Cacique Biraci Brasil Nixiwaka, liderança do povo Yawanawá "Os homens brancos são filhos do criador. Em algum momento da criação esses homens iam se encontrar, trocar experiências. Aqueles que ainda mantiveram sua tradição, seu respeito, a união pelo criador, materiam uma boa convivência. Aqueles que perderam o espírito e esqueceram da sua criação, esqueceram o princípio do criador, perderam o respeito, é assim que está acontecendo com o mundo hoje. Quem sou eu para avaliar se esse contato com o branco foi bom ou ruim. Hoje índio usa Internet. Com a Internet aqui na aldeia eu não tenho que sair daqui pra São Paulo, pro Rio de Janeiro, pra Rio Branco ou Tarauacá pra falar com as pessoas, com as autoridades. Eu posso estar sentado na minha casa, do nosso jeito, do nosso modo e falar com as pessoas. Aprender a educação do branco também é muito importante pra gente se relacionar, porque através dela nós podemos ler, escrever, nos comunicar com as pessoas. Estamos aprendendo a nos comunicar com a sociedade branca. Quando ninguém sabia falar o português tudo o que diziam pra nós a gente só sabia dizer se era certo ou errado, não conhecíamos nada. Só tínhamos duas opções: aceitar ou não, ser amigo ou inimigo. Com os conhecimentos a gente pode avaliar e ser mais compreensivo com as culturas diversas. Mas ainda precisamos fortalecer mais a nossa cultura. Temos que voltar ao nosso ponto de equilíbrio. A nossa geração jovem continua nascendo falando português, sonhando em português, temos que continuar falando português, mas sonhando Yawanawá, e num anoitecer, quando formos dormir, sonhar na nossa língua. Isso acontece quando estamos com o nosso espírito verdadeiro. Sabendo falar português e usufruir tudo o que o contato nos oferece, mantendo os profundos conhecimentos da nossa tradição, não dá uma facilidade de pode escolher o que nós queremos e o que não queremos. Nossas crianças precisam se aprofundar nas nossas tradições. O caminho já está aberto e temos a segurança da nossa espiritualidade, porque são os pajés que buscam o conhecimento sagrado. E é daí que vem as mensagens do dia-a-dia, o caminho que temos que seguir. Quem somos nós pra ensinar alguma coisa pro homem branco, o povo que desenvolveu o avanço da humanidade, da medicina, o conhecimento cientifico, a economia. Muita coisa avançou na humanidade. Nós nunca inventamos nada, nos mantemos exatamente como o criador nos criou. Se hoje estou aqui é porque o homem branco veio fazer contato com o meu povo, veio até a cabeceira do rio onde o meu povo sempre viveu. Se ele não tivesse vindo ainda não tínhamos motor, roupa, aprendido falar português, não comia sal, nunca tinha provado açúcar, nem tomado uma pílula química, não sabia de nada do mundo do branco. Mas também tenho certeza que nenhuma ave, nenhuma árvore, não teria sofrido tanta agressão. Nunca construímos nem construiremos grandes fazendas matando muitos seres, muitos espíritos de cura como as árvores, a floresta. Nunca ofendemos a nascente dos nossos rios, nunca poluímos os rios, nunca botamos a vida dos animais em risco de extinção. Sempre nos comunicamos em perfeita harmonia, desde o dia da criação e aprendemos a nos respeitar. Respeitamos as árvores, as aves, o peixe, os rios, a terra a floresta, os bichos como a nós mesmos. A sociedade branca nunca fez isso. Pelo contrário: devastaram a floresta, poluíram os rios, e inventaram muita coisa que agrediu a natureza. Essa gente tem que parar de fazer isso. Agora o mundo inteiro está preocupado com o aquecimento global, a mudança climática do planeta, todo mundo tá com medo. Muitas doenças incuráveis. São reações da natureza. Tem que parar de inventar coisas prejudiciais e pedir perdão ao nosso criador. Parar de inventar, de competir. Os homens brancos são muito competidores, eles competem pra ver quem manda mais, quem tem mais armas, quem inventa mais tecnologia. Tão envenenando a si mesmo, ao planeta. Estão fazendo uma bomba não só pra eles, mas pro mundo inteiro. Esses homens são as piores pessoas do universo. Acredito que em algum momento o criador vai tomar o poder de homens como esses, homens competidores, não numa competição pra fazer o bem, mas numa competição pra fazer o mal, dominar aquilo que não é seu, o que não lhe pertence, nunca lhe pertenceu. Isso está destruindo a terra, a humanidade. A humanidade tem que fazer uma reflexão. Dá pra viver sim em harmonia com a natureza. Meu povo vive desde que o criador nos colocou na terra. Em 200 mil hectares de terra eu não tenho mais de 20 mil hectares ocupados. Se não houver harmonia vai acontecer um desastre no futuro."
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quinta-feira, 21 de julho de 2011
"Indígenas e Brancos devem aprender uns com os outros para viver melhor, e respeitar a nossa querida Natureza"
quinta-feira, 26 de maio de 2011
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Direitos Humanos: Uma Luta Permanente
10 de dezembro é o dia mundial dos direitos humanos. A data marca a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) pelas Nações Unidas (ONU), em 1948. A DUDH é um marco na luta pelos direitos humanos em todo o mundo. Esta luta, no entanto, não se restringe a esta data; é uma luta permanente de todos/as que acreditam que a dignidade humana está acima de qualquer preço, aliás, nunca pode ter preço, mas só valor, e não está disponível em qualquer hipótese.
Mas, será que estamos convencidos/as de que direitos humanos se constituem em valor universal? O que significa defender direitos humanos? Quais são os principais desafios para realizar os direitos humanos hoje? Refletir sobre estas questões é o chamamento deste artigo. Mesmo que não possa comportar todas as dimensões que as questões suscitam, apresenta alguns aspectos que podem ajudar a despertar consciências e a mobilizar práticas.
O conteúdo dos direitos humanos, a dignidade humana, constitui valor universal não só porque proclamada na Declaração, mas porque é o que constitui a humanidade em geral e que se faz realidade em cada pessoa. Ela simplesmente só pode ser valorizada, sem relativizações. Isto, no entanto, não significa que não se possa e nem se deva tomar em conta as condições concretas nas quais se apresenta. Pelo contrário, é só tomando em conta as singularidades e as particularidades que constituem historicamente os seres humanos que se pode valorizar concretamente o que há de comum, o que é universal. Por isso, posturas que advogam, por exemplo, que direitos humanos são apenas para “humanos direitos” não comungam da universalidade, visto que, de princípio, tomam as diferenças como motivo para desigualdades, resultando na exclusão de certos grupos e indivíduos humanos do campo da proteção dos direitos humanos. Por serem discriminatórias, estas posturas resultam em injustiça e em interdição de pessoas como sujeitos em dignidade e direitos. Assim que, se ainda nem todos/as estão convencidos/as do valor universal dos direitos humanos, põe-se uma tarefa pedagógica e política a ser implementada para produzir o debate público no qual as posições sejam explicitadas, para que argumentativamente sejam enfrentadas e, quiçá, resultem em convencimento. Por isso é que no preâmbulo da Declaração da ONU há uma convocação para que uma das principais tarefas seja exatamente a da educação em e para os direitos humanos.
Defender direitos humanos significa assumir uma postura pessoal e pública que toma os seres humanos simplesmente como valor. Significa agir de forma a promover todos os direitos humanos de todas as pessoas. Significa ser capaz de identificar os mais fracos e agir no sentido de protegê-los de todo tipo de ameaça, não de forma assistencialista, mas acreditando e investindo em sua condição de sujeitos de direitos. Significa também, em situações de conflito e violação, decidir, se posicionar, se pronunciar e agir a favor da vítima, o que significa cobrar a reparação das violações. Lutar pelos direitos humanos não é fazer revanchismo, mas é fazer valer a justiça. Agir em favor dos direitos humanos é fazer uma leitura consistente e profunda da realidade e associar-se aos sujeitos que lutam para que seus próprios direitos sejam respeitados, o que é sempre uma luta para que todos os direitos de todas as pessoas também sejam reconhecidos e respeitados. Assim, é em cada realidade concreta que se faz a luta por direitos humanos, mas sempre agindo de forma coerente com a concepção de que direitos humanos são um valor universal.
Nos dias de hoje emergem alguns desafios fundamentais para realizar os direitos humanos, muitos recorrentes. Como esforço analítico, referimos alguns: a) assumir os direitos humanos como valor universal com respeito à diversidade, fazendo frente aos relativismos e a todo tipo de intolerância e de preconceito; b) compatibilizar a promoção dos direitos humanos com a proteção e a preservação do ambiente natural; c) enfrentar as novas formas de trabalho que de flexíveis nada tem; d) garantir acesso e qualidade aos direitos sociais, particularmente a previdência, a saúde e a educação; e) mediar conflitos e fazer frente às diversas formas de violência; f) viabilizar sociedades justas, fazendo frente às graves desigualdades, à pobreza e à miséria; g) reposicionar projetos de desenvolvimento que violam direitos humanos e desrespeitam o ambiente natural; h) reverter a lógica consumista que tende a valorizar as coisas e a pôr preço nas pessoas; i) afirmar a memória, a verdade e a justiça como direitos fundamentais a fim de promover o “nunca mais” do totalitarismo, das ditaduras, da tortura, do tratamento cruel, desumano e degradante, do trabalho escravo e infantil, do extermínio de povos originários; enfim, j) educar a sociedade para que compreenda os direitos humanos como valor universal que se concretiza na singularidade de cada pessoa.
A celebração do dia dos direitos humanos, além de momento para afirmar posturas e valores, é também momento para assumir compromissos e responsabilidades com a humanidade que está em cada um de nós e que se revela a nós pela relação com os outros. Superar todos os impedimentos e todas as interdições que os têm inviabilizado é a tarefa que se põe como chamado. Mais uma vez é momento de dizer: queremos todos os direitos humanos, para todas as pessoas, já!Paulo César Carbonari
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010
SEGREDO DA VIDA LONGA
Um médico estava fazendo sua caminhada matinal fumando um cigarro.
quando viu sentada no degrau de uma varanda, Uma senhorade idade.
Curioso ele perguntou para a senhora:
"Não pude deixar de notar como a senhora parece feliz!
Qual o seu segredo?"
Ela respondeu: "É simples: consumo dois maços de cigarros por dia e antes de ir pra cama, fumo um grande baseado.
Fora isso, bebo uma garrafa de Jack Daniels toda semana e só como besteiras.
Nos finais de semana, tomo pílulas, abuso de sexo e não faço nenhum exercício físico." O médico, espantando,"Isso é extraordinário!!! Quantos anos a senhora tem?"
Ela responde "Trinta e quatro".
quando viu sentada no degrau de uma varanda, Uma senhorade idade.
Curioso ele perguntou para a senhora:
"Não pude deixar de notar como a senhora parece feliz!
Qual o seu segredo?"
Ela respondeu: "É simples: consumo dois maços de cigarros por dia e antes de ir pra cama, fumo um grande baseado.
Fora isso, bebo uma garrafa de Jack Daniels toda semana e só como besteiras.
Nos finais de semana, tomo pílulas, abuso de sexo e não faço nenhum exercício físico." O médico, espantando,"Isso é extraordinário!!! Quantos anos a senhora tem?"
Ela responde "Trinta e quatro".
terça-feira, 9 de novembro de 2010
"Foto do Bom velhinho"
Eu estava andando em um shopping center de São Paulo e encontrei esta figura.
Já que esta se aproximando o natal eu resolvi postar está foto para homenagear o Bom velhinho.
Espero que o natal de nosso povo brasileiro seja melhor que os outros que já passaram, que a felicidade entre em todos os lares com muito amor.
Sei que no mundo existe muita injustiça mas não custa sonhar com um mundo melhor, cheio de paz e felicidade.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
"Y Ikatu Mobilização para salvar nascentes do Rio Xingu "
Unir índios, fazendeiros, agricultores, governos, comerciantes e sociedade em geral para discutir e implementar uma campanha em defesa das nascentes e matas ciliares do Rio Xingu. Esse é o desafio da campanha que pretende salvar as nascentes do lendário rio.
A Campanha se chama 'Y ikatu Xingu, que significa "água limpa e boa" na língua Kamaiurá, pertencente ao tronco Tupi. A idéia da mobilização partiu das lideranças do Parque Indígena do Xingu (um dos maiores símbolos da diversidade cultural e biológica do Brasil) em vista da destruição das matas que protegem as nascentes do Rio Xingu. A situação ameaça a capacidade produtiva e a qualidade de vida não só dos mais de 10 mil índios que habitam a região, mas também de cerca de 450 mil não-indígenas de 35 municípios do norte do Mato Grosso.
Para saber mais e participar, visite a página da campanha no site Socio Ambiental, clicando aqui!
A Campanha se chama 'Y ikatu Xingu, que significa "água limpa e boa" na língua Kamaiurá, pertencente ao tronco Tupi. A idéia da mobilização partiu das lideranças do Parque Indígena do Xingu (um dos maiores símbolos da diversidade cultural e biológica do Brasil) em vista da destruição das matas que protegem as nascentes do Rio Xingu. A situação ameaça a capacidade produtiva e a qualidade de vida não só dos mais de 10 mil índios que habitam a região, mas também de cerca de 450 mil não-indígenas de 35 municípios do norte do Mato Grosso.
Para saber mais e participar, visite a página da campanha no site Socio Ambiental, clicando aqui!
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segunda-feira, 12 de abril de 2010
SEMPRE É BOM RELER ..ESCUTAR, SENTIR POR ONDE PASSARAM NOSSOS ANCESTRAIS..SEMPRE É BOM!
Pensamento Indígena e Tradicional
- "Eu dou um recado para vocês brancos, para que não poluam os rios. Porquê isso vai afetar o futuro não só dos índios mas dos filhos de vocês também."
- (Aritana Yawalapiti ; líder do povo Yawalapiti, do Mato Grosso)
- "Nós índios, olhamos para esse mundo do homem branco e verificamos que essa civilização não deu certo."
- "Antes nós não sabíamos que tínhamos limites, só sabíamos que tudo era floresta... Agora demarcamos nossa área porquê é só o que sobra dos lugares antigos."
(Kumai ; índio do povo Waiampi, do Amapá)
- "Não digo: eu descobri essa terra porquê meus olhos caíram sobre ela, portanto a possuo. Ela existe desde sempre, antes de mim."
- (Davi Yanomami ; pajé e líder do povo Yanomami)
- "No dia em que não houver lugar para o índio no mundo, não haverá lugar para ninguém."
- (Aílton Krenak ; do povo Krenak, de Minas Gerais)
- "Você vai me dizer: o índio tá falando mas é selvagem; selvagem é vocês, milhares de anos estudando e nunca aprenderam a ser civilização. Pra que você está estudando ? Pra destruir a Natureza e no fim destruir a própria vida ?"
(José Luiz Xavante)
- "Eu lutei, mas a guerra não é necessária, não resolve nada. Guerra é coisa de gente cabeça dura que, mesmo com estudo, não pensa. O que resolve é o amor."
(Aurélio Jorge Terena; índio do povo Terena, que lutou pelo Exército Brasileiro na Itália, durante a II Guerra Mundial)
- "Nós os índios, sempre cantamos e dançamos nas nossas cantorias, como forma de manter a unidade do nosso povo e a alegria da comunidade. Se a gente cantar e dançar, nós nunca vamos acabar."
(Verônica Tembé; líder da aldeia Tekohaw, do povo Tembé)
- "Para nós indígenas, a palavra é de grande valor. É através das histórias contadas pelos mais velhos que mantemos viva a nossa identidade e firme a memória da nossa história, o uso e o cuidado com a nossa terra sagrada. Mas, descobrimos nesses 500 anos de colonização que para os não-índios a palavra não vale nada."
(Carta do Ororubá; IV Assembléia Geral do povo Xukuru do Ororubá)
- "Queremos que a floresta permaneça silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que se possam ver as estrelas. As terras dos brancos estão contaminadas, estão cobertas de uma fumaça-epidemia xawara que se estendeu muito alto no peito do céu. Essa fumaça se dirige para nós, mas ainda não chega lá, pois o espírito celeste Hutukarari a repele ainda, sem descanso. Acima de nossa floresta o céu ainda é claro, pois não faz muito tempo que os brancos se aproximaram de nós. Mas bem mais tarde, quando eu estiver morto, talvez essa fumaça aumente a ponto de estender a escuridão sobre a terra e de apagar o sol. Os brancos nunca pensam nessas coisas que os xamãs conhecem, é por isso que eles não têm medo. Seu pensamento está cheio de esquecimento. Eles continuam a fixá-lo sem descanso em suas mercadorias, como se fossem suas namoradas."
(Davi Yanomami ; pajé e líder do povo Yanomami)
- sobre o homem branco: "O mundo deles é quadrado, eles moram em casas que parecem caixas, trabalham dentro de outras caixas, e para irem de uma caixa à outra, entram em caixas que andam. Eles vêem tudo separado, porque são o Povo das Caixas...."
(frase de um pajé do povo Kaingang, recolhida por Lúcia Fernanda Kaingang)
- "Não compreendemos porque uma filha dos Kaingang precisa estudar leis escritas e aprender saberes que não são nossos. O que você precisa saber que nossos velhos não podem lhe ensinar ? O que se pode aprender de um Povo que não respeita seus anciãos e abandona suas crianças ? Para que irá um Kaingang estudar leis feitas por estranhos, leis que eles mesmos não cumprem ? Não! Nunca compreenderemos que a lei não seja conhecida por todos, porque nossas leis não são escritas, mas são cumpridas porque são sagradas."
(frase de líderes do povo Kaingang registradas em 1995 por Lúcia Kaingang, advogada indígena, quando decidiu estudar Direito)
- "Eu acho que o branco vai resolver problema do branco. Quem vai resolver meu problema é eu."
(Raoni ; líder do povo Caiapó)
- "...Esta terra, aqui, era nossa. E agora eles comeram. Agora está tudo feio. Eu estou triste de ver o que foi feito aqui, o que a mão do branco fez. O lugar onde eu nasci. Destruíram tudo. Isso aqui era parte da nossa terra. Aqui, era uma terra boa. Eu não gosto do trabalho dos garimpeiros. Vocês mataram a floresta. O rio acabou. Acabaram os peixes. (...) Por quê o chefe de vocês mandou destruírem essa terra ? O chefe de vocês tem que entender que vocês não podem ir pra nossa terra. Eu não gosto de destruição. Eu não gosto disso aqui não. Eu nasci aqui. Eu caçava aqui. Pescava aqui. Aqui, era minha terra. Não é a terra de vocês. (...) Olha essa terra aqui. Eles comeram o lugar onde eu nasci. Tudo acabou. (...) Eu vou explicar pro chefe dos brancos que vocês acabaram com tudo, com a floresta e com a água."
(Aké Panará ; líder do povo Panará. Em 1974 esses índios foram transferidos de sua terra original por causa da construção da rodovia Cuiabá-Santarém. Dezoito anos depois, Aké retornou à sua terra, uma floresta que se transformara num garimpo abandonado, e não conteve seu desabafo.)
- "... a preservação da cultura indígena, em vez de barrar o progresso, como dizem alguns caçadores de índio, estará salvando nosso país da destruição de muitos valores, provocada por essa selvagem civilização tecnocrata."
(Margarida Tapeba ; professora indígena do povo Tapeba.)
"A gente tinha uma insatisfação que não passava. Fomos conversando sobre a força dos nossos usos e costumes. Deu muita vontade de aprender mais, para poder também ensinar um dia. A vida tem que ter um sentido, uma sequência. (...) Hoje eum sei quem sou. Estou em paz. Minha língua, minha cultura, são muito ricas e bonitas. Elas são nossa identidade. Sei da beleza e da força da natureza. Sinto a força do pensamento. Quando ele é firme não existe nada impossível, nem nada superior ou inferior."
(Raimunda Yawanawá ; a primeira mulher do povo Yawanawá a tornar-se pajé, falando sobre os motivos de sua escolha e seu pensamento hoje em dia)http://www.iande.art.br/textos/pensamentoindigena.htm
"De todos os caminhos da vida há um que importa mais: é o caminho que nos
leva ao verdadeiro ser humano."
Indígenas Moicanos
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
A Amazônia é Nossa!
ESSA FOI ESPECIALMENTE PARA OS QUE PENSAM QUE SÃO DONOS DO MUNDO!
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Não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos que se acham donos do mundo, por isso essa merece ser lida.
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Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
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O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
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Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
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"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso."
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"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade."
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"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."
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"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação."
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"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado."
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"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro."
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"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil."
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"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro."
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"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!"
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DIZEM QUE ESTA MATÉRIA NÃO FOI PUBLICADA, POR RAZÕES ÓBVIAS. AJUDE A
DIVULGÁ-LA, SE POSSÍVEL FAÇA TRADUÇÃO PARA OUTRAS LÍNGUAS QUE DOMINAR.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
O ÍNDIO
O índio é um assunto sempre presente em nossas vidas. Muito se fala dele, seja por canais de comunicação, revistas, jornais ou por meio de nossa própria cultura. No entanto é importante ressaltar, que pouco se sabe sobre ele, seu modo de viver, suas tradições, seus hábitos e crenças. Estima-se que atualmente existam cerca de 300 mil índios em território brasileiro, número este que nos faz refletir quando pensamos nos quase 6 milhões que existiam em nosso país antes da chegada dos colonizadores. Para compreendermos melhor esta situação basta dizer que se todos os índios brasileiros fossem colocados no Mineirão seriam necessários pouco mais que dois clássicos para comportar a população indígena. O caso mais grave de nossos dias se encontra no Paraná com os Avás-canoeiros tribo da qual só restam três membros.
O encontro de raças caracterizou-se por um grande massacre não só de vidas, mas de uma belíssima cultura. Extinguiu-se línguas, mitos, costumes, conhecimentos, técnicas e artefatos. Sem dúvida um patrimônio cultural que jamais será recuperado. Na realidade podemos afirmar que desde a chegada dos portugueses no Brasil até os dias de hoje, tem havido uma luta constante contra o índio. Luta na qual só existe um ganhador. A vitória é daquele que se julga civilizado. Um outro fenômeno importante de se destacar é a assimilação de seus membros na sociedade brasileira, o que contribui sem dúvida no decrescimento da população indígena.
Em meados da década de 30 o etnógrafo Claude Levi Stauss esteve no Brasil e registrou suas observações em seu livro Tristes Trópicos. Podemos verificar nesta passagem a imposição de uma outra cultura à Tribo dos Tibagy até então localizada nos estados do Paraná e Santa Catarina. “ Com grande decepção minha os índios do Tibagy não eram, portanto, nem totalmente índios “verdadeiros” nem, principalmente, “selvagens”. ... Ao encontra-los menos intactos do que contava, ia descobrir que eram mais secretos do que aquilo que podia esperar da sua aparência exterior. Eram uma ilustração perfeita dessa situação sociológica que tende a tornar-se exclusiva do observador da Segunda metade do século XX, a de primitivos aos quais a civilização fora brutalmente imposta e que deixam de interessar logo que se encontra eliminado o perigo que pareciam constituir. A sua cultura, formada em parte por antigas tradições que resistiram à influência dos brancos..... e por outra parte por contributos da sociedade moderna...”
O contato entre duas civilizações que diferem entre si, tende a gerar impressões, imagens e interpretações, buscando melhor compreensão e entendimento do ”outro”, o que nem sempre condiz com a realidade propriamente dita. De certa forma, em localidades de pouca aproximação e contato com tribos indígenas como os centros urbanos, a imagem do índio é enaltecida e romântica. Já em localidade onde o há proximidade com aldeias, a imagem da sociedade indígena é pouco valorizada chegando a ser negativa. Isto se deve ao antagonismo de interesses uma vez que ambiciam dos mesmos recursos.
É necessário entende-los e respeita-los. Compreender que os índios abrangem populações muito diferentes entre si, que a categoria não se define somente por oposição aos brancos ou como um grupo homogêneo. Diferem-se do ponto de vista de costumes, organização, estruturas habitacionais, línguas, porte físico e vários outros aspectos. Por exemplo: Os índios do alto Xingu apresentam uma estatura mediana e mais corpulenta em relação aos grupos Tupi que são sensivelmente mais baixos. Há aqueles que plantam, outros que se apoiam na coleta de recursos difundidos no meio ambiente em que vivem, já outros utilizam-se da caça para se alimentarem, muitos são nômades, outros não. Muitos dispõem suas aldeias em forma de circulo outros em forma de ferradura. Enfim é necessário compreender estas diferenças, conhece-los a fundo para buscar as soluções que garantam sua prosperidade futura e assegurem-lhe o direito de viver de acordo com seus costumes.
Os índios sem dúvida permeiam nosso imaginário como um mito, uma lenda em nossa cultura, mas a verdade é que nunca foram propriamente valorizados e respeitados. Pelo contrário, são ridicularizados como foi o Cacique Mario Juruna , político que nunca fora ouvido e sim abandonado em Brasília. Sacrificaram suas vidas em prol dos brancos. Muitos foram heróis de nossa história, porém não há livro que relate suas façanhas, nem daqueles que ajudaram os portugueses a ampliar nosso território, a conquistar terras, como Tibiriça, que salvou São Paulo (SP); Araribóia, que venceu os franceses, ou Felipe Camarão, que derrotou os holandeses.
Fazemos aqui nossas homenagens a estes homens, mulheres e curumins. Vamos apreciar suas vidas, valorizar sua cultura e quem sabe nos tornamos um pouco índio, um pouco mais livres e menos dependentes. Não precisa de muito, vamos seguir seus exemplos e sermos amáveis com nossas crianças, que tal se passarmos a respeitar nosso meio ambiente e dele somente retirar o necessário. Vamos nessa brincar como os animais, pisar no chão, respeitar a natureza como suporte de nossa vida social, não apenas como um recurso ambiental mas também um recurso sócio cultural. E que sabe assim encontraremos o tão necessário equilíbrio, equilíbrio este que pode garantir nossa sobrevivência neste mundo que teimamos em destruir.
O encontro de raças caracterizou-se por um grande massacre não só de vidas, mas de uma belíssima cultura. Extinguiu-se línguas, mitos, costumes, conhecimentos, técnicas e artefatos. Sem dúvida um patrimônio cultural que jamais será recuperado. Na realidade podemos afirmar que desde a chegada dos portugueses no Brasil até os dias de hoje, tem havido uma luta constante contra o índio. Luta na qual só existe um ganhador. A vitória é daquele que se julga civilizado. Um outro fenômeno importante de se destacar é a assimilação de seus membros na sociedade brasileira, o que contribui sem dúvida no decrescimento da população indígena.
Em meados da década de 30 o etnógrafo Claude Levi Stauss esteve no Brasil e registrou suas observações em seu livro Tristes Trópicos. Podemos verificar nesta passagem a imposição de uma outra cultura à Tribo dos Tibagy até então localizada nos estados do Paraná e Santa Catarina. “ Com grande decepção minha os índios do Tibagy não eram, portanto, nem totalmente índios “verdadeiros” nem, principalmente, “selvagens”. ... Ao encontra-los menos intactos do que contava, ia descobrir que eram mais secretos do que aquilo que podia esperar da sua aparência exterior. Eram uma ilustração perfeita dessa situação sociológica que tende a tornar-se exclusiva do observador da Segunda metade do século XX, a de primitivos aos quais a civilização fora brutalmente imposta e que deixam de interessar logo que se encontra eliminado o perigo que pareciam constituir. A sua cultura, formada em parte por antigas tradições que resistiram à influência dos brancos..... e por outra parte por contributos da sociedade moderna...”
O contato entre duas civilizações que diferem entre si, tende a gerar impressões, imagens e interpretações, buscando melhor compreensão e entendimento do ”outro”, o que nem sempre condiz com a realidade propriamente dita. De certa forma, em localidades de pouca aproximação e contato com tribos indígenas como os centros urbanos, a imagem do índio é enaltecida e romântica. Já em localidade onde o há proximidade com aldeias, a imagem da sociedade indígena é pouco valorizada chegando a ser negativa. Isto se deve ao antagonismo de interesses uma vez que ambiciam dos mesmos recursos.
É necessário entende-los e respeita-los. Compreender que os índios abrangem populações muito diferentes entre si, que a categoria não se define somente por oposição aos brancos ou como um grupo homogêneo. Diferem-se do ponto de vista de costumes, organização, estruturas habitacionais, línguas, porte físico e vários outros aspectos. Por exemplo: Os índios do alto Xingu apresentam uma estatura mediana e mais corpulenta em relação aos grupos Tupi que são sensivelmente mais baixos. Há aqueles que plantam, outros que se apoiam na coleta de recursos difundidos no meio ambiente em que vivem, já outros utilizam-se da caça para se alimentarem, muitos são nômades, outros não. Muitos dispõem suas aldeias em forma de circulo outros em forma de ferradura. Enfim é necessário compreender estas diferenças, conhece-los a fundo para buscar as soluções que garantam sua prosperidade futura e assegurem-lhe o direito de viver de acordo com seus costumes.
Os índios sem dúvida permeiam nosso imaginário como um mito, uma lenda em nossa cultura, mas a verdade é que nunca foram propriamente valorizados e respeitados. Pelo contrário, são ridicularizados como foi o Cacique Mario Juruna , político que nunca fora ouvido e sim abandonado em Brasília. Sacrificaram suas vidas em prol dos brancos. Muitos foram heróis de nossa história, porém não há livro que relate suas façanhas, nem daqueles que ajudaram os portugueses a ampliar nosso território, a conquistar terras, como Tibiriça, que salvou São Paulo (SP); Araribóia, que venceu os franceses, ou Felipe Camarão, que derrotou os holandeses.
Fazemos aqui nossas homenagens a estes homens, mulheres e curumins. Vamos apreciar suas vidas, valorizar sua cultura e quem sabe nos tornamos um pouco índio, um pouco mais livres e menos dependentes. Não precisa de muito, vamos seguir seus exemplos e sermos amáveis com nossas crianças, que tal se passarmos a respeitar nosso meio ambiente e dele somente retirar o necessário. Vamos nessa brincar como os animais, pisar no chão, respeitar a natureza como suporte de nossa vida social, não apenas como um recurso ambiental mas também um recurso sócio cultural. E que sabe assim encontraremos o tão necessário equilíbrio, equilíbrio este que pode garantir nossa sobrevivência neste mundo que teimamos em destruir.
domingo, 18 de outubro de 2009
Hakani, Enterrada Viva – A história de uma sobrevivente
A índia Hakani, em dois momentos. Ao lado, abraça a mãe adotiva, Márcia, no seu aniversário de 12 anos. Acima, aos 5, em sua tribo: altura e peso de 7 meses.
HAKANI, Uma menina chamada sorriso
Hakani nasceu em 1995, filha de uma índia suruwaha. Seu nome significa sorriso e seu rosto estava sempre iluminado por um sorriso radiante e contagioso. Nos primeiros dois anos de sua vida ela não se desenvolveu como as outras crianças – não aprendeu a andar nem a falar. Seu povo percebeu e começou a pressionar seus pais para matá-la. Seus pais, incapazes de sacrificá-la, preferiram se suicidar, deixando Hakani e seus 4 irmãos órfãos.
A responsabilidade de sacrificar Hakani agora era de seu irmão mais velho. Ele levou-a até a capoeira ao redor da maloca e a enterrou, ainda viva, numa cova rasa. O choro abafado de Hakani podia ser ouvido enquanto ela estava sufocada debaixo da terra.
Em muitos casos, o choro sufocado da criança continua por horas até cair finalmente um profundo silêcio – o silêncio da morte. Mas para Hakani, esse profundo silêncio nunca chegou. Alguém ouviu seu choro, arrancou-a do túmulo, e colocou nas mãos de seu avô, que por sua vez levou-a para sua rede. Mas, como membro mais velho da família, ele sabia muito bem o que a tradição esperava dele.
O avô de Hakani tomou seu arco e flecha e apontou para ela. A flechada errou o coração, mas perfurou seu ombro. Logo em seguida, tomado por culpa e remorso, ele atentou contra a própria vida, ingerindo uma porção do venenoso timbó. Para Hakani, ainda não era a hora de cair o profundo silêncio; mais uma vez ela sobreviveu.
Hakani, tinha apenas dois anos e meio de idade e passou a viver como se fosse uma amaldiçoada. Por três anos ela sobreviveu bebendo água de chuva, cascas de árvore, folhas, insetos, a ocasionalmente algum resto de comida que seu irmão conseguia para ela. Além do abandono, ela era física e emocionalmente agredida. Com o passar do tempo Hakani foi perdendo seu sorrido radiante e toda sua expressão facial. Mesmo assim o profundo silêncio não caiu sobre ela. Finalmente foi resgatada por um de seus irmãos, que a levou até a casa de um casal de missionários que por mais de 20 anos trabalhava com povo suruwahá.
Esse casal logo percebeu que Hakani estava terrivelmente desnutrida e muito doente. Com cinco anos de idade ela pesava 7 quilos e media apenas 69 centímetros. Eles começaram a cuidar de Hakani como se ela fosse sua própria filha. Eles cuidaram dela por um tempo na floresta, mas sabiam que sem tratamento médico ela morreria. Para salvar sua vida, eles pediram ao governo permissão para levá-la para a cidade.
Em apenas seis meses recebendo amor, cuidados e tratamento médico, Hakani começou a andar e falar. Aquele sorriso radiante voltou a iluminar seu rosto. Em um ano seu peso e sua altura simplesmente dobraram. Hoje Hakani tem 12 anos, adora dançar e desenhar. Sua voz, antes abafada e quase silenciada, hoje canta bem alto – uma voz pela vida.
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009
ÁRVORE DA FELICIDADE
Você acaba de receber a
árvore da felicidade.
Ela é ainda uma muda
pequenina,mas depende de
você para crecer firme e forte.
Plante-a em seu coração,regue-a
com sorrisos e bondade,sinta o
aroma de suas flores,o doce
sabor de suas frutas e divida sua
sombra com quem você quer bem!
As coisas boas ficam melhores
ainda se podemos compartilhar
com pessoas queridas,então,
compartilhe esta árvore
com seus amigos.
Assim estará plantando
felicidade onde passar!
Você verá quantas pessoas
bacanas vão se aproximar.
So você pode saber se esta
árvore crecera e dara flores
e frutos,pois depende de você,
somente de você.
reguea com amor e carinho
e vera e sentira tudo de
bom.
Vamos!!!
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