quinta-feira, 18 de março de 2010

"Espécies de orquídeas do Lago papuásio Kutubu florestas de Papua Nova Guiné"




Cientistas encontram novas espécies de orquídea

A Papua Nova Guiné é o lar de três mil espécies de orquídeas
Cientistas trabalhando com a organização ambientalista internacional World Wildlife Fund (WWF) descobriram novas espécies de orquídeas nas florestas de Papua Nova Guiné. Segundo os pesquisadores, oito delas são novas espécies. Outras 20 podem ser desconhecidas também.
A Papua Nova Guiné, um país ao norte da Austrália, tem grande riqueza em orquídeas. Das cerca de 25 mil espécies conhecidas no mundo todo, três mil são nativas do país.
O Lago papuásio Kutubu - onde as novas espécies foram encontradas - é internacionalmente reconhecido por sua importância biológica. A área é o lar da aves-do-paraíso, do casuar gigante e de outras espécies exóticas.

Junto com a Papua Nova Guiné, a Província indonésia da Papua e a Ilha de Bornéu (que é controlada pela Indonésia, pela Malásia e por Brunei), são consideradas algumas das regiões mais promissora do mundo para a descoberta de novas espécies.
Um dos cientistas que lideram a pesquisa sobre as orquídeas é Wayne Harris, de Queensland, na Austrália.
Ele também fez as fotos das orquídeas. Wayne Harris descreve a Papua Nova Guiné como uma "mina de ouro incrível" para a busca de variedades da flor.
A família das orquídeas ostenta muitas flores incomuns e a Bulbophyllum masdevalliaceum é um exemplo disto.
Mais de 1,8 mil espécies de Bulbophyllum foram descritas no mundo todo, mas a Papua Nova Guiné é "seu lar evolutivo", contendo um terço das espécies conhecidas.
Além de orquídeas, novos mamíferos, peixes e insetos são descobertos regularmente na região.
Mas muitas espécies provavelmente foram extintas antes mesmo de serem descritas, devido à destruição de florestas e à invasão humana.
A WWF e seus parceiros estão trabalhando com as autoridades de Papua Nova Guiné para proteger importantes áreas de conservação.







Boca aberta

Cientistas trabalhando com a organização ambientalista internacional World Wildlife Fund (WWF) descobriram espécies impressionantes de orquídeas nas florestas de Papua Nova Guiné. Segundo os pesquisadores, oito delas são novas espécies. Outras 20 também podem ser desconhecidas.

As descobertas incluem a Cadetia kutubu, que ganhou o nome graças ao Lago Kutubu na região onde foi encontrada.


'Estrela solitária'

A Papua Nova Guiné é incrivelmente rica em orquídeas. Das cerca de 25 mil espécies conhecidas no mundo todo, 3 mil são nativas do país.

Esta delicada orquídea, em forma de estrela, é uma espécie nova da Taeniophyllum e ainda não foi nomeada. Com esta, a Papua Nova Guiné terá mais uma orquídea nativa em sua lista.

Lago

O Lago Kutubu na região de Kikori, Papua Nova Guiné - onde as novas espécies foram encontradas - é internacionalmente reconhecido por sua importância biológica. A área é o lar de aves-do-paraíso, da ave da Austrália, o casuar gigante e o canguru das árvores.

A Papua Nova Guiné, província indonésia da Papua, e o vizinho Bornéo, são partes da região mais promissora do mundo para a descoberta de novas espécies.

Aurora vermelha

Esta nova descoberta é integrante da família Dendrobium (D. cuthbertsonii). A maioria das espécies integrantes desta família vive em árvores e não no chão.

Os criadores conseguiram desenvolver muitas variedades artificiais de Dendrobium, incluindo a kimilsungia, que foi batizada em homenagem ao líder da Coréia do Norte.

'Espetáculo'

As cores desta espécie são brilhantes, a estrutura impressionante, nem mesmo os melhores artistas que modelam vidros em Veneza, Itália, poderiam criar algo tão delicado quanto a Dendrobium spectabile.

O nome já diz tudo.

Classificando as descobertas

Um dos cientistas que lideram a pesquisa é Wayne Harris, do Herbário de Queensland na Austrália.

Ele também fez as fotos das orquídeas usadas nesta galeria. Wayne Harris descreve a Papua Nova Guiné como uma "mina de ouro incrível para orquídeas".

Planta pavão

A família das orquídeas ostenta muitas das mais espalhafatosas flores entre todas as plantas e a Bulbophyllum masdevalliaceum é um exemplo disto.

Mais de 1,8 mil espécies de Bulbophyllum foram descritas no mundo todo, mas a Papua Nova Guiné é "seu lar evolutivo", contendo um terço das espécies conhecidas.

Cara de peixe

Além de orquídeas - como esta ainda não nomeada da espécie Cadetia - novos mamíferos, peixes e insetos aparecem regularmente na região.

Mas muitas espécies provavelmente foram extintas antes mesmo de serem descritas devido à destruição de florestas e à invasão humana.

A WWF e seus parceiros estão trabalhando com as autoridades de Papua Nova Guiné para proteger importantes áreas de conservação.
Fonte:

quarta-feira, 17 de março de 2010

"A fauna Brasileira em processo de extinção"


A fauna Brasileira não conta com espécies de grande porte, semelhante ás que vivem em savana ou selvas da África. na selva Amazônica existe uma abundante fauna de peixes e mamíferos aquáticos que abitam os rios,lagos e matas. Muitos deles em processo de extinção.
A fauna Brasileira é extremamente rica e variada, Pois nosso país possui uma enorme variedade de ecossistemas

Espécies em extinção

O que é a extinção?

Extinção pode ser definida como o evento pelo qual o último representante de uma espécie deixa de existir ou ainda, de mais abrangente, como o momento a partir do qual os indivíduos remanescentes de uma espécie mostram-se incapazes de produzir descendentes visíveis ou férteis.

Os extintos, os ameaçados e os que retornam

No Brasil, a extinção de espécies está muito ligada à pesca e à caça. A falta de educação ambiental também cobra seu preço, assim como a poluição de rios e as queimadas e desmatamentos. Para agravar a situação, a pobreza faz com que, muitas vezes, o único recurso para alimentação da população sejam os animais capturados na natureza.

O estado que tem o maior número de extinção é São Paulo com 124 espécies de animais em extinção, e o estado que tem menor número de animais em extinção é o Acre com 7 espécies. 
O Brasil ocupa a 4ª posição no ranking dos países com maior número de animais ameaçados de extinção, com 282 espécies em risco. Só perde para o EUA com 859, Austrália com 527 e Indonésia com 411.

A venda ilegal de animais silvestres no Brasil movimenta R$ 2 bilhões por ano. Esse tipo de tráfico só perde para o de armas e de drogas. Alguns desses animais estão em risco de extinção. E o comércio interno é o maior responsavel.
Logo abaixo temos alguns animais em extinção:

Águia-Americana; Maracajá; Águia Dourada; Mico Leão; Mico Leão Dourado; Mico Leão da Cara Preta; Mico Leão da Cara Dourada; Mico Leão Preto; Muriqui; Mutum Pinima; Onça-Pintada; Bugio; Bugio Preto; Ararajuba; Arara Azul; Ararinha Azul; Águia-Pesqueira; Águia-Filipina; Cervo-do-Pantanal; Cisne-de-Pescoço-Preto; Cobra Papa-Pinto; Ema; Gato-do-Mato; Gato Mourisco; Gorila; Harpia; Jaburu; Jacutinga; Onça Preta; Panda-Gigante; Papagaio do Peito Roxo; Peixe-Boi; Sagui Cabeça de Algodão; Sagui Bigodeiro; Sagui Branco; Sagui Leãozinho; suçuarana; Surucucu; Jacaré-Açu; Jacaré do Papo Amarelo; Jaguatirica; Lobo Guará; Macaco Aranha; Macaco Barrigudo; Tamanduá; Tangará; Tartaruga da Amazônia; Tartaruga de Couro; Veado Mateiro; Veado Catingueiro e entre muitos outros.

No Brasil tem 16 mil espécies ameaçadas de extinção.

38 milhões de animais são tirados de seu meio ambiente todos os anos.
Animais de criação em extinção 


Não só os animais selvagens sofrem com a extinção. Segundo um relatório da FAO, organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), uma raça de animal de criação desaparece por mês no mundo. Os países em desenvolvimento são o principal palco desse problema.
Pequenos produtores agrícolas abandonaram a criação de animais tradicionais em favor de raças de rendimento mais elevado importadas dos Estados Unidos e da Europa. O que pode ser um grande erro.


ONGs

Os conservacionistas estão longe de conseguir ajudar todas as espécies ameaçadas. Isto coloca a questão de se elegerem prioridades como fundamentais para a estratégia de recuperação de espécies ameaçadas. Como podemos dar apoio ao maior número de espécies e ser, ao mesmo tempo, eficientes nos gastos? Pesquisas apontam que eleger regiões prioritárias e espécies que estejam no topo da lista é uma escolha que tem dado bons resultados.

Existem várias organizações não governa-mentais (ONGs) que defendem os Hotspots do planeta e que aceitam trabalho voluntário. Colaborar com elas é uma forma de fazer algo para combater a extinção em massa de espécies.

Várias instituições científicas e ONGs têm trabalhado para reproduzir em cativeiro espécies ameaçadas.

Outra técnica usada para evitar a extinção é a captura de filhotes de espécies ameaçadas em clara situação de perigo.

Outra saída é a utilização de bancos genéticos, modelo muito usado para a preservação de vegetais, para a conservação de espécies ameaçadas.Há também trabalhos que cuidam de evitar a matança de espécies assim que nascem como é o caso do Projeto Tamar, que ajuda a salvar as tartarugas marinhas.


Contrabando de animais
"Enquanto estivermos matando e torturando animais, vamos continuar a torturar e a matar seres humanos - vamos ter guerra. Matar precisa ser ensaiado e aprendido em pequena escala; enquanto prendermos animais em gaiolas, teremos prisões, porque prender precisa ser aprendido em pequena escala; enquanto escravizarmos os animais, teremos escravos humanos, porque escravizar precisa ser aprendido em pequena escala."

Biopirataria
A biopirataria é a exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização internacional de recursos biológicos que contrariam as normas da Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992.


É uma forma de pirataria moderna.
Essa biopirataria prejudica a Amazônia porque ela faz diminuir o número de espécies da fauna e da flora.


Algumas espécies de animais mais contrabandeadas

Mico-estrela (Callithrix jacchus)
Macaco-prego (Cebus apella)
Preguiça-de-três-dedos (Bradypus tridactylus)
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)
Cascavel (Crotalus durissus)
Jacaré (Caiman latirostris)
Iguana (Iguana iguana)
Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi)
Curió (Oryzoborus angolensis)
Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva)
Cardeal (Paroaria dominicana)

Curiosidades

Só 10% dos 38 milhões de animais capturados ilegalmente por ano no Brasil, chegam a ser comercializados, os 90% restantes morrem por más condições de transporte;
Uma arara-azul pode chegar a valer US$ 60 mil no mercado internacional;
A internet é um dos meios mais utilizados para a venda ilegal de animais silvestres;

A pena para os traficantes é de seis meses a um ano de prisão, além de multas de até R$ 5.500 por exemplar apreendido;
No mercado mundial de medicamentos 30% dos remédios são de origem vegetal e 10% de origem animal;
A falta de fiscalização e controle das espécies nativas abre as portas para a biopirataria e dá ao Brasil um prejuízo diário de US$ 16 milhões.
A seguir vamos ver como é a fauna brasileira em um vídeo que mostra diversas espécies de animais que estão presentes em nossa natureza, algumas em extinção devido à falta e consciência do homem. As pessoas tem que aprender a preservar mais a natureza e os seres que nela vivem. Confira a sequência de imagens logo abaixo:



Conheça as espécies da fauna silvestre que o IBAMA libera para ser criadas e comercializadas com a finalidade de animal de estimação:
1. Classe Aves
Nome cientifico                         Nome comum
Cyanocompsa brissonii              Azulão verdadeiro
Cyanocompsa cyanoides            Azulão da Amazônia
Saltator maximus                     Tempera-viola
Saltator similis                         Trinca-ferro verdadeiro
Carduelis magellanica               Pintassilgo
Gnorimopsar chopi                    Graúna
Amazona aestiva                      Papagaio verdadeiro
Amazona amazônica                 Papagaio do mangue
Ara ararauna                            Arara canindé
Ara macao                               Arara canga
Ara chloropera                          Arara vermelha grande
Ara severa                               Maracanã-guaçu
Aratinga aurea                         Jandaia-estrela                
Aratinga auricapilla                   Jandaia
Aratinga cactorum                    Periquito da caatinga
Aratinga jandaya                      Jandaia verdadeira
Aratinga leucophthalma            Periquitão-maracanã
Aratinga solstitialis                   Jandaia
Aratinga weddellii                     Jandaia de cabeça azulada
Brotogeris versicolurus              Periquito de asas amarelas
Brotogeris chiriri                       Periquito de encontro amarelo
Brotogeris cyanoptera               Periquito-de-asa-azul
Brotogeris chrysopterus             Periquito de asas douradas
Brotogeris sanctihomae             Periquito estrela
Deroptyus accipitrinus               Anacã
Diopsittaca nobilis                    Maracanã-pequena
Forpus passerinus                   Tuim-santo
Guarouba guarouba                 Ararajuba
Graydidascalus brachyurus        Curica-verde
Myiopsitta monachus                Caturrita
Nandayus nenday                    Jandaia de cabeça negra
Orthopsittaca manilata             Ararinha do buriti
Pionites leucogaster                Marianinha-de-cabeça-amarela
Pionites melanocephala           Periquito de cabeça preta
Pionus menstruus                   Maitaca
Pionus maximiliani                  Maitaca-verde
Pionus fuscus                         Maitaca-roxa
Propyrrhura auricollis               Maracanã-de-colar
Propyrrhura maracana             Maracanã
Propyrrhura couloni                 Maracanã-de-cabeça-azul
Triclaria malachitacea              Araçuaiava
Ramphastos toco                    Tucano
Turdus rufiventris                    Sabiá-laranjeira
Paroaria coronata                   Cardeal
Sicalis flaveola                       Canário-da-terra
Sporophila angolensis             Curió
Sporophila caerulescens           Papa-capim
Sporophila lineola                    Bigodinho
Sporophila maximiliani            Bicudo
Sporophila nigricollis                Coleiro-baiano
Zonotrichia capensis               Tico-tico
2 – Classe Répteis
Iguana iguana                        Iguana
Polychrus acutirostris                Lagarto-preguiça
Polychrus marmoratus              Papa-vento

Sinto em dizer mais isto e uma vergonha para nós brasileiros e um incentivo para os traficantes de animais continuarem a degradação de nossa fauna.
Isto também vale para outros países de nosso planeta que estão destruindo seus ecossistemas ou que já os destruirão.
Sabemos o que fazer e porque não fasemos?
Apenas conscientizemo-nos, que seremos influenciadores da sociedade.
Pequenos atos mudam o mundo, não espere apenas dos governantes, aja e não seja mais um a destruir!
como você quer deixar o mundo para seus descendentes ?

domingo, 14 de março de 2010

Mudanças Climáticas, Florestas Tropicais e Povos Indígenas

OS KAXINAWÁ DE FELIZARDO


A tese de doutorado "Os "Kaxinawá de Felizardo": "correrias", trabalho e "civilização" no Alto Juruá", do antropólogo Marcelo Manuel Piedrafita Iglesias, é o documento mais instigante que li nos últimos anos sobre o Acre. Foi apresentada em fevereiro ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Destacado colaborador deste blog, Marcelo Piedrafita teve seu trabalho aprovado com louvor ao obter o título de doutor em antropologia social.
Trata-se de uma alentada pesquisa, que se torna imprescindível para quem queira conhecer a verdadeira história do Acre. O texto da tese, com 481 páginas, é ilustrado por mapas e fotos inéditas.

A foto acima, por exemplo, é de Felizardo Avelino de Cerqueira, aos 40 anos de idade. Foi obtida pelo antropólogo do álbum da familia Cerqueira. No verso da foto, lê-se: "Offereço à Irmã e Amiga Gersina. Cruzeiro do Sul, 30-10-1926. Felizardo Cerqueira".

Ele nasceu em Vila Pedra Branca, no Ceará, a 29 de outubro de 1886. Com pouco mais de 17 anos, em março de 1904, acompanhado de uma turma de conterrâneos, deixou a cidade natal com destino ao Amazonas, passou por Belém e Manaus e desembarcou na confluência dos rios Envira e Juruá.

Naquele ano, trabalhou como seringueiro no rio Acuraua e na safra seguinte, de 1905, já como freguês de Ângelo Ferreira da Silva, começou a cortar seringa numa colocação de margem próximo ao sítio Lupuna, dividindo sua barraca com o seringueiro Francisco Gomes.

Em agosto de 1905, o ataque de cinco índios à sua colocação - seu companheiro em fuga foi alvejado por uma flecha, seus pertences foram roubados e sua casa incendiada - desencadearia uma seqüência de eventos que daria início, segundo Felizardo, à sua carreira como "catequista de índios".

No barracão, para onde Francisco foi trazido e salvo pelo tratamento prestado por Ângelo Ferreira, a imediata reação dos demais fregueses foi planejar uma "correria" - matança organizada de índios. Após refletir, dado o "risco de ser responsabilizado pela defesa que constitui dos índios", Felizardo proporia experimentar se era capaz de "entrar em contato" com os "selvagens". Sua reação, culminando com a ousada proposta, é assim justificada num relatório inédito que deixou sobre os anos vividos no Acre.

- Eu, que por diversas vezes, vi chegarem grupos de peruanos e brasileiros, trazendo consigo índias e meninos e contarem que lá ficaram inúmeros índios mortos, não me sentia bem com tremenda cena desumana. Sentia dentro de mim, não sei o que, uma compaixão pelos pobres dos prisioneiros das selvas que foram criados com tanta liberdade e em dado momento fugir de súbito da sua felicidade que outrora gozavam, para se ver prisioneiros e cativos de seus algozes, que sem compaixão jogavam-lhes nos mais brutais trabalhos.

Felizardo tinha por hábito marcar suas iniciais (FC) no braço de homens, mulheres e crianças por ele "amansados". Assim aconteceu com parte dos Kaxinawá e com outros índios que, enquanto Felizardo esteve em Revisão, ali chegaram, "pegos" em rondas da "polícia de fronteira" ou por circunstâncias de suas trajetórias pessoais.


Nesta foto, captada pelo antropólogo Terri Vale de Aquino na Terra Indígena Kaxinawá, aparece o braço do velho Regino Pereira, com a marca FC, de Felizardo Cerqueira. Uma única menção a essa prática é feita por Felizardo em seu relatório:

- Eu tinha o hábito de marcar todos os índios com as letras FC e o número de ordem que fosse amansando.

Marcelo Piedrafita revela que Felizardo dá indicações em seu relatório de que os Kaxinawá foram o grupo junto ao qual suas ações de "catequese" obtiveram resultados mais consolidados - apesar de reconhecer que "em caso algum me foi tão difícil a catequese quanto esta tribu". Ao contabilizar os resultados de seu trabalho como "catequista de índios", Felizardo diria:

- Todos os índios que foram mansos por mim, que são superior a três mil, deixei-os na mais perfeita "Liberdade". Não há prova concludente que desminta esta verdade".

Mas o antropólogo Marcelo Piedrafita observa:

- Na carta enviada ao deputado federal José Guiomard Santos em 1955, em que solicitava seu apoio junto ao governo federal para a obtenção de uma pensão, Felizardo, diferentemente, especifica ter "catequizado" "para mais de trezentos índios". Este número, cabe ressaltar, coincide com o total aproximado dos Kaxinawá que com ele permanecera após a diáspora no rio Envira, o acompanhara na mudança ao alto rio Tarauacá e com ele se estabeleceu e trabalhou no seringal Revisão.

Leia um trecho da tese de Marcelo Piedrafita. Os Kaxinawá acreditavam que Felizardo era possuidor de "poderes mágicos", que permitiam-lhe esconder-se sem deixar rastro, passar sem ser notado e não ser alvejado por armas de fogo, atributos que davam confiança aos Kaxinawá ao se engajarem com ele nas atividades da "polícia de fronteira". Clique em Um homem de "oração forte".

CLIQUE NAS FOTOS ABAIXO

Alto Rio Juruá - índios da tribo Poyanáwas, localizados na Vila Rondon, no rio Môa, em 1913


Alto Rio Juruá - índios da tribo Poyanáwa, localizados na Vila Rondon, no rio Môa, depois receber roupas, chapéus e brindes - 1913

Alto Rio Juruá - índios das tribos arara e poianáwa, reunidos em Cruzeiro do Sul - 1913. À direita, vêem-se, os coronéis Manoel Absolon Moreira e Mâncio Agostinho Rodrigues de Lima, respectivamente, "delegados de índios" dos rios Amoacas e Moa.

Alto Rio Juruá - índios da tribo arara reunidos em Cruzeiro do Sul - 1913

Alto Rio Juruá - índios das tribos jamináwa e amuáca, no rio Amoáca - 1913

Felizardo vivia com os índios kaxinawá em Revisão, no alto rio Jordão

O capitão-tenente Sadock e índios kaxinawá

Índios kaxinawá em Transwaal, no rio Jordão, afluente do rio Tarauacá, 1924

Índias no seringal Revisão