Índios isolados que vivem em terras indígenas no Paralelo de 10°S e suas imediações, no Acre, voltaram a ser fotografados em julho durante sobrevôo de avião organizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e o governo do Acre. Os índios isolados ocupam três conjuntos de malocas, situados nas cabeceiras do rio Humaitá, no alto Riozinho e no alto igarapé Xinane.
Dois desses povos têm presença permanente constatada em território brasileiro há décadas, enquanto o terceiro se assentou há menos de dois anos no alto Xinane, oriundos do lado peruano da fronteira. Um quarto povo, os Mashco-Piro, passa temporadas, geralmente durante o verão, em território brasileiro, nos rios Envira, Iaco e Chandless (os últimos dois afluentes do rio Purus).
A divulgação de fotos das malocas dos isolados nas mídias nacional e internacional, após sobrevôo realizado em abril do ano passado, alertou sobre a necessidade de ações continuadas para a proteção desses povos e de seus territórios. Esse é o principal objetivo de um componente do Termo de Cooperação Técnica assinado em outubro último entre a presidência da Funai e o governo do Acre.
Existem no Estado três terras indígenas (Kampa e Isolados do Rio Envira, Riozinho do Alto Envira e Alto Tarauacá), com extensão de 636,3 mil hectares, destinadas à proteção de três povos “isolados”.
Também situadas na fronteira com o Peru, outras seis terras indígenas e o Parque Estadual Chandless constituem territórios utilizados pelos isolados em seus deslocamentos e em suas atividades de coleta, caça e pesca.
As dez terras e o parque têm extensão agregada de pouco mais de 2 milhões de hectares, integrando um mosaico contínuo de 28 terras indígenas e 15 unidades de conservação (de uso sustentável e proteção integral), de 7,7 milhões de hectares, que ocupa 46% da superfície total do Acre.
Participaram da expedição o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Jr., coordenador da Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Envira e assessor Especial dos Povos Indígenas do governo do Acre, Francisco Pinhanta, além do fotógrafo Gleilson Miranda, da Secretaria de Comunicação.
Fotos: Gleilson Miranda/Secom
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