quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

DICAS SOBRE CULTIVO DE ORQUIDEAS

Orquídeas epífitas, que não enraizam no solo, mas se fixam a troncos e outras estruturas, representam hoje mais de 90% de todas as espécies de orquídeas. Algumas podem ainda ser terrestres, ou mesmo rupículas (de crescimento em cima de pedras). Gostam, de maneira geral, de luz e regas moderadas.
As orquídeas são largamente cultivadas no Brasil e no mundo e seu comércio movimenta grandes somas de dinheiro todos os anos em um mercado crescente. No Brasil, grandes orquidários no Sudeste já produzem centenas de milhares de plantas por ano, que são exportadas para outros países ou vendidas até em supermercados. A Phalaenopsis principalmente, por ser uma planta conhecida por se adaptar bem em apartamentos.
O primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta do gênero ou espécie e o conhecimento de seu habitat de origem, para saber de suas necessidades naturais em seu meio. A partir destas informações, o cultivo de orquídeas ornamentais (como a Cattleya e a Phalaenopsis) é, ao contrário do que se pensa, uma tarefa relativamente fácil, se respeitadas as regas semanais, os critérios de exposição de luz (na maioria dos casos, luminosidade de 50%, a chamada meia-sombra e nunca sol direto) e a adubação periódica com substratos ricos e apropriados a cada fase de desenvolvimento da planta.
Cultivo de orquídeas
foto: Carlo A. Zaldini - Biólogo.com.br
Orquídeas podem ser cultivadas em vasos, placas de xaxim ou fibra de côco e ainda em madeira ou mesmo em árvores, terra ou pedra, dependendo da espécie. Podem florir, em sua maioria, uma vez ao ano, quando tratadas de maneira correta.
Mudas podem ser nutridas com uma colher de chá de farinha de osso a cada mês nas beiradas do vaso, acelerando assim seu crescimento. Os híbridos são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies "naturais". Incontáveis cruzamentos de gêneros ou espécies geraram inúmeros híbridos.
Em sua maioria, orquídeas não toleram água em demasia mas geralmente gostam da presença de substrato rico e úmido. Por este motivo, os vasos jamais devem ficar sobre pratinhos que retém água, sob pena de encharcar as raízes e matar a planta.
É fundamental o arejamento das raízes, daí o uso de pedaços de xaxim ou fibra de coco como substrato, e não o pó deste. Dois anos é o tempo médio de vida útil do substrato, o qual deve ser substituído após esse período. O pó de xaxim é normalmente usado apenas quinzenalmente sobre o substrato (salpicar uma colher de sopa). Há ainda outros substratos como a fibra de coco prensada (coxim), o esfagno, etc. Para uma boa drenagem 1/3 do vaso deve ser preenchido com caco cerâmico. Por este motivo também é comum o uso de vasos de barro com furos nas laterais e vasos de plástico transparentes, que facilitam o contato da luz com o rizoma e acentuam o arejamento deste. A drenagem pode ser feita mantendo o vaso ou placa de xaxim pendurado por arames e pendendo numa inclinação de 45 graus. De maneira geral, plantas penduradas estão mais protegidas de doenças e pragas.
Uma planta florida pode permanecer dentro de casa, perto de uma janela com boa fonte de luz, sempre evitando o sol direto. Durante esse período, deve-se molhar o substrato, dependendo da umidade ambiente, mas com rega bem moderada e jamais molhando as flores.
Após o fim da floração, pode-se fazer a retirada manual das flores secas e podar a hastecomtesoura esterilizada em fogo.
Para ler o artigo "A obtenção de mudas de orquídeas Phalaenopsis na haste floral por indução com pó de canela", 
como cultivar orquídeas
A Phalaenopsis
 é uma planta muito popular por sua fácil adaptação em apartamentos, perto de janelas sem vento forte e luz solar direta.
cultivo de orquídeas
No Brasil
 dois gêneros nativos são cultivados em larga escala pela beleza, colorido e porte; As Cattleyas (foto ) e as Laélias, a maioria delas plantas nativas do país.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Conheça os dez mais incríveis insetos com o poder de se clamufar, pode parecer incrível, mas são apenas insetos. Eles usam estas adaptações em suas formas como maneira de se proteger dos predadores e também para se ocultar das suas presas

Phromnia Rosea – Olhando rápido pode parecer que este tronco está com algum tipo de fungo ou frutas coloridas.
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Mas olhando bem você vai ver que são vários insetos ali.
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O segredo deste animais é sua organização quase militar em termos de posicionamento. Vistos a distância, eles parecem ser um único conjunto de folhas. Este animal é nativo das florestas de Madagascar.O interessante é que as ninfas deste inseto também são exímias peritas na arte do disfarce.
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Olhando rapido pode parecer uma singela floração ou algum tipo de fungo parasita na árvore mas de perto vemos que se trata das ninfas do inseto e sua engenhosa camuflagem.
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Bicho folha (Phillidae) - O nome já diz tudo, né? Nos EUA são chamados de folhas vivas.
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Esta família de insetos é bem vasta e variada, compreendendo animais que se assemelham a diversos tipos de folhas. A simulação chega a um grau de perfeição que as “folhas” contém lesões e recortes nas bordas, como uma folha de verdade que foi roída ou atacada por fungos.
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Muitos possuem requintes de camuflagem, como veios similares aos das folhas das árvores onde se escondem, cantinhos ressecados e até alguns animais da família Phillidae parecem folhas secas.
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Estes insetos são muito antigos, com fósseis registrados em tempos anteriores aos dinossauros! Prova que a camuflagem é bem eficiente.
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Borboleta folhas – É nativa da Amazônia e engana bem que são duas folhas juntas.
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Veja que incrível como esta borboleta some no chão da floresta. Ela está aí bem no meio da foto:
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Esta aqui é a borboleta folha do tipo encontrado na serra do Japi, em SP. Incrível, né?
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Existem vários tipos de borboletas-folha. Esta abaixo é uma Gonepteryx rhamni (fonte)
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Outro mestre do disfarce é o Bicho-pau (Phiblossoma phyllinum). Ele fica horas parado e geralmente passa batido. Seu corpo delgado e comprido engana bem como um pedaço de galho ou graveto sem folhas.
Você acha que isso é uma bacia cheia de gravetos? Não. É uma bacia cheia de bichos-pau.
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O bicho pau está nesta foto.
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Aqui vemos o inseto com melhor definição.
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Inseto feio mas que se disfarça muito bem em troncos é o jequiranabóia amazônico. Basta olhar para este inseto para qualquer índio correr de medo. O troço tem cara de jacaré! Mas a verdade é que apesar da fama de assassino, este inseto é absolutamente inofensivo. São duas espécies que compartilham o nome e características principais, como a cabeça de cobra-jacaré. Eles são os Fulgora lanternaria e a Fulgora lampetis  (Fonte)
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As mariposas costumam se disfarçar em cascas de arvores para desaparecer. Alguns exemplos clássicos do mimetismo usam as mariposas como exemplos:
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Algumas chegam ao requinte de simular líquens.
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Lagartas também costumam ser eficientes na arte de sumir no mato. isso geralmente causa problemas pois muitas delas contém um veneno bastante forte que podem afetar o homem. Conheço casos de pessoas que encostaram em “taturanas” (Lonomia) e perderam os movimentos dos membros temporariamente em decorrência do efeito tóxico dos espinhos.
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Alguns insetos usam a aparência das flores como seus meios de se ocultar.
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Veja como este inseto desaparece no meio de flores:
23 24(foto Igor Siwanowich)
25(foto Igor Siwanowich)
26(foto Igor Siwanowich)
Outro inseto com incrível aparencia que podem literalmente sumir dependendo do tipo de vegetação em que se encontra é o Louva-Deus. Existem inúmeras variedades de Louva-Deus, como os que parecem flores acima e os que parecem folhas caídas e até mesmo aqueles que simplesmente são confusos demais para o predador reconhecer um padrão.
27(foto Igor Siwanowich)
28(foto Igor Siwanowich)
Os grilos também costumam ser feras em se esconder. Tem um grilo enorme bem no meio desta foto.
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Fonte: 1 2

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Obra do Madeira esbarra em tribos indígenas


Há três semanas, máquinas do consórcio Madeira Energia iniciaram as obras para a construção da hidrelétrica de Santo Antônio,

Usina-Hidrelétrica-Santo-Antônio,-no-Rio-Madeira,-em-Rondônia-2_Marcello-Casal-JR-ABr no Rio Madeira, em Rondônia, um dos principais empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas a obra, orçada em cerca de R$ 10 bilhões e considerada essencial para se evitarem apagões, pode esbarrar em um problema de cunho antropológico e até sofrer atrasos. Relatório interno da Fundação Nacional do Índio (Funai) obtido pelo GLOBO aponta referências a, pelo menos, cinco grupos de índios isolados na área de abrangência da usina.
Um dos grupos estaria a apenas 14 quilômetros do canteiro central da hidrelétrica. Eles viveriam numa área já considerada de uso restrito, chamada Jacareúba Katawixi. Referências são indicações da existência de grupos indígenas que nunca tiveram contato com não-índios. Pelo entendimento interno da Funai, índios isolados não devem ser contatados, a menos que estejam sob risco de morte. Experiências anteriores mostram que o encontro entre índios isolados e não-índios é desastroso, devido ao choque cultural e à transmissão de doenças, entre outros problemas.
- Se for constatada a presença dos índios, as obras não seguirão o calendário deles (empresas do consórcio Madeira Energia, as principais sendo a Odebrecht e a estatal federal Furnas) – afirmou Elias Bígio, coordenador-geral de Índios Isolados da Funai.


A informação sobre referências de índios tão próximos do canteiro de obras surpreendeu o gerente de Sustentabilidade do Madeira Energia, Ricardo Márcio, encarregado de ajustar o empreendimento às exigências socioambientais. Márcio disse que sabia das referências aos índios isolados e que o Madeira já se comprometera a financiar as expedições para confirmar a presença deles. Mas ele sustenta que a Funai nunca mencionou indícios da existência de índios em Jacareúba Katawixi.
- Gostaria que a Funai nos formalizasse isso. Quatorze quilômetros não são nada. Isso muda tudo – disse o executivo.
Brasil pode ser condenado por crime, diz sertanista
O sertanista Sidney Possuelo, ex-presidente da Funai e um dos maiores especialistas do país no assunto, é ainda mais incisivo. Para ele, é inaceitável que a Funai tenha concordado com a liberação das obras antes mesmo de iniciar os estudos de campo para checar a presença dos índios na região. Possuelo entende que a construção da hidrelétrica deve ser suspensa imediatamente. Caso contrário, o governo federal pode ser denunciado em tribunais internacionais por um possível massacre de povos indefesos.
- O governo pode ser condenado em fóruns internacionais por ações imprevidentes contra povos indígenas. Por isso, pesa grande responsabilidade para a Funai em bater o pé e dizer: não tem canteiro de obras até que se verifique se os índios existem.
As referências aos índios isolados constam no documento “Plano de Trabalho”, elaborado pelos servidores da Funai Ester Silveira, Antenor Vaz e Altair Algayer em 14 de julho, um mês antes de Ibama e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberarem as obras. Pelo relatório, “os grupos isolados e as terras onde habitam, passíveis de serem atingidos” pela usina, estão localizados às margens esquerda e direita do Rio Madeira. Três grupos viveriam em Rondônia e outros dois habitariam trechos da floresta no estado do Amazonas.
Entre estes grupos estariam cerca de 150 índios sirianós e um número não calculado de índios uru weu wau wau. Sobre os demais grupos, a Funai diz nada saber. Por falta de informações seguras, todos eles aparecem nos estudos vinculados aos números 12, 45, 46 e 47. São as referências geográficas de onde estariam vivendo esses índios. Um deles é associado à sigla “s/n”, ou seja, seria um grupo sobre o qual ainda não se tem idéia da localização.

- Existem referências de índios na terra Jareúba Katawixi. Essa terra está a 14 quilômetros do lugar onde vai ser construído o canteiro de obras. Essa área sofrerá impacto direto. Mas a definição de áreas indígenas só pode ser feita depois da conclusão dos estudos – argumentou Bígio, da Funai.
Em março deste ano, representantes da Funai e do Madeira acertaram que o consórcio financiaria expedições para localizar, identificar e definir medidas de proteção aos índios isolados. Esta seria uma das condicionantes para a concessão da licença ambiental. Mas a promessa ainda não saiu do papel, e, para a Funai, não há mais condições técnicas de iniciar as expedições neste ano.
Funai foi favorável ao início das obras, afirma Ibama

Estudos dessa natureza demoram de dois a três anos. As expedições devem localizar os índios, descobrir hábitos e costumes e, a partir daí, definir as áreas de que necessitam para a sobrevivência. Cada grupo tem suas peculiaridades.
- O Brasil está na base do “tudo ao mesmo tempo agora”, tomando decisões ligeiras premido por previsões catastróficas do tipo novos apagões, e beneficiando empreiteiros queixou-se o procurador regional (Rondônia) da República, Alexandre Camanho.
A Aneel informou que concedeu licença a partir de relatório de impacto ambiental favorável do Ibama. Em nota, o Ibama transfere à Funai a responsabilidade sobre a questão indígena. Segundo o Ibama, a licença só foi assinada “após a manifestação favorável daquela Fundação”. No texto, acrescenta que “não houve oposição por parte do órgão competente para a continuidade do processo, apenas foi recomendada a implementação do plano por ele elaborado, que foi acatado”.
Fonte: O Globo

Informação interessante sobre a existência de índios isolados nas proximidades do canteiro de obras da UHE Santo Antônio, no rio Madeira:
O Parecer Técnico n.º 014/2007 do Ibama, que negou a Licença Prévia para as usinas do Madeira, na p. 103, afirma: “Os Katawixi, por outro lado, estão mais próximos que qualquer outro grupo indígena identificado no EIA, cerca de 9 km.” Na conclusão, o mesmo documento reitera: “Neste sentido, é necessário ampliar o diagnóstico e incorporar os assentamentos da reforma agrária Joana D’Arc I, II e III, em processo de legalização pelo Incra/RO, comunidades ribeirinhas como Porto Seguro e Engenho Velho, e outras identificadas nas Audiências Públicas e no Relatório oferecido pelo Ministério Público; a adequada identificação e caracterização das pessoas que sobrevivem da atividade garimpeira; A Terra Indígena Jacareúba/Katawixi, no Estado do Amazonas, os povos indígenas Kaxarari, na região de Extrema, os indígenas sem-contato do igarapé Karipuninha e outros povos presentes na real área de influência direta/indireta; a incorporação das áreas a jusante como potencialmente impactadas, a caracterização destes impactos e as medidas de mitigação cabíveis; e demais aspectos considerados neste Parecer.”

Rio Madeira (RO) - foto ONG Rio Madeira Vivo 

Povos indígenas representam um terço da população mais pobre do mundo, diz ONU

Os índios representam cerca de um terço das 900 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza em áreas rurais no mundo, segundo o primeiro relatório mundial sobre a situação dos povos indígenas da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado nesta quinta-feira, no Rio. Baseado no Censo de 2000, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estudo afirmou que há cerca de 370 milhões de índios no mundo.
"A situação crítica é pobreza, analfabetismo e indígenas que não são reconhecidos pelos seus governos em algumas regiões do mundo africano, asiático e até mesmo árabe. Eles [índios] são excluídos do poder econômico e político como acontece no Brasil. Um índio não consegue ser presidente da Funai [Fundação Nacional do Índio]", disse o articulador dos Direitos Indígenas na ONU, Marcos Terena, durante entrevista nesta quinta-feira, no Rio.

De acordo com o relatório, as taxas de pobreza dos povos indígenas estão acima do resto da população em vários países da América Latina. São eles: Paraguai, 7,9 vezes maior; Panamá, 5,9; México, 3,3; Guatemala, 2,8; e Brasil, 2,5 vezes maior.

O estudo destaca que no Brasil, Bolívia e Chile, mais da metade da população indígena vive em áreas urbanas. Apenas no Brasil, há 12 povos indígenas isolados, sem contato com outras sociedades, na Amazônia.

"50% dos índios no Brasil vivem em áreas urbanas. Isso criou um aumento dos índices de pobreza, porque os índios precisam de emprego, mas muitas vezes não conseguem se manter na área urbana. A questão educacional também é um agravante", afirmou Terena.

A ONU aponta ainda que os trabalhadores indígenas ganham a metade dos salários dos não-indígenas devido a fatores de discriminação e qualidade de ensino. Segundo o estudo, a maior diferença de salário para cada ano adicional de escolaridade entre indígenas e não-indígenas na América Latina existe na Bolívia.

O relatório da ONU sobre a situação dos povos indígenas no mundo foi apresentado simultaneamente em Nova York, Bruxelas, Canberra, Manila, México, Moscou, Pretoria, Bogotá e Rio de Janeiro.

Autora: DIANA BRITO

Leia a notícia completa aqui

aldeia no AM ganha escola de xamanismo

Para conservar práticas espirituais, aldeia no AM ganha escola de xamanismo

Saber tradicional inclui cura de doenças desconhecidas pela ciência.
Antropólogo conseguiu apoio nos EUA para construção de maloca.


A influência de culturas externas ameaça a tradição do xamanismo entre os índios. Para tentar salvar os conhecimentos tradicionais dos baniwas, foi criada na aldeia Uapuí, na Terra Indígena Alto Rio Negro, no noroeste do Amazonas, uma escola para que novas gerações aprendam as técnicas de cura espiritual criadas ao longo de séculos por esse povo da floresta. A inauguração aconteceu no final do ano passado.

(Foto: Michel C. Wright/Divulgação)

Foto: Michel C. Wright/Divulgação

Mulheres baniwas receberam visitantes com dança para a inauguração da escola de xamanismo na aldeia Uapuí. 

“É uma escola para revitalização do conhecimento dos índios baniwas”, explica o antropólogo Robin Wright, da Universidade da Flórida, nos EUA, que passou anos procurando patrocínio para o projeto, até conseguir apoio da Fundação para Estudos Xamânicos, sediada na Califórnia.


 

Manuel da Silva, o Mandu, xamã da mais alta graduação entre os índios da região, que dirige a escola junto com seu irmão Mário.  (Foto: Michel C. Wright/Divulgação)  

Foto: Michel C. Wright/Divulgação

Foto: Michel C. Wright/DivulgaçãoWright conta que a chegada de missionários cristãos à região da Cabeça do Cachorro, onde fica a aldeia Uapuí, levou muitos índios a abandonarem suas crenças tradicionais.

Os pajés, a quem os índios atribuem o poder da cura por meio do mundo espiritual, foram perseguidos e acusados de práticas satânicas. Isso fez com que eles permanecessem somente em aldeias mais isoladas.

Os xamãs passam anos estudando para conseguir entrar em transe e, segundo acreditam os índios, buscar no mundo dos espíritos a receita de cura de cada doença, que então se dá com ingredientes naturais. “É um sistema de crença que nós não temos”, comenta Wright.






Segundo o pesquisador, a formação de novos pajés é importante porque eles conhecem a cura para doenças específicas da área do noroeste da Amazônia, causadas por fungos, plantas ou animais, entre outros, que não foram estudados pela ciência.

Na maloca construída com apoio americano na aldeia Uapuí, um grupo inicial de 12 alunos de diferentes aldeias baniwas vai estudar por pelo menos dois anos para se iniciar na pajelança, embora a aquisição dos conhecimentos tradicionais seja algo que leva a vida toda entre os xamãs.
Autor:Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em São Paulo