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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os Guarani Convidam para exposição fotográfica Ava Marandu

A exposição fotográfica Ava Marandu – Os Guarani Convidam está aberta à visitação e permanecerá até o dia 14 de outubro/2011 no Centro Administrativo da Caixa Econômica Federal em Campo Grande, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. 
A exposição é o resultado do aprendizado de uma centena de indígenas nas oficinas de fotografia em seis aldeias guarani de Mato Grosso do Sul durante a realização do projeto Ava Marandu – Os Guarani Convidam: Cultura e Direitos Humanos dos Povos Guarani, em 2010. Foram ministradas pelos fotógrafos Elis Regina Nogueira, Vânia Jucá e Leonardo Prado nos meses de fevereiro a abril nas aldeias Guyra Roka e Te’ýikue, em Caarapó; Jaguapirú e Panambizinho, em Dourados; Amambai, em Amambai e Yvy Katu, em Japorã. Ao final, foi selecionada uma fotografia de cada participante para a exposição evidenciando um olhar poético sobre o ambiente natural e social das aldeias. Divida em duas partes, a exposição também revela o olhar dos ministrantes fotógrafos sobre as localidades. As imagens são instrumentos de registro, documentação, expressão e difusão do universo plural e humano da cultura indígena, lançando as sementes de um processo estratégico de domínio de ferramentas e novas tecnologias a serviço do fortalecimento da identidade e promoção da cosmologia Guarani.
“Penso na fotografia como algo que possa contribuir com algumas mudanças muito importantes para o país. Quero que as imagens que faço sirvam pra trazer reflexões sobre temas importantes. Temos quinhentos anos de história de uma estrutura fundiária excludente, de desrespeito à pluralidade étnica e cultural. O país ignora a questão indígena e os problemas vindos da concentração fundiária. As informações nos são negadas pelas “grandes” empresas de comunicação e pelas escolas. Essa formação etnocêntrica que temos é cruel porque gera uma ignorância sobre temas urgentes e acaba por permitir massacres silenciosos. Acho que a fotografia me permite trabalhar nesse sentido”, afirma o fotógrafo Leonardo Prado.
A exposição já esteve no Museu das Culturas Dom Bosco, no Pontão de Cultura Guaicuru, na Escola Municipal Agrícola Arnaldo Estevão de Figueiredo, em Campo Grande (MS); na Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados (MS) e na Teia Regional Centro-Oeste/ Palácio da Instrução, durante encontro dos pontos de cultura da região, em Cuiabá (MT).
“A repercussão da exposição entre os funcionários é excelente, com elogios quanto à importância e dimensão do projeto “Ava Marandu”, inclusive por empregados de outros municípios que participam de uma reunião estadual da Caixa em Campo Grande” diz Carlos Alberto Patay, Consultor Regional da CEF em MS.
O projeto Ava Marandu – Os Guarani Convidam: Cultura e Direitos Humanos dos Povos Guarani foi realizado pelo Pontão de Cultura Guaicuru em consulta e cooperação com os Povos Guarani de Mato Grosso do Sul, com a Organização das Nações Unidas, Fundação Nacional do Índio, Ministério da Cultura, Mercosul Cultural, Ministério do Meio Ambiente, Comitê Gestor de Ações Indigenistas Integradas para a Região Cone Sul, Universidade Federal da Grande Dourados e Federal de MS, Universidade Católica Dom Bosco, Prefeitura de Campo Grande, entre outras entidades, e o patrocínio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Petrobras, Eletrobras e Caixa Econômica Federal, em prol dos direitos humanos e a sustentabilidade em bases culturalmente diferenciadas dos povos indígenas. As ações buscaram sensibilizar a população para as gravíssimas violações que afligem os guarani kaiowa e os guarani ñandeva e contribuir para a redução de um abismo de preconceitos existente com uma necessária troca de olhares entre índios e a sociedade em geral, com a colaboração de artistas e outras pessoas solidárias à causa, oferecendo condições para a ampliação do conhecimento, compreensão e reconhecimento dos valores e da cultura dos Guarani.

Mais informações sobre o projeto em www.pontaodeculturaguaicuru.org.br/avamarandu

Serviço
Exposição Fotográfica Ava Marandu – Os Guarani Convidam
Local: Centro Administrativo da Caixa Econômica Federal em Campo Grande
– Avenida Mato Grosso, 5500 – Jardim Copacabana.
Instituições interessadas em receber a exposição podem obter informações através do e-mail contato@pontaodeculturaguaicuru.org.br

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MPF investiga ataque a acampamento indígena que deixou 3 feridos em MS

Polícia Federal encontrou mais de 20 balas de borracha deflagradas.
MPF informou que vai instaurar inquérito por genocídio para apurar o caso.



Iguatemi ataque indígenas MS (Foto: Divulgação/MPF)
Homens dispararam vários tiros e atearam fogo no acampamento, diz antropólogo (Foto: Divulgação/MPF)
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) investigam o ataque ao acampamento de um grupo de indígenas da etnia Guarani-Kaiowá, que aconteceu na última terça-feira (23), às margens de uma estrada vicinal em Iguatemi, município distante 446 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações do MPF, pelo menos três pessoas ficaram feridas após serem atingidas por tiros de bala de borracha.
Nesta quinta-feira (25), o procurador da república, Antônio Marcos Delfino, informou ao G1 que será instaurado um inquérito por genocídio para apurar o caso. “É muito claro que as famílias que estavam acampadas foram atacadas pelo simples fato de serem indígenas. Por isso vamos classificar o caso como genocídio, por se tratar de um crime motivado por diferenças étnicas”, explicou o procurador.

Segundo informações do antropólogo do MPF, Marcos Homero Ferreira Lima, cerca de 30 indígenas estavam no acampamento entre idosos, crianças e adultos.
Os indígenas relataram ao antropólogo e à PF que cerca de 20 homens armados participaram do ataque. Eles chegaram ao acampamento em quatro caminhonetes. “Duas caminhonetes ficaram paradas próximo ao acampamento e outras duas entraram no local. Eles dispararam vários tiros e depois atearam fogo nos barracos, pertences e mantimentos do grupo, contou o antropólogo.
Um indígena de 75 anos foi atingido no rosto, perto do olho direito (Foto: Divulgação/MPF)
Um indígena de 75 anos foi atingido no rosto,
perto do olho direito (Foto: Divulgação/MPF)
Em vistoria no local, a PF encontrou aproximadamente 20 balas de borracha deflagradas.
Nesta quinta-feira um dos indígenas que ficou ferido, de aproximadamente 75 anos, prestou depoimento à PF do município de Nioaque e passou por exames periciais. Ele foi atingido com uma bala de borracha no rosto, perto do olho direito.
No início do mês de agosto o grupo de indígenas ocupou parte da fazenda Santa Rita, em Iguatemi, com o objetivo de pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) a acelerar o processo de demarcação indígena da terra Puelito Kue.
Segundo o antropólogo, os indígenas deixaram a fazenda e montaram um acampamento na estrada vicinal, que fica próxima à propriedade, porque se sentiram ameaçados.
A fazenda Santa Rita pertence à família do prefeito do município de Iguatemi. Em entrevista ao G1, a administradora da propriedade, Lúcia Felippe Arcoverde, informou que não houve nenhum tipo de conflito dentro da propriedade. Ela informou ainda que não tem conhecimento sobre o ataque ao grupo indígena ocorrido perto da fazenda.

Fonte:
Tatiane Queiroz Do G1 MS