quinta-feira, 21 de maio de 2009

história da Antropofagia


Antropofagia no Brasil em 1557, segundo a descrição de Hans Staden.
Antropofagia é o ato de consumir uma parte, várias partes ou a totalidade de um ser humano. O sentido etimológico original da palavra "antropófago" (do grego anthropos, "homem" e phagein, "comer") foi sendo substituído pelo uso comum, que designa o caso particular de canibalismo na espécie humana.
A prática, conforme afirmam antropólogos e arqueólogos, era encontrada em algumas comunidades ao redor do mundo. Foram encontradas evidências na África, América do Sul, América do Norte, ilhas do Pacífico Sul e nas Caraíbas (ou Antilhas). Na maioria dos casos, consiste num tipo de ritual religioso / mágico como uma forma de prestar seu respeito e desejo de adquirir as suas caraterísticas.
Um dos grupos canibais mais famosos são os astecas, que sacrificavam seus prisioneiros de guerra e comiam alguns deles. Eles comiam os prisioneiros de guerra e outras vítimas, numa prática conhecida como exocanibalismo ou exofagia, ou seja, canibalismo praticado em indivíduos de tribos diferentes. O canibalismo que consiste no acto de consumir parte dos corpos de seus parentes e amigos mortos, é chamado de endocanibalismo.
Os poucos casos de canibalismo de humanos registrados na história da sociedade ocidental moderna estão ligados a situações limites, satisfação do instinto de sobrevivência do indivíduo perante uma opção de vida ou morte.
Em 1846, um grupo de 90 pessoas liderado por George Donner ficou preso em uma nevasca no alto de Serra Nevada, na Califórnia. Os sobreviventes tiveram que comer a carne de seus companheiros mortos para permanecerem vivos. Uma história semelhante ocorreu em 1972. Um avião da Força Aérea do Uruguai, que transportava a Selecção de Rúgbi, despenhou na Cordilheira dos Andes. Apenas 16 pessoas se salvaram. O estoque de alimentos a bordo acabou rapidamente e o único meio encontrado pelo grupo para sobreviver foi recorrer aos corpos dos colegas mortos.


Ponto de vista legal e social

Do modo de vista legal, o canibalismo de humanos, quando não se trata de uma situação limite, enquadra-se como crime de mutilação e profanação de cadáver e um grave desrespeito pela dignidade da pessoa humana. Segundo os valores da sociedade ocidental, é um ato repugnante e imoral.

 Canibalismo humano como ritual

Os líderes tribais das ilhas Fiji comiam a carne de pessoas consideradas especiais em sua comunidade. Para isso, utilizavam talheres próprios, que não podiam ser usados para consumir qualquer outro tipo de "alimento". Os habitantes da Ilha de Páscoa gostavam bastante de carne humana. Os banquetes eram promovidos em lugares isolados e apenas os homens podiam participar. Em 1912, no Haiti (Caraíbas), um grupo de haitianos matou e comeu uma garota de 12 anos em uma cerimônia Voodoo.
No meio do caminho entre o ritual e a sobrevivência está o caso da tribo Fore, da Papua-Nova Guiné. Para compensar as carências de proteínas, passaram a realizar um ritual onde os homens ficavam com os músculos, enquanto as mulheres e crianças, com o cérebro de outros membros da tribo que tinha falecido. O canibalismo foi praticado desde finais do século XIX e durou até a chegada dos colonizadores europeus na década de 1950, mas ainda no final do século XX foi descrito pelo velejador Helio Setti Jr. um caso de uma doença provocada por esta prática, que provocou a disseminação de uma doença localmente denominada kuru, a doença de Creutzfeldt-Jakob clássica.

 Brasil antropofágico

A antropofagia praticada pelos grupos tribais do Brasil, revertia-se de caráter exclusivamente ritual.
As noticias fornecidas pelos cronistas do século XVI dão conta de sua importância na organização social indígena, como fator indispensável aos ritos de nominação e iniciação. Estas sociedades eram estruturadas em função da guerra, essas tribos desenvolveram uma escala de estratificação social em que a aquisição de status baseava-se fundamentalmente na capacidade de perseguir e matar o maior número possível de inimigos.
O adversário capturado vivo era conduzido à aldeia dos vencedores e ali conservado prisioneiro durante um período no qual todas as honras e privilégios lhe eram concedidos: era designado uma mulher para lhe fazer companhia e os melhores alimentos eram colocados a sua disposição.
Durante vários dias preparavam-se a festa em que o prisioneiro seria executado segundo cerimônia solene. A execução, com violento golpe de borduna, cabia a quem o houvesse capturado, podendo ser por este transferido a alguém merecedor de tal obséquio, em sinal de agradecimento ou homenagem.
Ao prisioneiro competia manter-se altivo e valente, retrucando as provocações e insultos numa demonstração de total indiferença ante o fim próximo. Ao executor, ganhava então direito ao uso de mais um nome, e seu corpo era incisado de modo indelével, para que se perpetuassem a sua coragem e o seu valor. Dessa forma acreditavam que ao comer a carne de um inimigo guerreiro, iriam assim adquir o seu poder e os conhecimentos e as suas qualidades.
Com a vinda dos missionários jesuítas, esses costumes foi fortemente combatido, por serem incompatíveis com os valores e padrões da sociedade europeia. O costume de comer carne humana foi proscrito e reprimido pela força, com grave dano para um tipo de organização social em que a antropofagia desempenhava relevante função como processo de aquisição de prestígio e ascensão social.
Hoje em dia, a tribo dos Ianomâmis ainda conserva o hábito de comer as cinzas de um amigo morto em sinal de respeito e afecto.

 Casos patológicos extremos

O alemão Fritz Harmann, conhecido como o vampiro de Hannover, foi condenado em 1924 pelo assassinato de 30 garotos. Ele fazia salsicha da carne dos meninos, não somente para consumo próprio, como também para venda.
No passado, alguns casos famosos de canibalismo foram também associados a um contexto sexual. Por exemplo, nos EUA, durante a década de 1920, Albert Fish estuprou, matou e devorou várias crianças, alegando ter tido um grande prazer sexual resultante de seus actos. O russo Andrei Chikatilo, que matou pelo menos 53 pessoas entre 1978 e 1990, também era praticante do canibalismo com conotações sexuais.
Em 2002, a polícia alemã encontrou na casa de Armin Meiwes, técnico de informática residente em Rotenburgo, em Hessen, pedaços de um corpo humano no frigorífico. Tratava-se de Bernd-Jürgen Brandes, de 43 anos, que o procurara em resposta a um anúncio colocado por Meiwes na internet procurando por "jovens corpulentos entre 18 e 30 anos para abate". Além de matá-lo, Meiwes cortou seu pênis e comeu-o flambado. Meiwes contou à polícia que Brandes concordou que partes de seu corpo fossem cortadas e cozidas. Depois de terem comido juntos, Brandes teria concordado em ser morto.

 Cultura popular

Talvez o ícone contemporâneo mais forte acerca do canibalismo seja o personagem principal dos filmes Hannibal, Dragão Vermelho e O Silêncio dos Inocentes. Este personagem se chama Hannibal Lecter, interpretado por Anthony Hopkins (seu maior fetiche com carne humana era fígado com favas e vinho chianti).

 Bibliografia

  • Staden, Hans. Zwei reisen nach brasilien: abenteuerliche erlebnisse unter den menschenfressern. São Paulo: Hans Staden-Gesellschaft, 1941
  • Staden, Hans. Viagem ao Brasil. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1988.
HOUAISS, Antonio (apres.) Grande Enciclopédia Delta-Larousse.
 Rio de Janeiro: Delta, 1979. 15 v., 30 cm.

sexta-feira, 30 de junho de 2006

O Povo Nambikuara do Cerrado vai representar os povos indígenas do Brasil

Povo Nambikuara na Noruega


O Povo Nambikuara do Cerrado vai representar os povos indígenas do Brasil em 2 importantes festivais de música tradicional na Noruega de 5 a 16 de julho próximo.
O Festival Forde de Música Folclórica acontece de 6 a 9 de julho na costa oeste da Noruega, próximo à cidade de Berger. O Festival Riddu Riddu de Música Tradicional acontece de 11 a 16 de Julho em Gaiuvotna/ Kafjord, no extremo norte, no território do Povo Sami, povo indígena original da Noruega, Finlândia, Suécia e Rússia.
O IDETI – Instituto das Tradições Indígenas, por sua atuação na divulgação e valorização das culturas indígenas do Brasil já foi convidado para vários eventos internacionais levando a diversidade, beleza e força das tradições indígenas dos povos Tukano, Xavante e Karajá para Alemanha ( Munique, Dresden, Bochum e Berlin) , Bélgica (Antuérpia) , França (Gannat e Montliçon)  e Japão (Akan – Hokkaido).
Agora, o convite veio da Noruega para o povo indígena do Brasil se juntar a muitos outros povos tradicionais do mundo numa grande celebração. E o IDETI escolheu as flautas sagradas Waihu do povo Nambikuara  para soprar o som criador dos ancestrais e levar a mensagem de força e resistência dos povos que mantêm uma conexão com o Espírito Criador.
Os Nambikuara participaram do Projeto Rito de Passagem – canto e dança ritual indígena em 2005, no Museu da República, Rio de Janeiro. Muitos saíam pela primeira vez da aldeia para uma cidade grande e levaram sua curiosidade, gentileza e sensibilidade para compartilhar com os outros povos indígenas presentes ao evento: Pankararu, Guarani e Karajá. A apresentação de canto e dança foi acompanhada por um público de mais de 800 pessoas que se emocionaram com a força da apresentação.
A viagem para a Noruega é a primeira viagem internacional do grupo e os seis representantes estão ansiosos com tudo que vão viver nesses dias próximos ao Pólo Norte: o sol da meia noite, o frio em pleno verão, o acampamento tradicional do povo Sami, a convivência com outros povos tradicionais da Noruega, Rússia, África do Sul, Japão, Jacarta, Koreia, etc...
Serão dias intensos de muitas novidades e acontecimentos, de intercâmbio com povos indígenas de outros países que conquistaram direitos, acesso a tecnologias e novos conhecimentos mas não se afastaram de seu modo tradicional de vida.
O povo Nambikuara
Nambikuara, em tupi significa “gente de orelha furada” um apelido dado pelos Guarani aos povos que habitam a região noroeste do Mato Grosso, divisa com Rondônia, áreas de Cerrado e de Floresta no Vale do Guaporé. São cerca de 1500 pessoas no total, pertencentes a 18 sub grupos, que mantêm os mesmos fundamentos da tradição, mas com diferenças significativas na língua e costumes.
Os primeiros contatos aconteceram há cerca de 100 anos , com a Missão Rondon. Apesar desse tempo, e da proximidade com as fazendas e cidades que ocuparam a região, os Nambikuara lutam bravamente para manter sua cultura e recuperar conhecimentos e costumes que estão guardados na memória dos mais velhos.
A caça e a pesca, muito apreciadas, hoje não são abundantes. Adornos e utensílios são feitos por homens e mulheres com arte e técnicas milenares com a matéria prima do cerrado: o tucum, as fibras de buriti, madeiras e plumas.
O povo Sami
O povo Sami ocupa uma vasta extensão de terras no extremo norte do mundo, cruzando as fronteiras de 4 países: Noruega, Finlândia, Suécia e Rússia, muito antes desses lugares existirem enquanto nações. São caçadores, pescadores, coletores e principalmente pastores de renas. A tradição, a arte, a vida cotidiana são marcadas pelo pastoreio das renas, pelos caminhos que elas percorrem.
Não se pode definir com precisão a população Sami. Estima-se que na Noruega sejam entre  60 000 e  100 000 habitantes, de  15 a 25 mil na Suécia, 6 000 na Finlândia e 2 000 na Rússia. O Sámediggi – o parlamento Sami promoveu o recenseamento de 11 mil  cidadãos acima de 18 anos que se registraram e tomaram parte nas eleições.
Na abertura oficial do Sámediggi (Parlamento Sami) em 1997, Sua Majestade o Rei Harald V fez um pronunciamento onde enfatizou que os Sami e os Noruegueses são uma parte integral da sociedade norueguesa, e pediu desculpa pela forma como os Sami tinham sido tratados no passado: «O Estado da Noruega foi fundado no território de dois povos – os Sami e os Noruegueses. A história Sami está estreitamente interligada com a história norueguesa. Atualmente, expressamos o nosso pesar em nome do Estado pelas injustiças cometidas contra o povo Sami através da sua dura política de norueguização».
Mais informações sobre os festivais:
www.riddu.com  e  www.fordefestival.no

sexta-feira, 4 de abril de 2003

Grupos e critérios de adesão dos Nambikwara, Por Lévi-Strauss

Introdução
Linguagem
Os dados populacionais
História do contato
Grupos e critérios de adesão
Ritual da puberdade feminina
aspectos Contemporânea (Mamaindê)
Fontes de informação
Segundo Lévi-Strauss (1948), os critérios que definem uma pessoa como membro de um grupo particular, são maleáveis e, às vezes, correspondem a interesses políticos, tornando-se impossível definir o grupo a que pertença uma pessoa com alguma precisão.

Escrever sobre este tema, Price (1972) afirmou que lugar na maioria dos casos de nascimento é usado para definir grupo de pertença, enquanto patrilinearidade também pode ser chamado, apesar de uma ampla margem de manobra individual existe sempre. Preço sugere que, embora os grupos Nambikwara não se reconhecem como unidades políticas, o grupo de pertença pode ser definido pelo uso do termo anusu ('povo', na língua nambiquara do sul).



Comparando os dados de preço e Fiorini (1997) sobre os grupos do Sul Nambikwara com meus próprios dados sobre a Mamaindê (Nambikwara do Norte), notei uma variação no uso deste termo. Os grupos do sul do vale do Guaporé, estudados por Fiorini, classificar apenas os membros do mesmo grupo local como anusu. Os grupos de cerrado estudados por Price, por outro lado, também considerados membros de grupos relacionados como anusu (ou seja, todos aqueles ligados por alianças de casamento).

O Mamaindê usar o nagayandu prazo ("povo") para classificar todos os membros do grupo local, mas quando usado em oposição a "brancos" (kayaugidu), o termo pode também incluir todos os grupos Nambikwara e, em certos contextos, outros indígenas grupos que vivem na região, como os Pareci e os Cinta-Larga. Além disso, alguns animais pode ser chamado de "povo" (nagayandu). Geralmente estes tipos de reivindicações se referem ao passado mítico, quando os animais foram de pessoas, ou ao fato de que os espíritos dos mortos transformados em animais.



A extensão do uso dos termos traduzidos como "povo", portanto, indica que os limites da humanidade dependem mais do contexto do que um significado prévio ou intrínseco ao termo. O mesmo pode ser dito da ethnonyms atribuído aos grupos Nambikwara, longe de indicar uma identidade de grupo definidos anteriormente, estes termos indicam a impossibilidade de definir o próprio grupo, sem recorrer a um ponto de vista dos outros. Portanto, poderíamos dizer que, neste contexto etnográfico, os limites da humanidade e os grupos sociais dependem fundamentalmente de um relacionamento.


"Instituto Socioambiental" (ISA)

terça-feira, 4 de março de 2003

Nambikwara Nota sobre as fontes

Introdução
Linguagem
Os dados populacionais
História do contato
Grupos e critérios de adesão
Ritual da puberdade feminina
aspectos Contemporânea (Mamaindê)
Fontes de informação
Os primeiros dados etnográficos sobre os Nambikwara são encontrados nas publicações da Comissão Rondon. São relatos feitos por Rondon e os empregados que trabalhavam para a Linha Telegráfica Comissão.

David Price (1972) menciona estes relatórios e observa que a maioria deles referem-se à cultura material ea localização geográfica dos diferentes grupos Nambikwara. Segundo ele, os relatórios produzidos por Pyreneus Antonio de Souza (1920), o engenheiro responsável pelo transporte de suprimentos para as estações de telégrafo, são os mais interessantes para os antropólogos, já que contêm observações cuidadosas sobre a dieta Nambikwara e da vida do dia-a-dia. Preço também cita os registros feitos por viajantes que passaram pela região habitada pelos Nambikwara, mas cuja expedições não foram diretamente relacionados com a Comissão Rondon, como Roosevelt e Max Schmidt.

Em 1912, Edgard Roquette-Pinto, então professor de antropologia do Museu Nacional no Rio de Janeiro, foi o primeiro etnólogo a visitar o Nambikwara na região da Serra do Norte. Ele já havia estudado o material enviado pela Comissão Rondon ao Museu Nacional, contendo vários objetos coletados em diversos grupos Nambikwara. No livro Rondônia, publicado em 1917 no "Arquivos do Museu Nacional", Roquette-Pinto descreve sua experiência entre os Nambikwara e registra as informações importantes sobre a cultura material desses grupos, que citam os objetos que foram recolhidos por ele para ampliar o Museu recolha Nacional. Roquette-Pinto também fez registros visuais (no filme) de dois festivais de guerra e gravações de peças musicais Nambikwara, dois dos quais são transcritos em seu livro.

O antropólogo Claude Lévi-Strauss ficou com os Nambikwara, em 1938, convivendo com diferentes grupos em seus acampamentos temporários localizado próximo às estações telegráficas construídas pela Comissão Rondon. Em 1948, Lévi-Strauss publicou uma etnografia dos Nambikwara, intitulado La vie familiale et sociale des Indiens Nambikwara, que foi parcialmente publicada em Tristes Trópicos (1955), bem como vários artigos em que aborda uma variedade de temas sobre a base do material etnográfico relativo à Nambikwara: parentesco, liderança, nomes, a relação entre guerra e comércio nas sociedades ameríndias, os sistemas dualista de organização social, a noção de arcaísmo em Antropologia e xamanismo. Ele também escreveu o artigo sobre os Nambikwara incluídos no Handbook of South American Indians (1948).

Na expedição ao Brasil Central, Lévi-Strauss foi acompanhada pelo médico Jean Vellard, que publicou um artigo sobre a preparação do curare entre os Nambikwara (1939), e Luiz de Castro Faria, que publicou um livro com suas anotações de campo e fotografias da expedição (2001).

Em 1949, Kalervo Oberg visitou a missão jesuíta em Utiariti, onde estudou o grupo Nambikwara ele nomeou como "Waklitisu '(ie Wakalitesu), totalizando 18 pessoas no momento. Sua obra descreve a organização social, práticas religiosas e ciclo de vida dos Nambikwara.

Dez anos depois, Lajos Boglar visitou Utiariti e, como Oberg, não deixe a missão. Lá, a música gravada Nambikwara, posteriormente analisados por Halmos. em 1968, René Fuerst artefatos coletados dos grupos Nambikwara do Vale do Sararé, que foram enviados para museus na Europa.

O engenheiro Desidério Aytai realizou uma pesquisa com os Nambikwara, em 1960 e publicou uma série de artigos. Preço escreveu um artigo intitulado "Desidério Aytai: o Engenheiro Como etnógrafo [o engenheiro como] etnógrafo" (1988), citam o trabalho deste autor que, embora sem formação antropológica, gravou a música da flauta em pormenor, bem como aspectos do arco decisões entre os grupos Nambikwara.

Em agosto de 1963, visitou o Aytai Mamaindê. Entre junho e julho de 1964, ele ficou com os grupos do Vale do Sararé. Em Junho e Julho de 1966, ele retornou ao Mamaindê e, em julho de 1967, ficou com os Nambikwara da aldeia Serra Azul (Halotésú) e com grupos da região banhada pelo rio Galera (Wasusú). Mas foi no final da década de 1960 que envolveu estudos de campo de longo prazo passaram a ser realizadas com grupos Nambikwara.

Em 1965, o antropólogo Cecil Cook da Universidade de Harvard começou seu trabalho de campo entre os Nambikwara de Serra Azul e Camararé aldeias (grupos de cerrado), mas infelizmente os resultados de suas pesquisas nunca foram publicados. Eu sou apenas conhecimento de um artigo que ele escreveu com Price (1969), que oferece um panorama geral da situação dos Nambikwara durante este período.

David Price foi o antropólogo que passou a maior parte do tempo no campo, entre 1967 e 1970. Durante um período de 14 meses, ele foi capaz de visitar quase todo o território Nambikwara e permaneceu nas aldeias dos diversos grupos. Preço completou sua tese de doutorado em 1972 na Universidade de Chicago e publicado numerosos artigos. Ele criou o 'Projeto Nambikwara "para FUNAI e voltou para as aldeias Nambikwara, entre 1974 e 1976, como parte deste trabalho.

O Projeto Nambikwara essencialmente destinada a estabelecer mecanismos para o trabalho da Funai nas aldeias que permitiria a redução da alta taxa de mortalidade entre os Nambikwara, bem como a recolha de informação para a demarcação de novas áreas para estes grupos. O preço também atuou como consultor do Banco Mundial, financiador do Projeto Polonoroeste, em 1980, e em 1989 publicou um livro com base nessa experiência.

Paul Aspelin realizada pesquisa de campo com o Mamaindê entre 1968 e 1971. O seu trabalho centrou-se especificamente sobre o sistema produtivo da economia Mamaindê e resultou em um Ph.D. tese êxito na Universidade de Cornell em 1975, bem como uma série de artigos sobre a agricultura eo comércio de artefatos entre os Mamaindê.

Trabalhos mais recentes sobre os Nambikwara incluem a tese de doutorado por Alba Lucy Figueroa na antropologia aplicada ao trabalho de saúde entre os Negarotê, dissertação de mestrado de Marcelo Fiorini sobre a noção de pessoa e de nomeação entre os Wasusu, e as obras de Anna Maria Ribeiro Costa sobre os grupos Nambikwara do cerrado.

Há também dois importantes artigos sobre música Nambikwara: Avery artigo sobre a música vocal e Mamaindê artigo Lesslauer "," Aspectos culturais e musicais da música dos Nambikwara [Os aspectos culturais e musicais dos Nambikwara] Música "(1999). No último artigo, o autor fornece um bom resumo do que havia sido escrito sobre os Nambikwara até à data.

Menção também deve ser feita dos trabalhos produzidos pelos missionários do Summer Institute of Linguistics (Kingston Pedro, Bárbara e Kroeker Menno, Ivan Lowe e David Eberhard) sobre as línguas Nambikwara e as publicações do padre jesuíta Adalberto Pereira de Hollanda, que gravou várias mitos de grupos Nambikwara do Vale do Juruena.

"Instituto Socioambiental" (ISA)

Mamaindê aspectos Contemporânea dos Nambikwara


Introdução
Linguagem
Os dados populacionais
História do contato
Grupos e critérios de adesão
Ritual da puberdade feminina
aspectos Contemporânea (Mamaindê)
Fontes de informação
A maioria dos Mamaindê hoje vivem em uma única aldeia com cerca de 200 pessoas. A aldeia é grande para os padrões tradicionais das aldeias Nambikwara, que geralmente têm entre 50 e 100 pessoas. Muitas famílias são compostas por indivíduos provenientes de outros grupos Nambikwara do Norte, que se juntou ao Mamaindê em diferentes momentos.

As casas tradicionais feitas de palha de buriti foram substituídas por casas de madeira cobertas com telhas de amianto, copiando o estilo da casa regional de ocupantes não-indígenas. Só a casa de reclusão para as meninas púberes, uma habitação temporária, ainda é feita no estilo das residências tradicionais.

Desde 1960, o Mamaindê também cessou a construção de uma pequena casa onde guardavam as flautas de bambu desempenhado exclusivamente por homens durante os rituais realizados durante o período em que novas roças foram apuradas. Apesar de não construir a casa das flautas, a Mamaindê ainda mantêm esses rituais, que ocorrem principalmente na estação seca entre os meses de maio e setembro.

A maioria dos jovens hoje Mamaindê são bilíngües. No entanto, os idosos e crianças pequenas só falam Mamaindê, que continua a ser o idioma predominante usado em conversas diárias.

Parte da subsistência do grupo, ainda vem de plantas cultivadas em suas roças (mandioca amarga e doce, várias espécies de batata, inhame, milho, favas, banana, amendoim) e de caça, atualmente realizadas com armas ao invés de arcos e flechas. A pesca ocorre principalmente durante a estação seca e é limitado a peixes de pequeno porte. A atividade de coleta de larvas, insetos e frutos silvestres é realizada principalmente por mulheres e crianças e também é responsável por parte do alimento diário consumido pelas famílias. Outra parte da dieta cotidiana inclui os produtos comprados nas cidades, tais como arroz, feijão, óleo, café, sal e açúcar.

O desmatamento continua na região do entorno do Território Indígena, limpou para o cultivo de soja e pecuária, tem feito jogo mais escassos, o que significa que o Mamaindê estão cada vez mais dependentes dos alimentos comprados nas cidades. Algumas áreas de caça e coleta tradicionalmente freqüentado pela Mamaindê ficaram fora dos limites da TI, tornando ainda mais difícil para eles acessar os recursos naturais que eles necessitam para sobreviver.

Quando ele ficou com o Mamaindê na década de 1960, o antropólogo Paul Aspelin registrou o uso de várias ferramentas, como facas, panelas e roupas. Hoje, esta lista pode ser complementada com outros itens que precisam ser comprados regularmente nas cidades: munição, anzóis e linha de pesca, gás de bujão (usado pelos faróis e fogões), as baterias de lanterna, telefones celulares e bicicletas.

Algumas famílias recebem renda do governo, como os trabalhadores rurais de pensões e os salários pagos aos professores indígenas e trabalhadores da saúde. trabalhos temporários em fazendas da região e da venda de palmito extraído perto da aldeia também proporcionar formas alternativas de obtenção de dinheiro para comprar produtos industrializados. Além disso, desde 1960, o Mamaindê vêm produzindo artesanato para venda e que o dinheiro proveniente dessa atividade é responsável por uma parcela grande da renda familiar mensal.

Recentemente, incentivados pelos funcionários da Administração Regional da Funai em Vilhena, o Mamaindê começaram a criação de gado perto da aldeia, como parte de um projeto de desenvolvimento sustentável. No entanto, tentando criar meios de subsistência para os povos indígenas, transformando-os em trabalhadores rurais, o projeto criado pela FUNAI não leva em conta a especificidade da cultura e do modo de vida tradicional desses povos.

"Instituto Socioambiental" (ISA)