Embora tenham diminuído significativamente desde a chegada dos portugueses (1500), ainda existem vários povos indígenas habitando o território brasileiro. Cada um com sua cultura, língua, arte, religião, hábitos, tradições, mitos e costumes. Abaixo uma relação dos principais povos indígenas brasileiros. |
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Nome do povo (em português) | Família ao qual pertencem ou Tronco Linguístico | Estados brasileiros onde habitam |
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Aicanãs | Aicanã | Roraima |
Ajurus | Tupari | Roraima |
Amanaiés | Tupi-guarani | Pará |
Anambés | Tupi-Guarani | Pará |
Aparai | Karíb | Pará |
Apiacás | Apiacá | Mato Grosso |
Apurinã | Aruák | Amazonas |
Arapaso | Tucano | Amazonas |
Arara | Karíb | Pará |
Arara | Pano | Acre |
Araras-do-aripuanã | Tupi-Arara | Mato Grosso |
Aruás | Língua aruá | Rondônia |
Campas | Aruák | Acre e Peru |
Assurinis-do-tocantins | Tupi-Guarani | Pará |
Assurinis-do-xingu | Tupi-Guarani | Pará |
Avás-canoeiros | Tupi-Guarani | Tocantins e Goiás |
Guajás | Tupi-Guarani | Maranhão |
Auetis | Língua aueti | Mato Grosso |
Bacairis | Karíb | Mato Grosso |
Borun | Borun e português | Minas Gerais e Bahia |
Barás | Tukano | Amazonas |
Barasanas | Tukano | Amazonas |
Baré | Nheengatu | Amazonas |
Bororos | Bororo | Mato Grosso |
Chamacocos | Samuko | Mato Grosso do Sul |
Chiquitanos | Chiquito | Mato Grosso |
Cintas-largas | Tupi Mondé | Rondônia e Mato Grosso |
Denis | Arawá | Amazonas |
Desanos | Tukano | Amazonas |
Enáuenês-nauês | Aruák | Mato Grosso |
Fulniôs | Yatê | Pernambuco |
Gavião Mondé | Mondé | Rondônia |
Paracatejê-gavião | Timbira Oriental | Pará |
Pucobié-gavião | Jê | Maranhão |
Guajajaras | Tupi-Guarani | Maranhão |
Guaranis | Tupi-Guarani | RS/SC/PR/SP/RJ/MS/ES |
Guatós | Guató | Mato Grosso do Sul |
Hupda | Maku | Amazonas |
Ikpeng | Karib | Mato Grosso |
Ingarikó | Karíb | Roraima |
Jabutis | Jaboti | Rondônia |
Jamamadis | Arawá | Amazonas |
Jarauaras | Arawá | Amazonas |
Javaés | Karajá | Tocantins |
Jiahuis | Tupi-Guarani | Amazonas |
Jumas | Tupi-Guarani | Amazonas |
Kaapor | Tupi-Guarani | Maranhão |
Caiabis | Tupi-Guarani | Mato Grosso e Pará |
Caingangues | Jê | São Paulo, Paraná e Santa Catarina |
Caixanas | Português | Amazonas |
Kalapalos | Karíb | Mato Grosso |
kamayurás | Tupi-Guarani | Mato Grosso |
Cambebas | Tupi-Guarani | Amazonas |
Cambiuás | Português | Pernambuco |
Canamaris | Katukina | Amazonas |
Apaniecras-canelas | Jê | Maranhão |
Rancocamecras-canelas | Jê | Maranhão |
Canindés | Português | Ceará |
Canoês | Kanoê | Rondônia |
Carajá | Karajá | Mato Grosso, Tocantins |
Karapanã | Tukano | Amazonas |
Karapotó | Português | Alagoas |
Karipuna | Tupi-Guarani | Rondônia |
Caripunas-do-amapá | Creoulo Francês | Amapá |
Cariris | Português | Ceará |
Cariris-xocós | Português | Alagoas |
Caritianas | Arikem | Rondônia |
Araras-caros | Ramarama | Rondônia |
Karuazu | Português | Alagoas |
Katukina | Katukina | Amazonas |
Katukina | Pano | Acre e Amazonas |
Katxuyana | Karib | Pará |
Kaxarari | Pano | Amazonas e Rondônia |
Kaxinawá | Pano | Acre e Peru |
Kaxixó | Português | Minas Gerais |
Caiapós | Jê | Mato Grosso |
Quiriris | Português | Bahia |
Cocamas | Tupi-Guarani | Amazonas |
Korubo | Pano | Amazonas |
Craós | Timbira oriental | Tocantins |
Crenaques | Krenak | Minas Gerais |
Cricatis | Jê | Maranhão |
Kubeo | Tukano | Amazonas |
Kuikuro | Karib | Mato Grosso |
Kulina Madihá | Arawá | Acre, Amazonas |
Culinas-pano | Pano | Amazonas |
Kuripako | Aruak | Amazonas |
Curuaias | Munduruku | Pará |
Kwazá | Kwazá | Rondônia |
Macurap | Tupari | Rondônia |
Makuna | Tukano | Amazonas |
Macuxis | Karib | Roraima |
Matipus | Karib | Mato Grosso |
Matis | Pano | Amazonas |
Maxacalis | Maxacali | Minas Gerais |
Meinacos | Aruak | Mato Grosso |
Miranha | Bora | Amazonas |
Miritis-tapuias | Tukano | Amazonas |
Mundurucus | Munduruku | Pará |
Muras | Mura | Amazonas |
Nauquás | Karib | Mato Grosso |
Nambiquaras | Nambikwara | Mato Grosso e Rondônia |
Nukini | Pano | Acre |
Ofaiés | Ofaié | Mato Grosso do Sul |
Oro-uins | Txapakura | Rondônia |
Paiter | Mondé | Rondônia |
Palicures | Aruak | Amapá |
Panará | (Krenhakarore) Jê | Mato Grosso e Pará |
Pancararés | Português | Bahia |
Pankararu | Português | Pernambuco |
Pankaru | Português | Bahia |
Parakanã | Tupi Guarani | Pará |
Parecis | Aruak | Mato Grosso |
Parintintins | Tupi-Guarani | Amazonas |
Patamona | Karib | Roraima |
Pataxó | Português | Bahia |
Pipipãs | Português | Pernambuco |
Pirarrãs | Mura | Amazonas |
Piratapuias | Tukano | Amazonas |
Pitaguaris | Português | Ceará |
Potiguaras | Potiguara e português | Paraíba |
Poianauas | Pano | Acre |
Ricbactas | Rikbaktsa | Mato Grosso |
Sakurabiat | Tupari | Rondônia |
Sateré-Mawé | Mawé | Amazonas e Pará |
Shanenawa | Pano | Acre |
Suruís | Tupi-Guarani | Pará |
Suiás | Jê | Mato Grosso |
Tabajaras | Português | Ceará |
Tapaiúnas | Jê | Mato Grosso |
Tapirapés | Tupi-Guarani | Mato Grosso |
Tapuias | Português | Goiás |
Tarianas | Aruak | Amazonas |
Terenas | Aruak | Mato Grosso do Sul |
Ticunas | Ticuna | Amazonas |
Tiriós | Karíb | Pará |
Torás | Txapakura | Amazonas |
Truká | Português | Pernambuco |
Trumai | Trumai | Mato Grosso |
Tsunhuns-djapás | Katukina | Amazonas |
Tucanos | Tukano | Amazonas |
Tumbalalá | Português | Bahia |
Tuparis | Tupari | Rondônia |
Tupinambás | Português | Bahia |
Tupiniquins | Português | Espírito Santo |
Tuiúcas | Tukano | Amazonas |
Umutinas | Bororo | Mato Grosso |
Amondauas | Tupi-Guarani | Rondônia |
Uaimiris-atroaris | Karib | Roraima e Amazonas |
Uapixanas | Aruak | Roraima |
Uarequenas | Aruak | Amazonas |
Uassus | Português | Alagoas |
Uaurás | Aruak | Mato Grosso |
Uaianas | Karib | Pará |
Xakriabás | Jê | Minas Gerais |
Xambioás | Karajá | Tocantins |
Xavantes | Jê | Mato Grosso |
Xetás | Tupi-Guarani | Paraná |
Caiapós-xicrins | Kayapó | Pará |
Xipaias | Juruna | Pará |
Xukuru | Português | Pernambuco |
Xukuru Kariri | Português | Alagoas |
Yaminawa | Pano | Acre |
Ianomâmis | Yanomami | Roraima, Amazonas |
Iaualapitis | Aruak | Mato Grosso |
Iecuanas | Karib | Roraima |
Jurunas | Juruna | Pará e Mato Grosso |
Zoés | Tupi-Guarani | Pará |
Zorós | Mondé | Mato Grosso |
Suruuarrás | Arawá | Amazonas |
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
A organização social dos índios
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os contatos entre indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.
Religião Indígena Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada
Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Yanomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio) e Sua Pesquisa.com
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio) e Sua Pesquisa.com
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