Segundo o Exército, dez pessoas foram presas na ação, entre elas cinco índios, e dez garimpos foram localizados.
A operação, deflagrada no dia 12, tinha como objetivo combater o garimpo ilegal na fronteira do Brasil com a Guiana.
O índio macuxi Lauro Barbosa afirmou que quem tentava se aproximar e proteger os equipamentos, que auxiliam na extração de ouro e diamante, foi ameaçado pelos agentes da PF e do Exército, que, segundo disse, apontaram armas de fogo. Ninguém se feriu.
A situação da Raposa/Serra do Sol esteve menos tensa desde junho, quando o último não índio foi retirado da área, em cumprimento à decisão do STF. Policiais permanecem na região para evitar conflitos.
Nos últimos meses, os índios, agora sem as plantações de arroz, enfrentaram uma estiagem que prejudicou suas lavouras.
De acordo com a Secretaria do Índio de Roraima, esse é um dos motivos para o aumento dos garimpos na região -atividade econômica secundária das etnias "há gerações", segundo os índios.
O garimpo em terras indígenas é considerado ilegal.
Para o secretário estadual do Índio, Jonas Marcolino, a prática na Raposa/Serra do Sol é uma "questão de sobrevivência", sem a qual os índios podem "morrer de fome".
De acordo com o líder indígena Abel Barbosa, ligado à Sodiur (Sociedade dos Índios Unidos do Norte de Roraima), que era favorável à presença dos produtores de arroz, cerca de cem famílias foram prejudicadas pela operação porque dependiam dos garimpos.
Outro lado
Em nota, o Exército e a PF de Roraima negaram abusos e disseram que cumpriam mandados de busca e apreensão. Falaram que apenas as máquinas que não podiam ser transportadas foram destruídas no local. Para o Exército, as acusações dos índios "carecem de fundamento", já que "não houve qualquer tipo de reação" dos garimpeiros durante a ação. A PF diz que as afirmações dos índios são "caluniosas".
A Funai (Fundação Nacional do Índio) não se pronunciou até o fechamento desta edição.
Fonte: Folha de São Paulo -
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