OS BANIWA
Uma história de resistência
Os Baniwa entraram em contato com os colonizadores europeus no início do século 18. Perseguidos e escravizados por espanhóis e portugueses, boa parte da sua população foi dizimada por epidemias de sarampo e varíola, trazidas pelos brancos. Foram hostilizados e explorados por comerciantes brancos, aliados dos militares dos fortes portugueses de S. Gabriel e Marabitanas. Em meados do século 19, os Baniwa e outros povos da região protagonizaram movimentos messiânicos contra a opressão dos brancos. A partir de 1870, com o boom da borracha, foram explorados por patrões do extrativismo nos seringais do baixo Rio Negro.
No século 20, chegaram na região do Rio Negro e afluentes os missionários católicos salesianos e suas escolas civilizadoras. No final da década de 40, Sophie Muller, uma missionária evangélica norte-americana da Missão Novas Tribos, iniciou a evangelização dos Curipaco na Colômbia e chegou aos Baniwa do alto Içana. O mundo baniwa se dividiu entre católicos e evangélicos. A partir dos anos 70, os Baniwa assistiram à entrada de novos personagens nas suas terras, com a tentativa de abertura de um trecho da Rodovia Perimetral Norte, a construção de pistas de pouso para uso militar, a invasão de empresas de garimpo e a retaliação de suas terras pelo governo federal com a demarcação de "ilhas", o que eles rejeitaram.
Durante décadas os homens baniwa se endividaram com patrões extrativistas de balata, sorva e piaçava, no Brasil e na Colômbia. Desta forma, adquiriam roupas, armas de fogo e outros bens industrializados. Atualmente, a comercialização de artesanato, especialmente da cestaria de arumã e ralos de madeira, é uma das poucas fontes regulares de renda monetária.
Nos anos 90, os Baniwa começaram a se organizar em associações filiadas à FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), fundada em 1987.
Entre 1996/98, o governo federal finalmente reconheceu os direitos coletivos dos povos indígenas da região do alto e médio Rio Negro e demarcou um conjunto de cinco terras contínuas, com cerca de 10.6 milhões de hectares, nas quais estão incluídas as áreas de ocupação tradicional dos Baniwa no Brasil.
Onde vivem
Os Baniwa fazem parte de um complexo cultural de 22 povos indígenas diferentes, de língua aruak, que vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, em aldeias localizadas às margens do Rio Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate, além de comunidades no alto Rio Negro/Guainía e nos centros urbanos rionegrinos de S. Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (AM).
Comunidade Tucumã Rupitá, onde fica a sede da Oibi
A população baniwa atual é estimada em 12 mil pessoas, das quais cerca de 4 mil no Brasil, vivendo basicamente de agricultura especializada na mandioca brava e da pesca, em aproximadamente cem aldeias e sítios. Desenvolveram uma adaptação fina a uma região com baixa capacidade de suporte, isto é com solos ácidos e pobres, com manchas descontínuas de terra firme, separadas por campinaranas e igapós.OS TIPOS DE CESTARIA DE ARUMÃ
Balaio waláya
Os waláya aparecem na mitologia e nos rituais de iniciação das meninas e meninos baniwa. Tradicionalmente, os meninos aprendem a fazer cestas deste tipo e ofertá-las às suas amigas rituais, ao término do período de reclusão.
Os Baniwa usam os waláya makapóko = balaios grandes, para recolher a massa de mandioca (antes e depois de espremer no tipiti) e para servir beiju e farinha nas refeições. Serve de suporte para presentear com frutas e outros alimentos.
Essa cesta tigeliforme é considerada pelos artesãos baniwa a mais trabalhosa, especialmente pelo acabamento que requer o beiral (no detalhe abaixo: beiral com tira trançada sobreposta e beiral de cipó uambé); há vários tipos de acabamento: em arumã natural ou apenas raspado, sem tingimento; ou com grafismos coloridos, marchetados em uma ou nas duas faces.
O balaio pode ser utilizado como cesta para pães e frutas ou para colocar a correspondência recebida em casa, e até como embalagem para produtos cosméticos.
Urutu oolóda
Os Baniwa fazem esse tipo de cesta em formatos grandes, sem desenhos marchetados, para reservar massa de mandioca (antes e depois de espremer no tipiti) e também para guardar farinha, beiju e roupa.Para comercializar, os Baniwa produzem urutus de vários tamanhos - tanto de diâmetro quanto de altura - geralmente com grafismos coloridos marchetados.
Peneira dopítsi
As mulheres baniwa se orgulham das suas peneiras, objetos de uso diário que demonstram a competência artesanal dos seus maridos.
As peneiras são cestos platiformes, circulares, com talas afastadas, usadas para cernir a farinha e para transportar o beiju do forno até o jirau; suspensas por um tirante de cordas, servem como suporte para empilhar beiju seco.
Há vários tipos de peneira usados atualmente:
dopitsi peethepóko (peneira beiju fazer)
dopitsi matsokapóko (peneira farinha fazer) báatsi (peneira de talinhas muito finas de arumã, usada exclusivamente para coar suco de frutas)
ttíiroli (de formato tigeliforme, conhecida também como cumatá, usada para tirar goma da massa de mandioca e para coar bebidas, como os vinhos de açaí e patauá)
Os baniwa produzem peneiras para trocar e presentear parentes e também para vender no comércio de S. Gabriel da Cachoeira.
Fora da região do Rio Negro, a comercialização de peneiras tem encontrado mercado reduzido para exposições, decoração de paredes ou como bandeja para servir certos alimentos.
Jarro kaxadádali
O termo kaxadádali , em baniwa, refere-se ao formato barrigudo, de uma cesta ou cerâmica; palavra que se aplica também às pessoas (mulheres grávidas, por exemplo) e aos animais; antigamente era feito também de cipó e usado para guardar miudezas (como bóias de molongó e iscas para pescar), ficando submerso até o pescoço.
Atualmente, os jarros produzidos para a comercialização em formatos grandes são utilizados como luminárias, porta guarda-chuva ou para colocar roupas. Miniaturizados, são usados como porta-vela e até como embalagem de perfume
Consta que, para os Baniwa, esse tipo de cesta tem o formato do universo e é de origem baniwa, pelo menos na região do Rio Negro.
A planta usada
Arumã = póapoa (bw) (Ischnosiphon spp.), da família das matantáceas; uma espécie de cana de colmo liso e reto, oferece superfícies planas, flexíveis, que suportam o corte de talas milimétricas; o colmo da planta é descascado/raspado/ariado, pode ser tingido ou mantido na cor natural; também usado com casca, que lhe confere maior resistência e uma cor pardo clara laqueada. O arumã (ou guarimã) é utilizado pelos povos indígenas amazônicos, a partir do Maranhão, onde a planta (que tem várias espécies) cresce em regiões semi-alagadas. Terminologia baniwa sobre o arumã
- póa-poa nako = arumã feixe
- (póapoa) halépana = arumã branco
- póapoa kántsa = arumã verdadeiro
- oni-póapoani = arumã d'água
- (póapoa) attíne híorhi = canela de jacamim
- (póapoa) tolípa = arumã peludo
- líia = clorofila da parte externa do colmo, que é raspada
- líipee = parte nobre com a qual se trança
- líixa =cerne usado para fazer o paneiro-embalagem e outros paneiros descartáveis
- líixami = parte central do arumã, úmida, descartada
COMO É FEITA
O Trançar
Trançar é um ato solitário, que exige atenção, paciência e dedicação. A cestaria baniwa é feita com rigorosa simetria gráfica e com esmero, para durar.
Iniciar o trançado se faz com duas ou três talas. Começar com quatro rende mais, mas é considerada uma opção exagerada, utilizada em situações emergenciais.
O número de talas para começar o trançado é definido em função da largura das talas ou do tipo de desenho, exceto no caso da peneira.
Há nomes diferentes que definem o ato de trançar, relacionados ao número de talas utilizadas no início: dzamaita (para duas), madalitapenali (para três) e licoetakapenali (para quatro).
Se o artesão vai fazer urutu ou jarro, ele pode usar qualquer um dos jeitos de trançar. Agora, caso ele vá fazer peneira, só pode usar a modalidade dzamaita , a única que garante uma trama adequada para cernir a massa de mandioca, seja para fazer farinha ou beiju, ou para reter a borra de frutas.
Urutus e jarros com grafismos marchetados coloridos, exigem talas previamente pintadas ao meio, diferentemente de peneiras e balaios que são trançados com talas monocromáticas. Há vários tipos de trançado específicos para fazer tipiti (como, por exemplo, phitíema dente de cotia e porhe iiwi escama de jejú).
Acabamento
Há vários tipos de acabamento das cestas de arumã, com o uso de cipós e amarrilhos naturais. Os mais comuns para se fazer os aros são:
O heemáphi (espinha de anta), um tipo de árvore-cipó
O cipó titica (Heteropsis aff. spruceana Schott) ou (Heteropsis af jenmani Oliv.), dapikántsa, epífita da família das Aráceas, empregada também para fazer aturás e peneiras;
O cipó uambé (ou Ambê-Açu) = okána, cipó-trepadeira (família das Aráceas) que se enrosca em árvores de até 50 metros de altura com diâmetro de 2 cm, uma vez descascado, é usado para fazer os aros de contorno da borda das apás.
Os amarrilhos são feitos de curauá (Bromelia morreniana (Regel) Mez), heríwai pokoda, planta de roça da qual se extrai a fibra (heriwaíkhaa). Uma vez torcida é utilizada para fazer cordas e, passada no breu, para fazer linhas para pescar e fios para amarrar o acabamento das apás e urutus. O breu máini é uma resina coagulada no tronco de várias espécies de Burceráceas, misturada com carvão, é empregada para endurecer e dar durabilidade ao fio de curauá.
Há vários tipos de acabamento das cestas de arumã, com o uso de cipós e amarrilhos naturais. Os mais comuns para se fazer os aros são:
O heemáphi (espinha de anta), um tipo de árvore-cipó
O cipó titica (Heteropsis aff. spruceana Schott) ou (Heteropsis af jenmani Oliv.), dapikántsa, epífita da família das Aráceas, empregada também para fazer aturás e peneiras;
O cipó uambé (ou Ambê-Açu) = okána, cipó-trepadeira (família das Aráceas) que se enrosca em árvores de até 50 metros de altura com diâmetro de 2 cm, uma vez descascado, é usado para fazer os aros de contorno da borda das apás.
Os amarrilhos são feitos de curauá (Bromelia morreniana (Regel) Mez), heríwai pokoda, planta de roça da qual se extrai a fibra (heriwaíkhaa). Uma vez torcida é utilizada para fazer cordas e, passada no breu, para fazer linhas para pescar e fios para amarrar o acabamento das apás e urutus. O breu máini é uma resina coagulada no tronco de várias espécies de Burceráceas, misturada com carvão, é empregada para endurecer e dar durabilidade ao fio de curauá.
COMO É UTILIZADA
As mulheres usam
As mulheres baniwa usam cestaria de arumã na roça e, sobretudo, na preparação dos alimentos à base de mandioca.
Arrancar, transportar, lavar, descascar, ralar para fazer a massa, peneirar e preparar a comida, atividades de mulher. À tradicional cestaria de arumã e aos ralos esculpidos em madeira com pedrinhas incrustadas se juntaram o forno de ferro, bacias e panelas de alumínio, compondo a tralha contemporânea e indispensável da culinária baniwa, baseada no peixe e nos derivados da mandioca brava: mingaus (kamorikaa), beijus (peéthe) e farinhas (matsoka).
A produção artesanal feminina de utensílios domésticos resume-se tradicionalmente à cerâmica (largamente substituída hoje em dia por objetos de alumínio e ferro) e às cuias.
As roças de mandioca
Diariamente as mulheres baniwa das dezenas de aldeia do alto Içana e Aiari vão às suas roças arrancar raízes de mandioca brava (káini) para transformá-las em comida, aos costumes. Jornada duríssima. Levantam de madrugada, preparam mingau, servem aos filhos e aos maridos, apanham terçado e aturá (tsheeto) e seguem para a roça (kenike), a pé, de canoa.
Arrancar as raízes é tarefa especialmente pesada quando se trata de uma heéñami, roça velha, já encapoeirando. Mais fácil no caso de uma maaleri, roça madura ou walikawaire, roça nova.
Houve tempo, no começo do mundo, quando Kaali andava na terra, que as mulheres não sofriam no trabalho da roça e processamento da mandioca. Bastava marcar terreno e surgia uma roça. Bastava fazer o aturá e deixá-lo na roça a caminho do igarapé para se banhar, que ele ressurgia na comunidade, lotado de mandiocas já descascadas! As mulheres só faziam imaginar e tudo acontecia nos conformes, até mesmo beiju pronto para comer. Hoje os mais velhos ainda lembram das frases certas, orações evocativas para esses verdadeiros milagres. Mas a curiosidade dos humanos – que tentavam desvendar o que se passava nas roças de Kaali - estragou tudo e, aos poucos, foram sendo castigados, perdendo os privilégios, condenados a trabalhar duro. Os homens pagaram primeiro e houve um tempo em que a eles cabia o trabalho da roça e do processamento da mandioca. Dizem que foi nesse tempo que os homens ficaram com a parte interna do braço chata, de tanto raspar mandioca.
Mas o herói ancestral baniwa retomou a ordem, e a divisão sexual do trabalho foi instituída. No tempo de verão – de dezembro a março - derrubar e queimar, trabalho masculino; plantar e limpar, coletivo. Tudo que vem depois de nove meses, quando as raízes já estão maduras, é por conta das mulheres.
A lida da mandioca - das roças aos alimentos - toma a maior parte do tempo da vida das mulheres baniwa. Exige enorme esforço físico e habilidade.
Com a mandioca fazem farinha e beijus, indispensáveis na alimentação baniwa.
Nas roças baniwa há grande variedade de mandiocas bravas, derivadas da árvore ancestral (kaalika ttaadap), que Kaali deixou na terra, antes de partir. Derrubada pelos filhos do trovão, seus galhos foram levados, originando a diversidade de plantas úteis que os baniwa conhecem.
Somente nas roças situadas na área de domínio da comunidade de Tucumã-Rupitá, no alto Içana, por exemplo, foram relacionadas cerca de 60 variedades. Cada uma tem nome próprio: aalidalíke (tatu), awiñáke (uacu), daapáke (paca), dapike (cipó), dopalíke (araripirá), dzamolitoke (caitetu), dzaapáke (tucunaré), dzaawatóke (acará), dzaike (?, tipo grilo), dzeekáke (seringa), dzoottalike (jacundá preto), eeritoke (acará), guenieroke (guainia), hemalíke (abiu), heemahiwidake (cabeça de anta), hiiniríque (ucuqui), hiipadáke (pedra), ipohiwidake (cabeça verde), iikolíke (cabeçudo), iitsíke (guariba), iirakawanake (braço vermelho), itsidáke (jabuti), kabike (peito de gente), kamheróke (cucura), kapíwali (macaxeira), kedehakeke (?, de sujo), keeríke (lua), keniki-ikínarke (?, espelho), kerekeréke (periquito), kettinalike (jacundá), koliríke (surubim), kowaidake (tipo de castanha), kumaruke (cumaru), liewhéke (ovo de cabeçudo), maapake (cana-de-açúcar), moóneke (mamangaba), manakheke (açaí), mapharáke (pirarara), mheettike (goma, tapioca), ñamaroke (arraia), omaíke (piranha), palanáke (banana), parawitsike (pirapucu), patipitike (? sombrancelha), pidooke (lontrinha), pirimítsike (samaúma), piipiríke (pupunha), ponámake (patauá), pooperike (bacaba), taalíke (aracú), waarhéke (uará), wadólike (pirarucu), waliitshíke (mucura), entre outras.
A farinha de mandioca
Massa misturada com diferentes doses de mandioca mole ou puba (que ficou de molho no igarapé fermentando por uma semana), passando pelo tipiti e pela peneira, vira beiju ou farinha. Tem peneira para farinha(oropema), mais aberta e peneira para beiju (dopitsi). Beijus e farinhas se assam em grandes tachos de ferro, com fogo de lenha leve, usando abano de arumã para virar.
Com pouca massa mole fermentada adicionada à massa fresca o beiju fica doce (poottidzaite); se a dose for maior, ficará azedo (kamaite). Para as crianças bem pequenas, faz-se molhoiwa, beiju de pura mandioca amolecida na água, mandioca d’água. A massa fresca logo depois de ralada, se não vai pro tipiti, pode ser lavada com água usando um cumatá, peneira de trançado bem cerrado; a mistura fina cai numa bacia onde decanta: embaixo a goma, em cima o líquido venenoso. Goma pura, bem seca e peneirada, vira farinha de tapioca, curadá, tapioquinha. O líquido bruto da mandioca brava ralada (kainia) tem veneno, que evapora depois de duas horas de fervura, transformando-se em kainia pomakadali, adocicado. Pode ser engrossado com goma ou receber a mistura de batatas, bananas, caroço de umari ou uacú. Adicionando-se farinha, vira um chibé especial. Chibé é qualquer mistura de farinha com água, complemento obrigatório depois de uma refeição, refeição mínima, oferecimento de boas vindas.
Goma misturada com massa fresca serve para fazer beijusespeciais (mheetthiwa), adicionando-se vários ingredientes, como a castanha uará e o caroço de umari.
Há vários tipos de acabamento para os beijus. Patsimeete é um beiju fresco, mole, que permanece assim por um dia e depois fica mais duro (marameete). Mas o beiju pode sair direto do forno para secar sob ação direta do sol, num girau ou nos telhados de palha de caranã das casas, transformando-se em tarhewali, que pode durar até dois meses, modalidade apropriada para viagens longas, como as que os homens baniwa que vivem no Brasil fazem na safra da piaçava na Colômbia, por exemplo.
Para extrair a manicoera da massa ralada, os Baniwa usam o cumatá ttíiroli, um cesto-coador redondo e grande, trançado de talas de arumã com as malhas bem cerradas, apoiado num tripé de varas. Do líquido coado resulta a tapioca méenthi, um polvilho que decanta no fundo do pote, e a manicoera, que deve ser fervida pelo menos por duas horas até ser liberado seu sumo venenoso. Outro utensílio adotado para o mesmo fim é o tipiti. Para esfarinhar a massa seca no tipiti, usam peneiras trançadas em arumã raspado, com malhas abertas.
A massa peneirada vai ao forno para torrar farinha ou assar beijus, com o apoio de grandes abanos de arumã. Os balaios e urutus de arumã servem para reservar a massa da mandioca seca.
Transportar
Transportar a cestaria de arumã das comunidades do alto Içana até Manaus é uma enorme dificuldade e pode levar até duas semanas.
A OIBI, associação indígena do Içana, tem uma canoa grande íita mákali, regionalmente denominada bongo, com um casco de loiro escavado de 14 metros e cobertura de folhas de caranã. Essa embarcação, com seis tripulantes, tem capacidade para transportar cerca de cem dúzias de urutus.
Na data marcada com antecedência, os dirigentes da Associação usam esse bongo, movido a motor de popa de 15 HP, para visitar as comunidades e recolher a produção.
Fonte: Arte Baniwa
Um comentário:
O fundo dificulta ou mesmo impossibilita a leitura.
Postar um comentário