Equador ameaça explorar subsolo se não receber para preservar o local.
Chanceler renunciou por causa de impasse sobre acordo internacional.O texto assinado por 13 pesquisadores de instituições dos EUA, Reino Unido, Alemanha e Equador é a primeira síntese abrangente da variedade de anfíbios, aves, mamíferos e plantas daquela área e recomenda que não haja ali construção de estradas ou novas atividades de exploração de petróleo – ao contrário do que ameaça fazer o presidente equatoriano Rafael Correa caso a comunidade internacional não aceite pagar pela conservação da floresta.
Área guarda uma das maiores biodiversidades do mundo, segundo levantamento feito pelos cientistas.(Foto: Reprodução)
Dados de inventários científicos mostram, segundo os autores da pesquisa, que Yasuní está entre os lugares com maior biodiversidade na Terra, com recordes de espécies de anfíbios, répteis, morcegos e árvores.
As conclusões do estudo alimentam a polêmica em torno da iniciativa batizada de Yasuní-ITT - sigla em referência ao parque e do campo petrolífero de Ishpingo, Tambococha e Tiputini -, segudo a qual o Equador quer deixar de extrair o equivalente a 900 milhões de barris de petróleo - cerca de um quinto das reservas equatorianas, o que equivaleria a deixar de emitir mais de 400 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
A proposta é que a comunidade internacional contribua com recursos para que o petróleo seja mantido no subsolo, deixando a floresta intacta.
"Já dei a ordem para que não se firme o acordo nestas condições vergonhosas. Há pessoas que não entendem que os tempos mudaram e que aqui hoje há soberania e dignidade", disse Correa sobre o acordo proposto
O impasse levou o chanceler equatoriano, Fander Falconí, a renunciar no último dia 12. Nesta quinta (21), Correa anunciou que Ricardo Patiño, até então ministro de Coordenação da Política do Equador, como seu substituto.
Doutor em economia e gestão ambiental, Falconí liderava o projeto de abandono da exploração dos campos ITT ao lado de Roque Sevilla, presidente da comissão técnica responsável e que renunciou pouco antes do ex-chanceler, após ser acusado por Correa de proclamar o fracasso do plano.
Fonte: Globo Amazônia, em São Paulo
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