terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O que nos contam os índios norte-americanos

Uma família de índios norte-americanos

A origem de vários grupos nativos dos EUA é considerada pelos próprios como extraterrestre, pois suas culturas são fortemente influenciadas por ensinamentos transmitidos pelas “Nações das Estrelas”. Os peles-vermelhas - como são chamados os índios norte-americanos – têm plena consciência de que os desastrosos acontecimentos em várias partes do mundo atual já haviam sido anunciados aos nativos através de antigas profecias de suas tribos. A mais importante delas é a que se refere à clara manifestação sobre a Terra das civilizações extraterrestres.
Alguns mistérios da humanidade só podem ser revelados pelos índios

Standing Elk [Alce em Pé], líder místico da tribo Lakota, vê com apreensão o risco de colapso nos métodos financeiros mundiais, especialmente dentro dos Estados Unidos e das instituições religiosas. Floyd Hand, conselheiro espiritual da nação Oglala, fala das inundações, incêndios e terremotos, além da intensa seca e o aumento de mortes devido a má distribuição e a falta de alimentos. Tudo isso já estaria previsto nas profecias indígenas, os fenômenos El Niño, La Niña e a morte de milhares de africanos todos os dias, seriam confirmações indiretas de tais previsões. Wambdi Wicasa [Homem Cervo], líder espiritual dos Dakota, vai mais longe e enfatiza que toda a Humanidade deveria ter recebido a mesma cultura dos povos indígenas, mas como isso não aconteceu, os homens das estrelas estarão coagidos, se necessário, a intervir para restabelecer o equilíbrio físico e espiritual do planeta. Ele nos alerta para a entrada da Terra na Quinta Era, mas antes da dimensão espiritual, deveremos viver novas e diversas épocas. Holy Bull [Touro Sagrado], outro mediador dos Lakota, relembra as palavras pronunciadas em 1854 pelo líder Seattle, da tribo Suwamish, onde dizia que “a Terra era preciosa para Deus e maltratá-la seria desprezar seu criador, quem contaminava seu leito seria sufocado pelo próprio lixo, a Terra não pertencia ao homem, mas o homem à Terra e qualquer coisa errada que se faça, faz-se a si mesmo...”

Foto de um chefe de tribo indígena



No entanto, a humanidade, aprisionada em sua própria arrogância e ignorância, nem ao menos ouve estas palavras. Standing Elk explicou que o povo das estrelas está aqui para encorajar o crescimento espiritual do ser humano e que deverá acontecer uma aproximação de raças em direção à Terra, num período de grandes provas, mas seguido de mil anos de paz. Existem, todavia, entidades e forças que não desejam a revelação da verdade, mas os peles-vermelhas sabem que as previsões já estão acontecendo. Elk costuma declamar o que chama de a derradeira mensagem: “Depois que a última árvore tenha sido derrubada, depois que o último rio tenha sido envenenado, depois que o último peixe tenha sido capturado. Então, descobrirás que o dinheiro não pode ser comido.”

Censura e punições

O líder Lakota revelou que os chefes místicos de cada tribo (os remediadores) têm a capacidade de comunicar-se com entidades espirituais da Mãe Terra e com seres provenientes das estrelas. Este poder de transmissão constituiria uma séria ameaça para as instituições religiosas, econômicas e governamentais do planeta, pois civilizações do Universo estariam entrando em contato com os peles-vermelhas através de métodos espirituais, o que é abominado pelo governo norte-americano. Este é o motivo principal que induziu os donos do poder a considerar ilegal o credo das tribos Lakota e Dakota, banindo suas tradições culturais seculares. Os líderes espirituais eram punidos com severidade, chegando a ser condenados a mais de 30 anos de detenção caso fossem vistos ou se realizassem atos de prece às Nações das Estrelas durante as cerimônias tradicionais celebradas em sua língua original. Para cristianizar os “pagãos”, os EUA cortavam as rações de comida necessárias à sobrevivência dos nativos, impondo-lhes o modo cristão de viver.

Com isso, impediam que sua cultura tradicional - que os leva a crer serem descendentes de extraterrestres - se alastrasse. As pessoas que se esforçavam para preservar seus ritos místicos e sua cultura eram privadas do fornecimento de comida por vários meses. Standing Elk declarou ainda que quem executava tudo isso eram, geralmente, chefes religiosos e não necessariamente autoridades do governo. A pesada censura valeu até o ex-presidente Jimmy Carter promulgar, em agosto de 1978, a Lei Ato para Liberdade de Religião, que dava aos nativos certa liberdade de terem suas próprias formas de religiosidade. Por estes motivos e pela tentativa do homem branco em explorar o conhecimento dos homens das estrelas apenas por interesses econômicos, os chefes espirituais indígenas decidiram manter a mais total discrição em relação aos seus conhecimentos cósmicos, informando aos seus descendentes somente o que fosse necessário para construção de sua alma.

Os Contatos

Elk citou variadas vezes, desde criança, que foi testemunha de observações de UFOs. Num desses casos, viu quatro esferas luminosas de cor verde sobrevoarem a área próxima ao Rio Missouri e, de dentro delas, saírem seres alienígenas. Em outra ocasião, teve oportunidade de ver bem de perto uma destas entidades. O extraterrestre vestia-se de branco, com cerca de 2,10m de altura e parecia um homem de origem caucasiana.

Contou também vários depoimentos por ele obtidos de outros líderes e, segundo suas pesquisas, existem no Universo inúmeras raças: As lendas dos Sioux falam de civilizações provenientes das Plêiades e dos sistemas estelares de Sírius e Órion. Um remediador dos Sioux relatou a Standing Elk um encontro que teve com um ser pertencente à raça por nós definida como Grays [Cinzas], durante um ritual de purificação e iniciação no interior de uma tenda. Outro detalhe diz respeito aos símbolos encontrados nos destroços da nave acidentada em Roswell. Segundo o líder Lakota, vários nativos estiveram próximos do local da queda e sensibilizaram-se com os mortos. Cada um daqueles criptogramas teria dois significados, um às lendas universais e outro às espirituais.
Floyd Hand, da nação Oglala, falou dos seres denominados de Avatares, que seriam figuras semelhantes aos mestres Jesus, Buda e Maomé. Seriam entidades de proveniência extraterrestre que assumiriam várias formas. A lenda da Mulher Bisão Branco é um exemplo. Ela sempre se manifestou aos peles-vermelhas em diversos momentos históricos, dando-lhes ciência de fatos que aconteceriam no futuro.

A história fala de um ser que apareceu em épocas antigas e que instruiu o povo através de conhecimentos universais e sua presença entre os índios veio a influenciar seus modelos de vida social. Explicou ainda que os indígenas da Terra provêm de sete diferentes raças extraterrestres.

Muitos líderes espirituais nativos enfatizam a importância em se acreditar em UFOs. Harry Charger, ancião Lakota, disse que os irmãos estelares visitam a tribo há tempos e que ele se habituou desde pequeno com a idéia do homem não ser o único habitante do Universo. Charger contou ainda uma lenda sobre uma jovem e linda mulher, que apareceu a dois exploradores nativos e transmitiu seus valiosos ensinamentos espirituais. Um dos homens, no entanto, tentou seduzir a misteriosa fêmea e acabou morrendo. O outro, ao contrário, prestou respeitosa atenção e divulgou ao seu povo o conhecimento recebido. Steve Red Buffalo, da mesma tribo, explicou que seus antepassados provêm da constelação das Plêiades. Falou também do Chanupa, o cachimbo sagrado que simboliza a união da Terra e o céu.


O índio é considerado um sábio no que diz respeito a UFO

Na cultura dos indígenas norte-americanos, cada raça do planeta representa um dos quatro elementos da natureza. A branca simboliza o fogo e a negra a água, os povos amarelos representam o ar e os vermelhos a terra. Wambdi Wicasa acredita que as quatro raças primordiais terrestres esqueceram-se de quais eram seus papéis e quais elementos representavam, cometendo graves erros e gerando a situação de degradação ambiental em que estamos vivendo. Preston Scott, da tribo dos Choctaw, narrou um encontro que teve com três seres quando escalava uma montanha próxima à aldeia. As criaturas lhe instruíram a ir para a terra dos Lakota, onde receberia lições espirituais para transmitir ao seu povo. Disse que, graças a esses ensinamentos, os Choctaw superaram o momento de crise pelo qual estavam atravessando e reencontraram o seu caminho. Também defendeu que os nativos do planeta sejam descendentes de povos extraterrestres. Scott contou ainda outra história, de um jovem índio que recebeu energia de um raio de luz, fazendo a indicação de que se tratava de uma nave. Para o povo Heyoka, antigo aliado dos Choctaw, tal acontecimento é visto como um tipo de batismo espiritual - nós, homens brancos, chamamos de abdução.

Mais uma vez, percebemos a importância e a necessidade de uma revisão detalhada na história desses antigos povos - pessoas simples, que viveram sempre em comunhão com a “Mãe Terra”, nunca fizeram mal a ninguém e conheciam segredos cósmicos que nós, caras-pálidas, apenas agora começamos, timidamente, a notar. 
Fonte:

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ministério Público tem elementos para questionar Belo Monte

MP reagiu à ameaça da AGU de processar procuradores que questionem a licença ambiental da usina



Dida Sampaio/AE
BRASÍLIA - O Ministério Público Federal no Pará reagiu à ameaça da Advocacia-Geral da União (AGU) de processar procuradores da República que questionem a licença ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).  Em nota, o MPF disse que as críticas feitas pela AGU “parecem desprezar que o Estado democrático não constrói com base na coerção”.


O procurador da República no Pará Ubiratan Cazetta classificou como “lamentável” a pressão feita pela AGU e disse que o órgão federal desconsiderou o trabalho de avaliação do MPF sobre os processos que envolvem Belo Monte.

“Não fomos açodados nem agimos por interesse pessoal.  Faz 13 anos que acompanhamos essa questão, que temos feito chamadas sobre pontos que entendemos como errados”, disse o procurador à Agência Brasil.

O MPF ainda aguarda o recebimento da licença ambiental, assinada na última segunda-feira (1º) pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias.  No entanto, segundo Cazetta, já é possível apontar falhas que poderão sustentar recursos contra a liberação do empreendimento.

O procurador cita, por exemplo, a falta de estudos técnicos dos impactos sobre as populações ribeirinhas, que deveriam constar nos Estudos de Impacto Ambiental, mas não foram solicitados pelo Ibama.  “O que era para ser prévio foi colocado como condicionante.  A licença [prévia] não poderia ter jogado essa obrigação para o futuro.”

Falhas na realização de audiências públicas também poderão justificar questionamentos e já são alvo de uma ação civil pública que tramita na Justiça Federal em Altamira (PA).  Uma decisão liminar chegou a suspender o processo de licenciamento, mas foi derrubada em seguida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Ubiratan Cazetta argumenta que o debate sobre Belo Monte tem que ser “traduzido de forma verdadeira” para sociedade.  “É um processo muito marcado por informações pela metade.  O marketing oficial do governo não diz que a usina só produzirá 11 mil megawatts em uma pequena parte do ano e que a média será de 4 mil megawatts”, apontou.

O custo da obra, orçada inicialmente pelo governo em R$ 9,5 bilhões e agora anunciada por pelo menos R$ 20 bilhões, também deve ser melhor explicado, na avaliação do procurador.

Cazetta disse que os procuradores no Pará não se sentiram intimidados e que o MPF continuará exercendo a função de fiscal.  “Fica a sensação de que poderíamos ter fortalecido as instituições sem precisar disso.  Mas não queremos criar nada pessoal nem uma disputa entre instituições.”

Segundo ele, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reafirmou o apoio institucional à defesa dos direitos dos cidadãos que se sentem ameaçados pelo empreendimento.
 
Altora:Luana Lourenço - da Agência Brasil

Belo Monte: Um tiro no escuro, MMA libera Belo Monte sem conhecer os impactos da obra

Audiência em Altamira
Audiência em Altamira

Licença publicada no dia 1º de fevereiro de 2010 demonstra que questões centrais para avaliar o impacto da obra ainda não estão esclarecidas. Parecer Técnico do Ibama, do final de novembro de 2009 e que não foi disponibilizado na internet, denunciou pressão política da Presidência da República para liberar a obra e indicou que os estudos, superficiais, não conseguem prever o que acontecerá com os peixes num trecho de mais de 100 km de rio, e conseqüentemente com as pessoas que deles sobrevivem, sobretudo as comunidades indígenas ribeirinhas. Também revelou que não há medidas suficientes para controlar o afluxo de pessoas, que podem colapsar os serviços públicos e aumentar a disputa pela terra na região, já conhecida pela violência no campo.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias, anunciaram, em entrevista coletiva à imprensa nessa segunda-feira (1/2), a liberação da licença ambiental para construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).
O maior empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deve custar 30 bilhões de reais e tem previstos 1 bilhão e meio de reais para ações mitigadoras, contrapartidas e medidas socioambientais. Apesar de ser anunciada como a terceira maior hidrelétrica do mundo, em virtude da estimativa de produção de 11 mil mega-watts (MW), essa capacidade de geração só ocorrerá no auge da cheia. No restante do ano, a usina deve gerar pouco mais de 4 mil MW.
Com 40 condicionantes, a Licença Prévia (LP) permite a realização do leilão de Belo Monte, ainda sem que importantes impactos tenham sido identificados. Como é possível atestar a viabilidade de uma obra e anunciar valores de mitigações sobre o que ainda não se conhece?
Quando, semanas atrás, o ministro do Meio Ambiente anunciou que estava tudo certo para que o Ibama desse, em fevereiro, o aval para a construção da UHE Belo Monte, no Rio Xingu (PA), todos imaginaram que faltavam apenas questões burocráticas para a licença. Porém, o vazamento de um parecer técnico, elaborado pela equipe que analisa os estudos de impacto ambiental, aponta para problemas muito mais sérios do que a falta de um carimbo ou de uma autorização qualquer.
O Parecer Técnico nº. 114/2009 (veja principais trechos aqui), de 23 de novembro de 2009, que não está disponível no site do órgão, expõe que "tendo em vista o prazo estipulado pela Presidência, esta equipe não concluiu sua análise a contento. Algumas questões não puderam ser analisadas na profundidade apropriada, dentre elas as questões indígenas e as contribuições das audiências públicas. Além disso, a discussão interdisciplinar entre os componentes desta equipe ficou prejudicada. Essas lacunas refletem-se em limitações neste Parecer".
Em outras palavras, a equipe estava dizendo que não só não foram levados em consideração as contribuições, dúvidas e questionamentos apresentados pela população que compareceu às audiências públicas realizadas em setembro de 2009, como não se sabe o que ocorrerá com as populações indígenas que vivem à beira do rio, e que dele dependem para alimentação e transporte. Mas não é só isso. O documento apontava uma série de graves problemas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Aproveitamento Hidrelétrico (AHE), que impediriam uma decisão responsável:
•   " O estudo sobre o hidrograma de consenso não apresenta informações que concluam acerca da manutenção da biodiversidade, a navegabilidade e as condições de vida das populações do TVR (trecho de vazão reduzida). A incerteza sobre o nível de estresse causado pela alternância de vazões não permite inferir a manutenção das espécies, principalmente as de importância socioeconômica, a médio e longo prazos. Para a vazão de cheia de 4.000m3/s a reprodução de alguns grupos é apresentada no estudo como inviável;
•    Os impactos decorrentes do afluxo populacional não foram dimensionados a contento. Consequentemente, as medidas apresentadas, referentes à preparação da região para receber esse afluxo, não são suficientes e não definem claramente o papel dos agentes responsáveis por sua implementação;
•    Há um grau de incerteza elevado acerca do prognóstico da qualidade da água, principalmente no reservatório dos canais.” 
Menos de dois meses depois, com recesso de Natal e Ano novo no meio, veio a licença, justo no primeiro dia de fevereiro, como o ministro do Meio Ambiente, e candidato a deputado, havia prometido à Casa Civil.
Minc disse que nem pressão política nem o ano eleitoral tiveram influência na liberação da licença. Ele afirmou que a LP apenas define se é possível fazer a obra mas que é a Licença de Instalação (LI), próxima fase do processo de licenciamento, que vai determinar o “como fazer”: "A Licença Prévia permite fazer o leilão mas não permite começar a obra, isso depende da Licença de Instalação. E para essa licença sair, várias coisas tem de ser cumpridas”. Dentre tais “coisas” deverão estar a necessidade de conhecer e divulgar os impactos sobre as terras e comunidades indígenas na Volta Grande do Xingu e no Rio Bacajá, sobre a qualidade da água na região de Altamira e sobre a flora e fauna locais. Sem essas informações, não é possível definir os programas e ações de mitigação e compensação com o devido compromisso socioambiental a que se refere o ministro.
Questões não respondidas
Na coletiva organizada para divulgar a licença foram destacados o número de condicionantes – 40 – e o valor das medidas mitigadoras – R$ 1,5 bi “aproximadamente”. Mas como numa avaliação de impacto ambiental a questão não é quantidade, mas qualidade, é importante ver se as questões centrais ainda em aberto levantadas no parecer de novembro foram resolvidas.
Um dos pontos mais importantes diz respeito ao Trecho de Vazão Reduzida (TVR). São mais de 100 km de rio que viverão uma “eterna seca” por conta do desvio do rio, por meio de imensos canais, até a casa de força. Nesse trecho estão localizadas duas Terras Indígenas (TIs) e algumas centenas de famílias ribeirinhas, que dependem do rio para comer e se transportar. Ele também abriga uma rica biodiversidade aquática (peixes e quelônios).
Quanto mais água for artificialmente liberada para esse trecho – “hidrograma do TVR”, no jargão técnico – melhor para a fauna e para as pessoas do local, mas pior para a geração hidrelétrica, pois menos água estará disponível para girar as turbinas. Dependendo de quão grave será a seca, a vida nesse trecho poderá ser inviabilizada, o que significa que deverá haver remoções e indenizações para as pessoas, e lamentos para perda da fauna aquática. Sabendo que a hidrelétrica reduzirá drasticamente sua capacidade de geração nos meses secos, pois não terá reservatório de acumulação, é previsível que venha a existir uma intensa disputa pela água entre a empresa que a gerir – a ser definida no leilão que ocorrerá nos próximos meses – e as comunidades locais. Como é improvável que estas últimas vençam essa disputa, é função do órgão ambiental arbitrar o “hidrograma”, de tal forma que a vida continue sendo possível nesse trecho, mesmo que alterada.
Em novembro, o Ibama dizia que os estudos sobre o “hidrograma de consenso” (não é possível aferir entre quem) não permitiam responder a essa questão básica. Agora, na licença, afirma que ele “deverá ser testado após a conclusão da instalação da plena capacidade de geração da casa de força principal”, mas que “a identificação de importantes impactos na qualidade de água, ictiofauna, vegetação aluvial, quelônios, pesca, navegação e modos de vida da população da Volta Grande poderão suscitar alterações nas vazões estabelecidas e conseqüente retificação na licença de operação”. Pelo que é possível inferir – o parecer técnico que subsidiou a licença também não está disponível na internet – a questão simplesmente não foi resolvida, mas a obra foi liberada com o compromisso de que, depois de pronta, se houver problema, será determinado o aumento da vazão nesse trecho, e portanto menos geração de energia.
Outro ponto importante diz respeito à qualidade da água nos mais de 500 km2 de áreas a serem inundadas. O parecer de novembro apontava “elevado grau de incerteza” sobre qual será a qualidade da água. A licença prévia resolveu esse problema exigindo da Eletrobrás que garanta “a manutenção da qualidade da água (...) adotando as medidas necessárias”. Ou seja, aparentemente aqui também não se sabe o que vai acontecer. A função do EIA/Rima é exatamente apontar qual será a qualidade da água, e se essa estiver fora dos parâmetros legais, ou muda-se o projeto ou o rejeita. Nesse caso, no entanto, o Ibama adotou o princípio do “deixa do que jeito que está para ver como é que fica”. Como pode a empresa garantir a qualidade da água se ela é derivada de um projeto que já foi aprovado e construído de determinada forma? Depois de construído não tem como mudar, veja-se o caso de Barra Grande.
A situação indígena
Questionado sobre o parecer do Ibama, que apontava falhas em diversos pontos dos estudos, inclusive na avaliação de questões indígenas, Minc disse que a responsabilidade, nesse caso, é da Funai: “A Funai fez um relatório conclusivo a respeito... Os citadinos vão ser contemplados, indenizados e ter melhorias como a população urbana. Não vai ter um índio de Terra Indígena (TI) deslocado. Nenhuma TI vai ser inundada. Essas populações de aldeias - cerca de 300 índios - vão ser impactadas indiretamente, ao mudar o sistema hídrico, com ganhos e perdas – vão poder navegar numa áreas q não tinha navegação e ter mais terra firme pra caçar em outra área, por exemplo”.
O novo diretor de Licenciamento, Pedro Bignelli, disse que o parecer da Funai não aponta diretamente nenhuma grande influência nos índios: “Não existe, portanto, nenhuma condicionante diretamente ligada a comunidades indígenas. Mas várias que atingem indiretamente: com a preservação da tartaruga, se está protegendo o índio que se alimenta do ovo. Em nenhum momento está previsto secar a Volta Grande. Vai ter a vazão reduzida, mas exatamente pra isso estão previstas as condicionantes”. Segundo ele, não existe previsão de deslocamento de indígenas de TIs: “Durante a seca, uma das alternativas que se aventa é um elevador, para elevar pequenas embarcações. Ainda está sendo analisado o quanto vai diminuir. São estudos que se prolongam com o tempo e as condicionantes abarcam isso”. Perguntado se a licença está sendo concedida mesmo havendo ainda impactos a serem identificados, ele respondeu que sim: “Há impactos que o empreendedor diz que não tem e nós não temos condições de dizer que tem, o que demanda continuação. Este é um processo dinâmico, a LP reporta à viabilidade do projeto até se chegar à LI”.
O diretor do Ibama insistiu em dizer que o parecer 114 havia sido superado e que, em nenhum momento, indicava a inviabilidade do projeto. As questões , treze pontos no total, teriam sido respondidas pelos empreendedores durante os meses de dezembro e janeiro, atendendo inteiramente às dúvidas apresentadas pelos técnicos do Ibama. Os empreendedores também já teriam respondido a todas as questões dos movimentos sociais e do painel de especialistas que analisou o EIA. No entanto, em documento assinado pelas empresas Eletrobrás, Camargo Correia, Andrade Gutierrez e Odebrecht , para responder os questionamentos apresentados pelos movimentos sociais do Xingu, importantes questões ficaram sem resposta: não há, por exemplo, menção de medidas a serem adotadas para a questão do aumento da pressão fundiária, especialmente nas terras indígenas, e para resolver a desordenada ocupação e uso dos recursos naturais em decorrência do aumento populacional que a obra trará. Por outro lado, algumas soluções apresentadas parecem beirar a ilegalidade e contradizem a declaração do próprio ministro na coletiva, de que 'não vai ter nem um índio de TI deslocado e nenhuma TI será inundada”. A resposta dos empreendedores cita a realocação de famílias indígenas que serão compulsoriamente deslocadas em razão do alagamento provocado no trecho do reservatório da calha do rio na Volta Grande do Xingu (resposta 4, p. 20). A Constituição Federal veda a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional.
Ainda sobre a questão indígena, Bignelli se esquivou de aprofundar o tema: “a Funai esclareceu que foram atendidas todas as exigências da lei e, em paralelo, tudo o que atinge os indígenas foi contemplado nas 40 condicionantes – na alimentação, na navegabilidade... De forma indireta, já que é pra todo mundo , não é só para os indígenas.” No entanto, o parecer da própria Funai, apesar de concluir pela viabilidade da obra, afirma que seriam necessárias informações complementares para permitir a completa avaliação dos impactos da obra sobre os povos indígenas e que o EIA/Rima não esclarece de que forma os gravíssimos impactos já identificados serão evitados ou minimizados.
Talvez se tivesse mais tempo...
O presidente do Ibama, Roberto Messias, disse que o processo de licenciamento não pode ser considerado ideal e que poderia ter havido mais audiências e mais tempo para análise, mas que, dentro dos parâmetros legais, tudo foi feito e considerado: “Nós sabemos que na história das hidrelétricas do Brasil tem um passivo de não cumprimento de condicionantes, mas hoje o processo é muito mais aberto. Tem seus defeitos? Pode ter. Talvez se tivesse mais tempo... Mas, qualitativamente o que tinha de ser feito foi feito. Pode ter grupos que achem que a licença não deveria ter sido dada. Pressão tem de todos os lados, mas isso não interfere, a gente lida com isso.”
A concessão da licença com as condicionantes apenas corrobora o fato de que o projeto original de Belo Monte em seus Estudos de Impacto Ambiental não incorporaram todas as variáveis que seriam necessárias para evitar maiores impactos socioambientais. Isso não chega a ser uma novidade na história brasileira. O mesmo já ocorreu com a hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins. A diferença é que aquela foi uma obra planejada pelo governo militar, numa época em que não havia estudo de impacto ambiental e que os direitos das populações locais pouco importavam. Hoje, porém, temos direitos constitucionalmente garantidos e um sistema de avaliação de impacto ambiental estruturado exatamente para evitar que absurdos como aquele voltem a se repetir. Mas parece que os interesses econômicos e políticos vão sobrepujar a institucionalidade construída. Já no ano passado foi dado o primeiro sinal, com o pedido de demissão dos responsáveis pela análise dos estudos ambientais, o diretor de licenciamento, Sebastião Custódio Pires, e o coordenador de infraestrutura de energia elétrica, Leozildo Tabajara da Silva Benjamim.
Portanto, é bom que a sociedade se prepare. Ao que tudo indica, ao contrário do prometido, a Presidência da República empurrará a obra goela abaixo da sociedade, mesmo sem saber se é viável. A autorização dada pela Funai no final do ano passado,sem consulta aos povos indígenas e sem saber o que acontecerá com eles, já era um claro sinal de interferência política no processo técnico de avaliação de impactos. Com a licença emitida ontem, já não há mais dúvidas.

ISA, Instituto Socioambiental.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Conheça os peixes ornamentais da Amazônia

PA e AM são os estados que mais exportam peixes de aquário no país.

Captura é feita com autorização e movimenta milhões de reais.

Um pedacinho da Amazônia pode estar vivendo dentro da sua casa, sem você saber. A região de Barcelos, no Amazonas, é uma das mais ricas do planeta em peixes ornamentais, que são capturadas lá e vivem em aquários espalhados por todo o mundo.

Segundo as últimas estatísticas do Ibama, o Brasil exportou, em 2007, R$ 5,9 milhões em pequenos peixes de água doce, sendo que 90% desse valor veio de espécies capturadas no Pará e no Amazonas. O animal mais popular é foi o tetra cardinal (Paracheirodon axelrodi), da Região Norte, que alcançou a marca de 18,3 milhões de unidades exportadas.

Foto: Henrique Lazzarotto-Instituto Mamiraúa/Divulgação

Acará-disco é uma das 'estrelas' da Amazônia. Na reserva de Amanã, a coleta é acompanhada de estudos científicos para causar pouco impacto sobre a natureza. (Foto: Henrique Lazzarotto-Instituto Mamiraúa/Divulgação)

A maior parte da atividade é feita de forma legal, e o Ibama tem uma lista de 379 espécies que podem ser coletadas. Na reserva de Amanã, no Amazonas, a captura é feita com o acompanhamento de cientistas, que estudam a melhor forma de tirar os peixinhos da natureza com o mínimo impacto.


Confira alguns dos peixes amazônicos mais populares

(Foto: Wikimedia Commons)

Tetra Cardinal, Neon Cardinal, Neon
Paracheirodon axelrodi

É, de longe, o mais popular. Por ser pequeno, bonito e fácil de criar, ganhou a preferência de aquaristas ao redor do planeta. Tem um parente muito parecido com ele, o neon verde (Paracheirodon simulans) que também está entre os mais populares da Amazônia.

(Foto: Wikimedia Commons)

Limpa-vidros
Otocinclus affinis e Otocinclus vittatus


Pequenos, são muito procurados por seus serviços de “higienização” nos aquários.

(Foto: Wikimedia Commons)

Rodóstomus, rodóstomus falso
Hemigrammus bleheri

Chamam a anteção pela cabeça vermelha e pelo rabo listrado.

(Foto: Wikimedia Commons)

Coridora, limpa-fundo
Corydoras sp


Simpáticas e pacíficas, adoram comer uma minhoca.

(Foto: Wikimedia Commons)

Peixe-borboleta
Carnegiella strigata

Faz jus ao nome, e literalmente voa para fora do aquário se uma tampa não for colocada.

Veja a lista do Ibama com as espécies permitidas para coleta

Ribeirinhos fazem pesca sustentável de peixes ornamentais no AM

Coleta é realizada na reserva de Amanã, no norte do estado.

Depois de muitas pesquisas, moradores da Reserva de Amanã, no norte do Amazonas, conseguiram fazer sua primeira coleta sustentável de peixes ornamentais. Com todo o cuidado para não depredar o ambiente ou causar impacto na vida dos animais aquáticos, os ribeirinhos coletaram 750 exemplares de acará-disco, peixe muito procurado por apaixonados por aquários.

(Fotos meramente ilustrativa)

Na primeira coleta, 750 acarás-disco foram capturadas por ribeirinhos com a ajuda de pequenas redes.

Os estudos para capturar peixes coloridos sem causar danos à reserva começou em 2003. Segundo o biólogo Alexandre Hercos, que realizou as pesquisas com o apoio do Instituto Mamirauá, cientistas conseguiram selecionar 13 espécies de peixes ornamentais para a pesca dentro da reserva.

Para fazer a escolha, foi feito um levantamento de quais eram os animais mais abundantes, as espécies que tinham maior valor comercial e as que estavam autorizadas para comercialização pelo Ibama. “Estabelecemos algumas cotas para a coleta, para que a captura seja sustentável”, explica Hercos.


Predador
A captura experimental foi realizada em outubro de 2008. Com pequenas redes, parecidas com um grande coador de café, os ribeirinhos coletaram os peixes em igarapés. Enquanto eram negociados, os animais ficaram alojados por um tempo em criadouros instalados em córregos.

Foram coletadas cinco espécies diferentes, mas apenas o acará-disco permaneceu nos viveiros. “Algum peixe rasgou a rede e os bichos fugiram”, conta o biólogo do Mamirauá.

As espécies foram negociadas no final do ano, em Manaus. Pelos 750 peixes, o comprador desembolsou R$ 2.750. Para provar que os animais foram coletados de forma cuidadosa, o Instituto Mamirauá permite ao comprador rastrear a origem dos peixes por meio de seu site na internet. Lá, pode-se ver o local exato onde os peixes foram capturados.
fonte:Globo Amazônia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ALGUMAS PALAVRAS DO DICIONÁRIO GUARANI - TUPI - TUPI ANTIGO - PORTUGUÊS



Foto ilustração
Ao contrário das consoantes, as vogais tupis são riquíssimas: a, e, i, o, u, y, vogais orais e outras tantas nasais, com til, além dos sons diferentes que representam quando devidamente acentuadas: â, á, ê, é, î, í, ô, ó, ú.


Não existem no tupi os sons de F, J, L, V e Z, nem é compatível com a língua os grupos bla, bra, pla, pra, cla, tra, gra e outros, isto é, grupos com duas consoantes juntas. Por influência do português algumas daquelas letras entraram na grafia tupi e, assim, as palavras escritas com J, hoje, que se pronuncia como "dj", deveriam ser com "i".

A: cabeça, coisa arredondada; também, semente, raiz
AARU: espécie de bolo preparado com tatu moqueado, triturado em pilão e misturado com farinha de mandioca.
ABABÁ: tribo tupi-guarani que habitava as cabeceiras do rio Corumbiara (MT)
ABAÇAÍ: a pessoa que espreita, persegue, gênio perseguidor de índios, espírito maligno que perseguia os índios, enlouquecendo-os.
ABAETETUBA: lugar cheio de gente boa; abá (homem) + eté (muito bom, verdadeiro) + tuba (abundância)
ABAÍBA: noivo, namorado
ABANÃ: (gente de) cabelo forte ou cabelo duro
-ABÁ NHE'ENGA, ABANHEÉM, ABANHEENGA, AVANHEENGA, AWAÑENE: língua dos índios, língua de gente, a língua que as pessoas falam
ABARÉ, AVARÉ, AWA'RÉ: padre
ABAREBÊBÊ: de homem distinto que voa, o padre voador
ABAPY: pé de homem, aba (homem, índio, pessoa) + py (pé)
ABAPORU: aba-poru homem-comer (homem que come gente, antropófago)
ABATI, ABATÍ: milho, plantação de milho / abatiy vinho de milho / auati, avati gente loura, que tem cabelos louros (como o milho)
ABEQUAR: homem que voa
ABIRÚ: cheio, repleto, farto, gordo, cheio de comida
ABOÇÁPECAÚ: nome de uma taba encontrada na ilha pelos primeiros conquistadores. Aboçá é corrupção de imbiaçá que vem de mbé - açaba - a saída do caminho, o porto; peca significa pato e U significa, água, rio. Donde temos aboçá-peca-u ou mbê-açaba-peca-u que se transformou no "massiambú" de nossos dias e que interpretamos caminho do rio do pato.
ABÓI: minhoca
ABUNÃ: comida com ovos de tartaruga-da-amazônia
AÇÃ: gritar
ACAMIM: uma das espécies de pássaros; uma das espécies de vegetais
ACANGATARA: cocar, enfeite de cabeça, espécie de coroa de penas de cores vistosas, usada nas festas das tribos.
ACARÁ: denominação da garça branca, garça, ave branca
AÇARAI: de rio do acará ou cará
ACARAI, ACARAÚ: rio das garças
ACAUÃ: língua tupi; ave que mata as cobras e sustenta com elas seus filhotes.
ACEMIRA: o que faz doer, o que é doloroso
ACUTI, ACUTIA, COTIA: nome de uma taba indígena que existia onde é, hoje, a capital de Santa Catarina no lado continental; nome dado pelos guaranis ao animal roedor, conhecido vulgarmente por cutia.
ADJULONÁ: assobios de folhas de buriti, entre os índios Carajás
AÊ: amigo
AÊTÉ, ANÊTE: elevado, elevadíssimo
AGUANIRANGA: bracelete com penas
AGUAPÉ, AWAPÉ: redondo e chato, a vitória-régia, plantas que flutuam em águas calmas
AGUARACHAIM, GRACHARIM: de o devorador ágil
ÃÎA (T-, R-, S-): t-ãîa ou anha dente; xe r-ãîa - meu dente; s-ãîa - seu dente
AICÓ OU ECÓ OU ICÓ: ser, estar, viver / muitos casos não precisa empregar o verbo, exemplo "xe catu" (eu bom), está implícito "eu sou bom".
AIMARA: árvore, araçá-do-brejo
AIMARÁ: túnica de algodão e plumas usada principalmente pelos guaranis.
AIMIRI, AIMIRIM: formiguinha
AIPIM: de raiz enxuta, mandioca mansa
AIRUMÃ: estrela-d'alva
AIRY: uma variedade de palmeira
AISÓ: formosa
AÎTATAKA: bater o queixo de frio
AÎUBA: maduro (fruto amarelo)
AÎUBYKA: enforcar
AIYRA: filha
AJUÁ: fruta com espinho
AJUCÁ: Festa de Jurema, entre os indígenas
AKÃÍ: gravetos
AKAÎU: caju, ano (os índios contavam anos, tomando como base o aparecimento do cajú)
AKAÎUI: vinho de cajú
AKAÎUTI: castanha de cajú
AKANGATU: memória, lucidez, inteligência
AKITÃI, AKIITÃI, IRAKITÃ OU MUIRAKITÃ: baixo, baixa estatura
AKUB (R-S-): quente xe r-akub - eu estou quente; s-akub - ele está quente; itá-akub - a pedra quente
AMANA OU AMANDA: chuva
AMANACI OU AMANACY: a mãe da chuva
AMANAIARA: a senhora da chuva ou deusa da chuva; de amana (chuva) + iara
AMANAJÉ: mensageiro
AMANARA: dia chuvoso
AMANDY: dia de chuva
AMAO: personagem divina que ensinou aos indígenas camanaos, do Rio Negro, Amazonas, o processo de fazer beiju, tapioca e farinha de mandioca.
AMARY: uma espécie de árvore
AMATIRÍ OU AMÃTITI: raio, corisco
AMBERÉ: lagartixa
AMBÛÁ: centopéia
AMERÊ: fumaça
AMI: aranha que não tece teia, espremer
AMÓ RUPI: ao contrário, às avessas
ÁMO: algum
AMONGÛY: emplumar o corpo de
AMOPIRA: precipício
AMOSOBAINDABA: o outro lado do rio, a outra margem
AMUARA: algum dia
AMUNDABA: aldeia vizinha, arrebalde
AMYIPAGÛANA: antepassado
AMYNIÎU: algodão
AMYRI: finado, defunto (forma afetiva)
ANACÊ: parente
ANAJÉ: gavião de rapina
ANAMA: família, parente, raça, nação / anama grosso, espesso
ANAMÍ: uma espécie de árvore
ANÃMIRI: anão, duende
AÑARETÁ: inferno
ANAUÊ: salve, olá
ANDUBA: (verbo) perceber, sentir
ANEQUIM: de espécie de tubarão
ANGÁ: expressão de surpresa agradável bom!, que bom!
ANGABA: exprime compaixão (coitado!)?
ANGATU: alma boa, bem estar, felicidade
ANGU: de papa de farinha
ANGÛERASO: espantar, atemorizar, aquilo que apavora
ANHÃI: na ponta, no cabo
ANHANA: expelido, empurrado
ANHAPOÃ: presas, dente canino
ANHIMA: de a ave preta
ANHÓ: só, somente
ANHUBANA: abraçar
ANHURI: colo, estreito no meio
ANINGA: arrepio, arrepiar-se
ANOMATÍ: além, distante
ANONGA: agourar, prognosticar
ANTÃ: forte, ágil, esperto
ANU: de o aparentado
AOBA: roupa
AONDÊ: coruja
APAMONAMA: misturar, remexer
APATUIÁ: secar
APEARÕ: entocaiar, esperar escondido
APEASABA: pontilhão, passarela
APECATU: o bom caminho
APECU, APECUM, APE'KU (APICU, APICUM): mangue, brejo de água salgada (à borda do mar), croa de areia feita pelo mar
APEÎARA: guia (conhecedor dos caminhos)
APEK (S): sapecar, chamuscar, queimar ligeiramente
APENUNGA: onda
APEOKA: descascar, desentortar
APEPU: som de coisa oca
APEPÛERA: casca de concha
APERERÁ: raso, igual, tosado
APETEREI: de rio do meio
APIÇÁ: atenção
APICHAI: crespo, enrugado
APÓ (S-R-S): s-apó raiz; xe r-apó - minha raiz; s-apó - raiz dele
APOENA: aquele que enxerga longe
APUAMA: que não para em casa, veloz, que tem correnteza
APUAVA, PUAVA: de o saltador
APUÉ: longe, distante
APYRYTÁ: armação de cumeeira
APYTAMA: feixe, molho, ramalhete
AQUÍRI: perna
'AR: cair
ARA: dia, luz, tempo, clima, nuvem, hora, nascer
ARÁ: papagaio / aracema bando de araras, papagaios (periquitos, jandaias)
ARABÉ: barata, besouro
ARACATU: bom tempo; de ara (dia, tempo) + catu ou katu (bom)
ARACÊ: aurora, o nascer do dia, o canto dos pássaros (pela manhã)
ARAÇÓIA: saia de plumas de ema que os índios usavam ao redor da cintura em certas cerimônias.
ARACU: na astronômia indígena do Amazonas é o grupo de estrelas que forma a empunhadura da espada do Orion na constelação de mesmo nome.
ARACUAM, ARAQUAN: de o papagaio esguio
ARAGUARI: este nome aparece assim grafado em antigos mapas Lecori, Ancori, Lencori, Araracari, Aracori, Araquari, penso que a grafia mais exata é a última. Temos então ara (papagaio), quara (buraco, esconderijo) e Y (água, rio), rio do esconderijo dos papagaios.
ARANI: tempo furioso
ARAPARI: o Cruzeiro do Sul, para as tribos indígenas do Rio Solimões
ARAPONGA: do papagaio que soa estridente
ARAPUÃ: abelha redonda
ARAPUCA: de colher aves, armadilha para aves, construindo numa pirâmide de gravetos de pauzinhos ou lasca de bambu.
ARARÁ: variedade de formiga
ARARAMA, ARARUAMA, ARATAMA: terra dos papagaios
ARARANGUÁ: este nome aparece pela primeira vez no mapa de Clemente Jough (1640) grafado Aremangar e depois, em outros, Ararariga, Aranga, Areronger, auronga, Araranga, Jerongoa, etc. Vem, pois, de Arara espécie de papagaio e gua ou goá, vale baixada, bacia. Logo vale dos papagaios.
ARARAPARI: é a enxó indígena
ARARÊ: amigo dos papagaios
ARASY: estrela d'alva, madrugada
ARATACA: de armadilha de papagaio
ARATINGAÚBA: de árvore do papagaio branco
ARATINGUÁ: de papagaio de bico redondo
ARAÚNA OU ARARÚNA: ave preta
ARÉ: o Noé dos indígenas Tupi-Guarani
AREBÁ: demora
AREBO: cada dia
ARETÉ: dia festivo
ARI, 'ÁRY: em cima, acima
ARIOCA: de casa, ninho de sapo
ARIRIU, ARIU, IRIRIU: de rio da ostra
AROEIRA: de árvore velha
AROUI: de rio do sapo
ARU-APUCUITÁ: remo de aru, assim chamavam os indígenas do Rio Negro.
ARUÇA: de caranguejo
ARURU: tristonho
ASAB (S): atravessar, cruzar
ASEMA: grito, gritar, gritador
ASSURINI: tribo pertencente a família lingüística tupi-guarani, localizadas em Trocará, no rio Tocantins, logo abaixo de Tucuruí (PA).
ATAENDY: chama
ATAENDYURU: castiçal, lamparina
ATAGÛASU: fogueira
ATAÎRU: companheiro de viagem
ATAUÚBA: flecha incendiária, foguete
ATI: gaivota pequena
ATIAÎA: raio de luz, que reflete luminosidade
ATIATI: gaivota grande
ATURASÁ: branco que casava com índia
AUAIÚ-AIAPÉ: bate-pé
AUÇÁ: de caranguejo
AUPABA: terra de origem
AÛSUB (S): amar / saiçú, uaçaiçú amar / moraussuba amar os outros, amor, afeto; do tupi poro ou moro (prefixo) + aussuba (amar) / joaussuba amarem-se (uns aos outros); do tupi "jo" (prefixo) + aussuba (amar)
AWA: redondo
AYMBERÊ: lagartixa
AYTY: ninho

A letra "b" tem sempre o som nasal, próximo a "mb", principalmente no meio das palavras. as consoantes são bastantes dúbias e confusas, principalmente o p, o b e o m. exemplos: Burity, Murity, Maranã, Paranã, Biri, Piri (de peri o junco), são palavras que se confundem, geralmente.

BÁ: pleno, cheio
BABACUTAIA: vida aracanguira
BABAKA: virar, voltar-se, revirar; retorcido, a vulva
BABAQUARA: tolo, aquele que não sabe de nada, também morador do refúgio
BABITONGA: este nome vem escrito, Bapitanga pela primeira vez no mapa de Pere Coronelli em 1648. Nos seguintes Bepitanga, Pepitanga, Babytonga, etc. Teceram sobre ele histórias e lendas mas na minha opinião este nome provém da ilhota Itapitanga. De ita pedra e pitanga vermelho. Logo pedra vermelha.
BABUI: de palavra híbrida be bambu e Y rio do bambu.
BACOPARI: de depósito d'água
BACUCU: de espécie de marisco
BACUPARI OU BACURI: de "'ybá ou yba" (fruta de árvore) + "cury", fruto apressado, amadurece rápido...
BAGUAÇU: de fruto grande
BAGUAL: do que é mortal
BAIACU: do bicho quente
BAÍRA: entidade civilizadora dos indígenas parintintins ou cauaiuas, do rio Madeira, no Amazonas, de raça tupi. Ensinou a pesca com sangab (visco).
BAMBAE: o que é torcido
BANGA: torto, virado
BAPO OU MBARAKA, MARACÁ, MARAKÁ, MARACAXÁ, XUATÊ: cascavel; chocalho usado em solenidade; que imita o maraká, barulhento
BAQUARA, BIQUARA OU MBAEKWARA, NHAMBIQUARA: sabedor de coisas, esperto, sabido, vivo
BARAUNA: de madeira preta
BATARRA: grande, forte
BATINGA: de madeira branca
BATOQUE: pedra de beiço, ou cilindro de pau, pedra resina, que os indígenas colocavam no lábio inferior.
BATOVI OU BATUI: de rio da cana verde
BAU, EMBAU, MBAU: de oco, vazio; de rio oco
BEBÉ: voar
BECUIVA: de árvore de fruto quente
BEIJÚ: de bolo de mandioca torrada, o enroscado
BEÎU: pão, bolo.
BERAB OU BERABA: brilhar, resplandecer; brilhante; resplandecente
BERIMBAU: de morro furado
BIAÇA: lê-se este nome pela primeira ver em Hans Staden, no mapa de Clemente de Jonghe (1640), designa o porto da Laguma. Nos seguintes lemos Ibuasup, biassa Ibiaçá e Birasuera vem de Mbê ou pê caminho, trilho, Açaba ou Aça atravessar, cruzar. O passo, o porto.
BIBOCA: de lugar, casa acanhada, casa de barro, moradia humilde
BIRAQUERA, IBIRAQUERA, VIVAQUERA: de dormida do peixe
BITUVA, EMBETUBA, IMBITUBA: lugar de muita planta, trepadeira
BÔCA: de um buraco no chão, para jogar bolinha de gude, furo
BOCAINA: de entrada do mato
BOIPATIBA: deve ser o atual Mampituba que nos mapas antigos vemos assim escrito Iboipitinni, Ibepetuba, Iboipitinhi, Iboypetinhi vem de Mboi cobra, peti casca, escama, tin ou tinga branco e y agua, rio. Logo rio da cobra de escama branca.
BORA: particípio; indica contrariedade
BORÉ: flauta de osso / teró flauta de taquara / mimby, toré flauta
BOTIÁ: de variedade de coco muito comum no litoral catarinense
BOTIÁTUBA: de lugar de muito coco botiá
BOTUCA, MUTUCA: de a mosca que perfura, ou aguilhoa, mosca que ataca os animais
BRACATINGA: de árvore de folha branca
BREJAUVA: de árvore cujo o fruto abre
BRUACA: de saco de couro, cesto de erva (mulher velha?)
BUCARAIM: de rio da cobra escamosa
BUCICA: de cão pequeno
BUCUI: de rio da areia fina
BUGRE: denominaçao dada pelo povo aos selvicolas. Julga o Ilustrado P. Teschaner que este vocábulo provém da antiga palavra francesa Bougre que significava sodomita.
BUIAGU: de terra quente
BUPEBA: de terra plana, planície
BYR: levantar-se, erguer-se

CAA, CAÁ, KA'A, KAÁ: mata, mato, folha, planta / ka'agwy mata, bosque, floresta
CAAPII, CAPIM: de folha miúda, mato fino, folha delgada
CAATY: pasto / caatinga ou catinga mato branco
CABA: marimbondo, vespa
CABIRU: de rio da coruja
CABOCLO, CABURÉ, CAFUZO, KABU'RÉ, TAPUIO: de tirado do mato, sertanejo; procedente do branco, mestiço de branco com índio. Atualmente, designação genérica dos moradores das margens dos rios da Amazônia.
CABORE: ave noturna, de pio ululado, tida como agourenta pelos indígenas cariris.
CABREUVA: de fruto da coruja
CABRIUNA: de mato de casca preta
CABRUÉ: da coruja
CACHUMBA: de inflamação das glândulas salivais
CACI: dor
CACIRA: vespa de ferroada dolorosa
ÇAÇUENA: sacuena
CAÇULA: de filho mais novo
CACUPÉ: costa do mato, atrás do mato; de caá (folha de árvore, o mato) e cupê, cupe, kupe (atrás, apoio, costa)
CAETÉ, CAETÊ, CAITÉ: de mato virgem ou verdadeiro
CAFUNDÓ: de sítio escuso
CAFUNÉ: de estalido que se dá com as unhas na cabeça de alguém que se cata...
CAIACANGA: de cabeça de bugio (espécie de macaco)
CAIACANGA-AÇU: de cabeça de bugio grande / caiacanga-mirim de cabeça de bugio pequena
CAIANA: de variedade de cana de açúcar
CAIÇARA: cerca feita pelos indígenas em torno da taba (vila indígena)
CAINGANGUE: grupo indígena da região sul do Brasil, já integrado na sociedade nacional, cuja língua era outrora considerada como jê e que, hoje, representa uma família própria, coroado, camé, xoclengues.
CAIPIRA: de vergonhoso, roceiro, aldeão... O termo caipira em língua tupi significa "cortador de mato", nome que os índios do interior de São Paulo deram aos homens brancos e caboclos. É, por extensão, uma designação genérica dada aos habitantes do interior do Estado de São Paulo... (José Henrique)
ÇAIRA: de olhos pequenos
CAJURU: de entrada do mato
CALINDÉ OU CANINDÉ:
CALUNDÚ: de mau humor, cabeça esquentada
CALUNGA: de boneca, negro, cabeça preta
CAMB, KAMBY: leite, líquido do seio, peito, teta, mamica
CAMBACICA: de peito liso
CAMBAJURA: de matagal rijo
CAMBIRELA OU CAMBIRERA: de cambir-reya, muitos seios ou dorsos empolados, em alusão talvez ao grande número de picos da serra do mar.
CAMBOATA, CAMBOATÁ, CUMBATA: de mato que serpenteia
CAMBOI: de rio das vespas
CAMBOIM, CAMBUI: de folha, mato
CAMBORIM: de rio do robalo
CAMBORIU: de rio onde corre o leite
CAMBUCÁ: de vem de folha mato e que estoura
CAMBUQUIRA: broto de abóbora
CAMBURÉ: de coruja
CAMÉ: subtribo do grupo caingangue
CAMUÁ: palmeira de caule flexível, cheia de espinhosos
CANEMA: de folha fedida
CANGICA, CANJICA: de papas de milho branco, dentes, de grão mole ou cozido / cangicassu de grão grande cozido
CANGUA: de cabeça redonda
CANGUARI: de rio do extremo
CANGUÉ: osso
CANGUEIRO: de cabeça velha, caveira
CANHANHA: de roncador
CANHEMBORA: fujão; de canhema (fugir) + "bora" (sufixo do tupi)
CANHENHA: de mato que rumoreja (resmunga)
CANINANA: de seco e riscado
CANITAR: cocar
CANOA (UBÁ): embarcação a remo esculpida no tronco de uma árvore; uma das primeiras palavras indígenas registradas pelos descobridores espanhóis; montaria (designação atual usada pelos caboclos da Amazônia); (ubá).
CAPANEMA: de mato ruim, imprestável
CAPÃO: de ilha de mato
CAPENGA: pessoa coxa, manca
CAPINAR: de pelar o mato, despir de folhas (carpir)
CAPITINGA: de folha miúda branca
CAPIVARI: de rio da capivara
CAPOEIRA: de mato velho, extinto
CAPOROROCA: de mato que faz barulho; veja "pororok" (explodir)
CAPORORORA: de variedade de anta
CARAÁ: da semente do cará
CARACÚ: de medula óssea; raça de gado
CARACUVA: de piolho de galinha
CARAMONA: de arbusto
CARAPIÁ: de cara pintado
CARAPINHA: de cabelo crespo de negro
CARAÚ: de rio do acará
CARAUNA, CAUNA: de folha preta
CARI: o homem branco, a raça branca
CARIJÓ, CARIÓ, CÁRIO, CARIBOCA, CARIOCA (NOME DE QUEM NASCE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO), CURIBOCA, KARIÎÓ, KARIBOKA, KARIOKA: de kariîó (carijó) e oka (casa), casa de carijós, casa de branco; procedente do branco, mestiço; como o galináceo de penas salpicadas de branco e preto. Carijó também é a antiga denominação da tribo indígena guarani, habitante da região situada entre a lagoa dos Patos (RS) e Cananéia (SP).
CARIMAN: de massa de mandioca
CARIRU, CARIRÚ, CÁRURU: de folha grossa
CAROBA: de folha amarga
CAROCEIRA: de raspas de mandioca
CARRANCHO: de o que arranha
CARRAPICHO: de espinho comprido
CATAGUA, CATIÁ, CATIGUA, CATIGUÁ: de folha riscada
CATAPORA: de fogo que irrompe (espécie de varicela)
CATERETÊ: de estalar (dança)
CATETA: de variedade de anchova
CATURRITA: de pequeno, anão
CAVERÁ: de folha brilhante, luzidia
CÊ: canta
CECI: mãe
CÉIA: gente
CENDIRA: irmã
CERIU: de rio do siri
CHA-Í-QUÍ: tia
CHACHARRA: de variedade de gaturamo
CHANCHERE, XANXERE, XANXERÊ: da campina da cascavel
CHAPECÓ: de donde se avista o caminho da roça
CHECÚ-CÚ: língua
CHERAMAY: avô / cherayi-tayra filho
CHIMBÉ: diz-se do boi cujas aspas encurvadas quase tocam a testa
CHIPA: guloseima feita de polvilho e queijo, também usada no Paraguai.
CHIRIPÁ: de espécie de cinto
CHIÚ: choro
CHOPIM: de conhecido também por vira-bosta
CICA: de resinoso
CIPÓ: de fibra que se apega / cipoai de cipó áspero
COANDU: de o que corre na roça; espécie de ouriço
COBA: a cara, rosto
COEMA: já é dia, manhã, amanhecer
COIVARA: de limpa de roça (queimada para roçar)
CONGONHA: de erva que sustenta (Congonhas?)
COPAIBA OU COPIUBA: de árvore da formiga
CORCOROCA: do que ronca
COTEGIPE: de rio torto ou sinuoso; "akuti îy-pe" no rio das cotias
COTUBA: de muita carne (forte nutrido)
CRICRI: de pequeno gavião
CRIOULO: a etimologia do nome crioulo vem de criar, que foi criado...
CUANGUERI: de rio da careira
CUI: farinha bem fina
CUIA: de a farinha, o pó (vaso feito de catuto)
CUITÉ: de vaso verdadeiro
CUMACAHY: trepadeira de raiz tuberosa; as folhas são tônicas do couro cabeludo e atuam contra a caspa. O aroma das flores é delicioso.
CUÑÁ, KUNHÃ: mulher / cunhã linguarudo / kunhã-muku-'im mocinha / "kunhã i katu" a mulher, ela (é) bondosa / "kunhã i porang" a mulher, ela (é) bonita / Para se distinguir sexos utiliza-se as palavras macho (mena) e fêmea (cunhã).
CUNHADUVA: de canoa da mulher
CUORE: já, agora
CUPENDIPE: indígenas de asas que os apinajés diziam existir no Alto Tocantins
CUPIM: de cupi a formiga
CUPIÚBA: árvore grande, uma das mais altas da Amazônia, casca e folhas amargas, mas úteis contra as oftalmias.
CURUMI OU CURUMIM, TAMBÉM KURUMÍ, KUNUMI, KUNUMIM: menino (palavras utilizadas no Amazônas); plural curumins / kunumim-gûasu moço

A letra "d" inicial nunca é pura, é um d nasal, isto é, "nd" e mesmo no meio da palavra o som é nasal.:
DAMACURI: tribo indígena da Amazônia
DAMANIVÁ: tribo indígena de RR, da região do Caracaraí, Serra Grande e serra do Urubu.
DENI: tribo indígena aruaque que vive pelos igarapés do vale do rio Cunhuã, entre as desembocaduras dos rios Xiruã e Pauini (AM).


EÇÁ, ESSÁ, TEÇÁ: o olho do homem, olhar, os olhos / aeca, eca, echar (verbo) ver, avistar / epîak (s) ou epiaca ver / espiar de ver, olhar
EÇABARA: o campeador
EÇAÍ: olho pequeno
EÇARAIA: o esquecimento
E'EM (R-S-): doce
EÍRA: mel
EMBA: de oco vazio
EMBARÉ: de oco, diferente
EMBAUBA, IMBAUVÃO: de árvore oca
EMBIRA: de casca de árvore
EMBIRAÇA: de casca grossa
EMBURUIANA: de o umbu falso
EMIMOTARA (T-R-S-): t-emimotara vontade; xe r-emimotara - minha vontade; s-emimotara - vontade dele
ENCOIVARAR: de fazer queimada
ENDY (T-, R-S-): t-endy luz; xe r-endy - minha luz; s-endy - luz dele
ENDUAPES: mantos de penas
ERA (T-, R-, S): t-era nome; xe r-era - meu nome; s-era - nome dele (veja cuera)
ERÊ: de campo?
ESGARABATABA: a zarabatana, um tubo geralmente feito de taquara, com o qual assopravam setas envenenadas.
ESPÔCAR: de saltar, arrebentar
ESSÁUNA: essá-una (olhos-negros)
ESSOMERIE: de chefe pequeno
ETAMA (T-, R-,S-): t-etama região, terra; xe r-etama - minha terra; s-etama - terra dele

GALIBI: tribo indígena da margem esquerda do alto rio Uaçá (AP).
GARAPA: caldo de cana
GARATÉA: nome de um busca-vidas
GATURAMO: de bom presságio
GAÚCHO: de cavaleiro
GÊ, IÊ, JÊ, JE, NHE: (prefixo) / jemoúba acomodar-se; do tupi "je" (prefixo) + moúba (acomodar)
GENIPAPO: de que serve para pintar
GEREVA: de chato ou manchada
GERIBÁ: nome de um coqueiro
GERIVA OU JERIVA: do que tem fruto em cacho
GERIVATUBA: de o que tem fruto de cacho, palmeira
GI: de machado
GIGUAÇU: de machado grande
GIRAO: de armação de paus
GITIRANA-BOIA: de cigarra cobra
GOIA, GUAIÁ: de gente semelhante
GOIO-COIÓ: que vem de água do rio
GOIO-EN: de que vem de rio fundo
GOITACÁ: nômade, errante, aquele que não se fixa em nenhum lugar
GRANDIUVA: de árvore de talo farpado
GRAPICICA, GUARAPICICA: de madeira de casca lisa
GRAVATÁ, GUARAGUATÁ: de o escamoso ou palmeira rija, dura
GUA: de vale
GUABIROBA, GUABIRUVA: de fruto de comer amargo
GUACÁ: de folha redonda
GUAIACA: de cinto de couro
GUAYBY: velha / gûaîbim velha
GUAMAMBACA: do vale que cerca o céu
GUAMIRIM: de vale pequeno
GUAMPA: aspas de boi
GUANANDI: de árvore oleosa
GUANDÚ: da que corre ligeira
GUAPARI: de árvore torta
GUAPEVA: de folha chata
GUAPUAN: de pau redondo
GUARACIABA: cuaracy-aba sol-cabeça/cabelos ou (raios de sol, cabelos louros)
GUARACICA: de pau resinoso
GUARAETÁ: de árvore verdadeira, madeira legítima
GUARÁIPU: de refúgio que surge; variedade de abelha
GUARAJUBA OU GUARAJUVA: de pau amarelo
GUARAPERE: de pau traçado
GUARAPURUMA: de árvore cujo fruto rumoreja
GUARAPUVU: de canoa que brota do chão
GUARITÁ: de pedra do guará
GUARUPIÚ: de mosquito escarninho
GUASCA: de tira de couro, correia
GUATAMBU: de pau sonoro
GU-Ê-CRIG: é um herói popular indígena guaiacuru
GÛEÎYB: descer
GUI: o grande vale

HERÁ: instrumento musical de sopro dos indígenas parecis, Mato Grosso.
HETÉ: corpo

IA IA: outra forma de dona, senhora
IACAMIM, JACAMIM: ave ou gênio, pai de muitas estrelas / yací-tatá estrela
IACIARA: o dia de luar
IAMÍ, YAMÍ: noite
ÎANDÉ: nós (inclusivo); nosso (a, os, as) / iandé a constelação Orion
IANDÊ: você
IAPUÇÁ, JAUÁ, SAUÁ: japuçá
IARATEGUBA: de onça amarela
IBÍ, IBI, YBI, YBY, YVY: terra, a terra, o chão
IBIPÉ: planície
IBÍ'TI: serra
IBITINGA: terra branca
IBITURUNA: de nuvem negra
ICA: trombeta dos indígenas Bororos, do Mato Grosso, produzindo um som grave, com que acompanham ritos religiosos e cerimônias funebres.
IÇARA: de esteio, tronco de árvore
ICICARIBÁ: de fruto resinoso
ÎEBYR: voltar
IGAÇABAS: urnas funerarias
IGARARETÉS-IGARAS: troncos de árvores
IGARITÉ: de canoa de vulto / igarapé, iguarapé de caminho da canoa
IKÓ: estar, morar
ILAPOCÚ: de pedra comprida
IMA: sem
IMARUI: de mosquito / marui, maruim, micuim de mosca pequena, mosquito
IMBÉ: de planta rasteira
IMBEUVAÇU: de grande árvore oca
IMERIM: de rio pequeno
INCHU: de mel de abelha rugoso
INDAIÁ: um certo tipo de palmeira / indaial da palmeira
INHAMBU, INHAMBÚ, INHAPUM: do que levanta o vôo rumorejando, a perdiz
INQUIRIM: de morro do sossego
INTANHA: variedade de sapo
IÓ: procedente
IPANEMA: y-panema água-ruim (imprestável para pesca); existe outra versão "y-ape-nena" água-caminho-curvo (água que faz um caminho curvo), "nena" leva til no e e vem do guarani
IPÊ: de árvore distinta / ipêaçú de árvore distinta grande
IPERU: tubarão
IPI: o primeiro, a primeira vez
IPITANGA: rio vermelho
IPÚ: a fonte
IPURA: cheio
IRA, JAPIRA, YAPIRA: mel / irai, irani, irati de rio do mel
IRAPUÃ: mel redondo
IRARA: do papa-mel
IRIRIBÁ, ARIRIBÁ: de fruto que amarga
IROB: de amargo
IRUPÉ: a vitória-régia
ITACORAI, ITACORUBI, ITACORUI, ITACURUI, TRACOVI: de rio das pedras esparsas
ITAGUAÇU, ITAI-GUAÇU, TAGUAÇU: de grande pedra grande ou muitas pedras, de rio da pedra grande
ITAIMBÉ: de pedra pontuda, afiada / itai-mirim de rio da pedra pequena
ITAJAI-GUAÇU: de itajai grande / itajai-mirim de itajai pequeno
ITAJUBA, ITAJUBÁ, TAJUBA, TAJUBÁ, TAJUVA: de pedra amarela
ITAMAMBECA: esponja do mar
ITAMIRIM: de pedra pequena
ITAPEMA: de pedra rasa, lajeado
ITAPERIU: de rio da cabeça de pedra
ITAPEROBÁ OU ITAPERUVA: de pedra do caminho da canoa
ITAPITANGA, TAPITANGA: de pedra vermelha
ITAPITINGA: de pedra branca, lajedo branco
ITAPOCOROI: de laje que abrolha
ITAPOCU: em mapas antigos vemos também escrito tapuca, tapicu.
ITAPUCU: de itapocu pedra comprida
ITAQUI: de pedra afiada, pontuda
ITAUM: de pedra preta, ferro / itaúna de pedra preta
ITINGA: de rio branco, água clara
ITYK: atirar
IU, JU, YU: espinho
IUÇARA, JIÇARA, JUÇARA: palmeira fina e alta com um miolo branco, do qual se extrai o palmito. Palmeira esbelta atinge até vinte metros, folhas graciosamente recurvadas; a parte terminal interna é comestível como palmito; palmeira elegantíssima recomendada para o cultivo em parques e jardins; a fibra semelhante à piaçavae presta-se ao fabrico de vassouras duráveis; os frutos servem para defumar a maniçoba e fornecem uma espécie de vinho de cor roxo escura muito saboroso e que tem as mesmas propriedades nutritivas do chocolate, podendo ainda suprir qualquer alimentação; a seiva guardada alguns dias fermenta e produz muito álcool; medicinalmente, para estancar o sangue basta espremer o caule novo desta palmeira sobre o ferimento; o suco arde, mas estanca na hora; é assim usado pelo índio na floresta quando se fere.
ÎUK: podre
ÎUKYRA: sal
IURIRÉMIRIM, JURÊRÊMIRIM: de pequena boca de d'água; pode ser uma baía de mar calmo.
IURU, YURU: boca; baia, remanso
IVITURUI: frio na parte mais alta de uma serra
ÎY: machado

JABRÓ: fugir
JACÁ: cesto
JACARANDÁ: do que tem o centro duro
JACAREUBA: de fruto encurvado
JACAÚNA: indivíduo de peito negro
JACUBA: de pirão de farinha de mandioca; de água morna
JACUCACA: do que come grãos do mato
JACUNDÁ: dança tradicional indígena no Amazonas
JACUPEMBA: do jacu inferior
JAÊ: nós dizemos, temos dito, falamos
JAGUARESSÁ: olho de onça, jaguara (onça) + essá (olho) / jáguariu de rio da onça
JALAPA: do que é para se colher
JAMBAQUI, SAMBAQUI: de monte, ajuntamento, monte de cascas, casqueiro
JAMÉ: oculto, misterioso / jamecó ser oculto, de jamé (oculto) + ecó (ser, estar)
JAOBI: da terra solta
JAPECANGA: de junco de espinho
JAQUARANA: de cigarra
JATAI: de árvore de fruto duro
JAVAÉ: tribo indígena que habita o interior da ilha do Bananal
JAVARI: competição cerimonial desportiva religiosa
JÉ: grupo etnográfico a que pertence a maioria dos tapuias / tapuia jes ou tapuias, indígenas que habitavam o interior do Brasil. Índio bravio, mestiço de índio, índio manso (AM); qualquer mestiço trigueiro e de cabelos lisos e negros (BA); caboclo tapii, tapuio, designação antiga dada pelos tupis aos gentios inimigos.
JEROQUIS: danças
JETICA: batata-doce
JIBÁ: braço / jibaoçú braço grande
JIQUITAIA: pimenta
JIQUITAIA: formiga
JÓ, JOCA: tirar, arrancar
JOAIA: de rio de arbusto espinhento (rebenta cavalo)
JUCÁ: matar (ou tupi antigo îuká matar) / jucassaba matador, ação de matar; de jucá (matar) + "saba" (sufixo do tupi). Exemplos de outros tempos verbais ajucá umã îuká matar) / jucassaba matador, ação de matar; de jucá (matar) + "saba" (sufixo do tupi). Exemplos de outros tempos verbais ajucá umã eu matei (passado), ajucá mo eu mataria (condicional), ajucá ne eu matarei (futuro), jucá bo matando (gerúndio), ejucá mate (imperativo); jucapyra morto / jucapyrama o que será morto. Em geral a voz do verbo é sempre a mesma para expressar, presente, pretérito, mais que perfeito... mas, dependendo do sentido da frase, ajucá pode ser eu mato, eu matava, eu matei, matara ou eu tinha morto. Ojucá pode ser ele mata, ele matava etc., também eles matam, eles matavam... Orejucá matamos, matávamos etc.
JUMANA, XIMANA, XUMANA, XUMANE: tribo do grupo aruaque, habitante da região dos rios Japurá e Solimões (Amazônia Ocidental).
JUMBEBA: cactos
JUNDIÁ: do que tem espinhos na cabeça
JURUBATIBA: lugar cheio de plantas espinhosas
JURUBATUBA: de enseada muito ampla
JURUMBEBA: folha chata com espinhos, cacto
JURUQUIÇABA: de ninho de papagaio
JURURU: de aruru, que significa triste

A letra "u" depois da "q", como em palavras que soam que e qui, é líquido, não aparece, portanto, vamos substituí-lo pelo k que é o som exato. Ke e ki. Itaqui será itaki e em vez de quera, escreveremos kera (dormir).:
:
KÁ, QUÁ: dedo
KAÎ: queimar
KALUANA, KAMAIURÁ: lutador de uma lenda da tribo
KARAJÁ OU LAURARE: marimbondo
KARARÁ, QUARARÁ: tambor feito de madeira e pele
KARIAY: moço
KÉ, QUÉ, IKÊ, KÊ (ADVÉRBIO): aqui, cá; também significa atenção, cuidado. Mboiqué cuidado com a cobra. Xe aqué estou aqui.
KEN: o torê, instrumento de sopro entre os indígenas da etnia tupi, para as danças comemorativas da caça, pesca, à vitórias guerreiras.
KER, KERA, QUER: dormir / Pitúna okéri = a noite adormecida
KANE'Õ: cansado
KIABO, QUIABO: do pente
KI'SÉ, KYSÉ, QUECÉ, QUECÊ, QUICÉ: faca; faca de pedra; faca velha e/ou enferrujada, cheia de dentes ou sem cabo
KOKO: festa dos kayapós
KOMANDÁ: fava
KOPIR: carpir
KU, Ú: comer, tragar, engolir
KÛÁ: enseada
KÛARA: de buraco, esconderijo, ninho, toca
KUBUT: macaco guariba
KUÎ: cair, desprender-se (o fruto, o cabelo etc.); ir para a decadência
KUKOIRE: macaco-prego
KUKUÎ: ficar caindo, ficar-se desprendendo (o fruto, o cabelo etc.)
KURUBA: bolota, grão, caroço
KURUK: resmungar, resmungão
KURURU: sapo
KUTUK: espetar, furar
KYRIRI, KYRIRIM, KIRIRIM, QUIRIRI: vem de silêncio, sossego, calado / Iquiririm (rua de São Paulo) de 'y (rio) e kyriri (silencioso)

LEXIGUANA: de o bando, o enxame
LUCARANA, LUCURANA: de vermelho falso

MACUIM: de bicho pequeno que rói
MAGANGÁ, MAMANGABA: de vespa desordenada
MAIRÁ: uma das espécies de mandioca, típica da região Norte.
MAME: em algum lugar. Onde? / mamó significa de fora, de algum lugar, ou de onde?
MAMPITUBA: de cousa que é arejada, ventilada; o sopro, o hálito
MANAU: tribo do ramo aruaque que habitava a região do rio Negro
MANDAÇAIA: de o que se espalha envolvendo
MANDIOCA, MANIÇOBA: aipim, macaxeira, raiz que é o principal alimento dos índios brasileiros.
MANDIOCAÇU: mandioca grande (mandioca, açu).
MANGONA: variedade de cação
MANGUARI: de pessoa alta e magra
MANIUA, MANIVA: tolete ou folha da mandioca; se usa na alimentação na região Norte.
MANTIQUEIRA: de coisa que verte, vertente
MANU: morto
MARA, MBARA: mar
MARATIMBA: gente de mistura branca
MARICÁ: de folha miúda
MARIMBONDO: de mosca que flecha
MATE: de bom para beber, bebida
MATURATI: de o morro branco, alusão a uma cascata
MBA`E: coisa; ser bruto
MBARÉ: de o soprado, a gaita do índio
MBEB, MBEBA: chato, achatado
MBIR: de casca da árvore
MBURURICHA: chefe
MBUYAPÉ: pão
ME: forma nasal de -pe - em, para / me, ou pe (preposição) por, ao
MEMBIRA, RAIRA?: filho ou filha
MENA: marido, macho / menama futuro marido / menduera o que foi marido / Para se distinguir sexos utiliza-se as palavras macho (mena) e fêmea (cunhã).
MENBORÉ-UAÇU: chefe tupinamba
MENDAREPÉ: dote
MENDUBI: amendoim
MIMBOÉ: ensinado; do tupi "mi, mbi" (prefixo) + mboé (ensinar)
MINGAU: de papas de qualquer farinha
MINHOCA: do que é arrancado
MIRÃ: futuramente
MIRÁ: gente
MIRIM: pequeno
MITANG: menina, menino, criança
MÓ: fazer, fazendo, tornar, tornando
MOABARÉ: tornar padre, fazer padre
MOACUBA, MOAKUB: aquecer, esquentar; do tupi mo ou mbo (prefixo de fazer) + acuba (quente)
MOENDY: iluminar, acender
MOETÉ: honrar; legitimar, louvar
MOÎEBYR: fazer voltar
MOINA: pos-se, colocou-se
MOMBAK: fazer acordar
MONDÓ: fazer ir
MONDYKYR: fazer gotejar, destilar
MONGABA: reunião para falar / nhemongaba assembléia, do tupi nhe (prefixo) + mongaba
MONGER: fazer dormir
MONHANG: fazer
MONJUÁ: de boca aberta (cofo para pesca)
MOPAÎÉ: tornar pajé, fazer ser pajé
MOPONGA, MUPÕGA, MUPUNGA: pescaria em que se bate na água com uma vara para os peixes irem para a rede e ficarem malhados
MOQUEAR: de assar sobre varas
MOQUECA: de envolver
MORANDUBA: notícia; Moranduba Tupi significa notícias do povo tupi; moro-anga-enduba (o outro-alma-ouvir)
MORONGUETÁ: os sentimentos verdadeiros, puros, instintivos
MORUBIXABA: chefe, cacique; "xe morubixaba" eu (sou) o cacique
MOSSEMA, MOSEM: fazer sair, enxotar; do tupi mo ou mbo (prefixo de fazer) + sema (sair)
MOROSSEMA: sair ou saída de gente; do tupi poro ou moro (prefixo) + sema (sair)
MOTIRÕ: mutirão, reunião para fins de colheita ou construção (ajuda)
MUNDEO: de o que se alça; armadilha
MUNDUCURUS: forma geométrica
MUQUIÇO: de o piolho / muquirana de o piolho falso

NÃ: semelhante (veja Maracanã)
-NABI, NAMBI: orelha
NAMOA: de gente de longe
NANBIQUARA: fala inteligente, de gente esperta
NAURÚ: bravo, herói, cheio de vontade
NEM: fedorento
NHADIUVA, NHUMBIUVA: de árvore da aranha
NHA'EM: prato
NHANDUTI: de teia de aranha
NHANHAN: de anã parente, próximo
NHE: nhan, nham, falar, fala, língua
NHE, NHO (PREFIXOS DO TUPI): nhemima (esconder-se), nhomima (esconderem-se); prefixos + mima (esconder)
NHE'ENG (TUPI ANTIGO): falar; do tupi nhe (prefixo) + eng (falar) / nhe'enga fala, idioma, língua, palavra
NHEENGATU: nhegatu, língua boa, língua fácil de ser entendida
NHEN NHEN NHEN, NHENHENHÉM: ñeñë, falação, falar muito, tagarelice; de "ixé anhe'eng" - eu falo
NHOESEMBÉ: antigo nome indígena de Porto Seguro, na Bahia.
NHUM: campooby (r-s-) - verde xe r-oby - eu sou verde; s-oby - ele é verde; ka'a-oby - mata verde
NÍTIO: não; não há
NITIOECÓ: este não existe; não ser
NOSSEMA: sair com, retirar; do tupi ro ou no (prefixo) + sema (sair)
ÑU: campo, planície, pampa
NUCURÁ: da passagem do campo
NUNGARA: igual, semelhante

OAPIXANA: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco (RR), fronteiras com a Guiana.
OBÁ: rosto
OCARA: praça ou centro de taba, terreiro da aldeia
OCARUÇU: praça grande, aumentativo de ocara
OKA (R-S-) OU OCA OU OO: cabana ou palhoça, a casa, o abrigo, casa de índio; xe r-oka - minha casa; s-oka - casa dele
OK-PR-U-RÓRI-RÓRI: espécie de adorno
ORÉ: nós (exclusivo); nosso (os, a, as)
ORO: prefixo número-pessoal de pessoa do plural exclusiva
ORUBE: alegre, feliz, rindo
OVA: face, rosto, cara

PÁ: tudo
PABA: terminar, concluir; morrer; o fim
PACA: vivo, ágil, esperto, vivaz, alerta (nome de roedor)
PACAQUARA: vem de furna, toca de paca
PAÇOCA: de bolo esmigalhado à mão
PACUPIBA: de o pacu chato
PAEM: tudo
PAGÉ OU PAÎÉ, PIAGA: curandeiro, feiticeiro, sacerdote, líder espiritual
PAINA, PAINEIRA: de fruto entrançado
PAJELANÇA: ação do feiticeiro índio que conserva o título nheengatu pajé. Cerimonial do pajé para alcançar fórmulas terapêuticas tradicionais por meio dos espíritos encantados, de homens e animais.
PAK: acordar
PAMONHA: do visgo, o grude
PAMPEIRO: de campo, planície (vento sudoeste)
PANGARÉ: de cor de pelo de cavalo
PAPANDUVA: de casca rugosa saltada
PAPAQUARA: de variedade de saira
PAPUAN, PIRAPUAN: baleia (cetáceo); de peixe redondo, a baleia
PARABIWA: madeira inconstante (variada)
PARACANÃ: tribo encontrada durante a construção hidrelétrica de Tucuruí.
PARAIBUNA: rio escuro e que não serve para navegar
PARANAGUA MIRIM: de Paraná de onde se avista o mar, guá (vale, entrada) e mirim (pequeno); pequena baia
PARIPAROBA: de junco todo amargo
PAROBA, PEROBA: de casca amarga
PAROBÉ: de rio todo amargoso
PAT: tamanduá?
PATAXO-HÃ-HÃ-HÃE: tribo indígena no sul da Bahia.
PATUÁ: de espécie de brebe ou breve, do que pertence a cama
PAUÁ, PAVA, PAWA: tudo, muito (no sentido de grande extensão)
PAUETÊ NANBIQUARA: tribo da região do Mato Grosso (nanbiquara, nhambiquara)
PAVUNA: lagoa preta
PEASABA: porto, embarcadouro
PEB, PEBA, PEUA, PEVA, PEWA: achatado, de chato, plano
PEPERI GUAÇU: de rio de quedas grandes
PEPERI MIRIM: de rio de quebradas pequenas
PEREBA: ferida, cicatriz, a ferida com casca
PEREQUÊ: de entrada de peixe
PERERECA: variedade de camarão?
PERÓ: português, portugueses
PERUDÁ: amor (veja em tupi moraussuba)
PETI: de casca
PETYMA: fumo, tabaco / petim-buáb cachimbo
PI: de miudo
PIAÇABA: da travessia do caminho
PICUMAN: de coisa comprida também pode ser fuligem
PINÁ: palmeira fina e alta, da qual se extrai o palmito, típica da Mata Atlântica.
PINDABUNA: de anzol preto
PINDAÍBA, PINDAIBA, PINDA'YBA (-PINDÁ 'YBA): vara de pescar, de pau de anzol, planta de anzol
PINDÍ: claro, limpo
PINDOBA: variedade de palmeira
PIPOCA: da pele estalando; de pi (pele?) e pok (estourar), logo pele estourada
PIPOCAR: de rebentar, estourar
PIQUIRA: da pele tenra
PIRABEJU: de peixe enroscado
PIRAI: de rio do peixe / pirai mirim de rio de peixe pequeno
PIRAI PIRANGA: de rio do peixe vermelho
PIRAJUBA: peixe amarelo, "pirá" (peixe) + "juba" (amarelo) / pirajubaé, prejibaé de rio do peixe amarelo
PIRAMA: de está próximo
PIRÃO: de farinha de mandioca com água; de posto de molho
PIROISA: ar
PIRONGO: de catuto, cabaça
PITAGUAR, PITIGUAR, POTIGUAR: indígena da região NE do Brasil.
PITAR: de fumar tabaco
PITO: do cachimbo
PITUNA: noite
PÓ: mão / poã dedo da mão / poape unha / popessuara o que está na mão; de "pope" (na mão) + "suara" (sufixo do tupi)
POÇAUNA: de rede preta
POCEMA: festas
POITÁRA: o que alimenta; de poia (alimentar) + "ara, sara" (sufixos do tupi)
POK, POROROK: explodir, estourar / Itapororoca (município da Paraíba) de itá (pedra), pororok (explodir), pedras explodidas ou explosão das pedras
PONGA: o som ôco, retumbante
POR: pular / Pirapora (município da Bahia) pirá (peixe), por (pular), pulo dos peixes ou peixes que pulam
PORÃ: bonito
PORA: morador; habitante de...; gente
PORANG: belo, bonito, lindo / porangatu bem bonito, belíssimo / bonito em tupi é porang, mas "kunhã-porang-a" mulher bonita (ou mulheres bonitas) é acrescentado um A porque o adjetivo termina em consoante. Se queremos dizer menino bonito, basta justapor porang ao substantivo, acrescentando o sufixo -A à composição formada. Dizemos pois kunumi porang-a. Se quisermos dizer o menino é bonito teremos de usar o pronome pessoal de 3ª pessoa, I, dizendo assim kunumi i porang (literalmente isso significa o menino, ele é bonito). Subentendemos o verbo ser, que em tupi não tem correspondente. Se quisermos dizer "eu sou bonito", dizemos "xe porang". Porangaba beleza; de porang (belo) + "aba" (sufixo do tupi).
POROPISSYCA: apanhar gente; do tupi poro ou moro (prefixo) + pissyca (apanhar)
POTAR: quero. Exemplos itá a-i-potar, pedras eu as quero.
POTASSARA: o que quer; de potara (querer) + "ara, sara" (sufixos do tupi)
POTI, POTIM: camarão / potitinga de camarão branco
POTIGUARA OU POTIGUAR:
POTIQUEQUIA: lagosta
POTOCA: de mentira, embuste
PREÁ: de que mora no mato
PRIMINHÓ: de caça de peixe ou o salto do peixe
PUÃ: redondo
PUBA: de podre mole
PU: barulho, ruído
PUÇÁ: armadilha para peixes e outros animais aquáticos; de rede de pesca para siri ou camarão.
PUÇANGA: mezinha, remédio caseiro (receitado pelo pagé)
PUPÉ: dentro de; "oka pupé" - dentro da casa; "arará kûara pupé" - dentro do buraco das ararás (variedade de formiga)
PUITA: de espécie de tambor
PUTÁRI: de querer, desejar (verbo)
PUXIRUM: de reunião de pessoas para serviços agrícolas
PYPORA: pegada; de py (pé) + "pora" (sufixo do tupi)
PYSYK: pegar, apanhar
PYTÁ: ficar

O som da letra "r" é sempre leve, brando, mesmo no início de palavras. Nunca tem o som forte que usamos em rato. Rana, rura, se falará sempre com o som de paris, arame, etc...:

RÃ: de avermelhado
RAMÊ: quando?
RANA: semelhante, parecido
RAÚ: falso, fingido
RÊ: geralmente usado como sufixo
RÉ: diferente, distinto
RECÊ: por causa de, por amor de...
RECÓ: ter, tratar, negociar
RERÉ: salta, saltita
RIRI: tremer
ROAMA: para ser mantida de pé
ROÍNA: ter consigo; manter junto de si
ROKÉRA: dormir com; do tupi ro ou no (prefixo) + kéra (dormir)
RU: folha
RU: pai
RUCA: que sai; procedente de...

O som da letra "s" é meio chiado, não tão sibilado e nunca terá o som de z, mesmo que fique entre duas vogais. No caso, como em português e para facilitar a nossa pronúncia, coloca-se dois esses, como em "essá" (olho), por exemplo.:

SABOGA: de pelado
SAÇUENA: perfume
SAGUAÇU: de olho grande
SAGUARITA: variedade de caramujo
SAI, SAÍ, SAIRA, SAÍRA: de olhos pequenos e vivos
SAMA: fio, corda
SAMAMBAIA: de olho enrolado
SAMBURA: de pau enroscado (cesto pequeno)
SANGA: do alagado, o espraiado
SANHAÇU: de olho grande ou sai grande
SAÓ: de mau cheiro
SAPÉ: de alumiar, é nome de uma gramínea que serve para fachos
SAPICA: de surra, importunação, tostar ligeiramente
SAPIROCA: de olho esfolado
SAPO: raiz
SAPOREMA: de moléstia que ataca a mandioca
SAPOTI: do mato
SARARÁ: mariposa
SARU: de manso, calado
SAUVA: do queixo
SEM: sair
SIRI: siri, caranguejo, câncer
SIRIU: de rio do siri, ou rio do caranguejo
SÓ: ir
SO-Ó: carne / soó cahé carne assada
SOCÓ: de bicho que se arrima
SOK: socar, pilar
SOROK: rasgar, rasgar-se
SOROROCA: de bicho que se arrasta
SUCUPIRA: de casca saliente
SUINDÁRA: do que não come
SURU: que desliza, manso
SURUI: tribo do parque do Aripuanã, região do Madeira, Rondônia.
SY: mãe; origem, semente
SYK: chegar
SYKYÎÉ: temer, ter medo
SYRYK: escorregar

TABARÉU: de aldeia diferente
TABA: aldeia / tabatinga de aldeia branca; pode porvir também de barro branco / ta(ba)-porang-a, taba + porang (bonito), tá'-porang-a aldeia bonita; taba i porang - a aldeia, ela (é) bonita
TABOCA: de haste furada
TACONHA: pênis / tapiaguaçu de pênis grande
TAIA: de aroidéa conhecida
TAIABOCÚ: de dente comprido
TAIÓ OU TAIOBA: de folha de ou do taiá
TAJUBA: de fruto de fogo
TAKÛARA: taquara, variedade de bambu
TAMARANA OU TANGAPENA: o tacape, uma arma indígena
TAMBATURU: de ostra queimada
TANHA: figura
TAPACURA: liga, atadura, que os indígenas do rio Uaupés, especialmente as mulheres, usam trazer amarrada abaixo do joelho e que pretende preservar das cãibras, dando resistência para as longas caminhadas.
TAPERA, TAPERÁ: andorinha; de aldeia extinta
TAPIOCA, TIPIOCA: de tirado do fundo
TAPIRAPÉ: nome de grupo indígena; de tapi'ira (anta) e (a)pé (caminho), caminho de antas (era o nome que os antigos índios da costa do Brasil davam à Via Láctea)
TAPIRUVA: de tapir anta e uá espinha; a espinha, o osso da anta ou taper-oã reina em pé...
TAQUARA: de haste ou pau furado
TAQUARAPOCA: de taquara que rebenta
TAQUARI: de haste furada fina / taquaruçú de taquara grande
TAQUERA: de jazigo de pedra
TARAGUÁ: de seio enfeitado
TATARANA OU TATURANA: de "tata" fogo e "rana" parecido, logo a lagarta da mariposa (Dirphia sp) é semelhante ao fogo
TATUIRA, TATUI: de tatu da água
#NOME?: mas, porém
TEBI'U: comida (em guarani) / mbiú comido; do tupi "mbi" (prefixo) + ú (comer) / tembiú comida de gente; do tupi tes (prefixo) + mbiú (comida) / sembiú comida de animal
TEDA: cadeira
TEMBÉ: lábios
TERIVA: de alegria
TETÃ: cidade
TETYMA: perna
TIÉ: de barriga
TIJUCUPAUA: lamaçal, atoleiro
TIM: bico, nariz, saliência
TIMBARA: o que enterra; de tyma (enterrar) + "ara, sara" (sufixos do tupi) / tymbaba lugar de enterrar; de tyma (enterrar) + "aba" (sufixo do tupi)
TIMBAUVA: de árvore que da água?
TIMBÓ: nome de um cipó cujo suco embriaga o peixe.
TINGÁ: do poço
TINGUA: de ponta redonda / tinguaçu de ponta grande
TIPITI, TIPITIM: do tupi tipi, espremer, e ti, sumo. Espécie de cesto para espremer a massa da mandioca usado na fabricação da farinha, muito usados nos engenhos de farinha de mandioca na ilha de Santa Catarina.
TIRIRICA: de mato rasteiro, de folha quebradiça; erva daninha famosa pela capacidade de invadir velozmente os terrenos.
TOBÁ: rosto de gente; do tupi tes (prefixo) + obá (rosto) / sobá rosto de coisa (bicho)
TOBATINGA: barro branco como cal, barreira branca
TOCA: da casa, o esconderijo, toca, furna
TOCAIA: emboscada
TORIBA: o ser alegre
TOROROMA: jorro, borbotão
TRACOTINGA: de formiga branca (cupim ?)
TRAPUERABA: de folha levantada e brilhante
TRE: fluir
TRINOGA: da casa do morro
TUBA (RUBA): pai, tronco
TUBARÃO: do semblante bravio
TUCUPI: beiju-mingau
TUI: de bico pequeno
TUKURA: gafanhoto
TURI: a tocha, a fogueira
TURUNA: de valente, denodado
TUTÍ-CHICHUTÍ: tio
TUTÓIA (INTERJEIÇÃO): Que lindo! Que maravilhoso!
TYBA: ajuntamento
TYKYRA: gota, pingo (como um tiquinho de algo)
TYRYK: escapulir

UANÁ, URISSANÊ: vaga-lume (pirilampo, vaga-lumes)
UBÃ: pai (como situação na família)
UBAIA: de fruto saudável
UÇU: de variedade de capim
UGÛY (T-R-S-) OU T-UGÛY (TUGUI): sangue (xe r-ugûy - meu sangue; s-ugûy - sangue dele)
U'I: farinha-ûasu - sufixo de aumentativo - ão, grande
UIBA UÍ: flecha / uyba flecha / uybassy flecha envenenada
UIQUÊ: entrar
UIRAPARA OU UIRAPA: arco
UPÃ OU UPABA: lagoa, lago
UPITANGA: de rio vermelho
UQUIRIMBAU: poder
URU, URÚ: vasilha; de urú ave
URUBICI: da real das aves
URUÇANGA: de uru ave e çanga espraiado; espraiado das aves. Este nome aparece escrito em mapas antigos como Urolanga.
URUGUAÇU: galinha? (ave grande)
URUMBEBA: da madeira, o tronco chato
UÚ: água no idioma guarani

VAEN: chegar
VIRÁ: de lustroso
VOÇOROCA (TIPO DE EROSÃO DA TERRA): de yby (terra) e sorok (rasgar), logo terra rasgada
VOTU: ar; vento
VOTURANTIM: de morro, a encosta branca; a cachoeira

XAPERU: tribo da região Norte
XARÁ: tirado do meu nome; omônimo
XARÃMA: para mim
XAVANTE: tribo indígena pertencente à família lingüística jê e que, junto com os xerentes, constitui o maior grupo dos acuéns. Ocupa extensa área, limitada pelos rios Culuene e das Mortes (MT).
XERENTE: constitui o maior grupo dos acuéns que ocupa extensa área.
XIMAANA: tribo habitante da região do rio Javari, na fronteira do Brasil com o Peru.
XOCLENGUE: tribo caingangue do Paraná (rio Ivaí)
XORORÓ: de tororó sussurrante, corredor
XUÊ: devagar

WAPIXANA: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco (RR), nas fronteiras com a Guiana, vapixiana, vapixana, uapixana, vapidiana, oapixana, oapina...

A letra "y", principalmente, tem um som típico. para pronunciá-la corretamente é preciso colocar os lábios na posição de i e a língua na posição de u, que é o inverso do som do u francês, embora muitos digam que pareça o u francês. se depois do y vier uma vogal, como em yara, a impressão que se tem ao ouvir o som é de y(g)ara, parece um g. para este som de y já se viu tudo que é grafia possível: u com trema, y com circunflexo, i com circunflexo, etc. O Padre Anchieta grafava y(g). Nota Na lista abaixo, muitas palavras grafadas com a letra Y estão na letra "I" (acima).
YACAÑY, YAKÃ: rio
YAVOÓI: mata
'YBÁ OU YBA: fruta de árvore ou fruto
YBAKA: céu / ybacoby céu azul, ybaca + oby
YBAPIRANGA: céu vermelho, ybaca + piranga
YBARI: céu
YBIRA: pucu salgueiro
YBYTYRA: montanha
YEPEA: lenha, madeira
YPEG: pato; ypéc ou ypéka, de ypég, significa o nadador e designa não só o pato, mas outras aves nadadoras. Essa palavra aparece em todos os vocabulários tupis.
YSY (T-, R-, S-): t-ysy fila, fileira; xe r-ysy - minha fileira; s-ysy - fileira deles
'YTAB: nadar
YUYA: lago
YVATE: alto
YVATEKATY: rio acima
YVYKATY: rio abaixo
YVÝRY: ao ladoYVYVOVO: ponte