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Solicito Divulgação*** Manifesto à Natureza - Dia 17Jul2010 - 15:00 horas
Parque Estadual do Jaraguá (Entrada para o Pico do Jaraguá)
Vera Brasileiro

A partir do século XIX a Nação Indígena Xacriabá passa a receber e estabelecer contato com retirantes baianos, migrantes da região seca do sul da Bahia e negros alforriados que edificaram um valhacouto no então conhecido como “terreno dos caboclos”. Sabendo que ali se tratava de terras dos índios, com limites fixados pela doação de 1.728, em cuja escritura, estar patenteada à ordenação e controle territorial que o potentado exercia na região, os imigrantes pediam permissão ao Cacique para cultivar a terra, fazer roçados e moradas. Permissão concedida estabelecia-se o pacto e o Líder determinava o local para compartilhar o território. A diversidade dos Xacriabá foi tecida ao longo do tempo, de geração em geração, através das miscigenações provocadas pelos casamentos espúrios e das alianças políticas. Desta feita, os Xacriabá, marcados por uma história de lutas e acordos, garantiram, até então, a ocupação de um grande território, sob a liderança inconteste dos caciques. Com o passar do tempo os filhos de ocupantes, vieram reivindicar a propriedade da terra, o que resultou em diversos conflitos com os Xacriabá. Esses embates se agravaram com a edição da Lei da Terra de 1.850, que versava sobre o recoordenamento fundiário, através da consolidação das propriedades rurais, via procedimentos cartoriais, onde a titulação passa a sobrepor a posse efetiva da terra. Com essa Lei a integridade do território é ameaçada, agora não apenas pelos descendentes dos imigrantes do sertão baiano, mas, também, por fazendeiro que tentavam titular a terra indígena como suas. O grupo respondeu a essa ofensiva, constituindo um representante e registrando o termo da doação de 1.728, no livro paroquial da Vila Januária, sede da comarca, em 19 de abril de 1956 e em Ouro Preto, Capital da Província.
É a partir dessa nova investida que ocorre um dos mais graves conflitos já registrado na historia do grupo Xacriabá, o episódio do incêndio do curral de varas ocorrido em 1.927, quando os índios incendiaram um curral construído com varas e estacas de aroeira, por fazendeiros em território indígena, próximo ao local onde realizava rituais religiosos. Em represália, os índios sofreram um verdadeiro massacre, pôr parte de fazendeiros da região e que contou com o auxílio de forças da Polícia Militar, resultando na morte de grande número de nativos e na dispersão do grupo por algum tempo.
Mais de 3.000 pessoas, anualmente, sofrem com os efeitos danosos da seca. Muitas comunidades da Terra Indígena Xacriabá, contam com sistemas de abastecimentos de água que funcionam de forma precária, através de Poços Artesianos com bombeamento por compressores e com distribuição, em determinada época, racionada. Muitas comunidades não têm água potável, centenas de famílias carecem do líquido precioso, principalmente, nas localidades de Morro Falhado, Caatinguinha e Custódio. Nas demais localidades, assistimos impotentes, aquela gente sofrida, garimpar água nos leitos agonizantes dos riachos e das lagoas, resistindo bravamente os efeitos deste sombrio e lamentável quadro, onde a seca é sempre a parceira contínua das doenças, da penúria e da fome, os colocando nos limites da mais absoluta e extremada pobreza. Contra esta situação, a Prefeitura e a FUNASA, vêm trabalhando muito, na luta pelo melhoramento das condições de Saneamento e erradicação da pobreza.
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Famosos na história da etnologia brasileira por ter sido contactado "oficialmente" pelo Marechal Rondon e estudados pelo renomado antropólogo Claude Lévi-Strauss, os Nambikwara hoje vivem em pequenas aldeias, nas cabeceiras do Juruena, Guaporé e (anteriormente rios) Madeira .| Introdução |
| Linguagem |
Os dados populacionais |
| História do contato |
| Grupos e critérios de adesão |
| Ritual da puberdade feminina |
| aspectos Contemporânea (Mamaindê) |
| Fontes de informação |
"Eu olhei para uma sociedade reduzida à sua expressão mais simples. Nambikwara do que foi o ponto que eu encontrei apenas os homens. " Claude Lévi-Strauss, Tristes Trópicos. |
Vocabulário "Nhambiquara"(grafia atualizada) (grafia do original)
mão - naïquecê
peito - nônocá
nariz - nouánênê
olho - nôssenê
orelha - urêia (1)
que é isto? - irunditiá
sol - iruquecê
Índios de Campos Novos:cabelo - toaïniquecê
olho - toaïentsê
fronte - toaïanaquicê
nariz - toaïnequetancê
boca - toaïucê
barba - toaïtucê
dente - toaïecê
língua - toaï-hu-herê
orelha - toaïnanecê
pescoço - toaïerecê
peito - toaïnocacarê
saliência mamária - toaïnunquecê
costela - toaïnintecê
clavícula - toaïcracecê
ventre - toaïcatanicê
umbigo - toaïnentecê
pênis - toaïquicê
testículos - toaïquinancê
coxa - toaïniquicê
perna - toaïcucecê
pé - toaïnquicê
mão - toaïtolocê
polegar - toaïtacê
indicador - toaïquetecê
dedo médio - toaïquenôráneacê
anular - toaïquidutecê
dedo mínimo - toaïquecacê
unha - toaïcanaquecê
faca - iurê
rifle - uquecê
terçado - odiguenacacaicê
arco - duducacê
flecha - arainzê
colar - iêriquicê
contas do colar - caunriquecê
cordão - areinancê
roupa - uárinquárinzê
pano - cuinanzê
palha do teto - hêrênanzê
couro - unuterararê
pau - issucê
chifre - ununatacê
caneco - catecê
mesa - ericorocê
fogo - anicê
terra - inquinecê
sol - utianezê
algodão - cunhatecê
feijão - cadaquenacê
fumo - etecê
milho - queiáquicê
farinha - oriquenazê
açúcar - duiacê
água - hôreacê
homem - nhaurarocê
trabalhador da Comissão*- toánucê
mulher - êdarudacê
criança - oáidicê
cachorro - oáirurê
remédio - oraireacê
branco - êcênanzê
amarelo - uaicêdiceditenanzê
azul - uaiúreúquenazê
preto - uáririrê
vermelho - ôrêhedenazê
sim - eraintenezê
não - raintecê
"Instituto Socioambiental (ISA)(1) Bem se percebe, nesse vocábulo, alguma influência próxima ou remota dos civilizados. [*] Comissão de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas.