descer
GUI: o grande vale

HERÁ: instrumento musical de sopro dos indígenas parecis, Mato Grosso.
HETÉ: corpo

IA IA: outra forma de dona, senhora
IACAMIM, JACAMIM: ave ou gênio, pai de muitas estrelas / yací-tatá estrela
IACIARA: o dia de luar
IAMÍ, YAMÍ: noite
ÎANDÉ: nós (inclusivo); nosso (a, os, as) / iandé a constelação Orion
IANDÊ: você
IAPUÇÁ, JAUÁ, SAUÁ: japuçá
IARATEGUBA: de onça amarela
IBÍ, IBI, YBI, YBY, YVY: terra, a terra, o chão
IBIPÉ: planície
IBÍ'TI: serra
IBITINGA: terra branca
IBITURUNA: de nuvem negra
ICA: trombeta dos indígenas Bororos, do Mato Grosso, produzindo um som grave, com que acompanham ritos religiosos e cerimônias funebres.
IÇARA: de esteio, tronco de árvore
ICICARIBÁ: de fruto resinoso
ÎEBYR: voltar
IGAÇABAS: urnas funerarias
IGARARETÉS-IGARAS: troncos de árvores
IGARITÉ: de canoa de vulto / igarapé, iguarapé de caminho da canoa
IKÓ: estar, morar
ILAPOCÚ: de pedra comprida
IMA: sem
IMARUI: de mosquito / marui, maruim, micuim de mosca pequena, mosquito
IMBÉ: de planta rasteira
IMBEUVAÇU: de grande árvore oca
IMERIM: de rio pequeno
INCHU: de mel de abelha rugoso
INDAIÁ: um certo tipo de palmeira / indaial da palmeira
INHAMBU, INHAMBÚ, INHAPUM: do que levanta o vôo rumorejando, a perdiz
INQUIRIM: de morro do sossego
INTANHA: variedade de sapo
IÓ: procedente
IPANEMA: y-panema água-ruim (imprestável para pesca); existe outra versão "y-ape-nena" água-caminho-curvo (água que faz um caminho curvo), "nena" leva til no e e vem do guarani
IPÊ: de árvore distinta / ipêaçú de árvore distinta grande
IPERU: tubarão
IPI: o primeiro, a primeira vez
IPITANGA: rio vermelho
IPÚ: a fonte
IPURA: cheio
IRA, JAPIRA, YAPIRA: mel / irai, irani, irati de rio do mel
IRAPUÃ: mel redondo
IRARA: do papa-mel
IRIRIBÁ, ARIRIBÁ: de fruto que amarga
IROB: de amargo
IRUPÉ: a vitória-régia
ITACORAI, ITACORUBI, ITACORUI, ITACURUI, TRACOVI: de rio das pedras esparsas
ITAGUAÇU, ITAI-GUAÇU, TAGUAÇU: de grande pedra grande ou muitas pedras, de rio da pedra grande
ITAIMBÉ: de pedra pontuda, afiada / itai-mirim de rio da pedra pequena
ITAJAI-GUAÇU: de itajai grande / itajai-mirim de itajai pequeno
ITAJUBA, ITAJUBÁ, TAJUBA, TAJUBÁ, TAJUVA: de pedra amarela
ITAMAMBECA: esponja do mar
ITAMIRIM: de pedra pequena
ITAPEMA: de pedra rasa, lajeado
ITAPERIU: de rio da cabeça de pedra
ITAPEROBÁ OU ITAPERUVA: de pedra do caminho da canoa
ITAPITANGA, TAPITANGA: de pedra vermelha
ITAPITINGA: de pedra branca, lajedo branco
ITAPOCOROI: de laje que abrolha
ITAPOCU: em mapas antigos vemos também escrito tapuca, tapicu.
ITAPUCU: de itapocu pedra comprida
ITAQUI: de pedra afiada, pontuda
ITAUM: de pedra preta, ferro / itaúna de pedra preta
ITINGA: de rio branco, água clara
ITYK: atirar
IU, JU, YU: espinho
IUÇARA, JIÇARA, JUÇARA: palmeira fina e alta com um miolo branco, do qual se extrai o palmito. Palmeira esbelta atinge até vinte metros, folhas graciosamente recurvadas; a parte terminal interna é comestível como palmito; palmeira elegantíssima recomendada para o cultivo em parques e jardins; a fibra semelhante à piaçavae presta-se ao fabrico de vassouras duráveis; os frutos servem para defumar a maniçoba e fornecem uma espécie de vinho de cor roxo escura muito saboroso e que tem as mesmas propriedades nutritivas do chocolate, podendo ainda suprir qualquer alimentação; a seiva guardada alguns dias fermenta e produz muito álcool; medicinalmente, para estancar o sangue basta espremer o caule novo desta palmeira sobre o ferimento; o suco arde, mas estanca na hora; é assim usado pelo índio na floresta quando se fere.
ÎUK: podre
ÎUKYRA: sal
IURIRÉMIRIM, JURÊRÊMIRIM: de pequena boca de d'água; pode ser uma baía de mar calmo.
IURU, YURU: boca; baia, remanso
IVITURUI: frio na parte mais alta de uma serra
ÎY: machado

JABRÓ: fugir
JACÁ: cesto
JACARANDÁ: do que tem o centro duro
JACAREUBA: de fruto encurvado
JACAÚNA: indivíduo de peito negro
JACUBA: de pirão de farinha de mandioca; de água morna
JACUCACA: do que come grãos do mato
JACUNDÁ: dança tradicional indígena no Amazonas
JACUPEMBA: do jacu inferior
JAÊ: nós dizemos, temos dito, falamos
JAGUARESSÁ: olho de onça, jaguara (onça) + essá (olho) / jáguariu de rio da onça
JALAPA: do que é para se colher
JAMBAQUI, SAMBAQUI: de monte, ajuntamento, monte de cascas, casqueiro
JAMÉ: oculto, misterioso / jamecó ser oculto, de jamé (oculto) + ecó (ser, estar)
JAOBI: da terra solta
JAPECANGA: de junco de espinho
JAQUARANA: de cigarra
JATAI: de árvore de fruto duro
JAVAÉ: tribo indígena que habita o interior da ilha do Bananal
JAVARI: competição cerimonial desportiva religiosa
JÉ: grupo etnográfico a que pertence a maioria dos tapuias / tapuia jes ou tapuias, indígenas que habitavam o interior do Brasil. Índio bravio, mestiço de índio, índio manso (AM); qualquer mestiço trigueiro e de cabelos lisos e negros (BA); caboclo tapii, tapuio, designação antiga dada pelos tupis aos gentios inimigos.
JEROQUIS: danças
JETICA: batata-doce
JIBÁ: braço / jibaoçú braço grande
JIQUITAIA: pimenta
JIQUITAIA: formiga
JÓ, JOCA: tirar, arrancar
JOAIA: de rio de arbusto espinhento (rebenta cavalo)
JUCÁ: matar (ou tupi antigo îuká matar) / jucassaba matador, ação de matar; de jucá (matar) + "saba" (sufixo do tupi). Exemplos de outros tempos verbais ajucá umã îuká matar) / jucassaba matador, ação de matar; de jucá (matar) + "saba" (sufixo do tupi). Exemplos de outros tempos verbais ajucá umã eu matei (passado), ajucá mo eu mataria (condicional), ajucá ne eu matarei (futuro), jucá bo matando (gerúndio), ejucá mate (imperativo); jucapyra morto / jucapyrama o que será morto. Em geral a voz do verbo é sempre a mesma para expressar, presente, pretérito, mais que perfeito... mas, dependendo do sentido da frase, ajucá pode ser eu mato, eu matava, eu matei, matara ou eu tinha morto. Ojucá pode ser ele mata, ele matava etc., também eles matam, eles matavam... Orejucá matamos, matávamos etc.
JUMANA, XIMANA, XUMANA, XUMANE: tribo do grupo aruaque, habitante da região dos rios Japurá e Solimões (Amazônia Ocidental).
JUMBEBA: cactos
JUNDIÁ: do que tem espinhos na cabeça
JURUBATIBA: lugar cheio de plantas espinhosas
JURUBATUBA: de enseada muito ampla
JURUMBEBA: folha chata com espinhos, cacto
JURUQUIÇABA: de ninho de papagaio
JURURU: de aruru, que significa triste

A letra "u" depois da "q", como em palavras que soam que e qui, é líquido, não aparece, portanto, vamos substituí-lo pelo k que é o som exato. Ke e ki. Itaqui será itaki e em vez de quera, escreveremos kera (dormir).:
:
KÁ, QUÁ: dedo
KAÎ: queimar
KALUANA, KAMAIURÁ: lutador de uma lenda da tribo
KARAJÁ OU LAURARE: marimbondo
KARARÁ, QUARARÁ: tambor feito de madeira e pele
KARIAY: moço
KÉ, QUÉ, IKÊ, KÊ (ADVÉRBIO): aqui, cá; também significa atenção, cuidado. Mboiqué cuidado com a cobra. Xe aqué estou aqui.
KEN: o torê, instrumento de sopro entre os indígenas da etnia tupi, para as danças comemorativas da caça, pesca, à vitórias guerreiras.
KER, KERA, QUER: dormir / Pitúna okéri = a noite adormecida
KANE'Õ: cansado
KIABO, QUIABO: do pente
KI'SÉ, KYSÉ, QUECÉ, QUECÊ, QUICÉ: faca; faca de pedra; faca velha e/ou enferrujada, cheia de dentes ou sem cabo
KOKO: festa dos kayapós
KOMANDÁ: fava
KOPIR: carpir
KU, Ú: comer, tragar, engolir
KÛÁ: enseada
KÛARA: de buraco, esconderijo, ninho, toca
KUBUT: macaco guariba
KUÎ: cair, desprender-se (o fruto, o cabelo etc.); ir para a decadência
KUKOIRE: macaco-prego
KUKUÎ: ficar caindo, ficar-se desprendendo (o fruto, o cabelo etc.)
KURUBA: bolota, grão, caroço
KURUK: resmungar, resmungão
KURURU: sapo
KUTUK: espetar, furar
KYRIRI, KYRIRIM, KIRIRIM, QUIRIRI: vem de silêncio, sossego, calado / Iquiririm (rua de São Paulo) de 'y (rio) e kyriri (silencioso)

LEXIGUANA: de o bando, o enxame
LUCARANA, LUCURANA: de vermelho falso

MACUIM: de bicho pequeno que rói
MAGANGÁ, MAMANGABA: de vespa desordenada
MAIRÁ: uma das espécies de mandioca, típica da região Norte.
MAME: em algum lugar. Onde? / mamó significa de fora, de algum lugar, ou de onde?
MAMPITUBA: de cousa que é arejada, ventilada; o sopro, o hálito
MANAU: tribo do ramo aruaque que habitava a região do rio Negro
MANDAÇAIA: de o que se espalha envolvendo
MANDIOCA, MANIÇOBA: aipim, macaxeira, raiz que é o principal alimento dos índios brasileiros.
MANDIOCAÇU: mandioca grande (mandioca, açu).
MANGONA: variedade de cação
MANGUARI: de pessoa alta e magra
MANIUA, MANIVA: tolete ou folha da mandioca; se usa na alimentação na região Norte.
MANTIQUEIRA: de coisa que verte, vertente
MANU: morto
MARA, MBARA: mar
MARATIMBA: gente de mistura branca
MARICÁ: de folha miúda
MARIMBONDO: de mosca que flecha
MATE: de bom para beber, bebida
MATURATI: de o morro branco, alusão a uma cascata
MBA`E: coisa; ser bruto
MBARÉ: de o soprado, a gaita do índio
MBEB, MBEBA: chato, achatado
MBIR: de casca da árvore
MBURURICHA: chefe
MBUYAPÉ: pão
ME: forma nasal de -pe - em, para / me, ou pe (preposição) por, ao
MEMBIRA, RAIRA?: filho ou filha
MENA: marido, macho / menama futuro marido / menduera o que foi marido / Para se distinguir sexos utiliza-se as palavras macho (mena) e fêmea (cunhã).
MENBORÉ-UAÇU: chefe tupinamba
MENDAREPÉ: dote
MENDUBI: amendoim
MIMBOÉ: ensinado; do tupi "mi, mbi" (prefixo) + mboé (ensinar)
MINGAU: de papas de qualquer farinha
MINHOCA: do que é arrancado
MIRÃ: futuramente
MIRÁ: gente
MIRIM: pequeno
MITANG: menina, menino, criança
MÓ: fazer, fazendo, tornar, tornando
MOABARÉ: tornar padre, fazer padre
MOACUBA, MOAKUB: aquecer, esquentar; do tupi mo ou mbo (prefixo de fazer) + acuba (quente)
MOENDY: iluminar, acender
MOETÉ: honrar; legitimar, louvar
MOÎEBYR: fazer voltar
MOINA: pos-se, colocou-se
MOMBAK: fazer acordar
MONDÓ: fazer ir
MONDYKYR: fazer gotejar, destilar
MONGABA: reunião para falar / nhemongaba assembléia, do tupi nhe (prefixo) + mongaba
MONGER: fazer dormir
MONHANG: fazer
MONJUÁ: de boca aberta (cofo para pesca)
MOPAÎÉ: tornar pajé, fazer ser pajé
MOPONGA, MUPÕGA, MUPUNGA: pescaria em que se bate na água com uma vara para os peixes irem para a rede e ficarem malhados
MOQUEAR: de assar sobre varas
MOQUECA: de envolver
MORANDUBA: notícia; Moranduba Tupi significa notícias do povo tupi; moro-anga-enduba (o outro-alma-ouvir)
MORONGUETÁ: os sentimentos verdadeiros, puros, instintivos
MORUBIXABA: chefe, cacique; "xe morubixaba" eu (sou) o cacique
MOSSEMA, MOSEM: fazer sair, enxotar; do tupi mo ou mbo (prefixo de fazer) + sema (sair)
MOROSSEMA: sair ou saída de gente; do tupi poro ou moro (prefixo) + sema (sair)
MOTIRÕ: mutirão, reunião para fins de colheita ou construção (ajuda)
MUNDEO: de o que se alça; armadilha
MUNDUCURUS: forma geométrica
MUQUIÇO: de o piolho / muquirana de o piolho falso

NÃ: semelhante (veja Maracanã)
-NABI, NAMBI: orelha
NAMOA: de gente de longe
NANBIQUARA: fala inteligente, de gente esperta
NAURÚ: bravo, herói, cheio de vontade
NEM: fedorento
NHADIUVA, NHUMBIUVA: de árvore da aranha
NHA'EM: prato
NHANDUTI: de teia de aranha
NHANHAN: de anã parente, próximo
NHE: nhan, nham, falar, fala, língua
NHE, NHO (PREFIXOS DO TUPI): nhemima (esconder-se), nhomima (esconderem-se); prefixos + mima (esconder)
NHE'ENG (TUPI ANTIGO): falar; do tupi nhe (prefixo) + eng (falar) / nhe'enga fala, idioma, língua, palavra
NHEENGATU: nhegatu, língua boa, língua fácil de ser entendida
NHEN NHEN NHEN, NHENHENHÉM: ñeñë, falação, falar muito, tagarelice; de "ixé anhe'eng" - eu falo
NHOESEMBÉ: antigo nome indígena de Porto Seguro, na Bahia.
NHUM: campooby (r-s-) - verde xe r-oby - eu sou verde; s-oby - ele é verde; ka'a-oby - mata verde
NÍTIO: não; não há
NITIOECÓ: este não existe; não ser
NOSSEMA: sair com, retirar; do tupi ro ou no (prefixo) + sema (sair)
ÑU: campo, planície, pampa
NUCURÁ: da passagem do campo
NUNGARA: igual, semelhante

OAPIXANA: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco (RR), fronteiras com a Guiana.
OBÁ: rosto
OCARA: praça ou centro de taba, terreiro da aldeia
OCARUÇU: praça grande, aumentativo de ocara
OKA (R-S-) OU OCA OU OO: cabana ou palhoça, a casa, o abrigo, casa de índio; xe r-oka - minha casa; s-oka - casa dele
OK-PR-U-RÓRI-RÓRI: espécie de adorno
ORÉ: nós (exclusivo); nosso (os, a, as)
ORO: prefixo número-pessoal de pessoa do plural exclusiva
ORUBE: alegre, feliz, rindo
OVA: face, rosto, cara

PÁ: tudo
PABA: terminar, concluir; morrer; o fim
PACA: vivo, ágil, esperto, vivaz, alerta (nome de roedor)
PACAQUARA: vem de furna, toca de paca
PAÇOCA: de bolo esmigalhado à mão
PACUPIBA: de o pacu chato
PAEM: tudo
PAGÉ OU PAÎÉ, PIAGA: curandeiro, feiticeiro, sacerdote, líder espiritual
PAINA, PAINEIRA: de fruto entrançado
PAJELANÇA: ação do feiticeiro índio que conserva o título nheengatu pajé. Cerimonial do pajé para alcançar fórmulas terapêuticas tradicionais por meio dos espíritos encantados, de homens e animais.
PAK: acordar
PAMONHA: do visgo, o grude
PAMPEIRO: de campo, planície (vento sudoeste)
PANGARÉ: de cor de pelo de cavalo
PAPANDUVA: de casca rugosa saltada
PAPAQUARA: de variedade de saira
PAPUAN, PIRAPUAN: baleia (cetáceo); de peixe redondo, a baleia
PARABIWA: madeira inconstante (variada)
PARACANÃ: tribo encontrada durante a construção hidrelétrica de Tucuruí.
PARAIBUNA: rio escuro e que não serve para navegar
PARANAGUA MIRIM: de Paraná de onde se avista o mar, guá (vale, entrada) e mirim (pequeno); pequena baia
PARIPAROBA: de junco todo amargo
PAROBA, PEROBA: de casca amarga
PAROBÉ: de rio todo amargoso
PAT: tamanduá?
PATAXO-HÃ-HÃ-HÃE: tribo indígena no sul da Bahia.
PATUÁ: de espécie de brebe ou breve, do que pertence a cama
PAUÁ, PAVA, PAWA: tudo, muito (no sentido de grande extensão)
PAUETÊ NANBIQUARA: tribo da região do Mato Grosso (nanbiquara, nhambiquara)
PAVUNA: lagoa preta
PEASABA: porto, embarcadouro
PEB, PEBA, PEUA, PEVA, PEWA: achatado, de chato, plano
PEPERI GUAÇU: de rio de quedas grandes
PEPERI MIRIM: de rio de quebradas pequenas
PEREBA: ferida, cicatriz, a ferida com casca
PEREQUÊ: de entrada de peixe
PERERECA: variedade de camarão?
PERÓ: português, portugueses
PERUDÁ: amor (veja em tupi moraussuba)
PETI: de casca
PETYMA: fumo, tabaco / petim-buáb cachimbo
PI: de miudo
PIAÇABA: da travessia do caminho
PICUMAN: de coisa comprida também pode ser fuligem
PINÁ: palmeira fina e alta, da qual se extrai o palmito, típica da Mata Atlântica.
PINDABUNA: de anzol preto
PINDAÍBA, PINDAIBA, PINDA'YBA (-PINDÁ 'YBA): vara de pescar, de pau de anzol, planta de anzol
PINDÍ: claro, limpo
PINDOBA: variedade de palmeira
PIPOCA: da pele estalando; de pi (pele?) e pok (estourar), logo pele estourada
PIPOCAR: de rebentar, estourar
PIQUIRA: da pele tenra
PIRABEJU: de peixe enroscado
PIRAI: de rio do peixe / pirai mirim de rio de peixe pequeno
PIRAI PIRANGA: de rio do peixe vermelho
PIRAJUBA: peixe amarelo, "pirá" (peixe) + "juba" (amarelo) / pirajubaé, prejibaé de rio do peixe amarelo
PIRAMA: de está próximo
PIRÃO: de farinha de mandioca com água; de posto de molho
PIROISA: ar
PIRONGO: de catuto, cabaça
PITAGUAR, PITIGUAR, POTIGUAR: indígena da região NE do Brasil.
PITAR: de fumar tabaco
PITO: do cachimbo
PITUNA: noite
PÓ: mão / poã dedo da mão / poape unha / popessuara o que está na mão; de "pope" (na mão) + "suara" (sufixo do tupi)
POÇAUNA: de rede preta
POCEMA: festas
POITÁRA: o que alimenta; de poia (alimentar) + "ara, sara" (sufixos do tupi)
POK, POROROK: explodir, estourar / Itapororoca (município da Paraíba) de itá (pedra), pororok (explodir), pedras explodidas ou explosão das pedras
PONGA: o som ôco, retumbante
POR: pular / Pirapora (município da Bahia) pirá (peixe), por (pular), pulo dos peixes ou peixes que pulam
PORÃ: bonito
PORA: morador; habitante de...; gente
PORANG: belo, bonito, lindo / porangatu bem bonito, belíssimo / bonito em tupi é porang, mas "kunhã-porang-a" mulher bonita (ou mulheres bonitas) é acrescentado um A porque o adjetivo termina em consoante. Se queremos dizer menino bonito, basta justapor porang ao substantivo, acrescentando o sufixo -A à composição formada. Dizemos pois kunumi porang-a. Se quisermos dizer o menino é bonito teremos de usar o pronome pessoal de 3ª pessoa, I, dizendo assim kunumi i porang (literalmente isso significa o menino, ele é bonito). Subentendemos o verbo ser, que em tupi não tem correspondente. Se quisermos dizer "eu sou bonito", dizemos "xe porang". Porangaba beleza; de porang (belo) + "aba" (sufixo do tupi).
POROPISSYCA: apanhar gente; do tupi poro ou moro (prefixo) + pissyca (apanhar)
POTAR: quero. Exemplos itá a-i-potar, pedras eu as quero.
POTASSARA: o que quer; de potara (querer) + "ara, sara" (sufixos do tupi)
POTI, POTIM: camarão / potitinga de camarão branco
POTIGUARA OU POTIGUAR:
POTIQUEQUIA: lagosta
POTOCA: de mentira, embuste
PREÁ: de que mora no mato
PRIMINHÓ: de caça de peixe ou o salto do peixe
PUÃ: redondo
PUBA: de podre mole
PU: barulho, ruído
PUÇÁ: armadilha para peixes e outros animais aquáticos; de rede de pesca para siri ou camarão.
PUÇANGA: mezinha, remédio caseiro (receitado pelo pagé)
PUPÉ: dentro de; "oka pupé" - dentro da casa; "arará kûara pupé" - dentro do buraco das ararás (variedade de formiga)
PUITA: de espécie de tambor
PUTÁRI: de querer, desejar (verbo)
PUXIRUM: de reunião de pessoas para serviços agrícolas
PYPORA: pegada; de py (pé) + "pora" (sufixo do tupi)
PYSYK: pegar, apanhar
PYTÁ: ficar

O som da letra "r" é sempre leve, brando, mesmo no início de palavras. Nunca tem o som forte que usamos em rato. Rana, rura, se falará sempre com o som de paris, arame, etc...:

RÃ: de avermelhado
RAMÊ: quando?
RANA: semelhante, parecido
RAÚ: falso, fingido
RÊ: geralmente usado como sufixo
RÉ: diferente, distinto
RECÊ: por causa de, por amor de...
RECÓ: ter, tratar, negociar
RERÉ: salta, saltita
RIRI: tremer
ROAMA: para ser mantida de pé
ROÍNA: ter consigo; manter junto de si
ROKÉRA: dormir com; do tupi ro ou no (prefixo) + kéra (dormir)
RU: folha
RU: pai
RUCA: que sai; procedente de...

O som da letra "s" é meio chiado, não tão sibilado e nunca terá o som de z, mesmo que fique entre duas vogais. No caso, como em português e para facilitar a nossa pronúncia, coloca-se dois esses, como em "essá" (olho), por exemplo.:

SABOGA: de pelado
SAÇUENA: perfume
SAGUAÇU: de olho grande
SAGUARITA: variedade de caramujo
SAI, SAÍ, SAIRA, SAÍRA: de olhos pequenos e vivos
SAMA: fio, corda
SAMAMBAIA: de olho enrolado
SAMBURA: de pau enroscado (cesto pequeno)
SANGA: do alagado, o espraiado
SANHAÇU: de olho grande ou sai grande
SAÓ: de mau cheiro
SAPÉ: de alumiar, é nome de uma gramínea que serve para fachos
SAPICA: de surra, importunação, tostar ligeiramente
SAPIROCA: de olho esfolado
SAPO: raiz
SAPOREMA: de moléstia que ataca a mandioca
SAPOTI: do mato
SARARÁ: mariposa
SARU: de manso, calado
SAUVA: do queixo
SEM: sair
SIRI: siri, caranguejo, câncer
SIRIU: de rio do siri, ou rio do caranguejo
SÓ: ir
SO-Ó: carne / soó cahé carne assada
SOCÓ: de bicho que se arrima
SOK: socar, pilar
SOROK: rasgar, rasgar-se
SOROROCA: de bicho que se arrasta
SUCUPIRA: de casca saliente
SUINDÁRA: do que não come
SURU: que desliza, manso
SURUI: tribo do parque do Aripuanã, região do Madeira, Rondônia.
SY: mãe; origem, semente
SYK: chegar
SYKYÎÉ: temer, ter medo
SYRYK: escorregar

TABARÉU: de aldeia diferente
TABA: aldeia / tabatinga de aldeia branca; pode porvir também de barro branco / ta(ba)-porang-a, taba + porang (bonito), tá'-porang-a aldeia bonita; taba i porang - a aldeia, ela (é) bonita
TABOCA: de haste furada
TACONHA: pênis / tapiaguaçu de pênis grande
TAIA: de aroidéa conhecida
TAIABOCÚ: de dente comprido
TAIÓ OU TAIOBA: de folha de ou do taiá
TAJUBA: de fruto de fogo
TAKÛARA: taquara, variedade de bambu
TAMARANA OU TANGAPENA: o tacape, uma arma indígena
TAMBATURU: de ostra queimada
TANHA: figura
TAPACURA: liga, atadura, que os indígenas do rio Uaupés, especialmente as mulheres, usam trazer amarrada abaixo do joelho e que pretende preservar das cãibras, dando resistência para as longas caminhadas.
TAPERA, TAPERÁ: andorinha; de aldeia extinta
TAPIOCA, TIPIOCA: de tirado do fundo
TAPIRAPÉ: nome de grupo indígena; de tapi'ira (anta) e (a)pé (caminho), caminho de antas (era o nome que os antigos índios da costa do Brasil davam à Via Láctea)
TAPIRUVA: de tapir anta e uá espinha; a espinha, o osso da anta ou taper-oã reina em pé...
TAQUARA: de haste ou pau furado
TAQUARAPOCA: de taquara que rebenta
TAQUARI: de haste furada fina / taquaruçú de taquara grande
TAQUERA: de jazigo de pedra
TARAGUÁ: de seio enfeitado
TATARANA OU TATURANA: de "tata" fogo e "rana" parecido, logo a lagarta da mariposa (Dirphia sp) é semelhante ao fogo
TATUIRA, TATUI: de tatu da água
#NOME?: mas, porém
TEBI'U: comida (em guarani) / mbiú comido; do tupi "mbi" (prefixo) + ú (comer) / tembiú comida de gente; do tupi tes (prefixo) + mbiú (comida) / sembiú comida de animal
TEDA: cadeira
TEMBÉ: lábios
TERIVA: de alegria
TETÃ: cidade
TETYMA: perna
TIÉ: de barriga
TIJUCUPAUA: lamaçal, atoleiro
TIM: bico, nariz, saliência
TIMBARA: o que enterra; de tyma (enterrar) + "ara, sara" (sufixos do tupi) / tymbaba lugar de enterrar; de tyma (enterrar) + "aba" (sufixo do tupi)
TIMBAUVA: de árvore que da água?
TIMBÓ: nome de um cipó cujo suco embriaga o peixe.
TINGÁ: do poço
TINGUA: de ponta redonda / tinguaçu de ponta grande
TIPITI, TIPITIM: do tupi tipi, espremer, e ti, sumo. Espécie de cesto para espremer a massa da mandioca usado na fabricação da farinha, muito usados nos engenhos de farinha de mandioca na ilha de Santa Catarina.
TIRIRICA: de mato rasteiro, de folha quebradiça; erva daninha famosa pela capacidade de invadir velozmente os terrenos.
TOBÁ: rosto de gente; do tupi tes (prefixo) + obá (rosto) / sobá rosto de coisa (bicho)
TOBATINGA: barro branco como cal, barreira branca
TOCA: da casa, o esconderijo, toca, furna
TOCAIA: emboscada
TORIBA: o ser alegre
TOROROMA: jorro, borbotão
TRACOTINGA: de formiga branca (cupim ?)
TRAPUERABA: de folha levantada e brilhante
TRE: fluir
TRINOGA: da casa do morro
TUBA (RUBA): pai, tronco
TUBARÃO: do semblante bravio
TUCUPI: beiju-mingau
TUI: de bico pequeno
TUKURA: gafanhoto
TURI: a tocha, a fogueira
TURUNA: de valente, denodado
TUTÍ-CHICHUTÍ: tio
TUTÓIA (INTERJEIÇÃO): Que lindo! Que maravilhoso!
TYBA: ajuntamento
TYKYRA: gota, pingo (como um tiquinho de algo)
TYRYK: escapulir

UANÁ, URISSANÊ: vaga-lume (pirilampo, vaga-lumes)
UBÃ: pai (como situação na família)
UBAIA: de fruto saudável
UÇU: de variedade de capim
UGÛY (T-R-S-) OU T-UGÛY (TUGUI): sangue (xe r-ugûy - meu sangue; s-ugûy - sangue dele)
U'I: farinha-ûasu - sufixo de aumentativo - ão, grande
UIBA UÍ: flecha / uyba flecha / uybassy flecha envenenada
UIQUÊ: entrar
UIRAPARA OU UIRAPA: arco
UPÃ OU UPABA: lagoa, lago
UPITANGA: de rio vermelho
UQUIRIMBAU: poder
URU, URÚ: vasilha; de urú ave
URUBICI: da real das aves
URUÇANGA: de uru ave e çanga espraiado; espraiado das aves. Este nome aparece escrito em mapas antigos como Urolanga.
URUGUAÇU: galinha? (ave grande)
URUMBEBA: da madeira, o tronco chato
UÚ: água no idioma guarani

VAEN: chegar
VIRÁ: de lustroso
VOÇOROCA (TIPO DE EROSÃO DA TERRA): de yby (terra) e sorok (rasgar), logo terra rasgada
VOTU: ar; vento
VOTURANTIM: de morro, a encosta branca; a cachoeira

XAPERU: tribo da região Norte
XARÁ: tirado do meu nome; omônimo
XARÃMA: para mim
XAVANTE: tribo indígena pertencente à família lingüística jê e que, junto com os xerentes, constitui o maior grupo dos acuéns. Ocupa extensa área, limitada pelos rios Culuene e das Mortes (MT).
XERENTE: constitui o maior grupo dos acuéns que ocupa extensa área.
XIMAANA: tribo habitante da região do rio Javari, na fronteira do Brasil com o Peru.
XOCLENGUE: tribo caingangue do Paraná (rio Ivaí)
XORORÓ: de tororó sussurrante, corredor
XUÊ: devagar

WAPIXANA: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco (RR), nas fronteiras com a Guiana, vapixiana, vapixana, uapixana, vapidiana, oapixana, oapina...

A letra "y", principalmente, tem um som típico. para pronunciá-la corretamente é preciso colocar os lábios na posição de i e a língua na posição de u, que é o inverso do som do u francês, embora muitos digam que pareça o u francês. se depois do y vier uma vogal, como em yara, a impressão que se tem ao ouvir o som é de y(g)ara, parece um g. para este som de y já se viu tudo que é grafia possível: u com trema, y com circunflexo, i com circunflexo, etc. O Padre Anchieta grafava y(g). Nota Na lista abaixo, muitas palavras grafadas com a letra Y estão na letra "I" (acima).
YACAÑY, YAKÃ: rio
YAVOÓI: mata
'YBÁ OU YBA: fruta de árvore ou fruto
YBAKA: céu / ybacoby céu azul, ybaca + oby
YBAPIRANGA: céu vermelho, ybaca + piranga
YBARI: céu
YBIRA: pucu salgueiro
YBYTYRA: montanha
YEPEA: lenha, madeira
YPEG: pato; ypéc ou ypéka, de ypég, significa o nadador e designa não só o pato, mas outras aves nadadoras. Essa palavra aparece em todos os vocabulários tupis.
YSY (T-, R-, S-): t-ysy fila, fileira; xe r-ysy - minha fileira; s-ysy - fileira deles
'YTAB: nadar
YUYA: lago
YVATE: alto
YVATEKATY: rio acima
YVYKATY: rio abaixo
YVÝRY: ao ladoYVYVOVO: ponte


domingo, 24 de janeiro de 2010

Reserva de petróleo na Amazônia está sob parque recordista em biodiversidade

Equador ameaça explorar subsolo se não receber para preservar o local.

Chanceler renunciou por causa de impasse sobre acordo internacional.



Artigo publicado na revista científica online “PLoS ONE” conclui que o Parque Nacional Yasuní, na Amazônia equatoriana, tem grande importância devido à sua extraordinária biodiversidade e potencial para mantê-la no longo prazo.

O texto assinado por 13 pesquisadores de instituições dos EUA, Reino Unido, Alemanha e Equador é a primeira síntese abrangente da variedade de anfíbios, aves, mamíferos e plantas daquela área e recomenda que não haja ali construção de estradas ou novas atividades de exploração de petróleo – ao contrário do que ameaça fazer o presidente equatoriano Rafael Correa caso a comunidade internacional não aceite pagar pela conservação da floresta.

Foto: Reprodução

Área guarda uma das maiores biodiversidades do mundo, segundo levantamento feito pelos cientistas.(Foto: Reprodução)


Dados de inventários científicos mostram, segundo os autores da pesquisa, que Yasuní está entre os lugares com maior biodiversidade na Terra, com recordes de espécies de anfíbios, répteis, morcegos e árvores.



http://www.globoamazonia.com/Portal/cda/Multimateria/img/ico-ampliar-foto.gif
http://www.globoamazonia.com/Amazonia/foto/0,,31942250-FMMP,00.jpg
Foto: Arte G1
Localização do Parque Nacional Yasuní.


As conclusões do estudo alimentam a polêmica em torno da iniciativa batizada de Yasuní-ITT - sigla em referência ao parque e do campo petrolífero de Ishpingo, Tambococha e Tiputini -, segudo a qual o Equador quer deixar de extrair o equivalente a 900 milhões de barris de petróleo - cerca de um quinto das reservas equatorianas, o que equivaleria a deixar de emitir mais de 400 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

A proposta é que a comunidade internacional contribua com recursos para que o petróleo seja mantido no subsolo, deixando a floresta intacta.


Rafael Correa, no entanto, rejeitou recentemente as condições do acordo que vinham sendo negociado com as Nações Unidas para o Equador receber os US$ 3,5 bilhões previstos.

"Já dei a ordem para que não se firme o acordo nestas condições vergonhosas. Há pessoas que não entendem que os tempos mudaram e que aqui hoje há soberania e dignidade", disse Correa sobre o acordo proposto

O impasse levou o chanceler equatoriano, Fander Falconí, a renunciar no último dia 12. Nesta quinta (21), Correa anunciou que Ricardo Patiño, até então ministro de Coordenação da Política do Equador, como seu substituto.

Doutor em economia e gestão ambiental, Falconí liderava o projeto de abandono da exploração dos campos ITT ao lado de Roque Sevilla, presidente da comissão técnica responsável e que renunciou pouco antes do ex-chanceler, após ser acusado por Correa de proclamar o fracasso do plano.
Fonte: Globo Amazônia, em São Paulo

Crianças da tribo Maxacalis sofrem com surto de diarreia no Vale do Jequitinhonha

Mais de 40 crianças da aldeia dos índios Maxacalis estão internadas por causa de um surto de diarreia, no Vale do Jequitinhonha.Mais dez crianças foram internadas na sexta-feira com os mesmos sintomas e 15 foram transferidas durante a noite para Governador Valadares.
Fonte:

Saiba um polco a mais sobe orquídeas

FAMÍLIA E DISTRIBUIÇÃO




A família das orquídeas possui mais de vinte mil espécies distribuídas em quase todas as partes do planeta, porém a maioria das espécies é encontrada nas áreas tropicais. O Brasil é um dos países mais ricos em orquídeas, comparável somente à Colômbia e ao Equador. Estudos recentes registram cerca de duas mil e trezentas espécies para o território brasileiro.




ETIMOLOGIA


De acordo com as regras de nomenclatura botânica, o nome da família deve ser escrito em latim: Ochidaceae (derivado do grego Orchis).
O Termo Orchis, que significa testículos, foi usado pela primeira vez por Theophrastus (c. 372 - 287 a.C.), filósofo grego, discípulo de Aristóteles. Theophrastus comparou as raízes tuberosas de algumas orquídeas mediterrâneas com os testículos humanos. Por este motivo, desde a Idade Média, propriedades afrodisíacas são atribuídas às orquídeas.

HABITAT



As orquídeas vegetam em diversos ecossistemas, sendo encontradas em florestas, campos, cerrados, dunas, restingas, tundras e até mesmo em margens de desertos.
São erroneamente chamadas de parasitas. Na realidade, as que vivem sobre troncos, galhos e gravetos são epífitas, terminologia derivada do grego epi (sobre) e phyton (planta), para denominar plantas que vivem sobre outras plantas, sem causar danos ao hospedeiro. Uma orquídea epífita utiliza o galho da árvore apenas como suporte, absorvendo nutrientes que são lavados pela água da chuva e depositados em suas raízes.
Uma significativa parcela das espécies vive em ambientes bem diferentes dos galhos e gravetos das árvores. Muitas vegetam sobre ou entre as rochas (rupícolas e saxícolas), geralmente em pleno sol. Outras são terrestres, encontradas nos solos das matas, campos e até mesmo na areia pura das dunas e restingas. Existem casos raros de orquídeas subterrâneas (saprófitas), plantas aclorofiladas que se alimentam de matéria orgânica em decomposição.

FORMAS E TAMANHOS


As orquídeas são consideradas a família mais evoluída do reino vegetal. Isto se deve a modificações em suas extraordinárias flores, que, muitas vezes, apresentam formas sinistras e bizarras.
O tamanho das plantas e suas flores é também muito variável, algumas tão pequenas que, por isso, são conhecidas por microorquídeas, enquanto outras, como a trepadeira baunilha (Vanilla), podem atingir vários metros de comprimento. Existem flores pouco maiores do que a cabeça de um alfinete, e outras cujo diâmetro alcança cerca de quinze centímetros.
Clique na imagem ao lado e veja outras formas de orquídeas.


TIPOS DE CRESCIMENTO



As orquídeas apresentam dois tipos de crescimento: simpodial, com brotação lateral, e monopodial, com crescimento terminal em único eixo.
Em muitas orquídeas simpodiais, o caule pode ser constituído por uma porção rasteira, o rizoma, e uma porção vertical engrossada, o pseudobulbo.
Nas monopodiais, o caule é alongado, não existe rizoma ou pseudobulbos.

FLOR



A flor das orquídeas é constituída de três sépalas (mais externas) e três pétalas (mais internas). Na maioria das espécies, uma das pétalas é distinta das demais e recebe um nome especial, o labelo, que geralmente apresenta cores vistosas e serve como atrativo e campo de pouso aos polinizadores. No centro da flor encontramos um órgão especializado, a coluna, resultado da fusão dos estames (órgãos de reprodução masculinos) com o pistilo (órgão de reprodução feminino). No ápice da coluna, os grãos de pólen apresentam-se unidos em pequenas massas, ou polínias, protegidas pela antera. Logo abaixo, uma pequena cavidade representa a porção receptiva feminina, o estigma.




POLINIZAÇÃO



Para que suas flores sejam fertilizadas, as orquídeas necessitam de um agente polinizador, geralmente um inseto ou pássaro, responsável pela transferência das políneas para o estigma, processo este denominado de polinização. A estratégia utilizada pelas orquídeas para atração de seus polinizadores é um fenômeno altamente complexo e fascinante. Em casos extremos, a flor da orquídea pode apresentar a forma de fêmeas de besouros ou abelhas, cujos machos, atraídos pela insinuante aparência, tentam "copular" com as flores, efetuando involuntariamente a polinização.

FRUTO E SEMENTE



Um fruto de orquídea pode conter mais de um milhão de sementes. Contudo, na natureza, somente uma pequeníssima fração germinará, e poucos indivíduos chegarão à fase adulta. As sementes das orquídeas estão entre as menores do reino vegetal. O tamanho reduzido e a leveza facilitam a dispersão pelo vento, em muitos casos a grandes distâncias. Ao contrário das sementes das outras plantas, elas são desprovidas de tecidos nutritivos, endosperma e cotilédone, responsáveis pela energia utilizada na fase inicial da germinação. Na falta de tecido nutritivo, essa energia é fornecida por certos fungos que vivem em simbiose com as orquídeas.


VELAME

A maioria das orquídeas apresenta um tecido esbranquiçado e esponjoso revestindo suas raízes. Denominado velame, este tecido é responsável pela rápida absorção de água e nutrientes, permitindo que muitas espécies de orquídeas vivam em locais praticamente desprovidos de solo (por exemplo, sobre galhos, rochas e areia).




ORQUÍDEA, SEXO E MAGIA

 



Diz a lenda que bruxas usavam as raízes tuberosas das orquídeas (semelhantes a testículos humanos) no preparo de poções mágicas: as frescas para promover o amor, as secas para provocar paixões.
Os herbalistas do século XVII chamavam-nas de Satírias, em referência ao deus Sátyros, da mitologia grega, habitante das florestas, que, segundo os pagãos, tinha chifres curtos e pés e pernas de bode. Na língua portuguesa, a palavra sátiro também é sinônimo de devasso, libidinoso. De acordo com a lenda, Orchis, filho de um sátiro com uma nínfa, foi assassinado pelas Bacantes, sacerdotisas de Baco, deus do vinho. Graças às preces de seu pai, Orchis teria sido transformado em uma flor, que agora leva o seu nome: orquídea.
Desde a Idade Média, as orquídeas são populares por suas supostas propriedades afrodisíacas. Preparados especiais utilizando as raízes tuberosas e folhas carnosas de algumas espécies foram tidas como estimulantes sexuais e até mesmo capazes de: auxiliar na produção de bebês do sexo masculino. Tornaram-se assim, sinônimo de fertilidade e virilidade.

IMPORTÂNCIA ECONOMICA

Click na image para almentar[vanilla+-+Lian+Chang.jpg]As orquídeas são geralmente cultivadas pela beleza, exotismo e fragrância de suas flores. Embora seu cultivo venha da época de Confucius (c. 551 - 479 a.C), a sua comercialização teve início na Europa no final do século XVIII. Hoje, uma indústria moderna envolve centenas de milhares de dólares anualmente em todo o mundo, sobretudo na Ásia, Europa e Estados Unidos.
Algumas orquídeas são comercializadas não por sua beleza, mas devido ao uso na alimentação humana. A mais importante para a indústria é a baunilha, como são conhecidas algumas espécies do gênero Vanilla, largamente utilizadas na aromatização de bolos, sorvetes, balas e doces. Outro exemplo é o Salepo, um líquido turvo, rico em mucilagem e de sabor adocicado, extraído das raízes tuberosas de algumas espécies. Por muitos séculos, na Pérsia e Turquia, vem sendo utilizado no preparo de uma saborosa bebida quente e também como espessante para sorvetes. Alguns atribuem propriedades medicinais ao Salepo, que usualmente é empregado no tratamento da diarréia e como afrodisíaco.

CONSERVAÇÃO





Infelizmente, no Brasil e outras partes do mundo, o cultivo e comércio de orquídeas nativas teve como prática o extrativismo. Aliado à destruição de seus habitat naturais, muitas espécies desapareceram ou foram levadas à beira da extinção. Para mudar este cenário, é urgente o estabelecimento de uma conduta conservacionista que seja seguida por indivíduos e instituições.
Hoje, as orquídeas são facilmente reproduzidas artificialmente em laboratório a partir de sementes, geralmente atingindo a maturidade em dois a quatro anos. Espécies raras e ameaçadas vêm sendo reproduzidas com sucesso por alguns estabelecimentos.


bibliografia 


Bechtel, H. Cribb, P. Launert, E. 1992. The manual of cultivated orchid species
Dressler, R. L. 1993. Phylogeny and classification of the orchid family
IUCN/SSC Orchid Specialist Group. 1996. Orchids - Status Survey and Conservation Action Plan
Pabst, G. F. J. & F. Dungs. 1975. Orchidaceae Brasiliensis - Hildesheim - Brücke - Verlag

reprodução


 

autores e citação

http://www.jbrj.gov.br/saibamais/orquideas/imagens/i_botanico5.gifToscano, L. A. de B. & Moraes, M. M. de. 2002. Saiba mais sobre orquídeas. [on line] Disponível na Internet via http://www.jbrj.gov.br/saibamais/orquideas. Arquivo

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

82ª EXPOSIÇÃO DE ORQUÍDEAS


82ª EXPOSIÇÃO DE ORQUÍDEAS
  

http://www.aosp.com.br/aagkujahdbuahdilwgemigetdaldtenhdtgajutiejhgtmoiuyubgtuilojutgtuuooistghiunolsgsstred2aksbgt8wjsikhol/imagens%5Cinstalacao_2132009_4419.jpg ATENÇÃO!!!
AS INFORMAÇÕES AQUI CONTIDAS REFEREM-SE ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE À 82ª EXPOSIÇÃO


ENTRADA FRANCA
DATA: 19, 20 e 21/03/2010 das 9:00h às 19:00h

LOCAL: Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa
Rua São Joaquim, 381 - Bairro Liberdade
INFORMAÇÕES: (11) 3207-5703 (Lídia).

ENTREVISTAS: Com
Assessoria de Imprensa ou Lídia, pelo telefone (11) 3207-5703.

AULAS GRATUITAS DE CULTIVO DE ORQUÍDEAS:
Todos os dias às 10:00, 14:00 e 16:00h.

IMPRESSOS GRÁTIS:
Sobre cultivo de orquídeas.

VENDAS:
Mais de 10000 vasos de orquídeas com ou sem flor, a partir de R$8,00 além de vasos, substratos, adubos, tesouras, entre outros.

LIVROS:
Orquídeas - Manual de Cultivo Volumes 1 e 2, da AOSP, com centenas de fotos de espécies caracterizadas, a R$ 60,00 (vol. 1) e R$ 70,00 (vol. 2) e livros de outros autores.

ADUBO DA AOSP:
Adubo especialmente elaborado para cultivo de orquídeas.

MÍDIA IMPRESSA:
Revistas e vídeos sobre a orquidofilia.

AULAS BÁSICAS DE CULTIVO DE ORQUÍDEAS:
Sexta, Sábado e Domingo: 10:00, 14:00 e 16:00h

Obs.: Para essas aulas não será preciso fazer inscrição. Programe-se e esteja no local, no horário que você escolher. São aulas ministradas por orquidófilos diferentes e, portanto, com abordagens diversas.Você poderá assistir a quantas quiser.
Obs.: Traga a relação de suas plantas, com o nome completo e a sigla de sua entidade, letra legível dos nomes de cada planta e de seus respectivos proprietários, além das etiquetas com papel timbrado e os mesmos dados para cada vaso.
Confirme sua presença o mais cedo possível pelo telefone (11) 3207-5703, com Lídia (Secretária).

Orquídea-Laelia-Brasileira

Laelia é uma orquídea presente no Brasil e uma das plantas mais cultuadas pelos orquidófilos. Muito confundida com a Cattleya, sua identificação só é possível pela diferença entre o número de políneas de cada gênero: as Laelia têm oito políneas iguais e as Cattleyas, quatro.
As laelias são mais freqüentes no Brasil e na América Central. As do México são encontradas em altitudes mais elevadas enquanto no Brasil são comuns nas planícies em locais quentes e úmidos.
Toleram a luz solar da manhã e ficam bem a meia sombra. Evite exposição por tempo prolongado do sol da manhã e também a escuridão excessiva. Deve ser regada diariamente no verão e a rega deve ser reduzida de acordo com a proximidade do inverno.
Laelia
. Laelia grandis - Erik Huhn
Tem maior crescimento na estação seca. Algumas laelias como as espécies rupícolas do Brasil, se beneficiam do período mais seco.
Foi sugerido algumas vezes na literatura que o gênero Laelia é composto de dois grupos de espécies sem relação, um no sudeste do Brasil e outro no México.
Com a análise da sequência do DNA, van den Berg et al. apresentou em publicação evidências de que as espécies brasileiras são na realidade fortemente relacionadas ao genêro Sophronitis e não as espécies Mexicanas.
De acordo com o Código Internacional de Nomenclatura Botânica, as espécies mexicanas retém o nome Laelia. Consequentemente, Van den Berg e Chase (Lindleyana, Junho 2000) propuseram novas combinações de espécies de Laelia brasileiras no Sophronitis.

Desejo os tecidos dos céus




Desejo os tecidos dos céus

Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com a luz dourada e prateada,
E os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz, da meia-luz,
Eu os espalharia debaixo dos teus pés:
Mas eu, pobre, tenho apenas os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
Pisa suavemente, pois é sobre os meus sonhos que pisas.

William Butler Yeats

DICAS SOBRE CULTIVO DE ORQUIDEAS

Orquídeas epífitas, que não enraizam no solo, mas se fixam a troncos e outras estruturas, representam hoje mais de 90% de todas as espécies de orquídeas. Algumas podem ainda ser terrestres, ou mesmo rupículas (de crescimento em cima de pedras). Gostam, de maneira geral, de luz e regas moderadas.
As orquídeas são largamente cultivadas no Brasil e no mundo e seu comércio movimenta grandes somas de dinheiro todos os anos em um mercado crescente. No Brasil, grandes orquidários no Sudeste já produzem centenas de milhares de plantas por ano, que são exportadas para outros países ou vendidas até em supermercados. A Phalaenopsis principalmente, por ser uma planta conhecida por se adaptar bem em apartamentos.
O primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta do gênero ou espécie e o conhecimento de seu habitat de origem, para saber de suas necessidades naturais em seu meio. A partir destas informações, o cultivo de orquídeas ornamentais (como a Cattleya e a Phalaenopsis) é, ao contrário do que se pensa, uma tarefa relativamente fácil, se respeitadas as regas semanais, os critérios de exposição de luz (na maioria dos casos, luminosidade de 50%, a chamada meia-sombra e nunca sol direto) e a adubação periódica com substratos ricos e apropriados a cada fase de desenvolvimento da planta.
Cultivo de orquídeas
foto: Carlo A. Zaldini - Biólogo.com.br
Orquídeas podem ser cultivadas em vasos, placas de xaxim ou fibra de côco e ainda em madeira ou mesmo em árvores, terra ou pedra, dependendo da espécie. Podem florir, em sua maioria, uma vez ao ano, quando tratadas de maneira correta.
Mudas podem ser nutridas com uma colher de chá de farinha de osso a cada mês nas beiradas do vaso, acelerando assim seu crescimento. Os híbridos são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies "naturais". Incontáveis cruzamentos de gêneros ou espécies geraram inúmeros híbridos.
Em sua maioria, orquídeas não toleram água em demasia mas geralmente gostam da presença de substrato rico e úmido. Por este motivo, os vasos jamais devem ficar sobre pratinhos que retém água, sob pena de encharcar as raízes e matar a planta.
É fundamental o arejamento das raízes, daí o uso de pedaços de xaxim ou fibra de coco como substrato, e não o pó deste. Dois anos é o tempo médio de vida útil do substrato, o qual deve ser substituído após esse período. O pó de xaxim é normalmente usado apenas quinzenalmente sobre o substrato (salpicar uma colher de sopa). Há ainda outros substratos como a fibra de coco prensada (coxim), o esfagno, etc. Para uma boa drenagem 1/3 do vaso deve ser preenchido com caco cerâmico. Por este motivo também é comum o uso de vasos de barro com furos nas laterais e vasos de plástico transparentes, que facilitam o contato da luz com o rizoma e acentuam o arejamento deste. A drenagem pode ser feita mantendo o vaso ou placa de xaxim pendurado por arames e pendendo numa inclinação de 45 graus. De maneira geral, plantas penduradas estão mais protegidas de doenças e pragas.
Uma planta florida pode permanecer dentro de casa, perto de uma janela com boa fonte de luz, sempre evitando o sol direto. Durante esse período, deve-se molhar o substrato, dependendo da umidade ambiente, mas com rega bem moderada e jamais molhando as flores.
Após o fim da floração, pode-se fazer a retirada manual das flores secas e podar a hastecomtesoura esterilizada em fogo.
Para ler o artigo "A obtenção de mudas de orquídeas Phalaenopsis na haste floral por indução com pó de canela", 
como cultivar orquídeas
A Phalaenopsis
 é uma planta muito popular por sua fácil adaptação em apartamentos, perto de janelas sem vento forte e luz solar direta.
cultivo de orquídeas
No Brasil
 dois gêneros nativos são cultivados em larga escala pela beleza, colorido e porte; As Cattleyas (foto ) e as Laélias, a maioria delas plantas nativas do país.