Uma visita a uma tribo Sateré Mawé
Praia de Ponta Negra. É grande a movimentação dos turistas. Eles deixam Manaus para conhecer as belezas da floresta tropical. Rio profundo, o Negro é tão largo que custa a exibir a floresta mais de perto. Mas , aos poucos revela belezas desconhecidas para muitos brasileiros.São duas horas no barco de turismo ou cinquenta minutos em lancha rápida até um dos mais antigos hotéis de selva da região de Manaus, a cerca de 60 km da capital. Erguido no nível da copa das árvores, em Iranduba. Apesar de promover o turismo ecológico, foi multado por crimes ambientais em 2009.Mas não perdeu a licença de funcionamento ,porque está corrigindo os erros. Os turistas se encantam com os pássaros, jacarés, Macacos-de-Cheiro, todos em liberdade. Os passeios pelo Rio Ariaú, afluente do Rio Negro, mostram margens de vegetação exuberante, que abrigam várias formas de vida. Revelam também o modo de viver dos ribeirinhos.
Em meia hora se chega à terra dos Sateré-Mawé. Para anunciar a chegada na Aldeia Sahu-Ape, que significa "Casco de Tatu", é preciso bater na Sapopema. É a campainha da floresta. Logo aparece Vovoré, que finge se esconder,que nos leva até a farmácia da Aldeia, onde está o futuro Pajé, Sahu.
Entrevista com Sahu/liderança dos Sateré Mawé:
"P:Vocês recebem a gente com um fogo cheiroso. Conta o que tem aqui?
R:Aqui é breu. A gente faz o ritual da defumação. Se acredita que quando uma pessoa deseja mal para a outra, o desejo fica no corpo e no espírito então com quatro tipos de breu diferentes e com mais sessenta tipos de raízes se faz um pó que se joga no fogo para fumaçar e limpar o corpo e espírito".
Segundo eles, o ideal é defumar sábado ou domingo, que é quando os espíritos maus estão presos e os bons vagando. Agora quem chega é Baku, a líder maior, pajé da Aldeia.
Entrevista com Baku-pajé e líder indígena:
" Tudo aqui é remédio, começando por aqui, tudo é remédio - para o bem e para o mal. Esse aqui é para ser inteligente. Daqui para cá é só para fazer coisas boas".
Pajé Mulher não é muito comum. Baku nem queria ser, porque trabalha demais. Mas fica feliz quando vê alguém curado. Ela conta que a terra indígena é pequena para as cerca de quarenta pessoas que vivem na Aldeia, e que a cidade está encostando nela.
Entrevista com Baku-Pajé e líder índigena:
"Nós aqui preservamos muito a floresta. Mas tem muitos que vem e derrubam.A minha luta é com esse povo pescador que vem para matar. Eu tô sempre lá - não mexe, deixa aí. Também derrubam para tirar pau. A nossa luta é essa, por causa do ar - que se desmatar tudo vai ficar mais calor do que já tá".
Os Sateré Maué vivem principalmente do artesanato. E mantém rituais como o da Tocandeira. Na passagem da adolescência para a vida adulta os meninos colocam a mão numa luva como esta e aguentam as picadas das formigas. A prova de coragem faz os novos guerreiros. Os Sateré Mawé foram os inventores da cultura do Guaraná, domesticando a trepadeira nativa da Amazônia que hoje é produto de exportação.
Agradecimentos:
Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Manaus
Fonte:
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