quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cinep lança livro “Olhares Indígenas Contemporâneos”



O Centro Indígena de Estudos e Pesquisas (Cinep) lança o livro Olhares Indígenas Contemporâneos, uma coletânea que reúne seis artigos de autores indígenas produzidos a partir de teses de doutorado e dissertações de mestrado, defendidas entre 2008 e 2010, e de uma pesquisa sobre o perfil dos estudantes universitários indígenas no Brasil.
Rita Gomes do Nascimento, da etnia Potiguara, abre o volume com o artigo “Performances e experiências de etnicidade: práticas pedagógicas Tapeba”, em que discorre sobre as razões da proeminência dos professores indígenas como mediadores políticos e representantes das comunidades indígenas junto à sociedade envolvente.
Edilson Martins Melgueira, da etnia Baniwa, investiga os classificadores nominais da língua baníwa, do rio Içana, buscando discutir conjuntamente léxico, morfossintaxe e contexto discursivo, bem como refletir a maneira Aruák Baníwa de ver, sentir e organizar os elementos que constituem seu universo.
Florêncio Almeida Vaz Filho, do povo Maytapu, faz uma etnografia dos processos de mobilização étnica envolvendo cerca de 40 comunidades na região do baixo rio Tapajós, na Amazônia, que passaram a se identificar publicamente como indígenas no final da década de 1990.
Vilmar Martins Moura Guarany, indígena Guarani, realiza uma análise sobre a relação das áreas de meio ambiente e de direitos indígenas. Para isso, faz uma descrição dos principais instrumentos e acordos internacionais relacionados à definição do conceito de “desenvolvimento sustentável”.
Rosani de Fátima Fernandes, da etnia Kaingang, trata dos processos de resistência e luta pela sobrevivência dos Gavião Kyikatejê, desde sua transferência do atual estado do Maranhão até a constituição da reserva Mãe Maria, no Pará, abordando a recuperação da sua autonomia, em 2000, em relação aos Parkatejê.
O artigo final, assinado pelo Cinep, apresenta o perfil do estudante indígena na universidade, montado a partir de uma pesquisa realizada pela instituição com 481 acadêmicos indígenas, dentro de um universo estimado hoje de 6.000 estudantes indígenas matriculados no ensino superior em todo o Brasil.
Mesmo com uma presença crescente de indígenas no ensino superior, as teses e dissertações produzidas por estes estudantes não têm recebido apoio para divulgação e publicação. Muitas são as razões para este anonimato, uma das quais é a forte concorrência das produções não indígenas sobre a temática indígena, imperando no imaginário brasileiro a visão de que são os estudiosos brancos que possuem os conhecimentos e as verdades sobre os povos indígenas.
É com o propósito de dar um primeiro passo para mudar este cenário, que o Cinep lança a coletânea Olhares Indígenas Contemporâneos que constitui o primeiro volume da Série Saberes Indígenas, na qual pretende oferecer aos estudantes, pesquisadores e profissionais indígenas um canal de divulgação dos resultados de seus estudos e pesquisas, além de propiciar uma oportunidade aos estudiosos e à opinião pública brasileira de conhecer um pouco mais do mundo e da realidade indígena a partir do olhar e do pensamento dos indígenas.
O Cinep
Fundado em 2005, o Centro Indígena de Estudos e Pesquisas (Cinep) é uma associação civil, sem fins lucrativos, com sede em Brasília – DF. A entidade foi criada para promover, apoiar e executar atividades de formação e qualificação direcionadas a profissionais, lideranças e universitários indígenas das diferentes regiões do país com o objetivo de qualificar e orientar a formação política e acadêmica para a luta dos povos indígenas do Brasil. Também faz parte do Cinep o Observatório de Direitos Indígenas (Odin), que possui suas atividades coordenadas por um advogado indígena.

Serviço:
Cada exemplar do livro Olhares Indígenas Contemporâneos custa R$30,00 à venda na sede do Cinep, em Brasília: SRTVS – Centro Empresarial Assis Chateaubriand – Quadra 701 – Conjunto 01 – Bloco 01 – nº38 – Sobreloja – Salas 25/26.
Pedidos podem ser feitos pelo email jo@cinep.org.br ou pelo telefone (61) 3225.4349, tratar com Jô Oliveira.

Fonte: Índios Online


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Índios de MT vão receber orientações sobre prevenção a DSTs


O Unicef, em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Fundação Nacional do Índio (Funai), governos estaduais e municipais, vai realizar em novembro oficinas de Prevenção da Transmissão Vertical de HIV e Sífilis em Comunidades Indígenas. Tocantins e Mato Grosso vão realizar as oficinas em novembro.
O HIV pode passar da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação. Porém, a transmissão vertical (de mãe para filho) pode ser evitada com a prevenção no pré-natal. Daí a importância de garantir acesso ao teste de HIV para todas as gestantes e assegurar o tratamento adequado para as soropositivas, assim como para seus bebês.
O Unicef e a Funasa (Área Técnica de DST/Aids e Hepatites Virais) vão implantar, nos Estados do Pará, Amapá, Tocantins e Mato Grosso, o teste rápido de sífilis para comunidades indígenas. Essa é uma iniciativa inédita no país.
Na primeira rodada de capacitações, gestores e técnicos de saúde da Funasa, do governo do Estado e de 18 municípios do Distrito Especial de Saúde Indígena Guamá-Tocantins (DSEI Guatoc), no Pará, vão ser capacitados em abordagem sindrômica e teste rápido de HIV e sífilis. Equipes multidisciplinares que atuam nas aldeias do DSEI Guatoc, secretários municipais de Saúde e coordenadores de maternidades municipais estão entre os participantes dessa primeira rodada.
Segundo dados epidemiológicos e resultados consolidados pelo Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, até dezembro de 2005, havia 150 casos de aids notificados na população indígena adulta, 13 casos em crianças e 54 casos de gestantes HIV + notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan – entre 2001 e 2005), sendo as mulheres um segmento bastante afetado, correspondendo a 43% dos casos de aids notificados.
As etnias presentes na área coberta pelo DSEI Guatoc são: Amanaye, Anambe, Assurini, Atikum, Gavião, Guajajara, Guarani, Hixkaryana, Kaapor, Kaingang, Karajá, Katuena, Kaxuyana, Kayapó, Krikati, Munduruku, Parakanã, Suruí, Tembé, Timbira, Tiriyó, Wai Wai, Wapixana, Wayana, Xerente, Xereu, Xicrin, Zohé. A população dessas etnias, de até 29 anos, é de 6.871 pessoas.

Fonte: Redação site TVCA

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

KAMPA, OS INCAS BRASILEIROS

Uma nação indígena meio amazônica, meio andina
Kampa Hoje, pouco mais de mil indivíduos, os Kampa foram os únicos índios do território brasileiro a usar roupas antes de serem contatados pelos brancos. O guarda-roupa original deles é semelhante ao dos Incas, de quem são descendentes. Estão distribuídos em quatro reservas, nos municípios acreanos de Tarauca, Marechal Taumaturgo e Feijó, nas proximidades dos rios Breu, Envira, Amoner e Igarapé Primavera.Há um grupo entre os Kampa que ainda se mantém arredio, isolado, não quer papo com os brancos. Pelo que se tem notícia, os Kampa foram os únicos índios do território brasileiro a usar a tecelagem para a confecção de roupas de algodão grosso e que lembram o ‘modelito ’ São Francisco de Assis. Quanto à habitação, eles também se diferenciam. São um dos poucos ou talvez os únicos índios ‘brasileiros’ que vivem em abrigos sobre estrutura de palafitas. As cabanas possuem o assoalho suspenso. As grandes vantagens desse tipo de estrutura é que ela evita a umidade do solo e permite maior ventilação, além de favorecer a higiene, facilitando a limpeza. O assoalho das casas é construído do caule de uma palmeira chamada ‘Paxuba’. A madeira é prensada e/ou amassada para a construção do assoalho que, depois de pronto, se abre em pequenas frestas por onde ocorre a circulação do ar. A caça é uma das atividades desenvolvidas pelos Kampa para a obtenção de alimento. Um dos pratos do ‘cardápio’ da floresta é o macaco assado (foto ao lado). O animal é levado ao fogo, sobre uma grelha ou em espetos de madeira com o couro e tudo mais. Além do carvão vegetal, pedras ajudam a manter a alta temperatura. Também chama a atenção a agilidade dos Kampa na navegação.Transportam-se em pequenos barcos de madeira (abaixo) com abrigos de palha. Em pé, utilizam longas varas para dar impulso e manobrar as embarcações de forma impressionante.
Escravidão
Assim são os Kampa, uma das nações entre as centenas de povos indígenas que vivem o avesso dos 500 anos de colonização das américas. Foram contatados no final do século passado, pela primeira leva de seringueirosOs Kampa habitam os rios do Estado do Acre que ficam na divisa do Brasil com o Peru que buscou a borracha como fonte de riqueza, na divisa do Brasil com o Peru, hoje Estado do Acre. Sua história, à exemplo da maioria do povo brasileiro, é rica e triste. Já na década de 40, a nação Kampa se encontrava escravizada pelos seringueiros. Não sabemos se é por mérito ou se por hipocrisia mesmo, mas naquela época do Estado Novo, eles eram considerados excelentes extratores do látex.
*Reportagem de Armando Araújo e Vicente Rios *Fotos de Vicente RiosAltiplano.com.br (Goiânia, Goiás, Brasil, 1999)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Operação identifica 1000 m³ de madeira ilegal em área indígena de MT


Volume é suficiente para encher cerca de 40 caminhões.
Ação no noroeste do estado foi coordenada por PF, Ibama e Funai.
Operação realizada no último fim de semana resultou na prisão preventiva de 9 pessoas envolvidas na exploração ilegal de madeira em terras indígenas no noroeste de Mato Grosso, onde vivem índios da etnia cinta larga. Coordenada em conjunto por Ibama, Polícia Federal, Funai e Força Nacional, a ação também identificou cerca de 1.000 metros cúbicos de madeira em toras na Terra Indígena Serra Morena, derrubada de forma clandestina. O volume é suficiente para encher cerca de 40 caminhões, mas representa uma estimativa. Segundo o Ibama, a medição exata ainda está sendo feita.

A exploração clandestina de madeira em terras indígenas dos cinta larga é histórica, de acordo com Jocelita Giordani, analista ambiental e gerente executiva do Ibama na cidade de Juína, em Mato Grosso. "O processo de venda ilegal de madeira na região ocorre há mais de 20 anos. Já tivemos operações grandes, mas os indígenas acabam ficando dependentes da venda de madeira, às vezes até para comprar comida", diz ela. A presença dos madeireiros na área é tradicional a ponto de alguns indígenas defenderem a presença deles. Quando agentes da operação realizada neste fim de semana entraram na Terra Indígena Aripuanã pela primeira vez, por exemplo, houve resistência de indígenas na aldeia Flor da Selva, por exemplo. Segundo o Ibama, cerca de 50 indígenas se pintaram e se armaram com arco e flecha para bloquear o acesso dos agentes. "A operação teve de voltar no outro dia e os indígenas colaboraram com a fisdalização", diz Jocelita. Os madeireiros dividiram as reservas em lotes e aliciaram caciques para explorar a região, segundo Jocelita. "Estamos conseguindo promover uma mudança de postura nas etnias em relação a exploração de madeira e de ouro, diz ela.

Desde agosto deste ano, fiscalização já apreendeu quatro tratores em áreas onde vivem indígenas da etnia cinta larga. (Foto: Divulgação/ Ibama)

De acordo com a Polícia Federal, investigações da operação realizada neste fim de semana são feitas de agosto deste ano, quando foram flagrados 10 caminhões carregados com toras de madeira na TI Aripuanã. Desde então, já foram apreendidos 4 tratores, 11 caminhões e duas caminhonetes.

Fonte:Lucas Frasão Do Globo Amazônia, em São Paulo  

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições2010


Caro amigos leitores de nosso blog peço a todos os brasileiros que votem com responsabilidade pois o nosso país precisa de boas pessoas no governo.
Não estou aqui para falar de politica pois este não e o intuito de nosso blog, só estou alertando vocês a usar de seus direitos com responsabilidade.
Boa eleição a todos! Obrigado pela atenção!