domingo, 25 de julho de 2010

Índios do Juruena e Aripuanã se revoltam e invadem hidrelétrica

Sábado passado um grupo bastante expressivo de guerreiros dos povos indígenas que vivem no noroeste do estado do Mato Grosso se deslocou de Juína para tomar o canteiro de obras da UHE Dardanelos, que aproveita uma fabulosa queda d´água do rio Aripuanã para produzir cerca de 260 MW de energia.

Lá estavam cerca de 100 funcionários da empresa e todos foram rendidos e ajuntados num dos galpões da usina. Nesta manhã de segunda-feira, os índios haviam acordado uma negociação para substituir esses funcionários por cinco funcionários graduados da empresa construtora.

As autoridades e a imprensa estão sabendo disso desde domingo, buscando soluções. O ministério da Justiça vai enviar uma comissão para negociar. A Funai está em polvorosa.

Os cerca de 250 índios querem uma conversa com autoridades federais e estaduais, bem como representantes da empresa construtora da usina. Querem refazer um acordo que a Funai havia intermediado para eles sobre reparações, ressarcimento e participação na constituição do capital da empresa que constrói a UHE Dardanelos. Querem mais do que lhes prometeram.

O que está acontecendo no Brasil que os índios estão revoltados com a construção de hidrelétricas, estradas e hidrovias, especialmente na Amazônia?

Não é difícil adivinhar. Os povos indígenas estão confusos e desnorteados diante da avalanche de programas de construção de empreendimentos de várias sortes -- hidrelétricas, rodovias, mais fazendas, novas cidades, muita gente chegando com violência, abusos e deserespeitos.

Ao mesmo tempo os povos indígenas estão vendo uma riqueza impressionantemente poderosa e desconcertante tomar conta do entorno de suas terras, ameaçar suas vidas, desequilibrar suas famílias, suas sociedades, balançar seus ethos, suas culturas, sendo cada vez mais sugados por esse dreno, essa máquina de destruir povos e culturas.

Daí que sua reação vem sendo, quando ultrapassa o torpor inicial, das mais duras, chegando a pontos de invasões e ameaças de lutas e revides.

Ao povos indígenas da Amazônia falta indigenismo. O que é indigenismo? É a intermediação entre os povos indígenas e a sociedade e o Estado brasileiros. Falta aos povos indígenas que vivem suas vidas autonomamente adquirir conhecimento qualificado sobre tudo que está acontecendo ao seu redor, sobre o posicionamento do Brasil como nação e como Estado em relação aos processos sociais e econômicos que os estão atingindo e que os atingirão mais e mais.

Quem poderia lhes dar esse conhecimento qualificado, de boa fé, mostrando as opções que poderiam ter para se posicionar com clareza, seja participando, seja demonstrando contrariedade? Que indigenismo poderia haver no Brasil?

Os índios vêm recebendo informação desqualificada de diversas fontes, a maioria delas apresentando suas visões parciais do mundo, sejam favoráveis aos empreendimentos, sejam contrários. Nem vale a pena citar aqui essas fontes.

O maior pesar que se tem é a falta de um órgão indigenista à altura do momento atual. Nos últimos anos, a política governamental tem sido de dispersar energias, encomendar ações indigenistas por diversos órgãos e ministérios, que resulta em fazer gracinha com a situação indígena. Informações dispersas e conflitantes domina a cena indigenista no atual momento governamental.

Deixar as coisas como estão significa simplesmente deixar a confusão rolar, os tratores passarem por cima dos protestos para obter licenciamentos escusos, operar negociações canhestras que terminam sendo provisórias, e esperar pelo que vier mais tarde.

Os representantes dos 11 povos do vale do rio Juruena e Aripuanã estão unidos pelo desespero e pela falta de indigenismo nessa luta meio desequilibrada, dispostos a fazer coisas mais inesperadas, se a situação não lhes parecer favorável. Têm poucos trunfos na mão, a não ser sua disposição inflamada de revolta, daí a força desproporcional que arregimentaram. Juntar 300 guerreiros de 11 povos diferentes não é tarefa fácil!

É possível que os poucos indigenistas da Funai na região consigam apresentar-lhes ideias e propostas negociáveis. Mas será por algum tempo.

Falta muito para que a situação de desequilíbrio entre povos indígenas e os planos do governo de implantar empreendimentos venha a encontrar uma posição melhor. Tudo trabalha contra.





REFÉNS EM OBRA DE HIDRELÉTRICA NO MA


 
''Reféns de índios passam bem e situação é tranquila em usina'', garante PM

São 280 trabalhadores mantidos em cárcere privado no canteiro de obras da usina por índios no noroeste de MT. 
 



 Passam bem os cerca de 280 trabalhadores que são mantidos em cárcere privado por índios de 11 etnias nas obras da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, no município de Aripuanã (976 quilômetros de Cuiabá). De acordo com a Polícia Militar, os índios estão agindo de forma pacífica e aguardam uma reunião nesta segunda-feira para negociar com os representantes da empresa Águas de Pedra, responsável pela usina.


O capitão Taques, da Polícia Militar, disse que o clima é aparentemente tranquilo. Ele confirmou que há cerca de 280 pessoas mantidas reféns por aproximadamente 200 índios. "Eles estão armados com arco e flecha. E dizem que vão chegar mais índios", frisou o capitão. Segundo ele, os reféns estão livres no canteiro de obras, mas os índios não permitem que eles deixem o local. "Estão em um pátio, no alojamento da obra, mas não podem sair".

Os índios devem se reunir na usina, por volta das 11h30 desta segunda-feira, com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Casa Civil e da própria empresa responsável pela obra. Os índios cobram uma compensação financeira pela construção da usina pois, segundo eles, as obras afetam social, economica e ambientalmente a comunidade indígena. "Estudos feitos apontam que estamos sofrendo com esse empreendimento", argumentou Audecir Arara, um dos líderes indígenas da região.

O capitão Taques frisou que vai manter uma ronda na região para monitorar os índios e os reféns. "Vamos aguardar a reunião e a negociação. Eles [os índios] deram três dias para negociar. Se nada for feito nesse prazo, eles prometem atear fogo nos alojamentos e maquinários".

Audecir Arara garante que o protesto é pacífico e não há riscos de conflitos. "Não tem risco [de conflito] porque eles sabem muito bem que a gente está brigando pelo que é de direito nosso".



Invasão e cárcere privado 

No início da manhã, os índios invadiram o canteiro de obras da usina armados e pintados para guerra. Os trabalhadores, que não resistiram à invasão, foram levados para um alojamento e permanecem isolados.
Os índios araras e cintas largas exigem compensações financeiras pela obra da usina, pois dizem estar preocupados com a possibilidade de escassez de peixe e água quando a usina começar a funcionar. Segundo Audecir Arara, a compensação seria para as etnias Cinta Larga e Arara, pois são as duas que sofrerão os impactos das obras. "As outras etnias estão do nosso lado porque quando elas precisarem de apoio em outros problemas na área delas, nós vamos apoiar", justificou o líder indígena.


De acordo com o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína, Antônio Carlos Ferreira de Aquino, representantes do órgão e do Iphan em Brasília devem vir a Mato Grosso nesta segunda-feira para negociar com os índios. Aquino explica que a obra da hidrelétrica começou há cerca de três anos, em agosto de 2007. "Houve alguma falha no processo de licenciamento e a usina foi construída sobre um cemitério indígena. Os índios vêm negociando um ressarcimento", disse o coordenador.


Programa de ações

Paulo Rogério Novaes, gerente de Meio Ambiente da Águas da Pedra, empresa responsável pelo empreendimento, afirmou que a energética aguarda a aprovação de um programa de ações para a comunidade indígena. "A empresa jamais se negou a fazer algo pela comunidade, mas estamos aguardando um parecer da Funai, que está analisando estudos sobre o que é preciso fazer", explicou Novaes. Ele garante que o empreendimento, dentro da legislação ambiental, "está procurando fazer tudo o que é solicitado".

A Energética Águas de Pedra é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) controlada pela Neoenergia (51%) e que tem também como acionistas Eletronorte (24,5%) e Chesf (24,5%). A previsão da Águas da Pedra é que a hidrelétrica entre em operação daqui a seis meses - janeiro de 2011. Até a conclusão da obra, a empresa estima que os investimentos no local serão de R$ 745 milhões.


Fonte: Blog do Mercío


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lei garante reserva de 3% de vagas para índios em concursos públicos


A dignidade da população indígena de Mato Grosso do Sul é garantida por ações do governo do Estado na área de educação superior, alimentação adequada, incentivo à produção de alimentos nas aldeias para a geração de renda e também a oportunidade de emprego, com a lei que garante reserva de 3% de vagas para índios em concursos públicos para cargos estaduais, sancionada pelo governador André Puccinelli.

De acordo com a nova legislação, publicada ontem no Diário Oficial do Estado, que altera a lei 3.594, de 10 de dezembro de 2008, o Poder Executivo do Estado assegura a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho com reserva da cota mínima de 10% para negros e de 3% para índios das vagas oferecidas em todos os concursos para provimento de cargos públicos nos quadros de carreira. 
A cota para negros já era prevista na legislação anterior.
Para Ivanei Gonçalves Moreira, "é uma conquista para os indígenas. 
Vamos ter mais oportunidade de entrar no mercado de trabalho", diz o terena da aldeia Ipegue, localizada no distrito de Taunay, em Aquidauana. Na opinião de Ivanei, o emprego público é almejado por todos, sejam brancos, negros ou índios e a garantia de vagas por meio de cotas vai facilitar o acesso de seus descendentes. "É difícil concorrer com tanta gente", diz ele. Moreira também acredita que a nova lei vai despertar o interesse dos indígenas para o trabalho e estudo.
 

Mesmo antes da lei que determina a cota para indígenas, Amauri Souza Corrêa ingressou no serviço público municipal, mas tem consciência de que como ele existem poucos. 
Com a garantia das vagas fica mais fácil o acesso de índios a cargos públicos e como servidor o indígena vai olhar para o seu contexto social. "Vai dar base para no futuro amenizar os nossos problemas", diz Corrêa, referindo-se à questão agrária e de saúde nas aldeias.

Fonte: Correio do Estado

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Tempo Passa e História Fica, Escrtito pelos indíos Xacriabás



Durante dois anos, os professores Xacriabá em formação, no Programa de Implantação das Escolas Indígenas de Minas Gerais, realizaram uma pesquisa, nas suas aldeias, sobre as tradições de seu povo. Esse trabalho resultou na escrita de três tipos de texto: 

Narrativas, em verso, de acontecimentos e fatos importantes na vida da comunidade Xacriabá: a luta pela posse da terra, a morte do líder Rosalino, a formação dos professores.

Narrativas, em prosa, do massacre ocorrido em 1987, na aldeia Sapé, no município de São João das Missões, quando Rosalino Gomes de Oliveira, pai do professor José Nunes de Oliveira, foi assassinado. 

Coletâneas de contos tradicionais, que pertencem ao extenso universo ficcional do sertão mineiro, transmitidos, oralmente, de geração a geração.
  
Os textos foram escritos num esforço conjunto dos professores, que ouviram, gravaram e traduziram, na forma escrita, histórias e casos dos seus pais, avós, tios, enfim, daqueles que detêm os saberes tradicionais na aldeia. 

Pela escrita, eles pretendem constituir, esteticamente, novas imagens de sua comunidade. Escrever, para eles, é antes o ato político de dar um sentido para sua existência, junto à sociedade brasileira.

 Se os Xacriabá perderam, à força, sua língua, agora eles se ' apoderam da língua portuguesa, dando-lhe uma entonação cabocla.  

Como pesquisadores e professores das escolas Xacriabá, estes novos autores apontam para uma outra cena literária: a produção comunitária do livro, livre do princí pio da autoria, enraizada na oralidade. 

A grafia como um gesto de reafirmação da força política de quem, na conquista do próprio território, transforma as penas em poesia

Durante dois anos, os professores Xacriabá em formação, no Programa de Implantação das Escolas Indígenas deMinas Gerais, realizaram uma pesquisa, nas suas aldeias,sobre as tradições de seu povo. Esse trabalho resultou na escrita de três tipos de texto:



  
 Narrativas, em verso, de acontecimentos e fatos importantes na vida da comunidade Xacriabá: a luta pela posse da terra, a morte do líder Rosalino, a formação dos professores.

 Narrativas, em prosa, do massacre ocorrido em 1987,na aldeia Sapé, no município de São João das Missões,quando Rosalino Goms de Oliveira, pai do professor JoséNunes de Oliveira, foi assassinado.

— Coletâneas de contos tradicionais, que pertencem ao extenso universo ficcional do sertão mineiro, transmitidos,oralmente, de geração a geração.

  Os textos foram escritos num esforço conjunto dos professores, que ouviram, gravaram e traduziram, na formaescrita, histórias e casos dos seus pais, avós, tios, enfim,daqueles que detêm os saberes tradicionais na aldeia.
  Pela escrita, eles pretendem constituir, esteticamente,novas imagens de sua comunidade.
 
 Escrever, para eles, é antes o ato político de dar um sentido para sua existência,junto à sociedade brasileira.

 Se os Xacriabá perderam, à força, sua língua, agora eles se' apoderam da língua portuguesa, dando-lhe uma entonação cabocla.
 
 Como pesquisadores e professores das escolas Xacriabá,estes novos autores apontam para uma outra cena literária: a produção comunitária do livro, livre doprincípio da autoria, enraizada na oralidade.
 
 A grafia como um gesto de reafirmação da força política de quem, na conquista do próprio território, transforma as penas em poesia

      Para isso eu dou terras,
      p'ros índios morar
      Daqui para Missões cabeceira de Alagoinhas
      Beira do Peruaçu até as Montanhas
      p'ra índio não abusar de fazendeiro nenhum
      eu dou terra com fartura p'ro índio morar.
      A missão para a morada
      0 brejo para o trabalho
      Os campos gerais para as meladas e caçadas
      B as margens dos rios para as pescadas.
      Dei, registrei, selei
      Pago os impostos
      Por cento e sessenta réis

  Assim é que traduziram, em versos, um documento. Um dia,no Curso de Formação, no Parque Rio Doce, estávamos lendo
  O que é literatura, de Marisa Lajolo (Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense). 
  
 Creuza Nunes Lopes, professora Xacriabá, foi encarregada de transmitir oralmente aos colegas os resultados da sua leitura, suas reflexões sobre o tema tratado no livro. 
  O que ela fez?
  
 Foi lá na frente da turma e declamou versos que eram, literalmente, o texto ensaístico de Marisa Lajolo. 
  A turma aplaudiu. 
  
 Nós, professoras da UFMG, entendemos finalmente que a leitura é também a tradução do texto em uma cadência, um ritmo que não é outro senão o da tradição poética à qual pertencemos. 
  
 Assim, a História, a Geografia, a Literatura, a Filosofia, as Ciências Naturais, a Matemática, vão entrando pelos ouvidos e saindo em ritmo Xacriabá, em forma de livros para serem lidos em voz alta, decorados, recontados, em volta de uma fogueira, nas noites bonitas do cerrado, ou, quem sabe, numa boa sala de aula.


Maria Inês de Almeida 
Profa, de Literatura Brasileira UFMG
1- MARIZ, Alceu Cotia (et alli). 1982. Relatório de viagem à área Indígena xacriabá FUNAI. P.16

Vocabulário Xacriabá
Aiató dadamá                             olho
Amiotsché                                   banana
Angrata                                       avó eavô
Bacotong/ B i c o n g                    fi l h a
Balozinha                                     menina/mulher
D'agrí                                           mulher
Estragó                                        sol
D'ateà                                          perna
D'atohá                                        boca
cornek a n é                                 a r c o
Cudaió            criou                     tamanduá bandeira
Cudaió                                         porco do mato
Ukú                                             onça
Inscgiutú                                       tio
Lavazar/manãmam                        fumo
Nhionosso                                    cacau
Ingrá                                             filho
Etiké                                             flecha
D'agrang                                       cabeça
D'ahaschi                                      cabelo
Goabsang                                     cão
Grí                                               casa
Oaitomorim                                  estrela
Oá                                               lua
Oté                                              árvore
Kupaschú                                     farinha
Kuú                                             água
Kutsché                                       fogo
Nchatari                                       mãe
Notsché                                        milho.
Mamang                                       pai
Churer                                          anta


Leia o Texto completo no scribd

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Veja quem votou contra e a favor das florestas Brasileiras

Filie-se

Imagem Código Florestal
Olá, ciberativista
Nessa terça-feira, frente ao tratoraço dos ruralistas para aprovar o relatório de Aldo Rebelo, nós, do Greenpeace, organizamos um protesto dentro da Câmara dos Deputados, durante a reunião da Comissão Especial criada para analisar mudanças no Código Florestal. Soamos sirenes para alertar toda a sociedade e a mídia sobre o perigo que ronda nossas florestas.
Um banner com os dizeres “Não vote em quem mata florestas” parou a sessão por alguns minutos veja no vídeo.

O resultado foram três ativistas agredidas física e verbalmente pela segurança da casa, fotos e matérias nos grandes veículos do país sobre o assunto e uma sociedade atenta à decisão dos deputados. O texto final, aprovado por 13 votos a 5, dá muito poder aos estados, joga a conta da preservação para todos os brasileiros, e premia com anistia quem cometeu crimes ambientais. Saiba mais.

A aprovação na comissão especial, contudo, não é o fim de um processo. Daqui, o texto do relatório ainda percorre um bom caminho na Câmara e no Senado. Ele deve ser mudado, disputado, e ser pauta de muitos debates públicos, a começar pelas eleições. E seu papel, ciberativista, será mais que decisivo nesse momento, já que durante o período eleitoral a sociedade deverá exigir o que é interesse do Brasil.

Entenda o caminho já percorrido pelo relatório.

Fique de olho. Veja abaixo quem votou contra e à favor do relatório de Aldo e continue acompanhando conosco os próximos passos da campanha em defesa das florestas. Compartilhe também essas informações com seus amigos. Agradeço mais uma vez o seu apoio e engajamento.

Quem votou pela mudança do Código Florestal:
Aldo Rebelo
Anselmo Anselmo De Jesus (PT-RO)
E-mail: dep.anselmodejesus@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Duarte Nogueira Duarte Nogueira (PSDB-SP)
E-mail: dep.duartenogueira@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Eduardo Eduardo Seabra (PTB-AP)
E-mail: dep.eduardoseabra@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Ernandes Amorim Ernandes Amorim (PTB-RO)
E-mail: dep.ernandesamorim@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Homero Homero Pereira (PR-MT)
E-mail: dep.homeropereira@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Luis Carlos Luis Carlos Heinze (PP-RS)
E-mail: dep.luiscarlosheinze@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Marcos Montes Marcos Montes (DEM-MG)
E-mail: dep.marcosmontes@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Moacir Michelleto Moacir Micheletto (PMDB-PR)
E-mail: dep.moacirmicheletto@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Moreira Mendes Moreira Mendes (PPS-RO)
E-mail: dep.moreiramendes@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Paulo Piau Paulo Piau (PPS-MG)
E-mail: dep.paulopiau@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Reinholds Stephanes Reinhold Stephanes (PMDB-PR)
E-mail: dep.reinholdstephanes@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Valdir Colatto Valdir Colatto (PMDB-SC)
E-mail: dep.valdircolatto@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Quem votou contra mudança do Código Florestal:
Dr. Rosinha Dr. Rosinha (PT-PR)
E-mail: dep.dr.rosinha@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Ivan Valente Ivan Valente (PSOL-SP)
E-mail: dep.ivanvalente@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Sarney Filho Sarney Filho (PV-MA)
E-mail: dep.sarneyfilho@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Ricardo Tripuli Ricardo Tripoli (PSDB-SP)
E-mail: dep.ricardotripoli@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
Rodrigo Rollemberg Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
E-mail: dep.rodrigorollemberg@camara.gov.br
Página na Câmara dos Deputados
   
Rafael Cruz

Abraços,
Rafael Cruz
Rafael Cruz
Coordenador de campanha
Greenpeace
 

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cientistas descobrem tesouro da biodiversidade em Estação Ecológica do Pará

Uma alta diversidade de espécies novas e raras de plantas e animais foi encontrada na Estação Ecológica (Esec) Grão Pará.  A descoberta partiu de um relatório produzido pelo Museu Emilio Goeldi (MPEG) em parceria com a Conservação Internacional (CI-Brasil), que tinha por objetivo estudar as riquezas naturais da área.
A Esec é a maior unidade de proteção integral em florestas tropicais do mundo, com 4.245.819 hectares, e exigiu três expedições, em períodos distintos de 2008, para que todo seu inventário biológico fosse realizado.

Imagem: Museu Emilio Goeldi


Com esse trabalho, os cientistas encontraram um grande número de espécies de plantas, peixes, mamíferos, aves, répteis e anfíbios, demonstrando a diversificada história natural da calha do rio Amazonas. As espécies são de grande interesse para a indústria, a pesquisa científica e a conservação ambiental.
Os inventários biológicos revelam a importância das grandes unidades de conservação em fase de consolidação na Calha Norte, que é a porção mais preservada do estado do Pará. 

Imagem: Museu Emilio Goeldi


Nos cursos de água investigados, os pesquisadores encontraram mais de 143 espécies diferentes de peixes.  Além disso, em todas as áreas analisadas, foram encontradas evidências de novos animais que precisam ainda ser descritos.
No local, também foram registradas 62 espécies de anfíbios e 68 de répteis, com possíveis novas espécies.  Dentre as descobertas, estão os sapos coloridos da família Dendrobatidae, geralmente usados como animais de terrário na Europa, nos Estados Unidos e no Japão.

Imagem: Museu Emilio Goeldi
Anfíbio da espécie Dendrobates tinctorius, ameaçado pela caça devido ao seu alto valor comercial


Também foram encontradas na unidade 355 espécies de aves.  Dessas, 70 podem ser consideradas de especial interesse para a conservação por serem endêmicas (só existirem na região dos escudos das Guianas), ou raras, com distribuições locais na Amazônia.
A existência dessas aves demonstra que elas estão a salvo das ameaças de atividades predatórias, como a extração de madeira e a caça profissional ilegal. O uiraçu falso, gavião considerado quase ameaçado de extinção pela União Internacional pela Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, da sigla em inglês), também foi encontrado na unidade, atestando o bom estado de conservação do local.

Imagem: Museu Emilio Goeldi
Ave da espécie Morphnus guainensis, o raro uiraçu


Foram registradas 61 espécies pertencentes a oito ordens de mamíferos na Esec.  34% delas são consideradas de especial interesse para a conservação por seu status de endêmicas, ameaçadas de extinção, ou ainda por não terem sido descritas pela ciência.  Quatro das espécies de mamíferos inventariados na Esec estão listadas oficialmente como ameaçadas de extinção no Brasil e no estado do Pará: onça pintada, onça parda, ariranha e tatu-canastra.
Os botânicos também registraram 778 espécies de plantas. Cinco delas são consideradas ameaçadas de extinção no estado do Pará: muirapuama, angelim, araracanga, maçaranduba e itauba.Dentre o conjunto de plantas encontradas na Esec, os botânicos registraram mais sete espécies ameaçadas de extinção no mundo, segundo a IUCN (2008).

Imagem: Museu Emilio Goeldi

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br