domingo, 29 de novembro de 2009

Um dreno desconhecido de carbono atmosférico e uma fonte em potencial: Turfeiras da Amazônia





Em ecossistemas de águas paradas e falta de oxigênio, as folhas e troncos de árvores que caem no chão não decompõem completamente, devido à ação apenas parcial microbiota decompositora. Consequentemente, uma parte da vegetação parcialmente decomposta fica acumulada sobre o solo formando um material chamado turfa. Uma vez que as plantas contêm carbono atmosférico obtido pelo processo de fotossíntese, o acúmulo de turfa reduz o efeito estufa e, a longo prazo, o aquecimento global, e, portanto, é benéfica ao meio ambiente.
A maioria das turfeiras do mundo está localizada em regiões de clima frio, cobertas por florestas temperadas, boreais ou tundras, mas nas últimas décadas, importantes áreas de turfeiras foram descobertas em florestas tropicais do sudeste da Ásia. Estas turfeiras podem ter até 20 metros de profundidade e acumulam turfa em taxas muito altas. Portanto, as turfeiras asiáticas são importantes reservas e drenos de carbono atmosférico (Page et al. 2004). É supreendente que as turfeiras da maior área de floresta tropical do mundo – a Amazônia – sejam praticamente desconhecidas e inexploradas (Schulman et al. 1999).
Em estudo feito por mim junto a colegas das Universidades de Helsinki, Turku e Iquitos (Universidad Nacional de la Amazonía Peruana), exploramos 17 áreas encharcadas na floresta Amazônica Peruana, em Loreto (perto de Iquitos). O objetivo foi determinar se os ecossistemas de águas paradas na Amazônia também são áreas de acúmulo de turfa. A resposta é sim, pois em 16 dos 17 sítios estudados, encontramos um importante acúmulo de turfa, em um dos sítios, essa camada atingiu quase 6 metros de profundidade. Nossos resultados, apresentados na tabela abaixo, mostraram, pela primeira vez, que a formação de turfa é muito comum na Amazônia.



Área de estudo
Profundidade média (em cm) da camada de turfa (mín. e máx entre parênteses)
Taxa média de acumulação de turfa (mm/ano)
Taxa média de acumulação de carbono (g m-2/ano)
Aucayo
5 (0-70)




Buena Vista
210 (0-300)
2.50±0.10


Charo
140 (0-210)
2.56±0.12


Chino
0 (0-30)




Ex Petroleros
110 (50-170)




Fundo Junior
260 (140-420)




Itaya 1
10 (0-30)




Itaya 2
0 (0)




Itaya 3
0 (0-20)




Pebas
55 (40-70)




Primavera
55 (10-150)




Quistococha
245 (0-490)
1.69±0.03
74±15
Riñón
370 (300-390)
2.32±0.12
39±10
San Jorge
250 (0-590)
1.92±0.05
85±30
San Nicolas
145 (0-270)




Santa Rosa
110 (10-150)




Tarapoto
145 (100-180)







Dados extraídos de Lähteenoja et al. (2009).


Um segundo passo foi medir a taxa de acumulação de carbono na camada de turfa destas áreas encharcadas. Com isso, pudemos estimar quanto carbono é removido da atmosfera durante o lento processo de desenvolvimento de uma turfeira. Isso foi possível através da datação do radiocarbono, que é feita com base na proporção entre o C12 e C14. Em nosso estudo, encontramos altas de taxas anuais de acumulação: de 0,94 a 4,88 mm de turfa e 26 a 195 g de carbono.


Porém, a existência de turfeiras é totalmente dependente da presença de água parada e, em condições de seca, tais turfeiras podem se tornar uma fonte de carbono para a atmosfera e contribuir para o aceleramento do aquecimento global e do efeito estufa. Isso aconteceu, por exemplo, em 1997, quando após um período de seca e fogos sucessivos, turfeiras na Indonésia emitiram entre 0,81 e 2,57 gigatoneladas de carbono para a atmosfera, o equivalente a 13 a 40 % da emissão anual mundial proveniente de combustíveis fósseis (Page et al. 2002).
Foto: Arquivo Pessoal
Ainda que as turfeiras da Amazônia estejam relativamente bem conservadas e, portanto, não representem atualmente uma fonte de emissão de carbono, tais sistemas representam um importante dreno e estoque de carbono atmosférico. Segundo a estimativa feita por Schulman e colaboradores (1999), a Amazônia possui 150.000 km2 de turfeiras, uma área de escala semelhante à ocupada por turfeiras na Indonésia. Semelhante também são os diversos fatores que ameaçam a integridade dos ecossistemas amazônicos e indonésios – como, por exemplo, períodos de seca prolongados no futuro.

 
Considerando-se os atuais impactos da ação humana na Amazônia, aliados à experiência do que ocorreu na Indonésia, fica clara a urgente necessidade de se conservar estes ecossistemas pouco conhecidos.

Por Outi Lähteenoja (adaptado de Lähteenoja et al. 2009)



Esse texto está baseado na seguinte publicação:




Outros trabalhos citados:

sábado, 28 de novembro de 2009

Ministro de Minas e Energia Edson Lobão diz Índios são forças demoníacas?

Os índios Kayapó estão indignados com o ministro de Minas e Energia Edson Lobão. Numa entrevista ao Globo sobre Belo Monte, ele afirmou que vê “forças demoníacas” que tentam jogar o país para baixo, ofendendo os Kayapó que há vinte anos estão protestando contra o licenciamento da usina hidroelétrica.
Para que o ministro entenda melhor o impacto que essa obra vai ter sobre as matas e os rios, Lobão foi convidado a participar de uma manifestação contra Belo Monte na Terra Indígena Capoto/Jarina entre 28 de outubro e 4 de novembro. Enviaram também uma carta ao presidente Lula, pedindo sua intervenção, a fim de garantir que a voz dos povos indígenas seja escutada no processo.
Além do Ministro Edson Lobão, foram convidados também o Ministro de Meio Ambiente e os governadores do Mato Grosso e do Pará. Caso ninguém compareça, os Kayapó prometem bloquear a balsa que atravessa o rio Xingu na MT-322, dentro da terra indígena, o que com certeza prejudicará muito o fluxo de carretas na região.
Confira o convite e a carta enviada:



Altora: Joanna do greenpeace

Secretário de Segurança defende criação da polícia indígena no Amazonas

Cerca de 60 índios da tribo tikuna montaram 'delegacia' em Tabatinga.

Secretário de Segurança do AM diz que situação precisa ser avaliada.

Secretário dos Povos Indígenas apóia a criação da polícia indígena no Amazonas (Foto: Glauco Araújo/G1)

Cerca de 60 índios da etnia tikuna montaram uma "delegacia" indígena na aldeia de Umariaçu, que fica a cerca de 1,1 mil quilômetros de Manaus, desde janeiro deste ano. Eles usam chicotes, cassetetes, cordas e até palmatórias e se intitulam policiais. O secretário dos Povos Indígenas, Jecinaldo Barbosa Sateré, disse que quer apoiar a corporação em virtude dos problemas de falta de segurança vividos pelos índios na região de fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas não considera a corporação legítima, mas avalia que a presença efetiva dos índios na região como "polícia armada" deve ser estudada. "O que existe em Tabatinga é uma milícia. Não há como considerarmos aquele grupo de índios como uma parte da segurança pública do estado. No entanto, sabemos que eles enfrentam problemas na região", disse Francisco Sá Cavalcante, secretário de Segurança Pública do Amazonas.


Cavalcante afirmou que os detidos pelos índios são levados para celas improvisadas na aldeia. "Eles não têm limites. Eles estão atuando como polícia, Ministério Público e juízes ao mesmo tempo. Eles prendem, julgam, condenam e aplicam as punições. Isso é muito perigoso", afirmou Cavalcante.

Presidente do Conselho de Secretários de Segurança Pública do Brasil, Cavalcante disse que enviou um ofício para o Ministério da Justiça para que o caso seja analisado de forma técnica. "Os índios estão em uma região onde a segurança pública não chega com facilidade, assim como também não chegam serviços essenciais de saúde e infraestrututura."

Ele disse que acredita na viabilidade de fazer concurso público para montar uma polícia especializada em questões indígenas. "Poderia ser uma formação diferenciada, mas não sei se teria a participação do índio no processo. São esses detalhes que precisam ser melhor avaliados. Os policiais militares e civis não podem agir em áreas indígenas, por recomendação do Ministério Público Federal. Só a PF pode atuar próximo aos índios", explicou Cavalcante.

Ampliar Foto
  Jecinaldo Sateré defende a presença da 'polícia indígena' (Foto: Divulgação/Seind)
 Treinamento e concurso
Os índios da aldeia pedem a legitimação da "polícia indígena", treinamento e até mesmo pagamento, já que o grupo é formado por voluntários. "Aquele grupo não existe para confrontar as polícias Civil, Militar e Federal. O que eles querem é proteção contra a influência de traficantes e até mesmo de guerrilheiros [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)], que estão presentes na região", disse Sateré.

Segundo a Seind, a presença da "polícia indígena" teria reduzido o número de problemas com bebidas alcoólicas e até com drogas como maconha e cocaína. "Os problemas são gravíssimos e ameaçam a segurança dos índios na região do Rio Solimões. Essas comunidades são muito vulneráveis e, por isso, a polícia indígena não pode ser tratatda como milícia. Ela não tem o objetivo de confronto com o governo", disse Sateré.


Drogas e álcool
A Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tabatinga registra casos de índios viciados em cocaína e álcool, mas não informa o número exato. O ponto extremo da presença da ação de traficantes na região é o aliciamento de índios para o transporte de droga em embarcações pelos rios da região fronteiriça.

Segundo a Funai, sete cidades estão entre os alvos principais dos traficantes: Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Japurá e Tonantins. A regional da fundação é responsável por cerca de 230 comunidades indígenas na região do Amazonas e compreende 55 mil índios.
Fonte:Glauco Araújo Do G1, em São Paulo

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Luta contra Belo Monte: Carta dos Povos da Volta Grande do Xingu

Belo Monte é um erro para a região e para o Brasil. Reafirmamos nossa incessante luta em defesa de nossa vida e do nosso patrimônio maior: o rio Xingu! O rio é nosso caminho, o rio é nossa vida, o rio é nossa existência. Estamos em aliança com os povos indígenas na defesa dessa causa e contra todo e qualquer projeto que ameace nossa existência e das futuras gerações.

 

Rio Xingu
Vila da Ressaca, (Senador José Porfírio) 07 de novembro de 2009
Nós, mais de duzentas lideranças entre ribeirinhos, comunidades indígenas (Juruna do Paquiçamba, Arara do Maia da Volta Grande, Xikrin do Bacajá, Juruna do km 17, Xipaya da Aldeia Tukamã e Aldeia Tukaiá, Kayapó da Aldeia Kararâo, índios da cidade de Altamira), agricultores, pescadores, estudantes, representantes dos povos indígenas do Mato Grosso e do Pará (Xavante e Kayapó), representantes das comunidades rurais do Projeto de Assentamento (PA) da Ressaca (travessão Pernambuco, travessão do Pirara, travessão do Bispo e travessão do Tuna), PA Assurini (Comunidades São Pedro, Santa Luzia, Arroz Cru, Cana Verde, Parati, Paratizão, Pacajaí), Vila Ressaca, Ilha da Fazenda, Garimpo do Galo, Garimpo do Itatá, PA Morro dos Araras, São Gaspar, representantes de organizações não-governamentais (Fundação Viver Produzir e Preservar, Conselho Indigenista Missionário, FASE, Rede Brasileira de Justiça Ambiental, Instituto Socioambiental, International Rivers, Movimento dos Atingidos por Barragens, Fórum da Amazônia Oriental, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, FETAGRI, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Relatores Nacionais do Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma DHESCA, Conservação Internacional), movimentos populares, preocupados com os graves impactos sociais e ambientais para a região e nossas vidas representados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, reunidos na Vila da Ressaca, entre os dias 05 e 07 de novembro de 2009 para o II Encontro dos Povos da Volta Grande do Xingu, que teve caráter de audiência pública convocada pelo Ministério Público Estadual, manifestamos nossa posição contrária ao projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, bem como nossa indignação com o processo de exclusão a que estão submetidas as populações da Bacia do Xingu, especialmente aquelas da Volta Grande do Xingu :
Denunciamos a falta de esclarecimentos às duvidas apresentadas pela população durante as visitas realizadas pelas empresas de consultoria Elabore e LEME - responsáveis pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA-RIMA) -, assim como a forma tendenciosa de apresentação do projeto, que omite a real dimensão e a irreversibilidade dos impactos sociais e ambientais. Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização de nossas assinaturas nas listas de presença das visitas realizadas pelas consultorias para simular uma adesão por parte das comunidades ao projeto de Belo Monte, bem como todas as tentativas de cooptação da população com promessas irreais, que omitem os danos a que estariam expostas no caso da construção da usina.
Repudiamos o parecer da FUNAI sobre o Projeto da UHE de Belo Monte, que considera como mitigáveis impactos que na verdade seriam irreversíveis. Este parecer– de forma completamente irresponsável – ignora os direitos indígenas e coloca em risco a sobrevivência e reprodução destes povos – que vem sendo historicamente dizimados - ao consentir que um projeto altamente impactante como Belo Monte se instale na região. Reiteramos nosso apoio a ações judiciais representadas junto a organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, entre outros.
Solicitamos que os resultados das análises feitas pelo Painel de Especialistas sobre o projeto de Belo Monte sejam levadas em consideração pelo órgão ambiental responsável pelo licenciamento e que esses estudos sejam incluídos nos documentos oficiais que integram o processo de implantação desta obra. Exigimos que o parecer independente do Painel de Especialistas seja devidamente analisado pelo IBAMA e que sejam apresentadas respostas cabíveis aos inúmeros questionamentos aí compilados.
Reivindicamos que os participantes da Conferência Mundial do Clima (COP 15) que será realizada em Copenhagen, na Dinamarca, de 07 a 18 de dezembro de 2009, referendem a posição do Movimento Xingu Vivo para Sempre quanto aos impactos destruidores de Belo Monte na Bacia do Xingu, especialmente no que se refere a seu potencial de emissão de gases de efeito estufa.
Exigimos uma posição ambiental e socialmente responsável dos órgãos de controle e gestão ambiental do país, que deveriam seguir a constituição mas vem apoiando a construção de um projeto tão degradante como Belo Monte sem levar em consideração, especialmente os diferentes posicionamentos e direitos das populações de serem informadas sobre seus direitos e sobre as conseqüências sobre suas vidas Em respeito aos direitos das populações da Bacia do Xingu, exigimos que não seja concedida a licença prévia para o projeto de Belo Monte. Só há sentido na existência de um órgão ambiental se este efetivamente tiver poderes para impedir a implantação de um empreendimento claramente inviável do ponto de vista social e ambiental como Belo Monte.
Exigimos uma retratação pública do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que no dia 29 de setembro de 2009 fez uma declaração extremamente desrespeitosa a todos os povos que questionam Belo Monte e lutam para preservar sua existência ao denominá-los “de forças demoníacas”. Acreditamos que este ministro deve ser processado por difamação e que o caso seja representado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Exigimos que sejam realizadas novas audiências públicas na Volta Grande do Xingu para que a população desta região possa ser ouvida e que seja dada ampla divulgação na mídia deste processo. Exigimos o respeito aos nossos direitos e que a luta por esse reconhecimento não seja motivo de criminalização dos movimentos sociais e suas lideranças.
Exigimos a consolidação do projeto de agricultura familiar nessa região, iniciado nos anos 1970, através do ordenamento fundiário e ambiental, da infra-estrutura para os assentamentos, da recomposição do passivo ambiental, da melhoria da qualidade de vida dos moradores das áreas rurais e urbanas, assim como a implementação das Reservas Extrativistas. Acreditamos serem esses os investimentos necessários para um desenvolvimento social e ambientalmente sustentável para a Transamazônica e o Xingu.
Belo Monte é um erro para a região e para o Brasil. Reafirmamos nossa incessante luta em defesa de nossa vida e do nosso patrimônio maior: o rio Xingu! O rio é nosso caminho, o rio é nossa vida, o rio é nossa existência. Estamos em aliança com os povos indígenas na defesa dessa causa e contra todo e qualquer projeto que ameace nossa existência e das futuras gerações.

VIVA A RESISTÊNCIA DOS POVOS DA FLORESTA
VIVA O RIO XINGU, VIVO PARA SEMPRE!

Homenagem ao Grande guerreiro Xavante-Mário Dzururá, ou Mário Juruna

JURUNA



Você já ouviu falar no Juruna? Lembra-se desse nome?

Mário Dzururá, ou Mário Juruna, foi o primeiro e único índio a exercer o mandato de deputado federal no Brasil. Parece brincadeira, mas um país do tamanho do nosso, com tantos índios e descendentes, teve um único representante indígena no legislativo federal em toda a sua longa história.

Pelo fato de ser o único índio a ocupar o cargo de deputado federal brasileiro, Juruna era constantemente ironizado pela mídia. A circunstância de carregar constantemente um gravador servia de pretexto para os conservadores considerarem-no antiquado e ridículo. Na verdade, Juruna era um herói que levou muitas conquistas a esses nossos irmãos brasileiros esquecidos em grande parte do nosso país, que o digam os grandes centros urbanos. Leia abaixo um texto publicado no jornal da USP.
____________________________________________

JORNAL DA USP

29 de julho a 04 de agosto de 2002 - o XV nº 606



por MARIA EUGÊNIA DE MENEZES


Eleito pelo PDT do Rio de Janeiro em 1982, cria política de Leonel Brizola e do antropólogo Darcy Ribeiro, que na época militava nas fileiras do partido, Juruna foi o maior representante indígena nas esferas do poder federal. Vítima de diabete crônica, o ex-cacique xavante morreu depois de passar 15 dias internado no hospital Santa Lúcia em Brasília (em 2002).


A doença já o debilitava há muito. Preso a uma cadeira de rodas, Juruna andava esquecido pelos políticos e pelos índios, mas sua atuação foi um marco histórico.

“A presença de um índio no Congresso foi importante para defender os interesses indígenas e para barrar projetos que os prejudicassem”, explica a antropóloga Fany Ricardo, coordenadora do ISA (Instituto Socioambiental). Como deputado federal, Juruna foi uma espécie de embaixador das nações indígenas e sua atuação no Congresso serviu para sensibilizar setores sociais para os problemas que os indígenas enfrentavam.

O cacique xavante chegou a Brasília no final dos anos 70 e logo ganhou notoriedade por andar, para baixo e para cima, com um gravador debaixo do braço registrando as promessas dos políticos. Mesmo depois de eleito deputado, Juruna continuou sendo considerado por muitos apenas como uma figura folclórica, com hábitos e idéias extravagantes. Contudo, aos poucos, foi se impondo como analista da situação indígena no Brasil e como ator político. Logo no seu primeiro ano de mandato, conseguiu criar a Comissão do Índio, da qual foi o primeiro presidente. Com a função de assegurar os direitos indígenas, a comissão passou a funcionar como um órgão permanente da Câmara dos Deputados. O segundo grande passo do ex-cacique foi a aprovação do projeto que alterava a composição da diretoria da Funai. Ele queria que a Funai fosse administrada por pessoas apontadas pelas comunidades indígenas — índios ou indigenistas reconhecidos. Os burocratas cederiam espaço para os verdadeiros conhecedores da situação do índio no Brasil. Reconhecido por sua atuação, ele nunca deixou de ser polêmico. Recusou-se a usar terno e gravata, como exige o protocolo da Câmara, quase perdeu o mandato por dizer que “todo ministro é ladrão” e teve sua imagem bastante desgastada quando confessou ter recebido dinheiro do empresário Calim Eid, para votar em Paulo Maluf no colégio eleitoral. Pressionado por seus colegas de partido, ele acabou denunciando o suborno, devolvendo o dinheiro e votando em Tancredo Neves.




O gravador é arco e flecha


Líder dos xavantes, Juruna saiu da sua tribo, na reserva de São Marcos no Mato Grosso, e foi para Brasília tentar ser ouvido pelo presidente. Depois de enganado muitas vezes, Juruna decidiu usar o gravador que tinha comprado em Cuiabá para registrar as “mentiras” que lhe diziam e as promessas falsas que lhe eram feitas.
A demarcação das terras indígenas sempre esteve no centro de suas preocupações, talvez pela própria história que viveu com sua tribo. Os xavantes viviam na cabeceira do rio Xingu e depois de uma série de conflitos com posseiros foram empurrados para o rio Araguaia até chegarem ao Mato Grosso, onde ocuparam as margens do rio da Morte.
Juruna ainda era um menino pequeno mas se lembrava das mortes e das doenças. “Sempre fugindo. Abandonamos roça, nossa maloca, nosso rio, tudo que xavante tinha.” Irritado com a omissão da Funai e o alheamento das autoridades públicas em relação ao problema da terra indígena, ele peregrinou durante dias pelos corredores do Ministério do Interior tentando falar com o então presidente Ernesto Geisel. Vítima da burocracia, resolveu se vingar. Sua arma no mundo dos brancos foi o gravador. Ele começou a cobrar coerência entre as promessas e as ações das autoridades brasileiras e se tornaria famoso por isso. “Eu comprei gravador porque branco faz muita promessa. Depois esquece tudo”, disse em entrevista ao Pasquim.
Em 1980, enfrentou a proibição do governo, que o impedia, pelo fato de ser índio, de viajar ao exterior. Junto com Darcy Ribeiro, Juruna foi convidado pelo Tribunal Bertrand Russel para ir a Holanda servir de jurado no julgamento dos crimes contra as raças indígenas do mundo inteiro. A Funai quis impedir sua ida, a disputa foi parar na justiça e a luta de Juruna para ir até a Holanda ganhou as páginas dos jornais do País. Começava-se a questionar a tutela da Funai sobre os índios. Hoje, um projeto de lei que põe fim à tutela está em tramitação no Congresso. De acordo com Fany, “o projeto traria ganhos para os indígenas, mas ainda deve demorar para ser aprovado porque enfrenta resistência de vários setores, principalmente da própria Funai”.


Política indígena
Primeiro índio a filiar-se a um partido político, e o único a chegar ao Congresso, Juruna foi o precursor do ingresso dos índios na política institucional. Nas eleições municipais de 2000, mais de 350 índios pleitearam vagas — 13 deles para prefeito, e 80 conseguiram se eleger vereadores. As associações e organizações indígenas que começaram a surgir na década de 1980 também se multiplicaram, especialmente depois da Constituição de 1988. “Houve um grande avanço no reconhecimento dos direitos dos indígenas com a Constituição de 1988.
As reservas de terras passaram a ter que ser suficientes para que eles se reproduzissem física e culturalmente e foi reconhecido o direito de se organizarem como sociedade civil”, explica Fany. Os povos indígenas passaram gradativamente a se apropriar de mecanismos de representação típicos da sociedade dos brancos e, apesar de terem dificuldades para constituir organizações estáveis, hoje elas já chegam a 400. A maioria costuma ser vinculada a uma só aldeia, mas há também aquelas que atuam em âmbito maior, ao longo de um rio ou ainda as de caráter regional como a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira).


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Índios guarani-kaiowá ocupam fazenda em Coronel Sapucaia

Foto - Valter Campanato/ABr



Foto - Valter Campanato/ABr
Pelo menos 250 índios guarani-kaiowá ocuparam na madrugada desta quarta-feira uma fazenda no município de Coronel Sapucaia, na fronteira com o Paraguai.


De acordo com nota divulgada há pouco pela assessoria de imprensa do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os índios retomaram parte da terra tradicional Kurussu Ambá, a 5 km da fazenda Madama. Em 2007, a índia Julite Lopes, 70, foi morta a tiros por seguranças particulares durante desocupação da área.

Conforme o Cimi, os índios da comunidade de Kurussu Ambá estavam há quatro anos na beira da rodovia MS-289 que liga Amambai a Coronel Sapucaia. Sem acesso a água potável, com alimentação precária e falta de atendimento de saúde, três crianças do acampamento morreram de desnutrição desde 2007.

O Cimi denuncia também que além de Judite Lopes, outros índios do acampamento foram assassinados nos últimos anos sem que os culpados tenham sido identificados. Em julho de 2007 foi assassinado um dos líderes do acampamento, Ortiz Lopes. Em maio de 2009, Osvaldo Lopes também foi morto.

Os ataques por homens armados ao acampamento foram frequentes nos últimos anos, conforme relatos dos próprios índios. Pelo menos cinco guarani-kaiowá teriam cicatrizes de ferimentos provocados por tiros.


Segundo as lideranças do acampamento, a ocupação da área nesta quarta-feira é uma tentativa de pressionar a Funai a agilizar o trabalho de identificação da área, iniciado em julho de 2008. 

Fonte: Campograndenews

Uma visita a uma tribo Sateré Mawé

Formato WindowsMedia

Uma visita a uma tribo Sateré Mawé

Praia de Ponta Negra. É grande a movimentação dos turistas. Eles deixam Manaus para conhecer as belezas da floresta tropical. Rio profundo, o Negro é tão largo que custa a exibir a floresta mais de perto. Mas , aos poucos revela belezas desconhecidas para muitos brasileiros.
São duas horas no barco de turismo ou cinquenta minutos em lancha rápida até um dos mais antigos hotéis de selva da região de Manaus, a cerca de 60 km da capital. Erguido no nível da copa das árvores, em Iranduba. Apesar de promover o turismo ecológico, foi multado por crimes ambientais em 2009.Mas não perdeu a licença de funcionamento ,porque está corrigindo os erros. Os turistas se encantam com os pássaros, jacarés, Macacos-de-Cheiro, todos em liberdade. Os passeios pelo Rio Ariaú, afluente do Rio Negro, mostram margens de vegetação exuberante, que abrigam várias formas de vida. Revelam também o modo de viver dos ribeirinhos.
Em meia hora se chega à terra dos Sateré-Mawé. Para anunciar a chegada na Aldeia Sahu-Ape, que significa "Casco de Tatu", é preciso bater na Sapopema. É a campainha da floresta. Logo aparece Vovoré, que finge se esconder,que nos leva até a farmácia da Aldeia, onde está o futuro Pajé, Sahu.
Entrevista com Sahu/liderança dos Sateré Mawé:
"P:Vocês recebem a gente com um fogo cheiroso. Conta o que tem aqui?
R:Aqui é breu. A gente faz o ritual da defumação. Se acredita que quando uma pessoa deseja mal para a outra, o desejo fica no corpo e no espírito então com quatro tipos de breu diferentes e com mais sessenta tipos de raízes se faz um pó que se joga no fogo para fumaçar e limpar o corpo e espírito".
Segundo eles, o ideal é defumar sábado ou domingo, que é quando os espíritos maus estão presos e os bons vagando. Agora quem chega é Baku, a líder maior, pajé da Aldeia.
Entrevista com Baku-pajé e líder indígena:
" Tudo aqui é remédio, começando por aqui, tudo é remédio - para o bem e para o mal. Esse aqui é para ser inteligente. Daqui para cá é só para fazer coisas boas".
Pajé Mulher não é muito comum. Baku nem queria ser, porque trabalha demais. Mas fica feliz quando vê alguém curado. Ela conta que a terra indígena é pequena para as cerca de quarenta pessoas que vivem na Aldeia, e que a cidade está encostando nela.
Entrevista com Baku-Pajé e líder índigena:
"Nós aqui preservamos muito a floresta. Mas tem muitos que vem e derrubam.A minha luta é com esse povo pescador que vem para matar. Eu tô sempre lá - não mexe, deixa aí. Também derrubam para tirar pau. A nossa luta é essa, por causa do ar - que se desmatar tudo vai ficar mais calor do que já tá".
Os Sateré Maué vivem principalmente do artesanato. E mantém rituais como o da Tocandeira. Na passagem da adolescência para a vida adulta os meninos colocam a mão numa luva como esta e aguentam as picadas das formigas. A prova de coragem faz os novos guerreiros. Os Sateré Mawé foram os inventores da cultura do Guaraná, domesticando a trepadeira nativa da Amazônia que hoje é produto de exportação.
http://www.povosdamazonia.am.gov.br:90/IMG_INFO/30.JPG Agradecimentos:
Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Manaus

Fonte: Repórter Eco - página inicial

sábado, 21 de novembro de 2009

Fotos de Índios brasileiros



































AMAZÔNIA BRASIL

Algumas palavras do dicionário pataxó:

 

    Açucar: merkide                                             Mulher bonita: jokana baixó
    Carne: suni                                                      Mulher feia: jokana baikã

    Comida: manguti                                            Pai: ipapamankan

    Criança: kitoki                                                 Peixe: mucukui

    Dinheiro: kaiambá                                          Porco: mukurê

    Homem bonito: tokão kakuçó baixó         Rio: mianga

    Homem feio: tokão kakuçó baikã              Terra: rão-rão

    Mãe: imanmanká                                            Sol: raiô

Grupo de cientistas pede cancelamento da reconstrução da BR-319

Estrada liga Porto Velho a Manaus, mas está abandonada.
Especialistas temem que reforma espalhe devastação pela Amazônia.
Um grupo de cientistas publicou uma carta aberta ao presidente Lula pedindo o cancelamento da reconstrução da rodovia BR-319, que liga Porto Velho a Manaus. O principal argumento é que a estrada traria desmatamento para uma das regiões mais preservadas da Amazônia. “Não existem justificativas econômicas que suplantem os custos ambientais de conectar o eixo do desmatamento com o coração florestal da Amazônia”, afirmam.

Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia

A rodovia que liga Porto Velho a Manaus já foi asfaltada, mas hoje metade do caminho está sem condições de tráfego. Cientistas temem que a reforma da estrada leve desmatamento para regiões preservadas da Amazônia. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)

Construída na década de 1970, a BR-319 é a única ligação rodoviária entre Manaus e o Centro-Sul do país. Apesar de já ter sido asfaltada, hoje metade de seus 890 km é intransitável para caminhões e mesmo para alguns carros de passeio. A reforma da estrada está prevista no PAC (Plano de aceleração do Crescimento), mas está paralisada por falta de licença ambiental. Para barrar o possível desmatamento, o governo prevê a instalação de parques e reservas ao longo do caminho, transformando o local em uma “estrada parque”.

Segundo a carta divulgada pelos cientistas, a proteção na beira da estrada pode funcionar, mas a estrada levaria para Manaus a devastação que hoje ocorre em Rondônia. “Unidades de conservação [como são chamados tecnicamente os parques e reservas] podem contribuir para controlar o impacto do desmatamento em nível local, mas não evitam o deslocamento de frentes de expansão predatórias”, dizem os especialistas.

Como alternativa à rota da estrada, o grupo sugere que o Rio Madeira, paralelo à estrada, seja utilizado para o transporte entre as cidades do extremo norte e o restante do país.
Reforma e preservação
A assessoria de comunicação do Palácio do Planalto declarou que o presidente dará encaminhamento da carta aos setores responsáveis, mas adiantou que os trâmites para a reforma da estrada já estão avançados, e o poder executivo acredita que é possível aliar o transporte rodoviário à preservação da região.

Os acadêmicos, especialistas em questões amazônicas, redigiram o documento em uma conferência na Universidade de Chicago no início do mês, e publicaram a carta nesta sexta-feira (13). Treze pessoas assinaram a carta, entre elas a antropóloga Mary Allegretti, ex-Secretária da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, o biólogo Philip Fearnside, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Roberto Smeraldi, diretor da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira e o ex-governador do Acre, Jorge Viana, do PT.
Do Globo Amazônia, em São Paulo
 
Se você vive ou viajou para a Amazônia e tem denúncias ou ideias para melhorar a proteção da floresta, entre em contato com o Blog do Netuno pelo e-mail   netunoagua@gmail.com . Não se esqueça de colocar seu nome, e-mail, telefone e, se possível fotos ou vídeos.

Extração de madeira em tora apresenta queda de 14% no país, aponta IBGE

Maior produtor, Pará teve também maior redução.

Segundo instituto, maior fiscalização causou baixa no setor.
Dados de levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a extração vegetal e silvicultura apontam que a extração de madeira em toras teve queda no país e na região amazônica entre 2007 e 2008, mantendo tendência de desaceleração que se verifica há mais de cinco anos.

O dado nacional para extração de madeira em toras apresentou queda de 16,39 milhões de metros cúbicos para 14,13 milhões de metros cúbicos entre 2007 e 2008. Segundo o gerente da pesquisa, Luis Celso Guimarães Lins, o Pará, maior produtor de madeira em tora do Brasil (responde por 54% do total do país) foi quem mais contribuiu para a redução.
Extração de madeira em área de manejo florestal no Pará. (Foto: Iberê thenório/Globo Amazônia

No estado foram extraídos, segundo dados oficiais, 9,09 milhões de metros cúbicos de madeira em 2007, contra 7,62 milhões de metros cúbicos em 2008. Com isso, é responsável por quase dois terços da redução nacional entre os dois anos.

“Quando há uma queda significativa, entro em contato com os estados para saber porque ela ocorreu. E a informação que recebemos por parte do Pará é que existiu uma fiscalização muito forte”, explica o pesquisador.

Os dados do IBGE contemplam apenas a madeira comercializada no mercado formal. O extrativismo de carvão vegetal também teve redução. No Pará, houve queda de 217,7 mil toneladas para 99,5 mil entre 2007 e 2008. Já o Maranhão, maior produtor nacional, apresentou redução de 737 mil para 530,1 mil toneladas no período.

A redução da extração madeireira está em linha com os dados de desmatamento da Amazônia apresentados pelo governo na semana passada. O ritmo da devastação alcançou seu menor nível em 21 anos, desde que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) começou a medi-la.

Segundo as estatísticas do instituto espacial, a floresta perdeu 7.008 km² entre agosto de 2008 e julho de 2009. A área é um pouco maior do que o Distrito Federal, que mede 5.802 km². Em relação ao mesmo período anterior (2007-2008), quando foram registrados 12.911 km² de destruição, houve uma queda de 45% no ritmo do desmatamento.
Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em São Paulo

Se você vive ou viajou para a Amazônia e tem denúncias ou ideias para melhorar a proteção da floresta, entre em contato com o Blog do Netuno pelo e-mail   netunoagua@gmail.com . Não se esqueça de colocar seu nome, e-mail, telefone e, se possível fotos ou vídeos.

TSE premia hackers que testaram urnas eletrônicas


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) premiou nesta sexta-feira os hackers que, segundo o TSE, melhor contribuíram nos testes do sistema das urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010. Em um evento em Brasília, o ministro Carlos Ayres Britto entregou o prêmio de R$ 5 mil ao investigador Sérgio Freitas da Silva. Ele tentou violar o sigilo do voto através da captação de ondas eletromagnéticas emitidas pelas teclas da urna durante a digitação.
Em segundo lugar, com um prêmio de R$ 3 mil, ficou o grupo de técnicos da Controladoria Geral da União (CGU), que analisou os procedimentos relativos à preparação do pleito e apresentou diversas sugestões ao TSE. O prêmio de R$ 2 mil ao terceiro lugar ficou com a empresa Cáritas Informática, que testou tanto os procedimentos de preparação do pleito quanto a urna e os softwares de votação. Nenhum dos hackers que fizeram os testes conseguiu violar as urnas.

Para o ministro Ricardo Lewandowski, vice-presidente do TSE e que coordenou a organização dos testes realizados na semana passada, mesmo que nenhuma das equipes de investigadores tenha tido sucesso em burlar os sistemas eletrônicos, foram apresentadas várias sugestões de melhorias no sistema, que a área técnica do tribunal vai avaliar para possível implementação.

De acordo com Lewandowski, os resultados foram "extremamente valiosos" para a Justiça Eleitoral, e podem levar o TSE a reforçar, ainda mais, alguns pontos do sistema.

“Mas o sistema mostrou ser seguro, porque foi testado por pessoas do mais alto gabarito técnico de todo o Brasil”, concluiu Lewandowski.

Ayres Britto concordou com Lewandowski. Para ele, a confiabilidade do sistema, que resistiu a todos os "ataques", se revela um fiador da própria legitimidade do processo eleitoral.

“A urna eletrônica é fiel ao voto do eleitor”, afirmou.

Da Agência O Globo