Muitos vêem nesta imagem de 1985 o começo do que hoje chamamos "globalização mediática", pois a agonia de Omayra Sanchez foi acompanhada em tempo real pelas câmaras de televisão de todo o mundo. Apesar da profusão de imagens dinâmicas conseguidas pelas televisões foi esta imagem estática, dum realismo e de uma dimensão humana chocantes, que fez a história deste primeiro directo da agonia e morte de um ser humano.
Omayra Sanchez, de 13 anos, foi uma menina vítima do vulcão Nevado del Ruiz durante a erupção de 1985 que arrasou o povoado de Armero, na Colômbia. Omayra ficou três dias sob o lodo, barro, água e o que restava da sua própria casa. Quando os paramédicos, de parcos recursos, tentaram ajudá-la, comprovaram angustiados que lhes era impossível fazê-lo, já que para a removerem da armadilha mortal em que se encontrava precisavam amputar-lhe as pernas e a falta de um especialista para tal cirurgia resultaria na morte da menina.
Segundo os paramédicos e jornalistas que a rodeavam, Omayra mostrou-se forte até o último momento da sua vida. Durante os três dias que durou a agonia pensou somente em voltar ao colégio, aos seus estudos e à convivência com os amigos. O fotógrafo Frank Fournier fez esta foto de Omayra que deu a volta ao mundo e originou uma controvérsia a nível planetário a respeito da indiferença do governo colombiano relativamente às vítimas de catástrofes.
A fotografia foi publicada meses após a morte da menina e Frank Fournier recebeu, em 1986, por esta imagem, o World Press Photo Premier Award.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Fotografias, O mundo dos pequenos animais é fascinante nas suas cores
A fotografia tem, entre outras virtudes, a de nos revelar mundos que estão vedados à limitada capacidade capacidade da vista humana. Assim é com a fotografia microscópica ou telescópica ou ainda com a fotografia de alta velocidade. O mundo dos pequenos animais é fascinante nas suas cores, detalhes e beleza. É preciso termos mais cuidado com o lugar onde colocamos os pés...
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Fotografia Kirlian: a alma das coisas
Fotografias em que aparecem pessoas rodeadas por uma aura luminescente são mais comuns do que se pensa. Se a imagem é recente diremos logo que é uma manipulação feita com photoshop. Porém se é mais antiga, anterior à era da fotografia digital, os espíritos mais religiosos erguem-se clamando estar perante provas da existência da aura humana, esquecendo-se que os efeitos fotográficos existem desde os primórdios da fotografia. Neste caso a aura é produzida por um efeito muito simples denominado Kirlian.
Este fenómeno é antigo e deve o seu nome ao inventor russo Semyon Davidovich Kirlian, que o tornou conhecido em 1939. O princípio técnico é muito simples. Resumidamente, consiste em aplicar um campo eléctrico de alta voltagem próximo da chapa fotográfica que, como resultado, provoca o aparecimento de uma luminescência radiante em redor do objecto fotografado. O mais extraordinário é que, não obstante o fenómeno ser conhecido também pelo nome de bioelectrografia, ocorre tanto com seres vivos como com objectos inanimados, o que refuta as teorias místicas que defendem a existência de uma aura humana que pode ser fotografada. Misticismos à parte, o que é certo é que as fotografias produzidas por este processo são espectaculares e não deixam de convocar a nossa imaginação e o nosso lado mais espiritual.
A ironia no meio disto tudo é que Kirlian, diz-se, descobriu o processo por mero acaso no meio das suas experiências com electricidade e não lhe soube descobrir aplicação prática imediata para além da curiosidade científica.
No entanto, cabendo-lhe os louros da descoberta, não lhe cabe o pioneirismo. Há registos de que, no início do século XX, o padre e inventor Roberto Landell de Moura desenvolveu experiências fotográficas deste tipo onde captou pela primeira vez estes efeitos que, na altura, se acreditou corresponderem à aura humana. A polémica das suas descobertas e a pressão da Igreja levaram-no a abandonar as suas experiências. Só a sua vida daria um livro...
As fotografias apresentadas, realizadas com a técnica Kirlian, são da autoria do fotógrafo americano Robert Buelteman.
Este fenómeno é antigo e deve o seu nome ao inventor russo Semyon Davidovich Kirlian, que o tornou conhecido em 1939. O princípio técnico é muito simples. Resumidamente, consiste em aplicar um campo eléctrico de alta voltagem próximo da chapa fotográfica que, como resultado, provoca o aparecimento de uma luminescência radiante em redor do objecto fotografado. O mais extraordinário é que, não obstante o fenómeno ser conhecido também pelo nome de bioelectrografia, ocorre tanto com seres vivos como com objectos inanimados, o que refuta as teorias místicas que defendem a existência de uma aura humana que pode ser fotografada. Misticismos à parte, o que é certo é que as fotografias produzidas por este processo são espectaculares e não deixam de convocar a nossa imaginação e o nosso lado mais espiritual.
A ironia no meio disto tudo é que Kirlian, diz-se, descobriu o processo por mero acaso no meio das suas experiências com electricidade e não lhe soube descobrir aplicação prática imediata para além da curiosidade científica.
No entanto, cabendo-lhe os louros da descoberta, não lhe cabe o pioneirismo. Há registos de que, no início do século XX, o padre e inventor Roberto Landell de Moura desenvolveu experiências fotográficas deste tipo onde captou pela primeira vez estes efeitos que, na altura, se acreditou corresponderem à aura humana. A polémica das suas descobertas e a pressão da Igreja levaram-no a abandonar as suas experiências. Só a sua vida daria um livro...
As fotografias apresentadas, realizadas com a técnica Kirlian, são da autoria do fotógrafo americano Robert Buelteman.
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Cientistas encontram anticorpos capazes de derrotar o vírus da Aids
Depois de dez anos de muita procura e nenhuma descoberta pesquisadores americanos enxergaram uma luz nas lentes dos microscópios.
Ao analisar o sangue com HIV de 1800 pessoas que vivem em sete países da África Subsariana, no Reino Unido, na Tailândia, na Austrália e nos Estados Unidos encontraram dois anticorpos capazes de derrotar o vírus.
O PG-9 e o PG-16 atingem a parte do HIV responsável por contaminar as células do corpo humano. O problema é que os dois anticorpos são produzidos por uma minoria das pessoas.
Mas isso não reduz nem um pouco a importância da descoberta, pelo contrário. Segundo os pesquisadores, agora, há um caminho para barrar uma das maiores pandemias que o mundo já viu. Tentar produzir os anticorpos e transformá-los numa vacina contra uma doença até então incurável.
Desde 1980 a Aids assusta. É uma das doenças mais letais da história. Mais de 25 milhões de pessoas morreram por causa do vírus e a Organização Mundial da Saúde estima que há 33 milhões de soropositivos em todo o mundo.
Dois terços na África. Nos países mais populosos da América Latina - Argentina, Brasil, Colômbia e México, estão os maiores números de soropositivos na região. São pessoas que esperam ver o PG-9 e o PG-16 transformados numa arma contra Aids.
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INDIOS DA ETNIA MAXAKALI
Segundo o etnólogo Nimuendajú (1958), os remanescentes Maxakalí do vale do Mucuri em Minas Gerais se autodenominam Monacó bm. Entretanto, de acordo com o antigo chefe de posto e grande conhecedor da língua, da organização social e da história dos Maxakalí, Joaquim S. de Souza, eles se identificam como Kumanaxú. Por sua vez, Popovich (1992), profunda conhecedora da língua falada por eles, registra Tikmu'ún como o termo que adotam para si mesmos.
Os Maxakalí - palavra em língua desconhecida, aplicada pela primeira vez na área do rio Jequitinhonha - não podem ser identificados como um único grupo, mas como um conjunto de vários. A denominação decorre desses grupos se articularem politicamente como aliados e terem se aldeado conjuntamente, sobretudo após 1808, quando ocorreu a invasão sistemática de seus territórios e se ampliaram os conflitos com outros grupos, particularmente com os denominados Botocudos.
Essa confederação, também chamada de Naknenuk, era composta pelos Pataxó ou "Papagaio"; Monoxó ou "os Ancestrais" ou Amixokori, "Aqueles que Vão e Voltam"; Kumanoxó, denominação genérica das heroínas tribais do panteão religioso dos Maxakalí; Kutatói ou "Tatu"; Malalí ou "Jacaré Pequeno"; Makoní ou "Veado Pequeno"; Kopoxó, Kutaxó ou "Abelha"; e Pañâme.
Essas denominações identificavam, inicialmente, os grupos rituais que, no caso dos Maxakalí, confundem-se com as unidades mais abrangentes em termos de organização política - pequenas aldeias nas quais vivem uma família extensa em torno do seu líder, que acumula funções políticas e religiosas.
Essas aldeias, em decorrência do avanço da sociedade dominante, terminaram por ser isoladas em termos geográficos, e os vários grupos rituais passaram a ser identificados nos documentos oficias e particulares como tribos distintas. Essa identificação diferenciada se manteve até o final do século passado ainda que os observadores ressaltassem que a língua e a organização social eram as mesmas e que esses grupos sempre se aldeavam em conjunto, formavam confederações defensivas e usavam a mesma tática de estabelecerem alianças com os colonos para poderem enfrentar os inimigos tradicionais. A pertinência a um mesmo grupo étnico também era afirmada pelos próprios índios, como se observa no depoimento dos Malali a Auguste de Saint-Hilaire, em 1817, em Minas Gerais, ao analisarem suas relações com os vários grupos indígenas da região entre os rios Jequitinhonha e Doce.
Outros nomes
Maxacalis, Monacó, Kumanuxú, Tikmuún
Onde estão
Minas Gerais
Quantos são
1.271 (Funasa - 2006)
Família linguística
Maxakali
Os Maxakalí - palavra em língua desconhecida, aplicada pela primeira vez na área do rio Jequitinhonha - não podem ser identificados como um único grupo, mas como um conjunto de vários. A denominação decorre desses grupos se articularem politicamente como aliados e terem se aldeado conjuntamente, sobretudo após 1808, quando ocorreu a invasão sistemática de seus territórios e se ampliaram os conflitos com outros grupos, particularmente com os denominados Botocudos.
Essa confederação, também chamada de Naknenuk, era composta pelos Pataxó ou "Papagaio"; Monoxó ou "os Ancestrais" ou Amixokori, "Aqueles que Vão e Voltam"; Kumanoxó, denominação genérica das heroínas tribais do panteão religioso dos Maxakalí; Kutatói ou "Tatu"; Malalí ou "Jacaré Pequeno"; Makoní ou "Veado Pequeno"; Kopoxó, Kutaxó ou "Abelha"; e Pañâme.
Essas denominações identificavam, inicialmente, os grupos rituais que, no caso dos Maxakalí, confundem-se com as unidades mais abrangentes em termos de organização política - pequenas aldeias nas quais vivem uma família extensa em torno do seu líder, que acumula funções políticas e religiosas.
Essas aldeias, em decorrência do avanço da sociedade dominante, terminaram por ser isoladas em termos geográficos, e os vários grupos rituais passaram a ser identificados nos documentos oficias e particulares como tribos distintas. Essa identificação diferenciada se manteve até o final do século passado ainda que os observadores ressaltassem que a língua e a organização social eram as mesmas e que esses grupos sempre se aldeavam em conjunto, formavam confederações defensivas e usavam a mesma tática de estabelecerem alianças com os colonos para poderem enfrentar os inimigos tradicionais. A pertinência a um mesmo grupo étnico também era afirmada pelos próprios índios, como se observa no depoimento dos Malali a Auguste de Saint-Hilaire, em 1817, em Minas Gerais, ao analisarem suas relações com os vários grupos indígenas da região entre os rios Jequitinhonha e Doce.
Outros nomes
Maxacalis, Monacó, Kumanuxú, Tikmuún
Onde estão
Minas Gerais
Quantos são
1.271 (Funasa - 2006)
Família linguística
Maxakali
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